O CARNAVAL DA ESCOLA DE SAMBA, BEIJA FLOR E O NEGÃO DO MAL!

Não gosto de carnaval e toda a vez que ele chega – e como chega! – eu me asilo entre cervejas, discos, filmes, leituras e programas de economia e política. Encho a paciência ( ou impaciência ) dos meus amigos, também. Algumas visitas, ameaças, telefonemas e facebook. Então, quando bate o bumbo eu revido com um sax, guitarras, pianos, muito rock, jazz e tudo o que possa contrapor a minha barbárie à barbárie alheia. Acaba empatado. Ninguém foge de si próprio e nenhum brasileiro foge da essência nacional. O grito primal do nosso povo é o foguetório na largada da escola de samba na Marquês de Sapucaí.

Nada contra a MPB ( não confundir com PMDB, PSDB e menos votados ) nas mais variadas formas. Eu gosto, curto, compro e coleciono. Não sou do samba, mas ninguém é perfeito como eu, então libero meu software de tolerância e procuro ser feliz como todos os meus compatriotas. Mesmo quando, depois das duas da madrugada, um misto de batuque de samba com tecno e o escambau, perfura o meu ouvido até as 6 da matina. Minha geladeira de ódios é insuficiente para brindar a esses caras.

Aqui, no Guarujá, tem chovido muito. São Pedro´s dádiva. Ele manda, a gente acolhe. Precisamos e ele sabe disso; e, apesar de avaro que é, torço para o bom velhinho e porteiro de céu liberar nossos banhos, aliviar a sede, pó, aflição, mesmo que para isso livre a rabiola do Alckmin e da Dilma, contra um estupro institucional que a nação gostaria de lhes, ahnnn, aplicar…

Mesmo assim, ontem a noite assisti parte da performance da Beija Flor. Não entendo disso, mas pareceu-me muito criativo e bem feito. A turma da Globo comentou que a exibição foi perfeita, o timing rigoroso, o samba legal e, do início ao fim, exibiram essa obra de arte efêmera, que é o desfile, com a sabida competência numa atividade lúdica na qual somos mestres.

A Globo não disse nada, mas todos ficamos sabendo que o ditador da Guiné Equatorial, um tal de Teodoro impronunciável não sei das quantas, doou 10 milhões de dólares para a Beija Flor fazer um desfile-homenagem ao país dele. Quem acompanhou a festa foi o filho, um tal de Teodorim…nominho henfil-pasquinesco, que se engraçou com uma morena da Escola e acabou descolando a grana para a “comunidade” homenageá-lo.

A imprensa, em geral, não gostou desse método. A imprensa em geral está coberta de razão. Negão do Mal I está no poder por lá desde 1979. Seu filho, o Negãozinho do mal II, tem “investimentos” por aqui. Algo em torno de UM BARUSCO – cem milhões de dólares aplicados em imóveis.

O Brasil não lava dinheiro. Nosso sistema bancário é sofisticado demais e bem controlado… Por aqui a turma “enterra” dinheiro. Nossas construtoras e imobiliárias são bem mais, ahnn, liberais e discretas. Ninguém pergunta ao cliente onde ele descolou a grana, não é mesmo…

Então, para quando o carnaval findar restará saber se o voo da Beija Flor encantou os jurados, aves do paraíso e bichas conexas. E talvez fique uma perguntinha também “pasquinesca”: obra de arte feita com dinheiro sujo é tão bela quanto outra qualquer, e merece ganhar concurso?

Aché para vocês todos aí!
POSTAGEM ORIGINAL, 17/02/2015

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