Interessante, em 2013 passei por mudanças radicais. Simplesmente eu e a Angela invertemos os pontos de estabilidade, nossas casas, e saímos de nosso apartamento grandão nos Jardins, para outro menor na Rua Oriçanga, perto da Praça da Árvore, também em São Paulo.
E, ao mesmo tempo, fomos para um apto maior ainda no Guarujá. Mudar é semelhante a demolir uma parede: você não imagina o quanto de “entulho” tem de remover.
Casa arrumada, com tudo no lugar, é uma coisa. Abrir os armários e começar a encaixotar dá desespero. É a desorganização de uma história de vida.
E fazer isto com 61 anos de idade, e em dezembro, é pior ainda, já que o natal nos remete à estabilidade emocional – principalmente.
Ficamos contentes e felizes pela ousadia mas, de qualquer maneira, nos sentimos talvez como dois sem-teto: desalojados, mesmo que momentaneamente.
O substrato de espiritualidade pela aproximação do natal permaneceu. Mesmo que, hipocritamente, soubéssemos que o vício do consumo é homenagem à virtude de pensar no próximo e talvez em Deus…
Nossa vida mudou bastante. Cinco anos depois, deixamos definitivamente São Paulo. E nos instalamos “definitivamente” no Guarujá.
Eu adoro advérbios. Principalmente quando intuo que a palavra definitivo não expressa conceito que se aplique automaticamente a nós dois.