MEMÓRIAS DO MEU SEGUNDO ESCOMBRO DIGITAL

 

Estou em guerra de extermínio contra o meu computador. Este é o segundo de safra antiga, porque o primeiro simplesmente aniquilou com um livro que tentava escrever, e desfigurou outro que Angela vinha fazendo.

Aliás, estamos ele e eu mutuamente num ciclo de agressão e intolerância progressiva. Ele está velho e eu também. Ele é teimoso e eu idem.

A Angela tem me dito, há tempos, para aposentar essa ruína pós-moderna e comprar outro melhor, mais prático, mais tudo. Ela tem razão, mas eu venho adiando o inevitável em parte por comodismo, e também, planejamento de prioridades. Grana é sempre facilitador ou empecilho…

Acontece que substitui-lo é essencial. Porque como todo mundo, não consigo viver sem computador. Eu preciso dele – um locutor silencioso de minha voz escrita (Vige!!!). Ultimamente, ele me declarou “personna non grata”. E eu o condenei como satã que trunca minhas ideias, impede os trabalhos, subserve a meus planos, e conspira contra a minha paciência.

O computador-escombro acaba ganhando todas. Afinal, a raiva é minha. Mas, a vingança é dele… O impasse é total. A engenhoca não manda em mim, e eu não a comando mais. Está na hora do divórcio; quem sabe litigioso e com baixaria. Talvez eu seja preso pela atitude medíocre de agredir um “quê” inanimado.

Em fúria, mas com calor ( e quê calor! ) e afeto, subscrevo-me, em pé de guerra!!!

Ah, já o substituí faz anos e, por enquanto, estou me dando bem com este aqui! Até sei lá quando!!!!!
Postagem original 2014

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