JANIS SIEGEL, CHERYL BENTYNE “POP SINGERS”DE ALTA QUALIDADE!

Seriam todos artistas de JAZZ? Acho que não.
Aliás, existem mesmo cantoras e cantores de JAZZ? Claro que sim; mas a discussão é infindável.
As cantoras populares que eu gosto são basicamente POP: ELLA. BILLIE, SARAH, DINAH, DIANA KRALL, PEGGY LEE, JULIE LONDON, PATRICIA BARBER, e vasto etc…, talvez sejam erradamente classificadas como JAZZ.
E, tanto quanto elas, já que sem pudores injustificáveis de serem POP, adoro JANIS SIEGEL E CHERYL BENTYNE – a metade feminina do MANHATTAN TRANSFER.
Gosto do grupo e, adoro principalmente JANIS SIEGEL. É Cantora completa e versátil; aberta a novos compositores e gente de outras terras. Inclusive, DJAVAN e IVAN LINS.
Ela é craque quando acompanhada por trios e quartetos. E memorável se apenas solo e com piano. Principalmente quando o pianista é o grande FRED HERSCH!
JANIS é o fino porque sempre recolhe e acolhe o melhor do que há pelo mundo. E, como discípula das grandes e dos grandes, sempre traduz o seu repertório para a melhor tradição americana do POP REFINADO.
Sentem, escutem e colecionem JANIS SIEGEL.
CHERYL BENTYNE é mais explicitamente POP. E, com certa grandiosidade que nos deixa desconfiados de ela sempre apostar contra a concorrência de menor nível: algo tipo “Hay pop singers? Então sou melhor”… Vale demais o risco de comprar os discos da moça!
Tudo isto para incentivar vocês a questionarem a força dos rótulos e suas abrangências. Se prestarem atenção, há muita arte passando desapercebida, porque não apreciada em seu contexto contemporâneo. Inclusive muita música boa quase envergonhada por não se encaixar em dogmas e formatos mais tradicionais.
Ser POP não é compor com a mediocridade. Não, mesmo!
POSTAGEM ORIGINAL: 28/10/2019
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ROCKIN’ BERRIES, BARBARIANS e THE NICE – ECOS DA DÉCADA DE 1960

Postagem típica do Tio Sérgio. Um BEAT, um GARAGE ROCK e um PROGRESSIVO ” in progress “. Gostaram?
Chegaram depois de longa peregrinação sob o infame Correio brasileiro, que esperneia para não ser privatizado, e mais ainda para não se modernizar…
São três EDIÇÕES JAPONESAS em MINI LPs, muito bem cuidadas, simbolizando o relançamento de raridades CULTS e pra lá de colecionáveis. Conseguir os LPS ORIGINAIS de época é privilégio para ricos. E tê-los, é uma felicidade!
No disco dos ingleses “ROCKIN’ BERRIES”, estão os dois SINGLES de sucesso, em 1965: “He’s in Town” e “Funny How Love can be”. O LP é o típico daquela época: VERSÕES, alguns STANDARDS – o trivial manjado.
“THE BARBARIANS” era uma banda americana de GARAGE ROCK, e o LP. original também é de 1965. O repertório é mais do mesmo; só que artisticamente piorado, como mandava o figurino garageiro.
Porém, há um diferencial notável: LINGUIÇA. Sim, mas sem cedilha. TIO SÉRGIO, o que é isso?
É uma versão BEAT/SURF da brasileiríssima “MAMÃE EU QUERO MAMAR” – HIT carnavalesco perene por aqui.
Como os caras tiveram acesso a isto?
Acho que só visitando o Brasil, ou tendo ouvido CARMEM MIRANDA, que fez muito sucesso no “Hospício do Norte” – sim, os Estados Unidos – e a gravou.
“THE NICE” ; O título do primeiro álbum, THE THOUGHTS OF EMERLIST DAVEJACK, 1967, mescla o nome de cada um dos músicos da banda: o tecladista e fundador KEITH EMERSON; o baixista e vocalista LEE JACKSON; o baterista BRIAN DAVISON e DAVID O´LIST, o guitarrista. Eram todos ingleses, e gravaram três discos oscilando entre o ROCK PSICODÉLICO e o PROGRESSIVO, juntando MÚSICA ERUDITA MODERNA, e algum JAZZ. É muito bom e criativo!
KEITH EMERSON fundou a banda, em 1967; e, lá por 1969, cruzou na AMÉRICA com o baixista e vocalista GREG LAKE durante excursão com o KING CRIMSON, e juntos criaram o EMERSON, LAKE and PALMER.
Que tal?
São três relançamentos que só a turma dos olhinhos puxados costuma fazer. Colecionáveis e bem realizados até a medula!
Procure conhecê-los.
POSTAGEM ORIGINAL: 27/10/2019
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JIMMY PAGE – EARLY WORKS 1963/1967 – E OUTRAS MISCELÂNEAS

O correio entregou em minha toca MISCELÂNEA JAPONESA, trazendo parte do trabalho em estúdio gravado por JIMMY PAGE.
Aos 19 anos, ele já fazia parte da elite dos guitarristas ingleses; e bem antes de ficar famoso com o LED ZEPPELIN!
A embalagem é bonita, e a compilação é dupla, bem organizada e o mais bem gravada e masterizada possível. Custou $ 35,00 BIDENS / TRUMPS, incluídos a curra fiscal de uns $ 20,00 neste preço final!
Acompanha os CDs um “TEXTÍCULO”, escrito em japonês – língua que o TIO SÉRGIO sempre falou, leu e escreveu corretamente. Só que, nos últimos 73 anos, não consegue recordar uma única palavra! Sei lá, não sei o quê houve, ou há… ARIGATÔ virou PETIT GATEAU…
Aproveitei pra colocar na foto outros CDs, todos com nosso preclaro e querido JIMMY participando e ajudando a turma toda. É coisa pra colecionador “semi-completista”, feito eu.
O CD motivador da curra fiscal é especialmente interessante.
EARLY WORKS OF JIMMY PAGE , STUDIO RECORDINGS with FREAKBEAT GROUPS , 1963/1967, é, também, um compêndio sobre a nata dos músicos que “realmente faziam os discos dos artistas que gostamos”.
Está lá, entre vários, o baterista “CLEM CATTINI”, que tocou em “apenas 43 HITS que alcançaram o primeiro lugar nas paradas da Inglaterra”, e mundo afora. Sem contar tantos e tontos outros STANDARDS e CULTS da época.
CLEMENTE ANSELMO CATTINI é inglês, e bateu bumbo por décadas para uma enxurrada de artistas mais ou menos votados.
Completando o time, há profissionais craques como “JOHN PAUL JONES”, baixista do ZEPPELIN; e os excelentes guitarristas de estúdio “BIG JIM SULLIVAN” e “ALBERT LEE”; além do pianista “NICKY HOPKINS”.
JIMMY PAGE aqui gravou com nomes famosos, e todos entre as faixas coligidas: BILLY FURY, JOE COCKER, DAVE BERRY, LORD SUTCH, ROD STEWART, JOHN MAYALL, NICO, SAVOY BROWN, JOHNNY HALLYDAY; e o próprio PAGE em faixas solos.
Para minha não tão recente surpresa, ele acompanha “BRENDA LEE”, quando passou pela INGLATERRA, lá por 1966/1967…
Eu ainda me divirto ouvindo o óbvio bem feito. É o BEAT velho de guerra mesclado com R&B, que serviu de treino para gente talentosa, que depois subiu feito míssil quando o ROCK se expandiu em outras direções.
Não perca.
POSTAGEM ORIGINAL: 28/10/2023
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ROXY MUSIC – THE THRILL OF IT ALL – VIRGIN RECORDS – 1995

É um excelente BOX lançado na INGLATERRA, em 1995. O DESIGN é belíssimo! É muito bem produzido e organizado; recheado por fotos, bons textos e informações discográficas. Gravações e masterização são muito boas. Está lá tudo o que importa, cobrindo a carreira da banda nas duas fases e formações que realmente interessam.
Claro, quem domina é o BRIAN FERRY, criativo cantor e compositor das letras; um ícone POP indiscutível. Onipresentes, como esperado, PHIL MANZANERA nas guitarras; ANDY MACKAY, sax; o baterista PAUL THOMPSON, e o genial BRIAN ENO (enquanto pertenceu à banda). São os responsáveis pelos arranjos, e vêm reforçados por time de instrumentistas craques, garantindo a original e bem sucedida música POP que compuseram.
O ROXY MUSIC era uma justaposição de conceitos e ideias, que funcionavam – e muito! – depois de pronto. BRIAN FERRY chegava com o tema principal e as letras. E, normalmente acompanhado por si mesmo ao piano, dava um “briefing” para o grupo. Depois saía, e a banda assumia o arranjo e o restante. Havia interdependência limitada e respeito às individualidades. Os resultados surpreendem!
No BOX estão quatro CDS bem definidos. Um deles com 17 faixas contendo os SINGLES, B-SIDES, e os REMIXES. E há mais três CDS que coligem 50 canções originais, as faixas dos Long Plays de estúdio:
“ROXY MUSIC”, 1972; “FOR YOUR PLEASURE”, 1973, ambos ainda com BRIAN ENO na formação. Depois, vieram “STRANDED”, 1973; “COUNTRY LIFE”, 1974; e “SIREN”, 1975. Em 1976, lançaram o espetacular “VIVA”, concerto ao vivo que não entrou nesta coletânea. A primeira fase, combinando ART ROCK com GLITTER, encerrou-se ali. E o grupo se separou.
Porém, retornaram em 1978, com a sonoridade bastante redefinida e atualizada. E gravaram “MANIFESTO” 1979; “FLESH AND BLOOD”, 1980; “AVALON”, 1982 – um clássico da banda e da década de 1980! -, são três álbuns excelentes, e comercialmente bem sucedidos. E, talvez, seja o período que sobreviverá, do ponto de vista artístico da memória.
O ROXY MUSIC foi quase gigantesco, diferenciado e absolutamente vanguarda em seu tempo de atuação. É muito fácil gostar deles, e admirá-los sem restrições.
Em 1994, eu e Angela, minha mulher, estávamos em um ônibus urbano em Nova York, quando vi um poster anunciando que BRIAN FERRY iria começar por lá turnê mundial naquele dia, uma hora depois!
Bem, descemos do bus, andamos uma quadra, e entramos no clássico “BEACON THEATRE”. Compramos ingressos e assistimos ao concerto. Estava cheio, mas não lotado. EXCEPCIONAL!
Tive liberdade total. Fotografei o quanto quis, andei até a beirada do palco, debrucei-me e vi a banda tranquilamente. ROBIN TROWER era o guitarrista! A turnê veio para o BRASIL, uns meses depois…
O ponto baixo da odisseia foi a banda que abriu o show; uma certa “Combustible Edison”. Repertório e performance horrorosos! Despontou para a obscuridade.
Os ingressos estão postados na foto.
POSTAGEM ORIGINAL: 25/10/2025
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JACK BRUCE, O IMPRESCINDÍVEL!

Dia negro! Há 9 anos morreu JACK BRUCE.
Graças aos deuses, eu consegui vê-lo com sua BIG BLUES BAND juntamente com meus amigos Silvio Dean e Álvaro Soares Pinto Fernandes, aqui em São Paulo. Tenho o ingresso, mas esqueci de publicá-lo..
JACK já estava doente do câncer no fígado que veio a retirá-lo de cena – e de nossas vidas.
Mas permanecia em forma. Trouxe banda firme e talentosa – como sempre! – para acompanhá-lo. Cantou bem, sempre assessorado pelo guitarrista da banda, e percorreu o repertório vasto e imprescindível. Lá pelas tantas, JACK aumentou o som do baixo acima da média para marcar uma característica, e um dos pontos de discórdia com os que o acompanharam pelos palcos e a vida artística! É atitude agressiva demais…
Porém, a turma adorou! Havia na plateia fanáticos por ele! Dançaram, pularam e se manifestaram como fãs verdadeiros em face do ídolo.
Eu estava em uma frisa lateral ao palco. Deu para assistir legal! Passei o tempo todo mesmerizado pela figura de BRUCE – aliás, um personagem que a vida inteira assombrou a minha existência!. Durante o concerto, dei um “grito mudo e parado no ar”: “JOHN SIMON ASCHER BRUCE!!!!” – o impressivo nome de batismo dele. Claro, não consegui transgredir minha natural contenção!
Infelizmente!
Em minha opinião, além de cantor memorável e de voz algo “BLUESY”, na linha de RAY CHARLES e STEVE WINWOOD, JACK BRUCE foi o maior baixista da história do ROCK e ponto. Mesclava BACH a CHUCK BERRY! Foi do R&B ao JAZZ, à FUSION, ao HARD ROCK e, claro, ao BLUES.
JACK Testou vários tipos de vanguardas. Por aqui um disco feito com o percursionista KIP HANRAHAN e o pianista DON PULLEN, raro e bastante esquisito. E o clássico da vanguarda britânica dos anos 1970, “ESCALATOR OVER THE HILL”, com a pianista e arranjadora CARLA BLEY e um monte de craques, hoje impossível de serem reunidos! A curiosidade é que JACK BRUCE não toca no disco. Mas canta!!!! Porque também aí era diferenciado e inconfundível. Era um workaholic, irremediável e incontível…
Acho que BRUCE talvez só tenha perdido para a honorável CAROL KAYE, americana, e a baixista de estúdio perfeita!
Mas aí é covardia! TIA CAROL tem mais de 10.000 mil sessões de gravações comprovadas no currículo!!! Escreveu e gravou tutoriais para baixo e guitarra. É respeitada incondicionalmente em todos os recantos da música popular americana!
CAROL KAYE esteve em discos de SINATRA a RITCHIE VALENS ( em LA BAMBA, a guitarra identificável é dela!!!! ); prestou serviços dos BEACH BOYS aos ELECTRIC PRUNES; ensinou rudimentos para o baixista do KISS… ahhh, aquela entrada de baixo icônica em THESE BOOTS ARE MADEN FOR WALKING, de NANCY SINATRA, é a TIA CAROL desfilando estilo e classe!
Mas voltemos a JACK BRUCE, que excursionou a vida toda, e gravou muito. Esteve com todos os grandes de JOHN McLAUGHLIN ao baterista JOHN MARSHALL; passou por GRAHAN BOND e seu pioneirismo no R&B. inglês. Fez discos com LESLIE WEST (BRUCE & LAING ); KENJI SUZUKI – astro da guitarra japonês. E, também, com GARY MOORE, e GINGER BAKER (B.B.M), em uma retomada, nos anos 1990 da tradição do CREAM. Sem falar em ALLAN HOLDSWORTH e ROBIN TROWER e até BLUES SARACENO. Currículo e companhias que poucos – muito poucos! – se aproximaram!
JACK não se furtou a tocar, praticar, ousar com quase todos que cruzou, em 50 anos de carreira intensa e controvertida.
Esteve, também, com JOHN MAYALL, MANFRED MANN, MICK TAYLOR e outros do BEAT/R&B dos anos 1960 ao quê se imaginar – e até morrer!
Nem vou me aprofundar, mas não posso esquecer do CREAM, ou de sua relação com ERIC CLAPTON – que fugiu para fazer o BLIND FAITH, pois não aguentava mais JACK e GINGER BAKER – o maior baterista de ROCK que A Grã Bretanha nos legou – ambos brigando a tapas o tempo inteiro desde sempre e para sempre…
BRUCE E BAKER não se davam; mas reciprocamente se complementavam tocando; e se admiravam, como grandes músicos que foram. A mulher de BAKER gostava muito de BRUCE, e, sempre tentava dar um jeito para que ambos vez por outra tocassem juntos…
E assim foi; e daqui rumamos ao passado, para redescobrir ao longo do tempo obra difícil de apreender – e até encontrar pelaí. Parafraseando o nome de música dele, o que me restou foram “DESERTED CITIES OF THE HEART”….
JACK BRUCE foi direto para o céu, e sem escalas! Apesar do imenso sofrimento que as drogas lhe impingiram, e da loucura nem sempre tolerável de seu comportamento, que o tornaram um homem torturado, intenso; difícil. Ele é um grande artista ainda não totalmente mapeado e decifrado!
Preces, compaixão e lágrimas para JACK BRUCE, um pobre diabo como todos nós mortais; mas gênio sofrido que permanecerá à espreita!
POSTAGEM ORIGINAL: 25/10/2021
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SANDY DENNY E A REVOLUÇÃO NO FOLK BRITÂNICO – 1967/1978

ALEXANDRA ELENE McLEAN DENNY era muito baixinha, ativa, geralmente bem humorada – hummmm! -, depressiva e mercurial; segura em seus propósitos profissionais e insegura nos resultados e realizações que obteve durante a carreira.
SANDY sempre achava que sua participação não estava boa. Mas tocava com proficiência violão, piano e acordeom. Sobre cantar eu falo já-já!
ALEXANDRA, a SANDY, era contraditória. Quase bonita, um quase talvez inquestionável e talvez enganador com seu rosto suave e nariz perfeito. Carente afetiva, porém determinada e briguenta!
Era bagunceira e caótica. Esquecia objetos nos quartos de hotéis; atrasava ônibus em meio a turnês – disseram seus companheiros de banda. E fumava loucamente!!! Moça inconstante, desajustada…
No início da carreira, foi tão maltratada quanto o resto do grupo, durante o horror “sacro-infernal” das turnês inacabáveis; na falta de tempo para ensaios; e na loucura de gravar até três Long Plays em um ano – além de aparições na BBC e nas revistas da época.
SANDY foi lançada pelo FAIRPORT CONVENTION, em 1968, banda símbolo do FOLK ROCK INGLÊS que, logo após o primeiro disco com JUDY DYBLE no vocal, “se viu em Marte” sem nave para seguir, ou voltar à terra…
O FAIRPORT CONVENTION fez audições com montes de cantoras até escolher SANDY – que aos 19 anos já havia cantado na BBC e feito um disco com os STRAWBS, grupo FOLK- PSICODÉLICO que, depois, caminhou para o ROCK PROGRESSIVO!
E aí a banda ficou pasma: qual foi a reação de ALEXANDRA quando quiseram contrata-la? Bem; ousadamente fez “ela” mesma uma audição com os futuros colegas para saber se era, mesmo, “aquele tipo de banda” que pretendia!
Era!
Em pouco tempo, SANDY encaixou-se com o guitarrista e gênio subavaliado, RICHARD THOMPSON, e forjaram a sonoridade que transformou o FOLK nos álbuns “WHAT WE DID ON HOLIDAY” e “UNHALFBRICKING”, ambos de 1968.
E, principalmente, “LIEGE AND LEAF’, 1969, – considerado o “mais importante disco do FOLK britânico em todos os tempos”. Esses três álbuns fizeram a simbiose da música folclórica da Inglaterra com o ROCK. E retiraram o grupo da cola do FOLK ROCK PSICODÉLICO AMERICANO, forjando caminho mais baseado nas raízes britânicas.
Porém, ficaram pouco mais de 18 meses juntos. E foi SANDY a indutora fundamental dessa transição, com sua voz graciosamente metálica e suave – sedosa talvez -; exuberante, forte, peculiar, bem colocada e afinadíssima.
SANDY DENNY escrevia letras perspicazes e inteligentes. Suas composições detêm um senso de comunicabilidade tal, que seus amigos próximos juravam que certas canções teriam sido escritas “exclusivamente” sobre e para eles!
ALEXANDRA compunha melodias belíssimas, permeadas pela tristeza e a solidão muito encontradas na música inglesa – observe o PROCOL HARUM, por exemplo. Há orquestrações nos álbuns solo de SANDY, que remontam àquele “mood” britânico. Procure ouvir “NEXT TIME AROUND”!
A fama e a importância artística de SANDY cresceu com o tempo, feito a de NICK DRAKE, seu contemporâneo, cujas obras projetaram-se dos anos 1960 para muito após…
SANDY DENNY tinha fraseado original. Ia do sussurro ao pleno pulmão no espaço de duas linhas cantadas! Ela era capaz de interpretar os longuíssimos versos sem desafinar ou errar, e sempre mantendo o interesse do ouvinte no que estava fazendo. SANDY tinha TALENTO!
Agora, pensem ALEXANDRA em contraponto ao BOB ZIMMERMAN – ele! -, que cantava e compunha caudalosamente e, é quase consenso, enche o saco e o espírito de quem o escuta muito seguidamente pela monotonia expressada.
Com SANDY era e “permaneceu” diferente. Ouçam as suas versões das músicas do americano – claro, é o DYLAN!- ; e observem a moça cantando – e quase narrando – as imensas histórias que povoam o imaginário e o cancioneiro FOLK britânico. Ela tem enorme empatia e imediatamente repassa credibilidade. O nome disso é CARISMA.
Porém, sua carreira foi muito curta e cheia de erros. Deixou abruptamente o FAIRPORT CONVENTION em meio a turnê, nos ESTADOS UNIDOS, para promover o álbum “LIEGE AND LIEF”, que despontava com sucesso.
A causa do terremoto foi o guitarrista australiano TREVOR LUCAS, que participava da turnê, e por quem ela se apaixonou perdidamente – e largou tudo para segui-lo com medo de perdê-lo. Línguas ofídicas disseram que o moço era boa pinta e chegado à variedade e à inconstância nas companhias femininas. Mulherengo, em resumo.
Claro, isso abalou a estrutura da banda, que definhou até que tentaram todos voltar em 1973, e depois cada um seguir o próprio caminho.
Com LUCAS, SANDY fundou e gravou, em 1970, o FOTHERINGAY, também de curta duração; e mais ou menos no estilo do FAIRPORT CONVENTION. Lá, um dos destaques é o excelente guitarrista JERRY DONAHUE, que mescla o FOLK e o COUNTRY em seu estilo de tocar.
TREVOR LUCAS também produziu para SANDY os memoráveis discos solo: “THE NORTH STAR GRASSMAN, AND THE RAVENS”, 1971; “SANDY”, 1972; “LIKE AN OLD FASHIONED WALTZ”, 1973; E”RENDEZ VUS”, 1977. Além de várias gravações inéditas, até a edição deste “WHO KNOWS WHERE THE TIME GOES” – título de sua canção mais famosa, também gravada por JUDY COLLINS e NINA SIMONE.
Apesar de haver tentado um repertório mais abrangente, e até com certo êxito artístico, SANDY não era uma cantora versátil. Sua formação FOLK a determinou o tempo inteiro. Mudar ou cantar diversos gêneros é para poucos. Teve carreira curta demais para desenvolver-se. Ela jamais foi uma POP STAR.
SANDY DENNY era um talento evidente; foi objeto de três grandes reportagens na revista RECORD COLLECTOR; e venceu duas vezes a indicação como a melhor cantora da Inglaterra pela revista MELODY MAKER. É honraria para poucos!
SANDY morreu em 1978, aos 31 anos de idade, em decorrência de hemorragia cerebral após ter levado um tombo na escada, em casa de um amigo, marcando o término de uma carreira um tanto errática quanto significativa.
Três curiosidades marcantes:
É SANDY DENNY quem faz dueto com ROBERT PLANT em “BATTLE OF EVERMORE”, no álbum LED ZEPPELIN IV. Eles eram fãs dela!
Em uma das voltas do FAIRPORT CONVENTION, em 1975/76, DAVID PEGG, o baixista, recorda que faziam uma turnê pelos EUA, com o RENAISSANCE, que abria os shows para eles.
Em NOVA YORK, eles inverteram e aqueceram para que o RENAISSANCE gravasse ao vivo o famoso LIVE AT CARNEGIE HALL, que saiu em 1976!
ANNIE HASLAN e SANDY DENNY, duas grandes vozes; duas baixinhas.
POSTAGEM ORIGINAL: 21/10/2021
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HINOS JOVIAIS: O ROCK FALANDO DE SEU PÚBLICO E MAIS ALÉM!

Tá legal, eu aceito o argumento! ( Pô, Paulinho da Viola!!! Você chegando sem avisar ???!!!!)
Mas tome cuidado, TIO SÉRGIO! Porque tem outras coisas por aí, e o time na foto vai apontar…
De resto, alterem as hipóteses como quiserem!
1) THE ROLLING STONES, “SATISFACTION”, 1965, talvez o primeirão da perspectiva “jovem” das pequenas desilusões, insatisfações, incompreensões, e sinalizando frustrações sexuais, enfim… um passeio por incompletudes… Um clássico pesado e inesquecível.
2) THE WHO, “MY GENERATION”, 1965. Rock pesadíssimo, com final apoteótico ao estilo da banda, quebrando tudo…
Letra iconoclasta, niilista, descreve a situação do jovem meio sem perspectivas frente a um mundo hostil. Talvez o hino maior da rebeldia no ROCK.
3) ALICE COOPER: “I´M EIGHTEEN” Para o tio Sérgio, um dos grandes ROCKS da história. Tipicamente americano, fala sobre a confusão adolescente de não saber para que lado ir, incerteza de gênero, e a vontade de “cair fora” de tudo isso.
ROCK pesado, algo PSICH, e tia ALICE e banda botando pra quebrar. Eu tive em COMPACTO brasileiro, e ainda hoje acho a melhor música que
fizeram….
4) GEORGE THOROGOOD & DESTROYERS, “HAIRCUT”, 1993. Um grande e pesado BLUES ROCK AMERICANO! Letra hilária e bem escrita; é para cantar dirigindo, ou no BAR tomando cervejas.
Descreve agonias de adolescente cabeludo; e os perrengues por que passou com os mais velhos exigindo que cortasse o cabelo. O final é irônico e até apoteótico com a vitória contra o “estabelecido”. Ouço sempre rindo, e aconselho!!!! Pra mim, é a melhor música do GEORGE!!!!
5) DIRE STRAITS, “MONEY FOR NOTHING”, 1985. Grande música! É deliciosa, altamente dançável, e sucesso enorme, sempre!
É um tipo de HINO INFORMAL dos músicos ingleses de quaisquer vertentes. Já vi gente de orquestras dançando e curtindo.
Descreve o papo entres vendedores de uma loja de departamentos, ironizando, com inveja e incompreensão maldosa, a vida dos músicos que, supostamente, não trabalham, ganham bem e pegam geral!!!
Ou seja, “Dinheiro fácil e pra nada”!
Pronto, está dito. Quem souber de outras, que publique!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 23/10/2023
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GRAND FUNK RAILROAD – FINALMENTE!

Nos ESTADOS UNIDOS aconteceu “evolução da música popular” em determinada direção, que teve seu auge em meados da década de 1950. Foi o momento supremo da GRANDE CANÇÃO AMERICANA, onde convergiram grandes compositores e intérpretes talvez não superados até hoje.
Existiam COLE PORTER, o lado popular de GERSHWIN, JEROME KERN, JOHNNY MERCER e outros, interpretados por ícones não removidos. E talvez irremovíveis, como ELLA FITZGERALD, BILLIE HOLIDAY, SARAH VAUGHAN, DINAH WASHINGTON, BILLY ECKSTINE, SINATRA, TONY BENNETT, e tantos e tontos diversos.
Talvez esse processo de evolução técnica e artística tenha tido seu último estertor com a BOSSA NOVA, adotada nos EUA como LOUNGE – JAZZ, e que estendeu o novo belo à frente até o princípio dos anos 196O, talvez…
Mas tudo isso foi enterrado “musical – ideologicamente” pelo advento da FREE JAZZ, que descartou a beleza imediatamente identificável, e redefiniu parâmetros para os tempos seguintes, e outras estéticas que herdamos e sempre nos revisitam.
De outro lado, houve a emergência do R&B e do ROCK AND ROLL, por volta de 1954/55. Que passaram a dar cartas e mercados para outro tipo de público, mais jovem, mas não tão apartado dos grandes do passado imediato.
Aquele processo bem representado por ELVIS PRESLEY, teve certa redefinição de públicos e mercados, simbolizados pelos BEATLES, e colegas, e o suposto GENERATION GAP que se explicitou entre o público deles. Mas não por eles, artistas, que adoravam os mestres do passado.
A história aqui, para simplificar, é parte do legado da era BEATLES.
O GRANDFUNK RAILROAD é um dos fascínios da turma do ROCK, dos anos de 1970 em diante. Fizeram sucesso brutal! Cinco Long Plays gravados em menos de três anos! A banda atuava em um misto de iconoclastia estudada, e um projeto de marketing com lances muito bem sucedidos.
A primeira aproximação que tive com eles foi um “COMPACTO”, um “SINGLE”, lançado por aqui, em 1969. “TIME MACHINE” tem RIFF duro, rústico, matador; e deixa entrever uma “GARAGE BAND” a caminho de algo talvez mais sofisticado. Eles sempre foram assim!
Os dois discos iniciais são rudes e bem garagem. ON TIME e GRANDFUNK, ambos de 1969, revelam a cara da banda, e do gosto que parte dos jovens iria desenvolver pelo tipo de ROCK PESADO que viria a ser mais embrutecido por grupos como STOOGES E MC5.
O GRANDFUNK do começo estava mais para o PROTO PUNK, do que para o POWER TRIO mais clássico, ainda que eivados por BLUES e SOUL MUSIC, feitos do jeito LOW-FI que desenvolveram.
Outro contato com a banda, e que me deixou babando, foi nas lojas importadoras da época. O LP GRANDFUNK LIVE ALBUM, 1970, junta repertório dos dois primeiros discos em show dinâmico, tosco, barulhento, mal gravado e divertido.
O disco tem uma das capas mais impactante, e definidora, que vi de um concerto de ROCK!
Principalmente no vinil original, onde a foto é muito bem captada! Vendeu muito! Tornou-se o “DUPLO PLATINA”, quer dizer: uns 2 milhões de copias.
Um fenômeno, mais de meio século anos atrás!
O quarto disco do GRANDFUNK os catapultou para o estrelato. CLOSER TO HOME foi lançado através de campanha de marketing inovadora. “Compraram”, em 1970, por $ 100 mil dólares, espaço em OUTDOOR em plena TIME´S SQUARE, em NOVA YORK, e mostraram a capa do disco! Retumbou!!!!
O álbum em si é parte do nascente HARD ROCK, em mescla com o R&B. Está na companhia do HUMBLE PIE, do FREE, da JAMES GANG e do MOUNTAIN. E é descendente do CREAM e do TASTE.
É o disco deles que mais gosto. Há
um “leve retro – gosto” de ROCK PROGRESSIVO, em algumas faixas…seria? E MARK FARNER, se pudesse, teria nascido STEVE MARRIOTT…
A faixa título é nitidamente inspirada no FOLK do CROSBY, STILLS, NASH & YOUNG. Eu sempre recomendo aos amigos ouvi-la na coletânea CAPITOL COLLECTOR´S SERIE, porque o “take” escolhido para entrar no disco original é precedido por “cafungada” histórica de cocaína, o que deve ter ajudado a garantir o “brilho” eterno que esta música manteve!
Foi outro “DUPLO PLATINA” da banda!!!!
Procure ouvir.
O disco da época, 1971, tem versão pesada de GIMME SHELTER, dos STONES; e outra algo R&B de FEELING ALRIGHT, do TRAFFIC. Para variar, SURVIVAL também “platinou”.
Em dezembro lançaram mais outro “platinado”, com diferencial de design exuberante. A capa da edição original de E PLURIBUS FUNK, o quinto gravado por eles, é redonda, em formato de moeda. Saiu aqui, no Brasil. E é cult e colecionável como poucos!
A partir dali, eles deixaram de usar o “RAILROAD”, e o nome restringiu-se a GRAND FUNK. Em meio ao crescimento exponencial da fama, el
a banda entrou em choque mortal com TERRY KNIGHT, que gerenciava o grupo desde o início, e o havia carregado para a fortuna.
A briga custou uma enormidade de grana, processos, e culminou com arresto dos equipamentos ao final de um SHOW em pleno MADISON SQUARE GARDEN, em 1972!
Foi briga tipicamente norte-americana: matar ou morrer. Tudo ou nada!
PHOENIX, o álbum seguinte, lançado no mesmo ano da encrenca, foi o maior fracasso de vendas da carreira carreira deles. Talvez por causa da crise e da instabilidade que passaram.
Mas, seguiram…
Em todo canto do mundo certos discos sobressaem em relação a outros. Talvez o grande sucesso de público do GRANDFUNK, por aqui e mundo afora, tenha sido “WE´RE AN AMERICAN BAND”. Disco produzido por TODD RUNDGREN, o incensado mago de estúdio daquela época.
Lançado em 1973, está no “hinário” do ROCK; e é cantada pelo baterista DON BREWER, um “barítono”, substituindo o canto “galináceo” do guitarrista MARK FARNER – desde sempre a marca registrada do agora quarteto.
A música é do próprio DON. Mas, talvez tenha a ver com a memória do vocal de DOUG INGLE, do IRON BUTTERFLY; e de ROD EVANS, no CAPTAIN BEYOND. Dois cantores, vocalistas, com vozes bem mais graves, e no caminho inverso de PLANT, GILAN, e do próprio FARNER… E deu certo, também.
Gosto muito da versão pesada e dançável que fizeram para THE LOCOMOTION, original de LITTLE EVA, e clássico do R&B no início dos sixties. Claro, botaram adrenalina e fogo no R&B; como, aliás, é do estilo deles. E a música se tornou um dos maiores Hits da banda.
Talvez seja impressão minha, mas MEL SCHACHER, o baixista, em quaisquer dos discos sempre parece a um átimo de segundo atrás do andamento geral das músicas. Há um certo charme e personalidade nisso, mas…
Pode-se argumentar que o GRANDFUNK foi sucesso absoluto enquanto durou. Claro, o auge criativo foi entre 1969 e 1975, mais ou menos. Foram amados pelos fãs, e pela garotada em geral; e tratados com animosidade muitas vezes cortante pela crítica. Como sempre, danem-se os críticos! O KISS e o STATUS QUO concordariam em coro, de rabo a cabo!
E a discografia foi se ampliando: SHINE ON, 1974; ALL THE GIRLS IN THE WORLD BEWARE E CAUGHT IN ACT, 1975; BORN TO DIE e GOOD SINGING, GOOD PLAYING – produzido por FRANK ZAPPA – os dois lançados em 1976. E mais, GRAND FUNK LIVES, 1981; WHAT´S FUNK, 1983 e BOSNIA, 1997. Todos de qualidade artística variável. E, sempre, discos de Ouro, no mínimo!
A carreira deles seguiu, meio aos trancos e barrancos. MEL SCHACHER, tinha medo de voar, o que restringiu as turnês no exterior.
Aliás, quando estiveram na Inglaterra, foram friamente recebidos. O que é compreensível. Afinal, lá era a terra do BARULHO BRANCO, com o BLACK SABBATH, LED ZEPPELIN e incontáveis. Uma concorrência talvez demasiada para eles.
MARK FARNER contou que o grupo acabou por causa de DON BREWER, que entrou em crise com a morte da primeira mulher. Saiu batendo a porta e foi procurar “algo mais estável” para fazer. E o próprio FARNER, após uma crise no casamento, virou “cantor cristão”, em 1995, e passou a gravar discos de gospel, e músicas de fundo religioso…
Resumindo, foram uma verdadeira AMERICAN ROCK BAND, com suas idiossincrasias, qualidades, defeitos e características culturais.
E muitos e muitos fãs gerações e mundo afora. Desfrute-os. Eles são imprescindíveis, e muito divertidos!
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IAN CARR & NUCLEUS – TORRID ZONE – THE VERTIGO YEARS 1970 / 1975 – BOX COM 9 LPS EM 6 CDS – ESOTERIC RECORDS – 2019

Do ponto de vista musical é glorioso! A sofisticação rítmica, harmônica e, principalmente melódica, revelam um JAZZ – FUSION no melhor sentido da expressão: surge do JAZZ em direção ao POP, ao ROCK, e aos híbridos criativos que ouvimos desde o final dos anos 1960.
IAN CARR é mais do que um músico sofisticado e criativo. É, também, um INTELECTUAL da MÚSICA. Escreveu alguns livros, entre os quais uma biografia “musical” comentando a obra de MILES DAVIS, seu – e meu, nosso, também, – ídolo assumido. Este livro é considerado referência sobre o assunto.
IAN CARR é um compósito criativo entre o emocional e o intelectual. Com as qualidades, problemas e contradições que isto implica. Uma personalidade rica e fascinante.
Ele montou, ao longo de seis anos, um grupo de coesão esplêndida; mesmo com mudanças às vezes radicais em componentes chaves. Todos os discos são de músicas novas, criativas, compostas basicamente por ele, e sem a presença de qualquer “STANDARD JAZZÍSTICO”. Percebe-se aproximações com a MÚSICA CLÁSSICA”, e a superação do JAZZ na tradição moderna em direção à FUSION. Um esforço colossal para grupo de tão pouco tempo. Energia e sutileza conjugadas.
O NUCLEUS foi banda seminal da FUSION INGLESA: passaram por lá o genial baterista JOHN MARSHALL, criador para a banda de um amálgama percussivo que ia de ELVIN JONES a TONY WILLIANS. E, os lendários guitarristas ALLAN HOLDSWORTH, e CHRIS SPEDDING – que fez evolução à partir do estilo de STEVE CROPPER, juntando o PROGRESSIVO ao FUNK-SOUL. Um artista de vulto!
Há, também, os espetaculares baixistas JEFF CLINE e, depois, ROY BABBINGTON , entre vários outros membros de altíssimo nível técnico e artístico.
No decorrer dos nove LONG PLAYS originais, percebemos atualizações em progressão, que vão do “IN A SILENT WAY” de MILES DAVIS, resvalam em PRELUDE, de EUMIR DEODATO, “percebem” o WEATHER REPORT, a MAHAVSHNU ORQUESTRA, e o RETURN TO FOREVER; e incorporam a percussão latina de SANTANA. Santo Colombino!!!!
A isso tudo se junta o diálogo com a vanguarda jazzística inglesa, de TONY WILLIANS LIFETIME, a GRAHAN COLLIER, JACK BRUCE, SOFT MACHINE; e passagens sutis de ROCK PROGRESSIVO; e gente boa outra de montão! Tudo para confluir, nos últimos discos, em um JAZZ FUSION FUNKEADO e original. Eu tive o privilégio de assisti-los, em São Paulo, em junho de 1984, com MARSHALL na bateria. Inesquecível!
Há muita conversa possível. E fique sabendo quem coleciona que os LPs originais, gravados na VERTIGO, são raros e valem uma baba cósmica!!! Os dois primeiros, ELASTIC ROCK e WE´LL TALK ABOUT IT LATER, tiveram capas desenhadas por ROGER DEAN, que os tornaram mais cult ainda!…
Mesmo que a gravadora não cumprisse com os artistas suas obrigações contratuais, levando alguns – e IAN CARR entre eles – muitas vezes à porta da pobreza quase absoluta….
O box da ESOTERIC é musicalmente de primeira linha, bem remasterizado, com excelente qualidade de som propiciando audição imperdível. Mas, peca pela pobreza das capas internas escolhidas. Inexplicável economia, beirando a sovinice! Seria obrigatório que, para cada Long Play, fosse reproduzida a capa original. Um custo mínimo, mas com efeitos altamente compensadores em termos de arte e respeito pelo consumidor. E a organização interna do livreto também não ajuda, apesar do ensaio escrito ser bastante informativo.
Resumindo, é um BOX com música de alta qualidade artística, mas um tanto caro, afinal, por causa da precariedade gráfica. Chegou em meu apartamento, aqui em Pandebras, custando perto de 60 dólares: um “fio terra sexual”… para ser nada sutil.
POSTAGEM ORIGINAL: 11/10/2020
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SWEET SOUL MUSIC – 1961-1975 – BEAR FAMILY RECORDS – A MAIS ESPETACULAR COLEÇÃO DE MUSICA NEGRA QUE VOCÊ PODE CONSEGUIR!!!

Vou dizer na lata:
Se você gosta de SOUL e FUNK nas gravações originais dos anos 1960/1970, faça o seguinte: venda tudo o que tiver e comece a colecionar os artefatos inigualáveis da foto. TIO SÉRGIO garante: álbuns em absoluto estado da arte!
CDs, a qualidade do material, produção gráfica, encartes e, principalmente, as gravações e seus cuidados técnicos. Todos com mixagens e remasterizações inigualáveis sob quaisquer aspectos!
É uma epifania ouvir cada música e apreciar a performance dos músicos! Notar a formidável técnica e feeling dos baixistas; e os vocais perfeitos! Pretões, pretinhas, e adjacências, trazidos até você pelo fino da excelência artística e técnica!
Está tudo aí. Acredite! Não apenas nesta postagem, porque ainda faltam alguns, por enquanto indisponíveis infelizmente…
Os discos produzidos pela BEAR FAMILY RECORDS, “gravadora -boutique” alemã de altíssimo nível, pareiam pesquisa histórica detalhada com a melhor resolução possível para você ouvir o que foi realmente gravado. Portanto, é para divertir-se na certeza de que dificilmente será feito melhor. Verdade!
Eu coleciono BLACK MUSIC americana. Tenho várias coisas, que vão de boxes formidáveis a outras coleções de artistas individuais, passando por coletâneas e vasto escambau! E nada se equipara; e pouco se compara!
A coleção SWEET SOUL MUSIC inteira cobre 15 anos. De 1961 a 1975; e traz umas 450 músicas consideradas hits ou essenciais. São inúmeras gravadoras; há fotos dos singles originais; e textos sobre os discos e os artistas. Traz datas, dados técnicos, nomes e referências sobre os incontáveis produtores, compositores e músicos participantes. É coisa de alemão, que só vez por outra os japoneses conseguem ofertar…
Há um detalhe sensacional: entre uma música e outra, o intervalo é de um segundo!!! garantindo a sensação de festa e integração contínuas! Um must não superado!
A primeira música gravada e considerada SOUL MUSIC pelos produtores foi “THE WATUSI”, com “THE VIBRATIONS”, em 1961. Você gosta dos “MIRACLES”, ou de “IKE & TINA TURNER”? E, quem sabe, de “SLY & THE FAMILY STONE”?
Que tal pensar em “JACKSON FIVE”, “THE CHI-LITS”, “DIANA ROSS & SUPREMES”? E, vá para “STEVIE WONDER”, “THE TEMPTATIONS”, “100 PROOF AGED IN SOUL”? E que tal “THE IMPRESSIONS”, ou até os ingleses “THE FOUNDATIONS”?
TIO SÉRGIO desafia: lembre um hit, um clássico ou quaisquer standards de FM… Estão todos lá! Podes crer – oooppsss, baixou um espírito daquele tempo!!!!!
Estou fazendo a coleção aos poucos, e nem sei se chegarei ao final, porque há volumes esgotados, e sem previsão de relançamento. O preço também acompanha a qualidade: cerca de $35 dólares da “TERRA do EINSBEIN” até o “HOSPÍCIO DO SUL”!
Valem cada tiro no bolso! Considere tudo isso você, também… Ah, quer saber qual é a última música da coleção toda? Eu também. Quando, e se chegar, eu posto pra todo mundo conhecer!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 24/09/2020
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