COMPOSIÇÕES CLÁSSICAS MODERNAS E CONTEMPORÂNEAS. E ALGUNS DISCOS INSTIGANTES.

Vamos começar pela grande POLÊMICA CULTURAL que assola o mundo da “MÚSICA ERUDITA” faz mais de trinta anos.

No mundo quase inteiro, à exceção do BRASIL e ARGENTINA, – e talvez mais alguns países -, usa-se a expressão MÚSICA CLÁSSICA para definir o que não é MÚSICA POPULAR, geral. E seja JAZZ, MPB, ROCK, BLUES, WORLD MUSIC, o quê se escolher….

Observem as publicações alemãs, americanas, inglesas, especializadas em “MÚSICA DE CONCERTO”: todas usam a expressão “CLASSICAL MUSIC”.

No BRASIL e na ARGENTINA usa-se a expressão MÚSICA ERUDITA em oposição à “MÚSICA POPULAR”.

Isto seria certo? com quem está a razão?

Os dois lados têm argumentos de sobra para justificarem suas escolhas. Muitos dizem que MÚSICA CLÁSSICA SE REFERE AO “PERÍODO CLÁSSICO” DA MÚSICA ERUDITA.

Eu discordaria. Afinal, falamos do “PERÍODO CLÁSSICO”, e não da MÚSICA como um todo. E, para complicar, muita música hoje classificada como ERUDITA, era simplesmente música popular quando foi escrita, ou composta. Exemplo? VIVALDI.

Meu amigo Rodrigo Marques Nogueira quase me convenceu a mudar a minha… ahnnn… convicção.

Eu não decidi, portanto não optei, e continuo incorrendo no erro – quem sabe não tão errado – e chamando “MÚSICA CLÁSSICA” de “MÚSICA CLÁSSICA”.

Então, postei os discos aqui como “CLÁSSICOS MODERNOS e CONTEMPORÂNEOS”.

Quer dizer, Pierre Mignac e outros amigos variados aqui, como CACHORRO VELHO, acho que não aprendi nada. Mas…

Como faz parte das minhas predileções, postei coisas tangenciando ou derivadas do ROCK.

PHILLIP GLASS, maravilhoso compositor minimalista, transformou os temas de três discos de DAVID BOWIE e BRIAN ENO, na fase Berlim, em obras CLÁSSICAS CONTEMPORÂNEAS:

“HEROES”, “LOW” e “LODGER” eram espetaculares como discos de ROCK. Mas, tornaram-se maravilhosos em composições “CLÁSSICAS”.

Há também GLEHN BRANCA, compositor americano, inspiração e professor dos integrantes do grupo de ROCK “SONIC YOUTH”. Sei lá, mas o que ele propõe com as guitarras é no mínimo “REVOLUCIONANTE”. Vai além do SONIC. E deve ser apreciado.

Mas, dá pra gostar? Eu acho que dá para “ADORAR”. Em todo caso…

Talvez, o pioneiro dessa turma toda, TERRY RILLEY e sua composição “IN C”, sejam o marco inicial do CLÁSSICO QUASE ROCK.

Mas, TIO SÉRGIO, dá pra gostar, curtir? Perguntem ao Gerson Périco Eu e ele achamos que não dá pra não ter…

Quando olharem o CD do MAESTRO LEOPOLD STOKOWSKI não foquem em CARMINA BURANA. Mas, em “A PAGAN POEM”, do compositor americano CHARLES MARTIN LOEFFLER, gravada em 1958. É moderna, sem ser experimental, e o tratamento do maestro LEOPOLD STOKOWSKI à orquestração e ao clima exalado pela obra é sensacional! Sutil, romântico e solitário, e tudo simultaneamente: um “CLÁSSICO DE VANGUARDA CONSERVADORA CONTEMPORÃNEA”?

Seria? Existiria?

Tio SÉRGIO, que não é lá essas coisas, sempre volta a esse disco. Tente você, uma vez ao menos….

Há por aqui, também, ANDRE PREVIN executando “RHAPSODY IN BLUE” de GERSHWIN. Para mim, essa é a melhor gravação que ouvi da obra! O alcance do clarinete na introdução é espetáculo à parte. A força e a sonoridade com que a orquestra “toma” a cena é inesquecível.

Curiosamente, eu tive em vinil quando lançada, no início dos anos 1980. Foi editado em 45RPM. Não ouvi gravação em digital com tanto impacto!!!! Colossal!!! IMPERDÍVEL!!!

No mais, outros nada óbvios, de KRONOS QUARTET a ARVO PART, passando por RAUTAVAARA, um finlandês melódico, bucólico. E há LIGETI, NONO e PIERRE BOULEZ. E obras pianísticas de SATIE, com o pianista japonês “RIRI SHIMADA”.

E, claro, não esqueci STOCKHAUSEN para inspirar a turma da MÚSICA ELETRÔNICA, e outros babados influentes no POP contemporâneo. Procurem a nossa gênio solitária, JOCY DE OLIVEIRA, amiga de STRAVINSKY e de STOCKHAUSEN, e que interveio nesse guisado, no final dos 1950 início dos 1960!

Obra dela foi a primeira exibição de MÚSICA ELETROACÚSTICA em qualquer palco brasileiro. A obra da compositora, foi regida no TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, por três dias seguidos, em 1961! “APAGUE MEU SPOTLIGHT” foi sucesso enorme, depois encenado mundo afora….

Eu tive “KARLHEINZ” ( para os íntimos…) também em vinil, na década de 1970. Comprei na BRENO ROSSI, por indicação de um “fogoso senhor”, que buscava discos do meu lado, na loja…

Levei uma cantada e revidei com um olhar “PÁSSARO DE FOGO”!!!! , para não esquecer STRAVINSKY, outro MODERNO CONSERVADOR…

O proponente sumiu na hora. E o TIO SÉRGIO foi tomar chopes na esquina da IPIRANGA COM A AVENIDA SÃO JOÃO….

Coisas de SAMPA, não é CAETANO VELOSO?

Recomendo tudo e todos, polêmicas incluídas!

PAUL BADURA-SKODA e ALFRED BRENDEL, OS DOIS PIANISTAS CLÁSSICOS QUE MAIS GOSTO!

Por óbvio que seja, é impossível saber ou informar-se completamente sobre assunto qualquer. Ninguém sabe tudo, ou de forma efetiva sobre os macro temas da vida.

Se você gosta de música e quer saber um pouco mais, convém não ter ilusões. É recomendável privilegiar entre o CLÁSSICO e o POPULAR e, dentro deles, períodos, estilos ou seja mais o que for.

Ninguém sabe tudo de MPB, ou JAZZ, BLUES, ou ROCK. Esse é vastíssimo, espalhado e tão inconsistente e variado, que é bom ir com calma).

Entendo quase nada sobre a música CLÁSSICA. Há quem prefira o nome música “ERUDITA”. Aliás, no BRASIL é assim denominada. Eu não vejo motivo: no mundo quase inteiro é simplesmente chamada de MÚSICA CLÁSSICA – Veja Europa, EUA….

O que sei a respeito é superficial e foi aprendido por algum objetivo ou gosto transitório. Mesmo assim, mantive discos que aprecio, e para mim, são significativos.

Ando, no entanto, renovando o meu interesse. Voltei a comprar discos.

Gosto de PIANO em suas variações possíveis, do CLÁSSICO ao POPULAR. E os dois cavalheiros aqui postados estão entre os maiores pianistas do século XX . E, mais: são intelectuais da música, estilistas do piano e concertistas magníficos, de obra enorme gravada, prêmios ao redor do universo e tudo o mais a que têm direito.

Ambos são austríacos. E ALFRED BRENDEL, hoje, 2024, continua vivo aos 92 anos.

O que me leva à única percepção mais detida sobre o assunto que consigo comentar. Os pianistas alemães, como WILHEM KAMPF, fazem um ataque mais incisivo ao instrumento. Os dois austríacos não. Seria uma escola? Ou apenas personalíssimas interpretações do mesmo repertório?

Adoro BRENDELL por causa do dedilhado perfeito, onde se ouve nota por nota. Ele controla a música de maneira soberba. Aliás, se identifica como um executor fiel dos objetivos e ideias do compositor.

Seu ciclo de BEETHOVEN, das sonatas aos concertos para piano, a mim parecem supremos. De uma leveza contrastante com o estilo de seus primos alemães…

BADURA-SKODA coleciona pianos e gravou muita coisa usando instrumentos originais. Fez, inclusive, ciclos de obras com instrumentos de épocas diversas, portanto com resultados diferentes.

Para mim, ele retira sonoridade única dos teclados. O TRÍPLICE CONCERTO de BEETHOVEN, na foto, é de beleza ímpar. E a execução do COLLEGIUM AUREUM é espetacular em quaisquer aspectos: compreensão da obra, sentimento e técnica.

Eu incentivo os meus amigos a buscar o vinil original da gravadora alemã “HARMONIA MUNDI”, lançado por aqui em 1974. Ou, quem sabe importá-lo. Talvez não sejam caros demais. Da capa à qualidade técnica e artística da gravação vale muito além do que custa.

E quanto aos CDs?

Esqueçam. O que recentemente vi disponível custa mais de R$ 500,00!!!!

Magia, mestria, refinamento esperam os que ousarem.

BATERISTAS E A MODERNIDADE

 

Entre os meses de outubro de 1958 e agosto de 1959, vieram ao mundo três discos seminais, clássicos absolutos ouvidos de lá em diante por gerações, e reeditados por diversos meios.

Aqui estão obras que influenciaram o futuro; ou se tornaram apenas sucesso de público quase eterno.

Eu falo do primeiro disco de JOÃO GILBERTO, “CHEGA DE SAUDADES”, de outubro de 1958 que, além do violão inovador e a presença de TOM JOBIM, teve a colaboração essencial de um baterista que reorientou o samba para novos rumos, mais próximo ao que faziam os jazzistas de seu tempo: MILTON BANANA.

Sem ele, a tradição não teria sido renovada em formato mais contemporâneo. A BOSSA NOVA passa pelos três em consórcio insubstituível.

No dia dois de março de 1959, foi gravado “SO WHAT?”, a primeira faixa do álbum que simboliza a modernidade no JAZZ, “A KIND OF BLUE”, de MILES DAVIS.

Começa com o baixo de PAUL CHAMBERS. Em seguida, criando caminhos para todos seguirem vem BILL EVANS, o genial pianista, que estrutura a música que virá com a sutiliza e arte que o consagrou.

Eis que a um minuto e trinta e um segundos, desponta para o eterno o BATERISTA JIMMY COBB.

Na caixa acústica ressoa o prato que preenche por completo o ambiente, e libera MILES DAVIS, JOHN COLTRANE e o resto do grupo para criar uma das faixas fundamentais da história do JAZZ.

Ouçam JIMMY COBB sob a perspectiva de um ARAUTO. Um Messias! Eu faço isto frequentemente! É a nave JAZZ singrando o cosmo rumo a sabe-se lá o quê, ou quando!

Para incrementar a discussão, um disco talvez mais fraco, comparativa e artisticamente falando, porém entre os mais vendidos na história da música: “TIME OUT”, gravado por DAVE BRUBECK QUARTET. E a faixa mais popularmente associada ao que seria, humm…JAZZ: “TAKE FIVE”!

Pois, é!

Curiosamente, os que brilham são PAUL DESMOND, no SAX ALTO, e um solo algo comportado do grande BATERISTA JOE MORELLO, porque feito para consolidar a música, marcando antológicos um minuto e cinquenta segundos de apresentação de MORELLO, minuciosamente definidos.

O PIANO de BRUBECK os acompanha com a mestria à beira da música clássica; um dos atrativos para um público branco, mais rico e refinado, que os quatro atingiam. E foi tudo feito em agosto de 1959.

Por favor, jamais suponham que havia racismo. Para os que têm dúvida, procurem outro disco do quarteto de BRUBECK, acompanhando o fantástico BLUES-SHOUTER, JIMMY RUSHING.

Quero argumentar: no espaço de dez meses o mundo da música recompôs rumos! E o JAZZ passou a ganhar mercados.

Mas, o que fazem por aqui, TERJE RYPDAL, um guitarrista inovador; o baixo consagrado de MIROSLAV VITOUS; e JACK DeJOHNETTE, neste sensacional disco da gravadora ECM, de 1979?

É “FUSION à COLD?”

O toque em alto estilo de JACK DeJOHNETTE comandando os pratos da bateria, tornou-se uma das marcas registradas do JAZZ CONTEMPORÂNEO EUROPEU; e neste álbum conduz a incrível e peculiar sonoridade desse “JAZZ POWER TRIO” multinacional.

JACK DeJOHNETTE tem discípulos espalhados pelos discos da gravadora ECM. E pelo mundo… Músicos que, como ele, se recusam a meramente acompanhar, e constroem andamentos, harmonias e melodias com a bateria.

A nova safra de discos da gravadora traz um JAZZ muito peculiar, fincado em música onde o tema central é desconhecido, abrindo espaço para solos e a participação de todos, em um “continuum” que não parece improvisado, ao contrário.

O trio do pianista WOLFERT BREDERODE, neste álbum de 2016, faz música de beleza, sobriedade e sutileza imensas! E abre com aquele som do prato que JACK DeJOHNETTE criou. imperdível!

Você talvez estranhará e perguntará:

Mas, TIO SÉRGIO, e o “LED ZEPPELIN 4”, lançado em 1971, o que faz por aqui?

Ora, a mais esfuziante, “acutilada” e talvez mais conhecida abertura com os pratos da bateria está em “ROCK AND ROLL”.

JOHN BOHNAM, um quase batuqueiro, arrebenta o jogo para sempre, o eterno sempre!

Entenderam?

RENATO VON GLEHN, O BEM-VINDO

Conheci Renato uns quarenta anos atrás. É pai da Isabela, casada com o Toninho, meus cunhados. Nos víamos vez por outra em festas familiares, e ocasiões especiais, e minhas impressões sobre ele sempre foram as melhores. Renato é ( eu mantenho no presente ) das raras pessoas bem-vindas em quaisquer ambientes.

Papeamos diversas vezes. A mesa, os copos, a música – geralmente o bom samba que o Toninho e sua turma sempre nos propiciam -, e mais gente conversando, agregando assunto à vida sempre curta.

Conversar é preciso – porque para gente como “seo” Renato papear é viver! Viveu, vive…

Renato é ( continuo no presente ) um dos grandes contadores de histórias que conheci. Começo, meio e fim. Experiências, invenções, exemplos catados em fragmentos de memória, e transformados no papo que seguia ( segue? )…

Entre os melhores momentos em que cruzamos não foge de mim um final de ano, talvez 25 atrás, em Cotia, na casa do Toninho e da Isabela.

À mesa na varanda, idosa, digna, cult estávamos eu, Renato, meu pai Fernando, o Antonio meu sogro, e um velho e querido amigo de todos nós, Naiff Haidar.

Arrisco afirmar que as pedras de gelo poucas vezes sentiram-se tão honradas e à vontade. A conversa regou o prazer da convivência; esticada ano novo adentro…Inesquecível!

Há cinco anos Renato deu um passo a frente de todos nós. E estivemos lá honrando sua existência. E, depois, fizemos o que ele fez em incontáveis ocasiões: fomos ao Restaurante do Clube Colping, um aconchegante lugar para comer e beber, no Campo Belo, São Paulo, e ocupamos várias mesas.

Cerca de 50 pessoas entre parentes e amigos. Repetimos a preferência do Renato com dor na vida e alegria triste no coração.

Quando saí, disse a todos: quando eu estiver pela bola sete, e depois de ela cair na caçapa, que todos se encontrem num bar para celebrar a vida pontuada pela morte.

Sempre inevitável como a dor.

Renato gostou do que a turma fez!

AS BELAS DA TARDE PERDIDA NO TEMPO

HISTORINHAS QUE O TIO SÉRGIO LEMBRA

Uma tarde, paulistana tarde, em bairro próximo a bairro nobre da zona sul da Capital de São Paulo, eu e o então meu amigo Ricardo visitamos outro amigo dele. Evento perdido no tempo. Talvez há uns 49 50 anos.

Era um cara legal e mais velho do que nós dois. Italiano e algo reservado; arquiteto em fase de projeção que, depois, tornou-se famoso. Morava em casa moderna e ampla que havia construído. Intrigante, cool!

Tinha discos, mas o som não era essas coisas. O que “eram” demais – e se me recordo, um tanto a mais do que demais!!!! – eram as duas namoradas que coabitavam fazendo um Power Trio harmônico, excitante, fora das normas: uma negra e outra branca. Belas. Mas, nada esfuziantes! Naturalmente integradas aos comportamentos que rolavam no anno domini de 1972, por aí…

A dobradinha literalmente sem bucho incendiou minha imaginação, que perscrutava hipóteses, técnicas, táticas, capítulos e integrações possíveis entre aqueles três. Moderno ao cúmulo; mas, improvável pelo que conhecia ao vivo da vida.

Chegamos lá, recepção casual, sem bebidas ou antipatias, mostraram para nós a aranha capturada dentro da casa. Enorme; perigosa, mas rejeitada em vidro de maionese. Era parte da decoração, um contraponto incômodo.

E veio o cachorro, de raça, talvez pastor alemão. Grande, mas abilolado por uma brincadeira que vi, tempos após, em um estúdio de rádio durante o programa “KALEIDOSCÓPIO”, do Jaques Sobretudo Gersgorin, em meados dos anos 1970:

O pessoal fumava maconha e soltava a fumaça no focinho dos bichos! Eu garanto: cachorro voa; aqueles pobres, ao menos, voavam…Maldade, ontem; e crime, hoje em dia…mas, parte do underground, da contestação periférica à caretice da ditadura…

Este pessoal era da ala psicodélica da esquerda…

A visita foi para bater papo, distrair o ócio. Coisas entre vizinhos, que Ricardo, o meu amigo, e o arquiteto eram.

O quarteto fumou maconha; eu não. Odeio a erva. E ficou a observação do natural improvável; e, depois disso, os perfeitamente possíveis trios, ou quartetos, quintetos, múltiplas escolhas e conúbios que sempre aconteceram e acontecem…Sexo é banal…

O tempo passou, nunca mais ouvi falar do Ricardo. Sobre o arquiteto famoso eu soube, mas não falo; das moças não sabia e jamais soube.

Discrição e naturalidade são meios de se penetrar no âmago dos pequenos segredos. Quem fofoca não é convidado. E, antes de tudo, eu sempre fui um cavalheiro

NEOPSICODÉLICOS E ARREDORES – 1984/2000

Acordei com a impressão de que a minha discoteca tem vários pavilhões organizados de acordo com a periculosidade dos moradores, ou detidos…
Tem espaço para LULUS FOFINHOS e CHIWAWAS IRRITADIÇAS. E locais para LOBOS, LEÕES, TIGRESAS e outros “SUPER FURRY ANIMALS”.
E, também, para bichos movediços, cediços, obscuros e arredios. Talvez boa parte do que publico agora esteja nessa categoria. Claro, importei alguns LOBOS e CHIWAWAS que dão um certo tempero e reduzem o perigo de tédio.
Talvez nunca os sub-estilos nomeados tenham tido expansão tão grande do que a partir do PUNK, cerca de 1975.
O ROCK dos anos 1980/1990 não é minha especialidade e nem predileção. Mas, como todo curioso e xereta do POP, dei minhas mordidas, tomei ferroadas, expulsei alguns bichos e mantive outros; HÁ VÁRIOS DISCOS LEGAIS e INTERESSANTES.
Resolvi focar nos chamados NEOPSICODÉLICOS. Definitivamente, talvez! É possível que alguns a turma não concorde que sejam totalmente PSICODÉLICOS.
Mas, tio Sérgio foi torturado no ROCK AND ROLL HALL OF FAME, confessou e entregou: quando escuto “WISH”, do THE CURE, sinto os ELECTRIC PRUNES escondidos debaixo das saias de ROBERT SMITH. É só levanta-la!
Vá e faça um ultrassom em BECK quando ouvir MUTATIONS. Você encontrará útero engravidado e ouvirá o coração de RAY DAVIES, KINKS, cerca VILLAGE GREEN.
Êpa! Há gêmeos! Tem um SYD BARRETT escondido ali!
Anos atrás – quase muitos! – perguntei ao Fernando Naporano o que achava do “RIDE”. Ele respondeu meio encabulado que não gostava. Porque os moços apareciam nos “Programas do Chacrinha na Inglaterra”, e não eram lá essas coisas. Concordo.
Mas procurem conhecer “CARNIVAL OF LIGHTS”, álbum PSICODÉLICO até o último reduto! Se você não encontrar os BYRDS de 1968/69 por ali, é porque tem bebido errado! É um grande disco!
E há esse BOX DOS CHARLATANS. Até excessivo para mim. No entanto, o mantive porque tem esse TRAVO PSICODÉLICO que a turma do BRITPOP sabia fazer bem.
E o PULP, heim? Nossa, TIO SÉRGIO? Eles?
Sim, disco perfeitamente categorizável como PSICODÉLICO e talvez PROGRESSIVO. E vem com ajuda na produção e orquestrações do SCOTT WALKER, sempre um plus e garantia de não-mesmice! É bom, sim senhor!
As meninas do LUSH eu adoro. E “SPLIT” é um disco lindíssimo, no precipício entre a PSICODELIA e LAIVOS PROGRESSIVOS. Elas não são CHIWAWAS! São LEOAS! Quem encontrar a coletânea delas não se arrependerá! E acho imprescindível que vocês conheçam o disco do SLOWDIVE, NEOPSICODÉLICO nítido e cult!
Há duos pop algo sui-generis nessa parada. Os franceses do AIR, para alguns TECHOPOP CHIC. Eu enxergo nesse disco viagens movidas por alguma química…
E os belgas ( ou holandeses, ou sei lá… ) do DE VISION? Comprei há duas décadas na loja do ALEXANDRE TWIN. Fazem a ponte entre os MOODY BLUES e o DEPECHE MODE!
Mas pode isto, TIO SÉRGIO?
Pode sim; e é bem legal!
Meus ouvidos enxergaram hálitos de ROCK PSICODÉLICO em vários discos do RADIOHEAD, OK COMPUTER, inclusive. E nas “guitarras quase INDUSTRIAL ROCK” do CURVE e MY BLOOD VALENTINE.
Falar o quê dos PIXIES, JESUS & MARY CHAIN, STEREOLAB, RAIN PARADE, COCTEAU TWINS, PLACEBO, SPIRITUALIZED, KULA SHAKER e, principalmente, em “MELLON COLLIE” dos SMASHING PUMPCKINS?
E recomendo o “THIS MORTAL COIL”, neste BOX de 4 CDS, um deles com as versões originais sobre as quais eles fizeram covers! É muito bom e artisticamente estiloso.
Aproveitem se puderem, encontrarem, e optarem pelo excelente e talvez definitivo resumo de todo o BRIT POP. É o caixotão chamado THE BRIT BOX”, que traz em 4 CDS 78 MÚSICAS de todo o mundo e seus amigos: OASIS, BLUR, CATATONIA, e tantos e tontos que é bom vocês pesquisarem. Não é tri-legal, como diziam os gaúchos?
Então, “SANTO DAIME PAZ” – aliás, em matéria de trocadilho infame talvez seja o meu recorde.
Divirtam-se!!!
Publicação original em 24/01/2021

“ARVO PART” E AS FRONTEIRAS DA MODERNIDADE

Sempre a curiosidade. Inimiga da monotonia e da repetição, mas desafiadora do bom senso e da auto-contenção.

Caçando discos no MERCADO LIVRE, pois o CORREIO cassara minha tranquilidade, porque eu sempre fora previamente avisado da chegada de meus … humm… “stuffs”… e, agora não mais… OOOPS…, parece que voltaram a notificar…

Mas, já aconteceu do “MAIL NACIONAL” devolver Europa adentro as compras que fiz. Fiquei surpreso e indignado, mas adequei-me ao novo método da estatal, que mescla vagabundagem com economia porca em prejuízo da clientela. Paciência sem resignação; mas, fazer o quê?

Então, fiz.

Procurando alguns itens de JAZZ e MÚSICA MAIS SOFISTICADA, tentei encontrar discos da GRAVADORA ECM. Achei vários; e nada baratos. Ouvi apenas um deles, que juntei à foto na expectativa de um possível mix artístico-conceitual para um comentário.

Sei lá se consegui…E aqui vai a falta de auto-contenção.

A ECM tem uma série de CLÁSSICOS MODERNOS buscados nas fronteiras da música ocidental. E, como sempre, em nível máximo.

A enorme fama do estoniano ARVO PART foi levantada por MANFRED EICHER e sua turma, que lançou incontáveis obras do, hoje, mais executado compositor contemporâneo.

PART começou “SERIAL – DODECAFÔNICO” e foi nada sutilmente “analisado” por um “COMISSÁRIO-CRÍTICO-CULTURAL” da próspera e desenvolvida Estônia dos anos 1950.

A obra dele foi incluída no “Index” como “ocidental e decadente”. E teve a carreira retardada por aquela gente aberta e progressista…

Em 1980, desentendeu-se de vez com os soviéticos e o governo. Então, saiu do país, instalou-se na SUÍÇA, e de lá foi para o mundo. Ele é cristão e sua arte exala isto…

A música de ARVO PART não é nacionalista; não se inspirou no folclore e raízes de seu país. Ele faz MÚSICA ATEMPORAL, um arco incandescente unindo ideias do presente, passado e o “do futuro”, também!

ARVO foi inspirado pela MÚSICA RENASCENTISTA e no CANTO GREGORIANO. E construiu dentro do MINIMALISMO um estilo que batizou de “TINTINABULI” – algo como “o soar dos sinos”…

Ele trabalha na linha de PHILLIP GLASS, STEVE REICH e GÓRECKI, compositores criativos contemporâneos.

A música de ARVO PART é uma “hipnótica espiral descendente” cuidadosamente construída – se me faço compreender. É de beleza total!

Procurem o disco “TABULA RASA”, lançado pela ECM, em 1984. Escutem a versão com o violinista GIDON KREMER e dois outros músicos. Lá você verá o que é e como se toca e “aplica” um “PIANO PREPARADO”. Emocionante!

Falando de fronteiras e religiosidade; e de estar só num mundo isolado e limítrofe com outras culturas, vamos a um achado instigante e único:

A ARMÊNIA FOI O PRIMEIRO “ESTADO” QUE ADOTOU O CRISTIANISMO COMO RELIGIÃO. Foi no ANO DE 304!

E os armênios foram os primeiros a construir uma linguagem de notações musicais! É isso aí, caras! Há composições do século X que sobreviveram e são executadas até hoje, porque escritas, notadas!

É um povo profundamente religioso, mas isolado dos países cristãos, e muito perto dos muçulmanos. Estão na fronteira cultural OCIDENTE-ORIENTE.

A MÚSICA CLÁSSICA deles abarca elementos de CANTOS GREGORIANOS, e se combina aos folclores local e dos vizinhos. O resultado é sonoridade exótica, e muito particular.

Aqui há dois discos que exploram exatamente isso, lançados pela excepcional gravadora “CELESTIAL HARMONIES”.

E também há outro da ECM, com música do armênio TIGRAN MANSURIAN, gravada pelo ARMENIAN CHAMBER CHOIR cantando poemas desse compatriota moderno.

Aliás, é outro disco que comprei porque não estava caro. Escuta-lo fez – me pensar, e remeteu-me à IMENSA RIQUEZA QUE O MULTICULTURALISMO oferece, em oposição ao nacionalismo rústico e impeditivo.

Em fevereiro de 2020, assisti pela TV a um concerto gravado na Espanha com o maestro sul-coreano “MYUNG – WHUN CHUNG” regendo a “ACADEMIA NAZIONALE DE SANTA CECILIA” (italiana), e tocando adivinhem quem?

ARVO PART.

Somatória multicultural magnífica e instigante!

TIO SÉRGIO recomenda efusivamente!
Publicação original em 23/01/2020

AMY WINEHOUSE e CARLA BRUNI: ICONOCLASTAS DE TALENTO!

Claro, AMY, a garota inglesa, descendente de judeus, magnífica voz CONTRALTO, BOCA SUJA e LETRAS “MELHORES” AINDA, teria tudo para ser das maiores cantoras POP de todos os tempos ( de sua época foi, sem dúvidas ).
A curta discografia da moça, vendeu mais de 40 milhões de cópias. Um feito movimentado por sua morte precoce, aos 27 anos de idade, como JIM MORRISON, BRIAN JONES e JANIS JOPLIN.
Seu disco “BACK TO BLACK” é espetacular, porque conservador, o que lhe deu oportunidade para mostrar o inquestionável talento.
Foi o álbum mais vendido no mundo, em 2007, seis milhões de cópias! E, só no Brasil, foram mais de 500 mil cópias compradas por seus fãs e adjacências!
HIDDEN TREASURES, outro álbum que está na foto é bom, também. Mas, cheira inacabado, e prospecta caminhos complementares ao seu potencial artístico. Expondo alguns porquês do sucesso dela.
AMY JADE WINEHOUSE esteve pouco tempo entre nós, e infelizmente se foi. Levada pelas drogas e suas mazelas correlatas.
Ouçam a menina! Há encantos claros!!!

CARLA GILBERTA BRUNI TEDESCHI, a burguesinha ÍTALO – FRANCO – SUÍÇA, é figura do Grand Monde! Refinada, e um furor em quaisquer ambientes sociais onde pise, e o quê mais se quiser aventar.
Ela e o marido, o ex-presidente francês NICOLAS SARKOZY foram um must, em Brasília, quando aqui estiveram no governo de FHC.
Ahhh, como gastaram o francês, junto à plateia mesmerizada! CARLA deu uma canja, relataram…
O padrasto dela era colecionador de artes, e um dos donos da petroleira italiana ENI, e outros negócios talvez menores. O cara era podre de rico!
CARLA BRUNI foi TOP MODEL internacional!!! No final da década de 1980 faturava 7,5 milhões de dólares por temporada!!!! Fazia dinheiro. Não dependia dele, talvez…
Porém, era moça educada que gostava de música. Como deixam claro os disquinhos por aqui.
E, como “CANTA BEM A FELINA, MON DIEU!”
Tem VOZ ROUCA na medida certa! É afinada, agradável; um quê de FRANÇOISE HARDY ( vovô JAGGER andou por lá, também! ), portanto, um charme à NARA LEÃO cruzado com RITA LEE, e muita personalidade.
Ela faz tudo de propósito, profissionalmente. E sabe controlar suas possíveis deficiências usando técnica e estilo. CARLA canta e fala correntemente francês, inglês e italiano.
O repertório é o chamado eclético seletivo. Várias canções autorais; e musicou poesias de poetas de qualidade, também. Gravou LOU REED, ABBA, AC/DC ( pasmem!!! ) , DEPECHE MODE, os STONES …e quem mais por bem houvesse!
Ahhh, o que ela faz não é baba, mas POP com algo FOLK e aquele charme “à française”.
É legal ouvir, sim!
CARLA BRUNI antes de se tornar ex – primeira dama francesa, “NAVEGOU” homens variados. “Singrou” com MICK JAGGER, ERIC CLAPTON, KEVIN COSTNER, DONALD TRUMP…Discretamente, como requer numa saída à francesa.
Alpinista social? Quem sabe, especulariam o TIO SÉRGIO e o mundo. “ASCENDANT AVEC ÉLÈGANCE”. Afinal, ela sempre esteve por lá…E foi aportar em SARKOZY, onde sossegou…

SIM, MADAMES E SENHORES!!! AMY JADE e CARLA GILBERTA SÃO DUAS ICONOCLASTAS DE TALENTO.

JEFF BECK – PARTE 2 : FUSION & BEYOND – INFLUÊNCIAS & CONFLUÊNCIAS

JEFF BECK, à partir de 1972, pôs-se na confluência de várias ideias e vastos dilemas. Ele jamais foi um atleta da guitarra, alguém interessado em performances virtuosísticas.

Ao contrário, sempre foi refinado melodista, cultor das sutilezas do toque, da expressão nítida e sem exagero. Daí, a paixão pelo R&B, SOUL, BLUES e, em doses reduzidas, até algo de MÚSICA CLÁSSICA.

E, também, autocriticou-se com certo pudor e restrição ao que fez com BOGERT & APPICE, 1972/1973 onde, limitados pela ausência de um cantor adequado, os três partiram em direção ao quase “atletismo”.

A torcida adorou! Muita gente aprecia ainda hoje, principalmente o duplo LIVE NO JAPÃO, mas…

Os caminhos de BECK, um inovador, não estão próximos de SATRIANI, VAN HALEN, VAI, MALMSTEEN, músicos técnicos, exibicionistas e performáticos.

JEFF BECK é essencialmente um guitarrista clássico e inteligível. O que não significa desprezo pela inovação, vanguardas, e o diferente desafiador.

Ao contrário: ele apenas usa tecnologias e o novo como expansão dos limites, e sempre dentro e a favor do musical identificável.

Na pauta perene de alguém sempre na vanguarda, como ele, resvalando rupturas e as fronteiras em diversos momentos da carreira, JEFF BECK sempre soube dosar ousadias sem perder a essência de seu estilo. Ele sempre esteve na moda.

A ideia de FUSION é abrangente demais para ser rapidamente resumida.

Pode-se entrevê-la desde o surgimento da BOSSA NOVA, no cenário internacional, no final dos anos 1950. Afinal de contas, JOÃO GILBERTO e TOM JOBIM SÃO O QUÊ?

FUSION, é claro!

E aprofundou-se em meados da década de 1960, quando grandes nomes do JAZZ toparam fazer discos de covers de música POP mais conhecida. Os músicos, claro, precisavam sobreviver. E muitos gravaram tocando de maneira simplificada, LOUNGE, e o resultado foi palatável, mas nada lisonjeiro.

Um exemplo que jamais esqueço, é disco de WES MONTGOMERY tocando com toda sua técnica “CALIFORNIA DREAMING”, hit dos MAMAS & THE PAPAS. Disco agradável, e medíocre.

O JAZZ estava em crise!

A FUSION foi tentada por vários grupos de ROCK. O TRAFFIC, por exemplo, em álbuns como “JOHN BARLEYCORN MUST DIE”, 1970, em que fundem JAZZ e BLUES, mas pela ótica do ROCK.

Experiência bem sucedida que os levou a “LOW SPARK OF HIGH HILLING BOYS”, 1971, um clássico daqueles tempos.

Porém e certamente, o marco inicial do FUSION JAZZ, como em geral o percebemos, foi determinado pelo trompete de MILES DAVIS.”IN A SILENT WAY”, 1969, é obra magnífica com os tecladistas JOE ZAWINULL e CHICK COREA; JACK DeJOHNNETE, na bateria; e DAVID HOLLAND, no baixo.

Mas, é a a participação definidora de outro talentoso guitarrista inglês, JOHN McLAUGHLIN, antecipando em quase três anos a performance que inspirará JEFF BECK em “MAX´TUNES ou RHEYNES PARK BLUES”, do álbum “ROUGHS AND READY”, de 1971.Esta é a primeira faixa realmente FUSION JAZZ que JEFF BECK gravou. E dá charme a um disco repleto de R&B e SOUL, já inclinado para o futuro.

É, também, a gênese e inspiração para a sonoridade desenvolvida pela gravadora ECM e seus guitarristas, como PAT METHENY, TERJE RYPDAL, e incontáveis outros músicos desse JAZZ climático, frio, sofisticado e moderníssimo.

JEFF BECK não criou o conceito de FUSION para a guitarra. Mas, expandiu suas fronteiras com técnica e sonoridade únicas. Com dificuldades para encontrar o vocalista ideal, aos poucos ele foi dirigindo seus discos para o INSTRUMENTAL.

BECK deve ter notado que, lá por 1971 em diante, um grupo holandês fazia muito sucesso naquela fronteira que, por muito pouco, separa a FUSION do PROGRESSIVO. O FOCUS não usava vocalistas, e tinha o excelente guitarrista JAN ACKERMANN, um link entre os dois estilos, o que certamente acendeu luzes dos profissionais para essa hipótese.

Foi nesse mezzo lusco-fusco que o histórico produtor GEORGE MARTIN, que trouxe os BEATLES e depois outros para a relevância artística, entrou na parada.

Ele digamos “aliviou e sutilizou” o toque de JEFF BECK, na guitarra. E o aproximou ao “JAZZÍSTICO”, digamos. E às “baladas” POP sofisticadas. E BLOW BY BLOW, 1975, tornou-se um clássico da FUSION, aproveitando o talento e proficiência do pianista e tecladista MAX MIDLETTON, já revelada em discos anteriores e também expressa nos posteriores.

Que pena MIDLETTON não ter vindo com MICK TAYLOR ao BRASIL!!!!

“BLOW BY BLOW Foi o míssil sonoro que relançou o guitarrista para o futuro transformado em presente quase eterno. BECK TORNOU-SE CONTEMPORÂNEO ATÉ MORRER!!!!

JEFF BECK observou e sintetizou ideias que JOHN McLAUGHLIN desenvolvia com a MAHAVISHNU ORCHESTRA, colegas na COLUMBIA RECORDS, e onde brilhava um tecladista visionário e criativo:

JAN HAMMER, depois seu parceiro nos discos fundamentais “THERE AND BECK”, 1980; “WIRED”, 1976; e JEFF BECK & JAN HAMMER GROUP, 1977.

Ambos criaram a simbiose da guitarra vívida de JEFF com o ELETRÔNICO DE VANGUARDA, que se estabelecia na música no começo da década de 1980, e passou a dominar cenário. E até hoje…

É crer, ouvir, e concluir!