Toda vez que paro ao lado de um carro onde algum moleque está tocando aquela coisa horrosa atual, rap, pancadão, ou sertanejos tipo DENTISTA E CARIADO; LEÃO E LEOPARDO, MAYARA E MARAÍSA…e sei lá mais o quê, eu penso: calma, SERJÃO, você foi muito pior!!!
TIO SÉRGIO e amigos comórbidos acabaram, em 1973, com uma reunião e churrasco para JUÍZES DE DIREITO, na casa do FRED, hoje o médico ALFREDO FRANCO JÚNIOR, mais um gostador de ROCK feito eu…
Foi fácil expantar os magistrados com o notório PRÉ PUNK, e disco maldito, SLADE ALIVE.
Sumiram todos de onde estava a churrasqueira, para desencanto do anfitrião, o tolerante falecido pai dele, também juiz de direito.
Não faz tanto tempo assim, uns 15 anos quem sabe, coloquei disco do SMASHING PUMPKINS, MELLON COLLIE, em reunião só para … os mais velhos da família… Não ornou! E a Angela peremptoriamente me obrigou a “remover” os moços da PLAY LIST…
Pensando bem, o TIO SÉRGIO aqui ainda é um tanto da fuzarca! Aprendi em meus compêndios sobre ROCK, JAZZ E MÚSICA ANTISSOCIAL em geral, que a boa MÚSICA POP necessariamente precisa incomodar os mais velhos.
É vero, é fato, é assim que as coisas se desenvolvem ( eu escrevi desenvolvem e, não, evoluem )…
Pentelhar o próximo é essencial para o mais jovem distinguir-se dos velhos. Ora, por que será que eles fumam? Porque é perigoso. A vida é tao medíocre e trivial assim.
Hoje, eu estou com a macaca! Baixou vontade incontrolável de ouvir o inaudível e o inacreditável. Eu sou um bom DJ. Sei discotecar festas, reuniões sociais, etc…, e programar um som legal que a minha geração, a turma entre 50 e 70 anos, costuma gostar. E, ao mesmo tempo consigo fazer as gerações posteriores também se divertir. Eu animo legal!
Mas, eu tenho um lado insalubre, esquisito, provocador, e os meus amigos conhecem…
Vou aproveitar o Carnaval para escutar coisas como MERETRIO, WALTER FRANCO, THROBBING GRISTLE, FRANK ZAPPA, SHAGGS, CARLA BLEY, e o último da BJORK.
E, quem sabe, as pianistas BEATRICE BERRUTT e H’ELE’NE GRIMAUD, craques e sofisticadas, que tocam principalmente os repertórios de eruditos contemporâneos, ou clássicos do século XX.
Vou perpetrar um “XTUDO auditivo – conceitual” com todo mundo que não me lembre o óbvio esfoliante.
Eu acho que tornar-me um COMPÓSITO CONTRADITÓRIO é mais desafiador do que ser uma METAMORFOSE DEAMBULANTE.
Escrevi, e pronto.
postagem original 2019