MÉDICOS – GOSTO DA “ESPÉCIE” E SOU AMIGO DE ALGUNS

Por graça do destino, que não consigo entender, eu me dou muito bem com médicos.

Sou compadre de dois: SÉRGIO CARDOSO, FRED FRANCO JR; e amigo recente do Valdir Zamboni. Todos profissionais de ponta, amigos imprescindíveis e conselheiros retos, claros e conscientes. Falam por estima, técnica e conhecimento. Eu os levo a sério. Eles têm razão, eu sou um caso ainda não perdido, mas talvez a caminho da queda.

E, mais razão ainda, tangencio a irresponsabilidade postergando exames que posso, tenho direito, mas nem sempre faço. Coisa de brasileiro?

Sempre que estou socialmente com algum médico rola um clima. Todos gostariam de ser meus amigos. Eu retribuo, mas raramente as coisas se efetivam. Vocês dirão que é assim com todo o mundo e têm razão. Mas, por algum motivo, médicos gostam de mim….e eu deles.

Eu me recordo que, há uns quarenta e alguns anos, combinei com meu amigo Fred Franco Jr. de tomar algumas diversas várias… Ele topou, mas disse que primeiro precisaria assistir a uma aula de cirurgia oftalmológica.

Eu fui junto. Chegando lá, vários colegas dele observavam a pulcritude de uma colega aplicada, loira eslava, aguada e bela e pálida feito aquarela bem pintada.

Como sempre, não faltou a cafajestada light e humorada de outro futuro doutor, que observou que a jovem era “false alarm”; não inspirava o imprescindível erguimento de mastros na hora da tormenta em alto mar… Ele já navegara a pintura…Hum!!!

Não me esqueço da aula: era sobre uma técnica de cirurgia do “chão da órbita ocular!” ( Quá Patos-cidadãos! eu até me recordo do tema!!). Prestei atenção. Aprendi como seria feito. Beleza…um candidato a sociólogo metido numa coisa dessas…

Bom, dias depois observei ao Fred que deveríamos operar o nosso amigo Aldahyr Ramos, jornalista. Afinal, ele usava óculos e, por que não mexer com aquela bola de gude que ele mantinha sob a pálpebra e guardada numa armação de vidro? Resolveria o problema.

E me prontifiquei; tá, legal, Fred: você opera e eu fico de cumim, sei lá, ajudante, enfermeiro?… e a gente vê se o Dadá deixa de usar óculos. Óbvio, não?

Não.

O Fred com o bom senso que se espera de um futuro médico fez três observações mortais. 1) que não era caso para cirurgia; 2) que estudava para ser pneumologista; 3) Que porra tinha a ver um estudante de ciências sociais ( eu ), ligado em política, música, essas coisa, com a medicina?

Eu me convenci; sei lá. E o Aldahyr continuou usando óculos por mais uns 40 anos, até morrer como um beatnik, na estrada, em acidente em que seu carro “esqueceu” de fazer uma curva em lugar êrmo do litoral paulista.

Ele foi lançado fora feito um míssil. Quando a polícia chegou, Dadá estava com a cabeça enterrada em terra fofa.

Nós, os amigos, choramos até hoje!!!@Sergio CardosoGerson PéricoPierre Mignac
POSTAGEM ORIGINAL:03/05/2021

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