IRON MAIDEN, E UM GOSTINHO DO U.F.O. É O TIO SERGIO RECORDANDO A PAULEIRA BRAVA!!!

Em SHOWS de não tanto tempo atrás, o IRON MAIDEN abria com homenagem explícita ao U.F.O, a conhecida e sensacional banda inglesa ícone dos anos 1970, e ainda em alguma atividade. Já estiveram por aqui.
O “OBJETO AÉREO NÃO IDENTIFICADO” (U.F.O.)operava na curva escorregadia entre o HARD ROCK e o METAL. E a música que o público ouviu na abertura do IRON, “Doctor, Doctor”, é um clássico do U.F.O.
Os mais novos certamente não os conhecem tanto. Mas é clara a relação entre o que faz o IRON MAIDEN e o que fazia o U.F.O, em seu tempo áureo. Falo do driving, da levada, e da garra no palco. Nos shows recentes, emendar uma performance a outra foi bem mais do que adequado: Inundou o ambiente de ROCK PESADO!
Se o IRON consegue conjugar 3 guitarristas com ampla eficiência, o U.F.O arrebentava com apenas um, o alemão MICHAEL SCHENKER! Ele é irmão de RUDOLF SCHENKER, e ambos integraram os SCORPIONS!
Claro, não era só isto. O vocalista PHIL MOGG teve grande momento, entre 1973/1981. TIO SÉRGIO GARANTE: foi um dos melhores do ROCK. Para mim, tão ou mais vigoroso do que BRUCE DICKINSON!
E nem vou comentar sobre o portentoso baixista PETE WAY – o cara que dava o tom e o andamento a banda – e fosse quem estivesse na bateria.
Vou, também, homenagear PAUL RAYMOND, tecladista e segundo guitarrists, um dos melhores “SIDERS” da história do ROCK. Ele tocou em inúmeros grupos, como o SAVOY BROWN.
Eu recomendo aos que não os conhecem, que procurem o disco “STRANGERS IN THE NIGHT”, gravado ao vivo, em 1978, no auge técnico, criativo e físico de todos eles!
É um dos melhores shows da História! Pauleira brava! Começa bem e vai melhorando, chegando ao ápice na parte final! Comprove!
Pois, é! Mais uma vez o IRON MAIDEN não decepciona. Para além de 40 anos de estrada, e discografia portentosa, os caras não negam fogo, apesar da idade avançada da maioria deles…
Tocam por telepatia! Conseguiram entrosar as 3 guitarras, o que já estava evidente, no ROCK IN RIO de 2001!!! Longe time ago!
Claro, o repertório amplo e cheio de clássicos é, ao mesmo tempo, um tanto esperado. O jeito de fazer, compor e tocar é sempre autorreferente; deixando um retrogosto de “já ouvi isso antes”.
O que tenho deles está aqui: uma excelente coletânea e o show de 2001. Para mim, é o suficiente.
Porém, não há quem não goste dos shows, sempre dinâmicos, barulhentos, empolgantes. A banda sempre dá o sangue, o que lhes garante renovadas legiões de fãs.
Pelo cheiro da mortadela, devem continuar e aparecer por aqui outras vezes.
E não há dúvidas, quem gosta de ROCK pesado bem tocado, estimulante, sempre abre espaço para ver o IRON, o METALLICA, o GUNS, e atualmente o GREEN DAY.
Enquanto a bengala e tedio não tomarem conta de meus passos, estarei frente à TV dando risada e comentando com os amigos.
Para acompanhar, vou seguir a receita de GEORGE THOROGOOD: “ONE BOURBON, ONE SCOTCH , ONE BEER”. E, se rolar uma CAIPIRINHA, TIO SÉRGIO também encara.
O ROCK permanece divertido!!!!
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BRAD MEHLDAU & ORPHEUS CHAMBER ORCHESTRA: VARIATIONS ON A MELANCHOLY THEME – CD NONESUCH 2021.

Uma das características da boa música instrumental contemporânea é estar além – rótulos e “pré – conceitos”. Exibe alta qualidade sem restringir-se a estilos ou gêneros. E, quando bem estruturada, revela sofisticação em harmonia, melodia, ritmo e andamento.
Assim, as fronteiras entre o POP, o CLÁSSICO e o JAZZ tornaram-se mais permeáveis, fluidas e mutantes. O que vislumbra perspectivas inéditas e mais ricas para quem aprecia.
Porém, restará o eterno problema de como classificar. Talvez bobagem frente à amplitude que alcança. Mas chateação essencial para os que têm discoteca, ou coleções, e podem se perder frente às prateleiras.
BRAD MEHLDAU é pianista de altíssimo nível técnico, artístico e de criatividade. Tem obra em expansão contínua, e já numerosa; e sempre eclética e instigante. Gravou em estúdio com trios, quartetos, grupos mais amplos e piano solo. Fez discos ao vivo, também.
Criou em parceria com gente sólida, como o guitarrista PAT METHENY – outro superdotado -, com quem fez dois discos imperdíveis, também para a NONESUTCH RECORDS: “METHENY MEHLDAU”, em 2006 (acho que saiu no Brasil ). E “METHENY MEHLDAU QUARTET”, lançado em 2007. Busque por aí, porque vale a pena!
Uma das características de MEHLDAU é a coragem, ousadia e ambição! O cara enfrenta os desafios para tornar mais ampla, e sofisticada, obras de compositores como NICK DRAKE, e da banda RADIOHEAD. Além de encarar ícones como GERSHWIN, COLE PORTER, THELONIOUS MONK e MILTON NASCIMENTO. Só para ficar em alguns…
É nítido: MEHLDAU é, também, compositor expressivo e extenso. No presente disco, gravado ao vivo com a ORPHEUS CHAMBER ORCHESTRA, BRAD emula e ondula sobre a música erudita (para mim clássica) em formato contemporâneo, que ele compôs tendo como inspiração “AS VARIAÇÕES” de BACH (GOLDEBERG); e BEETHOVEN (DIABELLI ) – ele
explica no livreto.
BRAD MEHLDAU criou as 15 faixas, todas correlacionadas entre si por um tema principal, que deambula modificado por toda a execução. Há traços perceptíveis de CONFORTABLY NUMB, do PINK FLOYD, por exemplo e, no entremeio, de sonoridades enterradas no pré-sal da memória dos que gostam de música. Ouça e observe. O efeito é mágico!
O trabalho da orquestra é de beleza explícita. É moderno sem ser chato ou hermético, e servindo de base harmônica para o soberbo trabalho de piano. É bonito do começo ao final, mesmo nada longo.
A melancolia a que MELHDAU se refere tem o caráter da resignação algo BLUESY da música negra. E seu piano incorpora, e expressa o tempo inteiro, o jeito “JAZZISTICO” de tocar, embalado pelo “clássico contemporâneo” – se é que bem decifrei a pretensão.
É música sofisticada, sim. Mas impenetrável, nunca!
Vai bem para a turma do JAZZ e da MÚSICA CLÁSSICA; e até da NEW AGE, do LOUNGE e do ROCK PROGRESSIVO. É trabalho agradavelmente inclassificável.
E ainda bem!
O ponto negativo nesta edição americana, é a porcaria de material reciclável com que é feita a capa/embalagem do CD!!!! É frágil, feia, mal dimensionada – muito estreita, fere o disco!
Verdadeiro desrespeito ao consumidor!!!, que paga a peso de urânio por um produto de alto nível artístico, como geralmente são os discos da NONESUTCH, mas embalado em lixo mal tratado.
Mesmo assim, não deixe de ouvir. Eleva e reconforta espírito e mente.
POSTAGEM ORIGINAL: 20/08/2021
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KEITH JARRETT – UM GÊNIO ICONOCLASTA

The KOLN CONCERT, de 1975, é o álbum mais vendido da gravadora ECM até hoje! Disco solo de improvisação impecável, que podemos supor, ou classificar, como JAZZ. Mas vai além, muito além de qualquer conceito mais restritivo!
KEITH é o mais “cósmico” entre os pianistas americanos. Voa e “sidera” o tempo inteiro; mas sempre assentado em base harmônica sólida e vigorosa. Observem a mão esquerda do cara, é a “viga baldrame” da harmonia para a incrível capacidade de criar melodias que buscam o POP, o JAZZ , os CLÁSSICOS MODERNOS, and beyond…; e tudo condensado nas improvisações que faz no momento preciso.
JARRET é gênio resmungão !
Acho que andei exagerando na crítica de suas performances “extra-música”: adições de gritinhos, sussurros, relinches, orgasmos, flatulências, adendos melódicos vocais, e etc…, que ele nos brinda em vários discos, mas não em todos; felizmente!
Portanto, vez por outra um “CALA A BOCA, KATARINO”, lhe cai bem!
Aqui vão postados exemplos de música imensa. Do JAZZ MODERNO mais típico à criação musical mais aberta, encontra-se em KEITH o suprassumo da melodia, e da improvisação inventiva.
Ele não faz masturbações harmônicas indecifráveis e nem melodias irritantes ou monótonas. Vai do excepcional ao sublime para todos os gostos – e momentos.
Quando eu crescer escrevo pro Rodrigo Marques NogueiraPierre MignacGil AndersonCesar LimaGerson PéricoAyrton Mugnaini Jr.Nelson Rocha Dos Santos acrescentando alguns arrependimentos por ter sido ranzinza com o JARRET.
Vocês todos são obrigados a gostar do KEITH!!! E, da minha parte, repito o que já disse:
Pô, KATARINO, de vez em quando “shut-up”!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 01/09/2019
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