PAULO FRANCIS, ANTONIO GARINI, MINO CARTA, GEORGE STEINER E…EU (zinho): A VIDA COMO EU SONHAVA QUE SERIA

A revista VEJA certa vez publicou resenha crítica muito boa sobre dois livros do grande professor e crítico literário francês, GEORGE STEINER, feita por Eduardo Wolf.

Sei de STEINER desde os anos 1970, porque fui leitor contumaz do PAULO FRANCIS. Dei a volta ao mundo imaginando como seria minha vida se lesse e viesse a saber tanto quanto FRANCIS.

Ele foi um dos introdutores dos brasileiros interessados no mundo contemporâneo durante sua vida inteira, em quaisquer de suas fases, independentemente de ter sido TROTSKISTA, e acabado LIBERAL radical.

PAULO FRANCIS, discípulo e admirador de GEORGE STEINER.

errava adoidado, mas acertava no essencial: ser um pensador independente e militante, um praticante do jornalismo de opinão e, por isso mesmo, um opositor à censura e a a falta de liberdades.

Agora, um salto no tempo.

Por volta de 1971, acho, certo dia li artigo / editorial estranhíssimo na REVISTA VEJA, escrito por MINO CARTA, que me deixou perdido, parado e muito encafifado ( existe a palavra? ). Soube, com o tempo, que foi jeito velado de a revista enfrentar os momentos difíceis que as liberdades civis no Brasil passavam durante a DITADURA MILITAR.

Eu não me lembro exatamente sobre o que era. Mas, perguntei a meu tio, ANTONIO GARINI, sobre o quê se tratava. Ele era à época jornalista importante em São Paulo e, como a maioria dos intelectuais, se posicionava à esquerda, e contrário aos milicos no poder.

“TONICO”, como a família o chamava, orientou e me ajudou a tentar descobrir alguns termos e nomes na enciclopédia. Ou seja, foi o professor necessário para incentivar minha curiosidade, e o trabalho a ser feito para sair do óbvio – na verdade das trevas!

Lendo sobre STEINER, em matéria na VEJA de muito tempo atrás, fiquei sabendo que o pai dele havia lido para STEINER um episódio da “ILÍADA”, de “HOMERO” que o deixou eletrizado.

Quando o final se aproximava, e vendo o interesse do filho, interrompeu a leitura e o chamou para “tentar decifrar aquela passagem” no texto grego – e a traduziu para encantamento maior ainda do garoto.

STEINER disse que sua vida decolou à partir daquele momento.

E “euzinho” com isto?

Identifiquei o mesmo encantamento me dado por CARTA, FRANCIS e o TONICO. Abriram um pouco as latarias de minha mediocridade.
POSTAGEM ORIGINAL: 21/04/2018

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