CULINÁRIA PERUANA

Angela, minha mulher, contou que amiga dela fez uma observação interessante: como as faculdades de gastronomia tornaram-se moda, a garotada que está se formando inundou o mercado e o está transformando para muito melhor.

E, uma das consequências têm sido pequenos restaurantes-butiques, cafeterias e doçarias peculiares e um monte de coisas criativas e tecnicamente desafiadoras, fruto de formação mais elaborada e melhor. A educação constrói muitas vezes destruindo.

Se isto permanecer, a médio prazo os botequins e restaurantes ruins tenderão a diminuir e uma nova culinária do dia-a-dia mais barata, mais criativa e bem administrada vai se impor.A crise ajudou e isto já está acontecendo.

Em São Paulo, em pouco tempo o “Rinconcito Peruano”, uma rede surgida do nada está abrindo restaurantes pela cidade.

Estive num deles, em Moema, lugar agradável, comida farta, excelente e a preços desmistificadores para pratos a base de frutos do mar e peixes. Comemos como reis por um total de R$ 100,00! Eu tomei três cervejas long-neck, uma delas artesanal, e a Angela comeu uma excelente sobremesa.

Milagre? Analisando o cardápio – em nosso caso escolhemos um tipo de paella com outro nome – é possível concluir que não. Era farto, muito bem elaborado e deliciosamente temperado.

Talvez o segredo seja conhecer com precisão quais ingredientes e suas quantidades são necessários para compor o prato. E, claro, administrar o processo como um todo. As bebidas ainda estavam algo caras, mas, o produto final foi muito satisfatório. Preços baixos atraem principalmente os mais jovens, que comem bastante, mas têm pouca grana.

As churrascarias estão indo pelo mesmo caminho, que parece sem volta.

Em poucas palavras, a crise monumental que estamos passando exigiu criatividade, empenho, técnica e uma certa iconoclastia para quebrar costumes instalados.

Eu e a Angela recomendamos.
POSTAGEM ORIGINAL 15/02/2018

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