EM PRIMEIRO LUGAR, É DA GRAVADORA DERAM. GARANTIA DE QUALIDADE E, TAMBÉM, DE CERTO ESTRANHAMENTO.
O CARAVAN FAZ PARTE DO CHAMADO “CANTERBURY SOUND”, UM POLO AGREGADO DE ARTISTAS ALGO PECULIARES DENTRO DO ROCK PROGRESSIVO.
SÃO DA CANTERBURY BANDAS COMO O SOFT MACHINE E O MATCHING MOLE; ALÉM DE SEUS INTEGRANTES EM CARREIRA SOLO, COMO ROBERT WYATT E KEVIN AYERS.
TODOS E QUAISQUER DISCOS DO CARAVAN SÃO BONS.
ESTE É O MEU PREDILETO. SAIU NO BRASIL EM 1972, E CRUZA ROCK PROGRESSIVO COM MÚSICA EXPERIMENTAL E FUSION-JAZZ.
OS DISCOS DO CARAVAN SÃO MUITO BEM PRODUZIDOS, ARRANJADOS E TOCADOS, E SEMPRE MELÓDICOS SEM SEREM INDIGESTOS OU, DIGAMOS, AGRESSIVOS A DIABÉTICOS.
PROCUREM OUVIR E OBSERVEM PRINCIPALMENTE O TRABALHO DE DAVE SINCLAIR, NO CONTRABAIXO. SIMULTANEAMENTE FUNKEADO E MUITO JAZZÍSTICO. É IDEAL PARA AJUSTAR OS GRAVES NAS CAIXAS ACÚSTICAS.
UM GRANDE E ALGO “RECÔNDITO” DISCO DE ROCK E ADJACÊNCIAS.
Não fique chateado se a banda ou artista que você gosta ninguém sabe direito quem é – ou foi – nem no próprio país de origem! E menos ainda sobre o período mais produtivo!
Na Inglaterra, aconteceu com o VAN DER GRAAF GENERATOR, com o GENTLE GIANT e, também, grande parte de artistas que voaram para o resto da Europa e os EUA para sobreviver.
O V.D.G.G. faz ROCK PROGRESSIVO de primeira qualidade, com estilo e identidade próprios.
Um som algo claustrofóbico e depressivo. E muito bonito! Articulam sax, guitarra, baixo e teclados, de forma criativa e identificável.
Eles foram um dos motivos da gravadora CHARISMA ser tão colecionada.
PETER HAMMIL, cantor, compositor e tecladista, é a força motriz do grupo. Ele enfrentou falências e decepções variadas no correr da história da banda . Resistiu, sobreviveu; sobrevive. Eles gravaram pouco na fase áurea. Mas, têm se juntado e gravado com mais frequência.
HAMMIL é extremamente talentoso e “CULT”. E construiu carreira solo também única e marcante. Gravou e grava muito.
Sempre instigante, e literariamente sofisticado, além de pra lá de colecionáve! PETER Faz músicas tristes e inesquecíveis.
Li uma entrevista em que lhe perguntaram se tinha alguma frustração. A resposta: “Acho que mereço dez vezes mais público do que tenho”.
Tudo bem. Gostem ou não, eles gravaram 250 LPs, 150 SINGLES, e foram lançados mais de 200 CDS contendo a obra que gravaram nas centenas de LPS, replicando os vinis originais dessa banda extraordinária, seminal, básica e inescapável.
Venderam mais de 110 milhões de discos, 40 milhões deles só no Japão! É mole?
É impossível pensar a evolução e a história do ROCK sem esbarrar nesse combo preciso, profissional e divertido.
Os que sabem o que os japoneses fizeram, e fazem pela MPB, não têm ideia de como eles gostam de bandas e músicos de ROCK INSTRUMENTAL e de SURF MUSIC, como os VENTURES, os SHADOWS, DICK DALE, DUANE EDDY, entre diversos!
São todos artistas marcantes, e criaram a maioria dos RIFFS que escutamos até o advento dos atletas da guitarra, ou super guitarristas, de meados dos anos 1970 em diante.
E mesmo EDDIE VAN HALEN, YNGWIE MALMSTEEN, SATRIANI, VAI e a turma da nova era, jamais desrespeitaram os clássicos
Os VENTURES, que foram os “GUITAR HEROES” inspiradores do BEAT ao METAL.
Os guitarristas NOKIE EDWARDS – depois JERRY McGEE – e DON WILSON, o baixista BOB BOGLE, e o baterista HOWIE JOHNSON, eram músicos tecnicamente excelentes.
Tocavam muito e tiveram a ideia de simplificar sem prostituir a música popular dos últimos 63 anos, traduzindo-a para o gosto médio.
Da mesma forma que orquestras como as de RAY CONNIFF, entre tantas, fizeram sob outra perspectiva .
Eu mesmo, que formei o gosto pessoal da era BEAT em diante, tive a irreverência de considera-los música de “Parquinho de Diversões”.
Com o andar das coisas e a persistência por mais tempo do que toda a concorrência, hoje os escuto como formadores de gerações, porque clássicos absolutos!
Os grandes atuais aprenderam com eles e os veneram. E este box, que comprei por cerca de $25 BIDENS, uns R$ 150,00 TUPINAMBÁS, trazem os oito primeiros dos 250 mencionados. E pegam o período 1960-1962.
Os VENTURES são americanos. Tipicamente americanos!
Muito bem. Em primeiro lugar, ode a uma empresa muito bem administrada pertencente à chamada indústria cultural. A COLUMBIA RECORDS, hoje SONY MUSIC. E, por que, tio Sérgio? Para argumentar com alguma fidelidade, é importante lembrar que a gravadora sempre esteve no auge, ou próximo a ele, em termos de inovação e percepção conceitual sobre o que rolava no underground, mas era viável de ser trazido para o “mainstream”. Sacava, intuía tendências e modas. E as viabilizava. Vou ater-me dos anos 1960 em diante. A COLUMBIA é a gravadora de MILES DAVIS e BOB DYLAN, por exemplo Credenciais suficientes para comprovar modernidade e transcendências. Você concorda? Vou citar mais dois: THE BYRDS e SIMON & GARFUNKEL. O fino do BEAT-FOLK-PSICODÉLICO americano. E dois expoentes do futuro boom de SINGERS-SONGWRITERS” que emergiram nos anos 1970, e ditaram tendência talvez eterna… E há mais, muito mais artistas. Em meados dos anos 1960, o JAZZ com toda a sua história, evolução e criatividade aparentemente inexauríveis, estava em xeque, em crise. E, também, a grande canção americana e seus ícones, SARAH, BILLIE, ELLA, SINATRA pareciam esgotados. Vários fatores levaram a isso. Inclusive, a predominância progressiva dos jovens no mercado cultural. O surgimento de ELVIS, BEATLES, STONES… E outros comportamentos e contestações apontavam para o novo. Pois bem, a COLUMBIA sacava muito bem isso! Mas tio Sérgio, por que postar BLOOD, SWEAT & TEARS, ELECTRIC FLAG e o CHICAGO? Porque todos estão na gênese da FUSION entre o ROCK e o JAZZ; e, eventualmente, a MÚSICA CLÁSSICA e as invenções subsequentes que se possa imaginar. Emergiram já como estilo, e muito além da tendência detectada em 1966/1967. Porém, são três bandas diferentes quando observadas no âmago. Mas, traziam o mesmo DNA do avanço além ROCK, do SOUL e do COUNTRY e a música americana habitual. Se poderia classifica-las como PROGRESSIVAS, ou melhor FUSION! E todas tinham o uso dos metais como elementos estruturantes para suas propostas musicais. Esses três grupos iniciaram a fusão de estilos a partir do POP/ROCK/SOUL, e não do JAZZ. Fizeram o caminho inverso da suposição habitual sobre a FUSION. Vou dar o exemplo definidor da minha hipótese: MILES DAVIS lançou “IN SILENT WAY”, em 1969; e BITCHES BREW é de 1970. Dois discos que amalgamaram o JAZZ ao ROCK e se tornaram notórios e demarcadores do novo gênero. A FUSION QUE MILES DAVIS REALIZOU VEIO DEPOIS, MAS DE DENTRO DA MESMA COLUMBIA RECORDS. ELECTRIC FLAG, BLOOD SWEAT & TEARS E CHICAGO começaram em 1967. E todos gravaram para a COLUMBIA RECORDS. O ELECTRIC FLAG se autodenominava uma “AMERICAN MUSIC BAND”, era um combo de craques como MIKE BLOOMFIELD e BUDDY MILES, e outros combinando metais, teclado, guitarra; e misturando criativamente JAZZ SOUL, BLUES e ROCK, em visão não tradicional, e com toques da PSICODELIA em voga. Um todo fértil, mesclando repertório conhecido e composições novas. BLOOD, SWEAT & TEARS, foi aventura criativa iniciada por AL KOOPER, organista que acompanhou DYLAN em “LIKE A ROLLING STONE” e depois produtor e músico mágico. E STEVE KATZ, depois que ambos saíram do BLUES PROJECT. O primeiro disco, “A CHILD IS A FATHER TO MAN”, lançado em1968, é viagem híbrida entre o BLUES e o JAZZ, um pouco de MÚSICA DE CÂMARA e ROCK PROGRESSIVO – conceito que ainda não existia. O segundo Long Play, também de 1968, mas, já com DAVID CLAYTON THOMAS, no vocal, e sem KOOPER, foi monstruoso sucesso de crítica e vendas. Mais de 2 milhões de álbuns vendidos, e vai do CLÁSSICO DE VANGUARDA em FUSÃO com os indefectíveis ritmos já citados e tudo o mais que é interessante. Ouçam a sensacional e cult “YOU´VE MADE SO VERY HAPPY”, muito conhecida. Os quatro primeiros discos são muito bons e valem a pena. CHICAGO. Sim, a POP/JAZZ BAND, por aí… foi e permaneceu sucesso retumbante, ao longo de 30 LPS gravados. Imensamente populares, ganharam o “GOLDEN TICKET”, o ingresso de ouro, por terem colocado mais de 100 mil pessoas em seus inúmeros concertos no MADISON SQUARE GARDEN, em Nova York. Um feito! Eram artisticamente oscilantes. O vocalista PETER CETERA é um dos reis da BABA POP mais grudenta e indigesta. Mas fizeram dois discos seminais: CHICAGO TRANSIT AUTHORITY, em 1969 e 2, em 1970; ambos na linha FUSION com alguma PSICODELIA e POP . JIMI HENDRIX era fã do grande guitarrista TERRY KATH, portanto ouçam o moço. Tanto o CHICAGO como o BLOOD… tiveram o mesmo produtor, JAMES WILLIAN GUERCIO, que fez outros artistas interessantes. O que em seguida passou a ser conhecido como FUSION inicou-se na COLUMBIA RECORDS e passou por essas três grandes bandas. Procure saber. Tio Sérgio recomenda efusivamente.
Hoje, raras e caras edições, e um tanto surpreendentes por estarem juntas aqui.
Existe razões:
O Box, em edição limitada, criado por CHARLIE WATTS – sim! o histórico baterista dos ROLLING STONES, JÁ falecido -, foi lançado em 1991.
Nele, o excelente quinteto que WATTS juntou para tocar JAZZ, e neste caso, uma única composição de CHARLIE PARKER, de quem é fã de carteirinha.
Não preciso dizer que PETER KING, sax alto; GERARD PRESENCER trompete; BRIAN LEMON, piano; DAVID GREEN baixo acústico; e o próprio CHARLIE, claro, na bateria são, também, acompanhados por orquestra em uma das faixas, e fizeram excelente disco!
E, para torna-lo CULT, mesmo, acompanha um livreto, quase gibi, desenhado por CHARLIE WATTS sobre CHARLIE PARKER, e traz junto um poster legal.
Aos doze anos, “WATTS queria ser baterista da banda de CHARLIE PARKER”, ele disse. Mas, acabou nos ROLLING STONES.
Que bom!
Na postagem, outro BOX do próprio PARKER, coligido pela excelente RHINO RECORDS, em 1997 traz dois cds e livreto bem escrito.
Faz viagem ampla na obra desse gênio do JAZZ. Há participação dele em gravações clássicas com DIZZY GILLESPIE e, lógico, pelos os diversos quintetos, quartetos, heptetos.. que CHARLIE liderou em sua curta carreira.
PARKER morreu, em 1955 aos 35 anos, depois de ter revolucionado a forma de tocar o SAX ALTO e, por consequência, a sonoridade daquele instrumento.
Este box traz a icônica “YARDBIRD SUITE”, talvez sua principal composição, e que inspirou o nome da grande banda inglesa dos anos 1960.
Mas, tio Sérgio, o que é um YARDBIRD?
Eram mendigos, andarilhos, e até vagabundos… que pegavam carona do lado de fora dos trens, obviamente sem pagar, e circulavam de cidade em cidade, pelos EUA.
Pobres e sofredores, eram frequentemente expulsos com violência.
Por esta composição, o CHARLIE os humanizou e homenageou!!!!
DOIS CHARLIES imprescindíveis. PARKER é essencial; e WATTS nos redime!
Na postagem, uma foto de meu falecido tio ABRAMO GARINI, músico profissional da ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, a OSESP, que também tocou SAX e gostava de BIG BANDS. Guardo o tio ABRAMO junto com PARKER e WATTS. Os três gostariam um do outro!
Temos aqui 62 faixas de HARD ROCK americano selecionadas a dedo. Entre elas, dezessete clássicos inequívocos.
Não, não duvido que a imensa maioria caminha na direção do HARD ROCK. Mas, a questão é mais ampla e talvez profunda: o conceito.
Ouvindo os três CDS que fazem parte deste BOX bem concebido, com livreto explicativo e tudo, miscelânea muito legal, e talvez imprescindível, percebemos que em sete anos trafegaram de origens muito identificadas com o PSICHEDELIC ROCK, até definição mais clara do que de fato é considerado HARD ROCK!
Mas, TIO SÉRGIO, dá uma luz para nós, pô!
Claro, sobrinhos.
Em primeiro lugar, não há como criar alguma coisa fora do que foi ditado pelo ROCK PSICODÉLICO, entre 1967 e 1969.
Os clássicos dessa transição, VANILLA FUDGE, IRON BUTTERFLY, BLUE CHEER, STEPPENWOLF, SPIRIT e FRIJID PINK são facilmente identificáveis: não eram PROGRESSIVOS e nem METAL: eram claramente ROCK PSICODÉLICO PESADO, algo próximo ao HARD ROCK. Mas, abdicando do BLUES!
Então, como concebê-los?
O jogo fica mais claro, mas também complicado, a partir de 1969. Temos ALICE COOPER, MOUNTAIN, Z.Z.TOP, CACTUS, BLUE OYESTER CULT, DUST, JAMES GANG e aquela banda que todos gostamos e conhecemos. Como se chama, mesmo?
Mas, tio SÉRGIO, aqui aparecem doideiras pesadas anteriores e posteriores fazendo muito barulho, mas longe do BLUES. É gente como, QUICKSILVER MESSENGER SERVICE, BLUES MAGOOS, HUMAN BEINZ; e o reverenciado MUDDY WATERS… e, também, ARTHUR LEE, TOD RUNDGREN, LOVE… E para jogar gasolina e nitroglicerina na lenha, MC5 e STOOGES!!!! E tudo classificado como HARD ROCK?
Pode? E, se não não pode, o que fazer?
Ah…, tem mais, muito mais. Um montão de gente “sabida”, mas não tão “reputada”. E pencas de desconhecidos “siderantes” pelo espaço/tempo do POP ROCK . Vejam por aí…
Eu finalmente consegui uma faixa que me persegue desde o final da década de 1960. Não era tão difícil, mas postergada feito precatório: THE BUBBLE PUPPY, com HOT SMOKE AND SASSAFRASS – psicodelia pura, que saiu por aqui também, algo reverenciada e muito lega!
Não comprei o LP original, de 1968, acho. E, à partir de ontem, já posso ouvir em casa…
Fica para outra conversa distinguir o HARD ROCK feito pelos INGLESES do concebido e tocado pelos americanos. Há trilhas nessa mata….
Mas, não dá pra deixar de lado a imensidão de bandas “legais”, mas com talentos limitados. Gente que mal transcendeu o elementar, mas frequenta o imaginário de colecionadores com o TIO SÉRGIO, e muitos que conheço na rede, e pelas ótimas postagens.
Para resumir um início de papo, é BOX bem legal! Eu aconselho a vocês prospectarem. São caminhos muito próximos e instigantes. E o produto não é tão caro. Uns $35,00 BIDENS, com extorsão fiscal e tudo…
A edição é da nobre GRAPEFRUIT RECORDS, ingleses dedicados e conhecedores. E saiu este ano!!!
Sei lá… como chama mesmo aquela banda americana que todo mundo gosta?
Vou dar uma lambida rápida. Se é que isto é possível.
Tá na cara que o tio Sérgio adora a banda! E a coleciona até certo período. Não adentrei os anos 1980, acho. É assim mesmo: o gosto estabelece os limites.
Todos sabem que os grandes artistas ultrapassam a “metragem do tempo”.
Aliás, curiosamente, para um evento cultural que se pode considerar efêmero, as grandes bandas de ROCK tornaram-se mais, muito mais longevas do que se suporia, não é mesmo?
Busquei a gênese do DEEP PURPLE em meados dos anos 1960. JON LORD, um mago dos teclados e influente na história do rock além do reconhecido, tocou na talvez melhor banda BEAT inglesa de todos os tempos, tecnicamente falando: ARTWODS!
A banda foi criada e liderada por ART WOOD, irmão de RON WOOD, guitarrista dos ROLLING STONES. E lá estavam JON LORD; mais DEREK GRIFFITHS, guitarrista; e MALCOLN POOL, contrabaixo, que se tornaram músicos craques nos estúdios; e o mega-baterista KEEF HARTLEY, de carreira intensa. Procure ouvi-los. Eles punham a concorrência no chinelo!
A fase PSICODÉLICA do DEEP PURPLE, no final dos anos 1960 é muito boa, também. Um excelente compacto ( single ) deles foi lançado no Brasil, em 1968: HUSH!. Eu tive.
Porém, na opinião de LORD, RICHIE BLACKMORE e IAN PACE, não rolaria para o que estava se anunciando: música elétrica, pesada, HARD ROCK, e o ROCK PROGRESSIVO. E testaram IAN GILLAN e ROGER GLOVER, para o lugar de NICK SIMPER, baixo e ROD EVANS, vocal. E da ruptura surgiram o WARHORSE – xiiiiiiiiii, esqueci de incluir na foto! – e o CAPTAIN BEYOND, duas bandas excepcionais.
A vida seguiu, o DEEP PURPLE de 1970 a1976 foi glória absoluta! Discos clássicos, como IN ROCK, FIREBALL, WHO DO WE THINK WE ARE, MACHINE HEAD, e a sequência de álbuns ao vivo, entre os melhores da história do rock.
Os LONG PLAYS seguintes com GLEN HUGHES, e sua voz de cantor de R&B, recrutado no TRAPEZE; e DAVE COVERDALE, claro, do WHITESNAKE, formam discografia imprescindível para quem gosta de HARD-ROCK-PROGRESSIVO instilado por gotinhas de HEAVY METAL e tudo o que importa dos anos 1980 em diante.
Eles permanecem. Formam uma empresa que agrega quem esteve e ainda está em atividade. Cuidam do acervo histórico, trouxeram um guitarrista excepcional, STEVE MORSE, provindo do grupo country progressivo americano DIXIE DREGS, para o lugar de BLACKMORE. E o experiente e histórico DON AIREY, para os teclados.
Infelizmente, JON LORD nos deixou por outras galáxias. e RITCHIE BLACKMORE segue carreira solo. Mas, continuam em frente, de geração em geração. Viraram instituição. E com toda a razão – para cunhar rima vulgar, porém exata e justa.
Tio Sérgio foi vencido ainda nos anos 1970, e parou de compra-los. Mas, continua os acompanhando e gosta muito até hoje!
E acho que todos devem concordar: PERFECT STRANGER é uma grande música! Digna dos clássicos atemporais dos anos 1970!!!
E aqui estão os discos que tenho, honrosamente, em minha discoteca!
CLIFF RICHARDS quase 80 anos, gravou perto de 91 álbuns, incontáveis singles, está em inúmeras coletâneas e miscelâneas.
Vendeu mais de 250 milhões de discos! E teve carreira muito semelhante à de ELVIS PRESLEY E ROBERTO CARLOS: todos começaram no rock, derivaram para o POP e estão acima das críticas e modas.
CLIFF RICHARDS, como PAUL McCARTNEY, ELTON JOHN, GARY BROOKER, BRIAN MAY, entre vários é SIR pelo Império Britânico.
Reputa-se a CLIFF ter gravado o primeiro ROCK de verdade feito na Inglaterra, em 1958: MOVE IT; é ROCK excepcional, show de bola com HANK MARVIN e os DRIFTERS – que mudaram o nome para SHADOWS, em 1959. A música foi escolhida, a princípio, para lado B do primeiro single de CLIFF RICHARDS, “SCHOOLBOY CRUSH.
É notória, Inspirou C’MON EVERYBODY, de EDDIE COCHRAN, em 1959. E GREEN RIVER, do CREEDENCE CLEARWATER, é também uma derivação modificada.
Porém, sem sorte não se toma nem sorvete sem pegar pneumonia.
No lançamento o empresário deles levou o single ao D.J. JACK GOOD, para um programa de televisão. Ele escutou os dois lados e disse: “Tudo bem; mas aqui eu vou tocar o lado B, ROCK de verdade, e não um pastiche melodioso como outros por aí”… E virou história.
RICHARDS foi apresentado a HANK MARVIN, e o descreveu como um sujeito de óculos como BUDDY HOLLY, e que tocava tanto quanto JAMES BURTON, guitarrista ícone de ELVIS PRESLEY e RICK NELSON.
Bingo!
MARVIN e BRUCE WELCH formaram a primeira grande dupla de guitarristas do ROCK inglês. Influenciaram todo o mundo. Literal e figurativamente. São ídolos de duas ou três gerações à frente…
MOVE IT, música composta por IAN SAMWELL, em um banco de ônibus comum enquanto ele, CLIFF, e os futuros SHADOWS iam para o estúdio ABBEY ROAD gravar…
E encontrar NORRIE PARAMOUR o grande e histórico produtor e arranjador da época, e responsável por levar todos eles ao estrelato.
Daí para frente, CLIFF e os SHADOWS fizeram carreiras peculiares e sem conceder a modismos.
Foram do ROCK ao POP em geral, não entraram na PSICODELIA e muito menos em aventuras “PROGRESSIVAS”.
Os SHADOWS têm incontáveis discos, fizeram covers de tudo quanto foi sucesso ou música gravada nos últimos 60 anos! Um prodígio de produtividade e técnica.
Para os colecionadores, o BOX acima pega o período entre 1958 e 1963: 105 música, livro, fotos e vasto etc.
Há, também, edição limitada de CLIFF em trilha sonora, SUMMER HOLIDAY, 1963. E um box popular barato com os 5 primeiros de RICHARDS, com os SHADOWS.
É UM must do passado. É VINTAGE, categoria hoje anterior à classificação de OLDIES.
O Rodrigo Marques Nogueira certa vez levantou a bola na área. Publicou um vídeo de outro colecionador que, aparentemente, tem completas as várias edições limitadas de MILES DAVIS, lançadas há uns 20 anos. Esforço fantástico!
Sou MILESMANÍACO, se der eu compro o que aparece. Pensei que tivesse todos. Vi coisas que deu vontade de uivar e chorar!
Observando melhor, percebi que entre os vários que tenho, apenas três são limitados para colecionadores. Artigos espetaculares em acabamento, material, mas com foco diferente do esperado: pega a produção total de Miles em períodos determinados, foca no conceito gráfico lembrando um bloco de notas preso por um
talvez suporte, ou garra de metal, que abraça e mantém folhas e discos unidos. É lindo e refinado!
A organização das músicas fica além dos discos lançados. Em alguns, dispensa fotos das capinhas tradicionais, mas sempre descreve as sessões de gravação e shows de cada época.
A fadinha MASTERCARD permitiu que eu comprasse: MILES DAVIS QUINTET 1965-1968; MILES DAVIS e JOHN COLTRANE, entre 1955/1961; MILES DAVIS e GIL EVANS, mais ou menos 1957/1963 . Um monte de CDs! Alguns sumiram do mercado, para a minha frustração. Hoje, são raros e preciosos!
Como artigo, é luxo só! E a perspectiva é semelhante aos boxes lançados nos anos 1990. Mas, com outro e espetacular visual.
Os Tapes , remasterizados, estão no auge do que a COLUMBIA produziu. Um XTUDO imperdível.
No entanto, fui coletando outros lançamentos de MILES DAVIS à partir dalí! São edições limitadas, também, mas não tão luxuosas: MILES DAVIS QUINTET, LIVE IN EUROPE, 1967, com WAYNE SHORTER, HERBIE HANCOCK, RON CARTER e TONY WILLIANS. É a última formação pré a erupção do JAZZ ROCK/FUSION JAZZ, que veio a seguir:
THE COMPLETE IN A SILENT WAY SESSIONS, disco seminal da FUSION, e seu mais próximo ao ROCK PROGRESSIVO, gravado em 1968 e 1969, e seu time estelar: JOE ZAWINUL, CHICK COREA, HERBIE HANCOCK, DAVE HOLLAND, JACK DeJOHNNETTE e JOHN McLAUGHLIN, todos em auge técnico e artístico!!!
Em seguida, temos BITCHES BREW 40TH ANIVERSARY; lançado em 1970, outro disco revolucionário, em que MILES observa a trajetória da turma do ROCK PSICODÉLICO e da SOUL MUSIC: JIMI HENDRIX, SLY & THE FAMILY STONE, MARVIN GAYE, SANTANA, JAMES BROWN.
Por consequência algo indireta, BLACK BEAUTY, LIVE AT PHILLMORE WEST, DE 1970, com CHICK COREA, DAVE HOLLAND, JACK DeJOHNETTE e AIRTO MOREIRA e STEVE GROSSMAN, soprano.
E já novamente inovando temos DARK MAGUS, SHOW ao VIVO de 1974, base do que assisti por aqui, em show memorável e indescritível, no TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, naqueles tempos;
Há, também, edições do talvez maior disco do JAZZ MODERNO, KIND OF BLUE, 1959. ÁLBUM DUPLO EM VINIL de 180g, como masterização em MONO e STEREO; e duas versões em CD, a tradicional, em álbum triplo, e uma edição europeia dupla que encontrei pelaí, também MONO e STEREO.
Quer dizer, uma chuva de meteoros para todos curtirem!
Vou contar uma historinha que li sobre SLIM HARPO:
Certo dia, do início para meados dos anos 1960, HARPO foi ao banco para depositar um cheque de royalties que recebera.
Lá, encontrou o cantor JOHN FRED ( & THE PLAYBOYS), ilustre semidesconhecido, que talvez alguns da minha geração saibam quem foi, porque fez sucesso mundial com a música JUDY IN DISGUISE, 1968 , um ROCK – R&B muito dançável que tocou bastante por aqui, também.
E o papo rolou mais ou menos assim:
SLIM: Você sabe quem são esses tais ROLLING STONES?
FRED: Claro, são ingleses e muito famosos por lá e também aqui;
SLIM: ( pegou o cheque e mostrou. ) E esse valor, está bom?
FRED: Claro, pô! São 25 mil dólares???!!! Como é que você conseguiu?
SLIM: Estes são os royalties que recebi pela composição de “I´M YOUR KING BEE”, gravada por eles, outros ingleses, e sei lá mais por quem!! ( Depois, vem mais, disseram …). Eu sei: MUDDY WATERS, PRETTY THINGS, YARDBIRDS e um monte.
Moral instrutiva da história: naqueles tempos, arrecadava-se corretamente os direitos autorais e a BMI, administradora, pagava os compositores.
SLIM HARPO era cantor, gaitista e compositor. Um dos criadores do chamado SWAMP ROCK, na LOUSIANA, um “COUNTRY – BLUES” de andamento rápido, e dançável.
Como cantor não era tão notável, a voz não é a do negão padrão, mas algo mais leve, anasalada, vez por outra correndo para o country…
HARPO, que assinava com seu próprio nome, JAMES MOORE, compôs outros clássicos do gênero, como “I GOT LOVE IF YOU WANT IT”, “SHAKE YOUR HIPS”, BABY, SCRATCH MY BACK . A inglesada adorava, e tornaram-se STANDARDS do BLUES ROCK. E teve um hit SOUL considerável, em 1961, “RAINING IN MY HEART”.
SLIM HARPO foi um “sider” na história, mas quem coleciona BLUES e ROCK pode ter essa coletânea da BEAR FAMILY, competente como sempre. Mas, para conhecê-lo, é melhor buscar versões de outros artistas, mais instigantes e criativos.
Outro “sider” histórico é o baterista SAM LAY. Descolei este cd, muito bem gravado para a TELARC BLUES, em 1999, xereteando na WEB. Saiu barato, uns R$ 40,00 mandacarus, com frete e tudo. O preço de um cd comum nacional.
É um bom disco para quem gosta do BLUES ELÉTRICO ao estilo CHICAGO. SAM canta bem, a banda é entrosada e alguns arranjos são algo diferenciados. Bom de se ter, se não for caro.
SAM LAY era “o” baterista oficial da CHESS RECORDS. Tocou, por lá, com o mundo e Deus também: WILLIE DIXON, HOWLING WOLF, JOHN LEE HOOKER, JUNIOR WELLS, MUDDY WATERS. Tá bom, né? Só que tem bem mais no currículo…
Ele foi da histórica PAUL BUTTERFIELD BLUES BAND, (1965/1971) elevada ao ROCK AND ROLL HALL OF FAME, EM 2015, onde esteve recebendo seu prêmio.
Participou, em 1965, do galáctico eterno clássico “61 AVENUE REVISITED”, de BOB DYLAN, disco em que está LIKE A ROLLING STONE. E do histórico festival de NEWPORT- onde houve a bronca dos puristas contra o ELECTRIC – FOLK-BLUES-ROCK que DYLAN e banda apresentaram por lá.
SAM LAY e SLIM HARPO são partes da história vasta. E diversão para quem gosta e coleciona. Procurem conhecê-los.