DOIS ALBUNS CONCEITUAIS PIONEIROS: MANHATTAN TOWER , de GORDON JENKINS, 1956. E NIRVANA UK (1967-1971) THE STORY OF SIMON SIMONPATH

A busca pelo “paraíso” pôs em choque os dois NIRVANAS.
Quando o NIRVANA AMERICANO, aquele de KURT COBAIN e DAVE GROHL, surgiu em 1987 no Estado de Washington, e invadiu o planeta; o NIRVANA INGLÊS já havia sido recolhido aos verbetes de enciclopédias do ROCK.
O sucesso do primeiro despertou a ganância do segundo. Processo, indenização de 100 mil dólares e um acordo para os dois usarem o mesmo nome. Os ingleses acrescentaram o UK…
Havia motivos. Apesar dos ingleses terem aparecido pouco, gravaram um disco hoje CLÁSSICO DO ROCK CONCEITUAL – por assim dizer: “THE STORY OF SIMON SIMOPATH”, 1967. Aqui, em excelente versão com bônus, livreto e etc…
É uma história “infantil” muito bem contada. Tem início, meio e fim; e bom entrecho onde cada música refere-se a um momento da narrativa.
Em linhas gerais, fala de um garoto que desejava ter asas para poder voar. E terminou encontrando a garota ideal em um outro mundo, onde tornaram-se rei e rainha do Paraíso Perdido…
É bobagem, claro. Mas o desenrolar da coisa é interessante.
Mas TIO SÉRGIO, o disco é musicalmente bom? Mais ou menos, em minha opinião. As músicas são bastante óbvias e os cantores medianos demais…
Porém, tem o “doce sabor da época”: é SUNSHINE POP mesclado por ROCK-BARROCO, alguma orquestra, uns toques de FOLK INGLÊS + PSICODELIA. É mais para colecionadores do que para os habitantes mais exigentes do mundo POP-ROCK.
No entanto, há outro motivo “histórico” : o disco é mais um daqueles tidos como “o primeiro” disco conceitual. Porque saiu um mês antes do “THE DAYS OF FUTURE PASSED”, dos MOODY BLUES, 1967 – o que é irrelevante, já que a gestação deste levou muito tempo até desaguar. E, claro, foi lançado antes de TOMMY ( THE WHO ) ARTHUR ( KINKS), discos artística e historicamente importantíssimos.
Mas, interessante mesmo é observar que o PRIMEIRO DISCO digamos CONCEITUAL, é um misto de JAZZ, POESIA e GRANDE CANÇÃO AMERICANA, concebido aos poucos, e com versão definitiva gravada em 1956, pelo autor e maestro GORDON JENKINS, e foi batizado por MANHATTAN TOWERS. A obra conta história da vida de um jovem, em seu cotidiano e vida no condomínio onde morava – um conjunto de prédios em NOVA YORK.
É artefato inovador. Há música variada, monólogos, diálogos e efeitos sonoros acerca do tema. E o mais surpreendente: primeiro, foi gravado em 78RPM; depois relançado em SINGLES; e, no advento do LP, foi completado e definitivamente lançado. É o disco da postagem.
A versão de JENKINS está sendo considerada o PRIMEIRO DISCO CONCEITUAL DA HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR. É muito instigante e surpreendente. Portanto, TIO SÉRGIO recomenda que vocês procurem nas plataformas virtuais e ouçam…
Porém, também há outra versão / gravação do grande cantor MEL TORMÉ , nos anos 1950… O que é mais uma prova de que, mesmo sem querer, quase tudo o que está por aí deriva de algo original já concebido no passado.
MANHATTAN TOWER é essencial para incrédulos e colecionadores.
Tentem!
POSTAGEM ORIGINAL: 02/11/2022
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“WE’RE AN AMERICAN BAND” – A JOURNEY THROUGH THE USA HARD ROCK SCENE – 1967/1973 OU: “COMO É DIFÍCIL TRANSCENDER O ÓBVIO”!!!!

Temos aqui 62 faixas de HARD ROCK americano selecionadas criteriosamente. Entre elas, dezessete clássicos inequívocos.
Não, não duvido que a imensa maioria vá na direção do HARD ROCK.
No entanto, é importante saber que quase nada existe em estado puro. Tudo contém História, percurso; portanto, influências e interferências. O fundamental é o conceito: não existe HARD ROCK sem o BLUES como baliza.
Três CDS compõe o BOX bem concebido. Traz livreto explicativo com biografias, etc… É instigante miscelânea de bandas e artistas talvez imprescindíveis: os organizadores trafegaram por sete anos da História. Desde origens identificadas com o PSICHEDELIC ROCK, até chegar ‘a definição mais clara do que é considerado, hoje, o HARD ROCK!
Mas, TIO SÉRGIO, dá uma luz para nós, pô!
Claro, sobrinhos.
Em primeiro lugar, não há como criar tanto o HARD ROCK, o PROGRESSIVO e o HEAVY METAL, sem considerar o que foi ditado pelo ROCK PSICODÉLICO, entre 1967 e 1969.
Os clássicos dessa transição, VANILLA FUDGE, IRON BUTTERFLY, BLUE CHEER, STEPPENWOLF, SPIRIT e FRIJID PINK são facilmente identificáveis. Não eram PROGRESSIVOS e nem METAL: eram claramente ROCK PSICODÉLICO PESADO, algo mais próximo ao HARD ROCK. Mas quase ultrapassando os ditamos do BLUES! Pois, é: não fosse o “quase”, seria contra-senso questionável
Então, como concebê-los?
O jogo fica mais claro, e, também mais complicado à partir de 1969. Temos ALICE COOPER, MOUNTAIN, Z.Z.TOP, CACTUS, BLUE OYESTER CULT, DUST, JAMES GANG e aquela banda que todos gostamos e conhecemos… Como se chama mesmo?
Mas, TIO SÉRGIO, aqui aparecem doideiras pesadas, anteriores e posteriores, fazendo muito barulho. Bandas como QUICKSILVER MESSENGER SERVICE, BLUES MAGOOS, HUMAN BEINZ; e até o reverenciado MUDDY WATERS – inequívoco clássico do BLUES… E, também, ARTHUR LEE, TOD RUNDGREN, LOVE… E, para jogar gasolina e nitroglicerina na lenha, MC5 e STOOGES!!!! E tudo classificado como HARD ROCK?
Pode? E, se não não pode, o que fazer?
Pode, sim, defendo eu. São fronteiriços e contemporâneos. Então, compõem a explicação.
Ahhh, e tem mais, muito mais. Um montão de gente “sabida”, mas não tão “reputada”. E pencas de desconhecidos “siderantes” pelo espaço/tempo do POP ROCK . Eu também os incluiria na feijoada…
Uma nota pessoal: finalmente consegui uma faixa que me persegue desde o final da década de 1960. Não era tão difícil, mas foi postergada feito precatório: THE BUBBLE PUPPY, com HOT SMOKE AND SASSAFRASS – psicodelia pura, que saiu por aqui também. É algo reverenciada e muito lega!
Não comprei o LP original, de 1968, -acho. E agora já posso ouvir em casa…
O fato é que não dá pra deixar de lado a imensidão de bandas “legais”, mas com talentos limitados. Gente que mal transcendeu o elementar, mas frequenta o imaginário de colecionadores com o TIO SÉRGIO, e muitos que conheço na rede, pelas ótimas postagens que fazem
Para resumir, é BOX bem legal! A edição é da nobre GRAPEFRUIT RECORDS, ingleses dedicados e conhecedores. Aconselho a vocês prospectarem. O produto não é tão caro. Uns $35,00 BIDENS/TRUMPS, com extorsão fiscal e tudo o mais incluídos.
Fica para outra conversa distinguir o HARD ROCK feito por ARTISTAS INGLESES do concebido e tocado pelos americanos. Há trilhas e descaminhos nessa mata perigosa….
Sei lá… é isso.
Ahhh, como chama mesmo aquela banda americana que todo mundo gosta?
POSTAGEM ORIGINAL: 01/11/2023
Pode ser uma imagem de 5 pessoas, canhoto de ingresso e texto

HERBIE HANCOCK – COMPLETE COLUMBIA 31 ALBUM COLLECTION: 1972/1988 – 34 DISCOS

A obra de HERBIE HANCOCK é sideral para dizer o mínimo. Abrange inúmeras formas do JAZZ. Do HARD-BOP às FUSIONS eletrônicas; das incursões na MÚSICA AFRICANA ao piano CLÁSSICO; de MILES DAVIS a TOM JOBIM e JONI MITCHELL; do JAZZ ACÚSTICO às diversas VANGUARDAS pela qual transitou sua espetacular carreira e talento imenso.
Gravou na BLUE NOTE, na WARNER, na COLUMBIA entre algumas. Quantos discos? Não contei. Eu tenho mais de 40 e faltam alguns muitos… Pretendo ouvir e possuir todos! Se Deus e banco Itaú deixarem…
Não vou numerar ou nomear a turma com quem tocou. É estelar e incontável. E cito um projeto paralelo: a trilha sonora do seminal filme BLOW – UP, 1968, dirigido por MICHELANGELO ANTONIONI, que também é dele.
Prolífico, profícuo, moderno e genial músico!
Para ter ideia da versatilidade do cara, HERBIE tocou, usou e gravou com 48 tipos de teclados eletrônicos diferentes!
Criou conexões e anexos que, futuramente, foram usados nos sintetizadores Rhodes.
Ele era fluente nos instrumentos. E não por acaso: além de músico soberbo e ator eventual, HANCOCK era ENGENHEIRO ELETRICISTA. Sabia o que estava fazendo!
Trata-lo como superdotado é o minimo que se pode admitir!
A caixa da COLUMBIA, aqui presente, é parte central da obra dele. Eclética ao extremo! HERBIE gravou e fez de tudo em apenas 16 anos na gavadora!
O BOX é, digamos, simultaneamente popular, sofisticado e muito bem produzido. As capas de cada CD estão em formato de MINI-LPS. E, acompanha o BOX livreto ultra informativo com perto de duzentas páginas!!!
As gravações sempre em nível CBS/ COLUMBIA: alta qualidade na CAPTAÇÃO, MIXAGEM e na MASTERIZAÇÃO.
Quando saiu essa maravilha imperdível, em 2013, consegui trazê-la via “FADINHA MASTERCARD” e Amazon por $70 dólares! Hoje, nem ouso contar quanto estão pedindo…
Pasmem! Eu ainda não a escutei todinha. Faltam vários discos que tentarei ouvir durante o restante da minha vida.
Agora, se você gosta de piano acústico, HANCOCK é dos mais completos e pianistas All  around.
Se quiser um “maluco” inventor de sonoridades e influências em SAMPLERS de D.Js; no FUNK-JAZZ; ou em FUSIONS múltiplas e contemporâneas, apresento a vocês “o cara”:
HERBIE HANCOCK é superdotado e completinho…
NÃO PERCA!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 02/11/2019
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PINK FLOYD – ATOM HEART MOTHER. 1970: EM BUSCA DA EDIÇÃO ADEQUADA PARA OBRA DE ARTE POLÊMICA. E OS CONCERTOS NO “HAKONE APHRODITE FESTIVAL” JULHO 1971.

É o famoso, impressionante e CULT álbum, do ponto de vista do design e das fotos; e, principalmente, por causa da espetacular ATOM HEART MOTHER, que ocupa o lado A inteiro do Long Play original.
Eu e milhares, quem sabe milhões, adoramos esse disco! Para outros, é o “infame” ” DISCO DAS VACAS “… Os membros do PINK FLOYD, e muita gente mais, odeiam o disco!
Não é a primeira vez que o TIO SÉRGIO se debruça em torno desse enigma.
Mas por que não gostam?
No decorrer dos tempos, eu tive e ainda mantenho várias edições: Long Play, e alguns CDs.
A produção e a captação originais são boas. Inclusive mantendo o clima lúgubre, “enfumarado” – digamos – entranhado nos discos criados pelo PINK FLOYD.
As edições subsequentes à original foram mais ou menos semelhantes. As últimas atualizações vieram em 2016 e 2021. E, francamente, não trouxeram nada de novo, ou entusiasmante. Inclusive a que vou comentar.
Talvez falte certa mudança de perspectiva na percepção da obra, que já ultrapassou meio século. É possível que necessite da imersão total de alguém de fora e mais jovem. Um produtor craque próximo do ROCK PROGRESSIVO, e de preferência cria do “ocidente”- ambiente cultural onde o álbum foi gestado.
Tá bom. tá bom! Meu candidato para rever e atualizar o trabalho é o STEVEN WILSON…
ATOM HEART MOTHER é obra sofisticada, composta e orquestrada pelo maestro RON GEESIN, também coprodutor, e pessoa muito próxima a ROGER WATERS. São várias partes distintas, porém integradas ao todo da peça.
A presença da orquestra é ultra necessária ao conceito deste álbum. E, claro, há um coro espetacular, imprescindível para realizar os vocais sem letra definida. Resumindo, é ROCK PROGRESSIVO SINFÔNICO, que abarca outras distinções de vanguarda, como elementos inspirados na MÚSICA ELETROACÚSTICA.
Mas TIO SÉRGIO, com tudo isso incorporado onde estaria o problema?
Há certo consenso de que o resultado de verter, ou reproduzir a suíte “A.H.M” em concertos ao vivo, foi insatisfatório. Durante as turnês, as orquestras contratadas não puderam ser mantidas, e mudavam constantemente, rompendo a unidade necessária entre orquestra, banda, e etc… Portanto, não conseguiram fazer shows em nível adequado.
Eu suponho que esses problemas devem ter aumentando em DAVID GILMORE, ROGER WATERS, RICK WRIGHT e NICK MASON a aversão pelo álbum, reforçando a ideia de um fracasso artístico.
Para o LONG PLAY seguinte, MEDDLE, lançado em 1971, foi mais bem desenvolvida uma peça original que tomasse um lado inteiro do álbum: ECHOES. A orquestra foi eliminada ; e, na obra inteira mantiveram a concepção de ROCK PROGRESSIVO e outras experimentações. E não esqueceram elementos do FOLK em algumas faixas.
Ou seja, confirmaram a transição após a fase psicodélica com SYD BARRETT, focando na vanguarda do ROCK daqueles dias. À partir dali, deram pra lá de certo, artística e comercialmente!
PINK FLOYD, NO JAPÃO – HAKONE APHRODITE FESTIVAL, 1971
O BOX JAPONÊS desta postagem contém a versão integral de estúdio de ATOM HEART MOTHER, atualizada em 2021. É igual às disponíveis no momento.
Mas o que motiva os colecionadores é o segundo disco, um BLURAY DISC onde estão os concertos do PINK FLOYD no festival; um documentário com FOOTAGE desde o Aeroporto, cheio de fãs, o translado em carro até o HOTEL, E etc. O filme original é de época, e o mais bem recomposto possível. É documento histórico para banda.
O BOX é bonito, atraente, bem concebido e com material impresso de boa qualidade. Custou o equivalente a $60 TRUMPS – dólares, é claro! Estão aqui livretinho com as várias fotos das VAQUINHAS da capa, junto com as letras em inglês, e algumas informações técnicas.
Há também, reprodução de POSTERS; outro livreto com texto em japonês sobre o evento ( acho que é isso… ), onde estão diversas fotos da banda, em várias situações.
Compõe o BOX mais um livreto com fotos de outros artistas que participaram do HAKONE APHRODITE FESTIVAL, a maioria japoneses – e o mais conhecido é o saxofonista SADAO WATANABE – também ligado à música brasileira.
Além do PINK FLOYD, atração principal, estiveram por lá a cantora FOLK americana “BUFFY SAINTE – MARIE”, e o grupo “bubblegum” “1910 FRUITGUM CO.” Pelas fotos, havia atrações para todos os gostos.
No entanto, o CONCERTO DO PINK FLOYD foi muito mal gravado e filmado. Coisa de amador.
ATOM HEART MOTHER , por exemplo, é uma verdadeira ruína estética. Dá pena ver GILMORE e WATERS cantando!!! Cansados e sem voz, balbuciando, já que não há letra guia na canção inteira. A performance da banda reflete a ausência de aparato técnico – artístico necessário para obra de tal porte.
É a prova de que não pode ser executada apenas por um quarteto. As outras faixas músicas que tocaram, inclusive ECHOES, saíram um pouco melhor, porque mais adequadas a um concerto ao ar livre. Porém, a qualidade do som é abaixo da crítica.
Tudo considerado, apesar de adorar o ATOM HEART MOTHER, confesso que não estou satisfeito com as edições disponíveis. Vou esperar que o STEVEN WILSON, ou algum amiguinho de olhinhos puxados, ou talvez um alemão recheado por chopps e “steinhaeger”, entre em algum estúdio, e recrie a edição adequada.
POSTAGEM ORIGINAL: 02/11/2025
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