CANTAR EM PORTUGUÊS É DIFÍCIL!

A MPB fascina a turma lá de fora. Quando é vertida para outras línguas, os bons cantores geralmente vão bem. O duro é quando tentam cantar em português. A nossa língua não é habitual mundo afora. É muito difícil para estrangeiros aprender, entender e falar. Portanto, interpretar as canções é complicado.
Comprei disco da americana KARRIN ALLYSON, cantora razoável, que transita pelo JAZZ, o BLUES, e o POP . Se encontrarem pelaí, arrisquem.
No CD da foto, ela tenta a MPB; e se estrepa brigando contra a pronúncia. Mas, quando abandona a “inculta e bela”, o disco fica divertido.
Fotografei outros discos. JOHN HENDRICKS, um dos pioneiros a enfrentar a BOSSA NOVA, nesse disco de 1963; e, também, a cult JACINTHA. Ambos cantam bem, mesmo tropeçando na pronúncia.
JAN PARELES, crítico musical do THE NEWS YORK TIMES, entusiasta da MPB, foi estudar português para entender as letras e constatou o que muitos já sabiam: as versões americanas das letras são muito abaixo da poesia original! TOM JOBIM foi vítima disso!
O mesmo fez a melhor entre as cantoras da foto: STACEY KENT é canadense, profissional estudiosa e culta. Fala, entende e canta em português, francês e italiano com perfeição! E tem discografia ampla e variada. Gravou inclusive com MARCOS VALLE álbuns excelentes, por sinal! Inclusive show em DVD encantador!
Recomendo os discos aqui mostrados. São jeitos diferentes de ver e apreciar a melhor música brasileira. Tente.
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ROLLING STONES – EDIÇÃO EM CDS MONO – DECCA/LONDON 1963-1969: O ETERNO FASCÍNIO DO IMPERFEITO!

FALTOU A COLETÂNEA TRIPLA EM CDS, COM OS SINGLES DA ÉPOCA. MAS NÃO SOBROU ESPAÇO NA FOTO. “TIO SÉRGIO” NÃO FICA CITANDO EFEMÉRIDES, ODES, OU ESCALAÇÕES DO TIME. É A FASE “BEAT-R&B”, “PSICODÉLICA”, “PROTO-HARD ROCK”; E O QUE MAIS INVENTARAM OS “ROLLING STONES”, EM 6 ANOS ARRASADORES E INDESCRITÍVEIS!
É O PEDAÇO DE CARREIRA MAIS IMPORTANTE QUE PRODUZIRAM, ACHO. TODO MUNDO CONHECE A MAIORIA DOS HITS; COISAS COMO “SATISFACTION”, “JUMP JACK FLASH”, “GIMME SHELTER” , “HONKY TONKY WOMEN” E TONTAS E TANTAS… MESMO QUE POUCAS DELAS ESTEJAM NOS VINIS ORIGINAIS.
NO ENTANTO, FORAM CORRETAMENTE PRESERVADAS EM COLETÂNEAS, E MANTÊM-SE ARQUIVADAS NO IMAGINÁRIO ARTÍSTICO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO.
OBSERVEM AS CAPAS. A IMENSA MAIORIA COM FOTOS ESCURAS E LAY-OUT LÚGUBRE – DARK? SIGNIFICARIA, QUEM SABE, A FACE VIRADA PARA O LADO SEM LUZ DA GALÁXIA? OU SERIA UM CONTRAPONTO À SUPOSTA LUMINOSIDADE QUE GENTE MAIS SOCIÁVEL, COMO OS “BEATLES”, EMITIRIA PARA O MUNDO? AS CAPAS MAIS CLARAS NÃO COINCIDENTEMENTE SÃO DE ÁLBUNS DA FASE PSICODÉLICA EM DIANTE. FAZ SENTIDO…
SEJA LÁ O QUE PENSAREM SOBRE A BANDA, O FATO É QUE OS “STONES” FORAM VÍTIMAS DE “BULLING”, ROUBO E EXPLORAÇÃO, DURANTE A DÉCADA INTEIRA DE 1960. TRABALHARAM INCANSÁVEL E LOUCAMENTE; PORÉM, O GROSSO DO PRODUTO FOI APROPRIADO PELO EMPRESÁRIO DELES – DIGAMOS QUE O ACHAQUE FOI UM TIPO DE “MAIS VALIA RECONCEITUALIZADA”…
DEPOIS QUE “ALLAN KLEIN” SE TORNOU HÓSPEDE DE ASMODEU, CHEGARAM A UM ACORDO COM A FILHA – HERDEIRA, A NOVA DONA DO MATERIAL QUE HAVIAM COMPOSTO E GERADO FORTUNAS PRA TODO MUNDO: GRAVADORAS, EMPRESÁRIOS, ACHACADORES E ATÉ PARA ELES MESMOS.
E ASSIM, A DISCOGRAFIA DAQUELA ÉPOCA FOI NOVAMENTE REEDITADA EM CDS, DEPOIS DE QUASE 15 ANOS DA PRIMEIRA PRESAGEM ORIGINAL, NESSE FORMATO. ESTÃO AQUI OS ÁLBUNS,
MAS NAS MIXAGENS EM “MONO”, REUNIDAS NESTE BOX.
ESPERO QUE TENHA SIDO UM BOM ACORDO PARA CHARLEY, MICK, KEITH E BILL E O ESPÓLIO DOS JÁ MORTOS, E OS SOBREVIVENTES COMO RONNIE WOOD, MICK TAYLOR, E QUEM MAIS HOUVER.
EU TENHO UM MONTE DE COISAS FEITAS PELOS “ROLLING STONES”. INCLUSIVE REPETIDAS. O MEU CASO DE AMOR COM A BANDA SEMPRE FOI CULTIVAR A MÍSTICA, E TENTAR CONSEGUIR TUDO O QUE FOR POSSÍVEL GRAVADO PELOS CARAS.
SOU CONSUMIDOR COMPULSIVO; E, TAMBÉM, UM CRÍTICO CHATO DA OBRA DELES. NÃO GOSTO DE MUITA COISA QUE FIZERAM. E ACHO OS SINGLES, EM GERAL, MUITO MELHORES DOS OS “LONG PLAYS”.
O MEU AFETO VEM COM TUDO JUNTO AO MESMO TEMPO… SEMPRE; E PARA SEMPRE. GOSTO DE “LOS ROLLINGS”, COMO DIZEM LOS HERMANOS ARGENTINOS, MAIS DO QUE A BOA CRÍTICA, E EU MESMO RECOMENDARIA….
RETORNO AO ÚTERO DAS MINHAS PRIMEIRAS COLEÇÕES; E RECORDO “EXATAIMPRECISAMENTE” OS AFETOS, E VONTADES DE VER E PEGAR AS CAPAS; NA EXPECTATIVA DO CONTEÚDO GRAVADO ME SURPREENDER.
AMADOS DE SEMPRE, EU OS RECOLOCO PARA VOCÊS TAMBÉM.
DUVIDO QUE ALGUÉM RESISTA!
POSTAGEM ORIGINAL: 06/09/2020
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IRON MAIDEN, E UM GOSTINHO DO U.F.O. É O TIO SERGIO RECORDANDO A PAULEIRA BRAVA!!!

Em SHOWS de não tanto tempo atrás, o IRON MAIDEN abria com homenagem explícita ao U.F.O, a conhecida e sensacional banda inglesa ícone dos anos 1970, e ainda em alguma atividade. Já estiveram por aqui.
O “OBJETO AÉREO NÃO IDENTIFICADO” (U.F.O.)operava na curva escorregadia entre o HARD ROCK e o METAL. E a música que o público ouviu na abertura do IRON, “Doctor, Doctor”, é um clássico do U.F.O.
Os mais novos certamente não os conhecem tanto. Mas é clara a relação entre o que faz o IRON MAIDEN e o que fazia o U.F.O, em seu tempo áureo. Falo do driving, da levada, e da garra no palco. Nos shows recentes, emendar uma performance a outra foi bem mais do que adequado: Inundou o ambiente de ROCK PESADO!
Se o IRON consegue conjugar 3 guitarristas com ampla eficiência, o U.F.O arrebentava com apenas um, o alemão MICHAEL SCHENKER! Ele é irmão de RUDOLF SCHENKER, e ambos integraram os SCORPIONS!
Claro, não era só isto. O vocalista PHIL MOGG teve grande momento, entre 1973/1981. TIO SÉRGIO GARANTE: foi um dos melhores do ROCK. Para mim, tão ou mais vigoroso do que BRUCE DICKINSON!
E nem vou comentar sobre o portentoso baixista PETE WAY – o cara que dava o tom e o andamento a banda – e fosse quem estivesse na bateria.
Vou, também, homenagear PAUL RAYMOND, tecladista e segundo guitarrists, um dos melhores “SIDERS” da história do ROCK. Ele tocou em inúmeros grupos, como o SAVOY BROWN.
Eu recomendo aos que não os conhecem, que procurem o disco “STRANGERS IN THE NIGHT”, gravado ao vivo, em 1978, no auge técnico, criativo e físico de todos eles!
É um dos melhores shows da História! Pauleira brava! Começa bem e vai melhorando, chegando ao ápice na parte final! Comprove!
Pois, é! Mais uma vez o IRON MAIDEN não decepciona. Para além de 40 anos de estrada, e discografia portentosa, os caras não negam fogo, apesar da idade avançada da maioria deles…
Tocam por telepatia! Conseguiram entrosar as 3 guitarras, o que já estava evidente, no ROCK IN RIO de 2001!!! Longe time ago!
Claro, o repertório amplo e cheio de clássicos é, ao mesmo tempo, um tanto esperado. O jeito de fazer, compor e tocar é sempre autorreferente; deixando um retrogosto de “já ouvi isso antes”.
O que tenho deles está aqui: uma excelente coletânea e o show de 2001. Para mim, é o suficiente.
Porém, não há quem não goste dos shows, sempre dinâmicos, barulhentos, empolgantes. A banda sempre dá o sangue, o que lhes garante renovadas legiões de fãs.
Pelo cheiro da mortadela, devem continuar e aparecer por aqui outras vezes.
E não há dúvidas, quem gosta de ROCK pesado bem tocado, estimulante, sempre abre espaço para ver o IRON, o METALLICA, o GUNS, e atualmente o GREEN DAY.
Enquanto a bengala e tedio não tomarem conta de meus passos, estarei frente à TV dando risada e comentando com os amigos.
Para acompanhar, vou seguir a receita de GEORGE THOROGOOD: “ONE BOURBON, ONE SCOTCH , ONE BEER”. E, se rolar uma CAIPIRINHA, TIO SÉRGIO também encara.
O ROCK permanece divertido!!!!
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BRAD MEHLDAU & ORPHEUS CHAMBER ORCHESTRA: VARIATIONS ON A MELANCHOLY THEME – CD NONESUCH 2021.

Uma das características da boa música instrumental contemporânea é estar além – rótulos e “pré – conceitos”. Exibe alta qualidade sem restringir-se a estilos ou gêneros. E, quando bem estruturada, revela sofisticação em harmonia, melodia, ritmo e andamento.
Assim, as fronteiras entre o POP, o CLÁSSICO e o JAZZ tornaram-se mais permeáveis, fluidas e mutantes. O que vislumbra perspectivas inéditas e mais ricas para quem aprecia.
Porém, restará o eterno problema de como classificar. Talvez bobagem frente à amplitude que alcança. Mas chateação essencial para os que têm discoteca, ou coleções, e podem se perder frente às prateleiras.
BRAD MEHLDAU é pianista de altíssimo nível técnico, artístico e de criatividade. Tem obra em expansão contínua, e já numerosa; e sempre eclética e instigante. Gravou em estúdio com trios, quartetos, grupos mais amplos e piano solo. Fez discos ao vivo, também.
Criou em parceria com gente sólida, como o guitarrista PAT METHENY – outro superdotado -, com quem fez dois discos imperdíveis, também para a NONESUTCH RECORDS: “METHENY MEHLDAU”, em 2006 (acho que saiu no Brasil ). E “METHENY MEHLDAU QUARTET”, lançado em 2007. Busque por aí, porque vale a pena!
Uma das características de MEHLDAU é a coragem, ousadia e ambição! O cara enfrenta os desafios para tornar mais ampla, e sofisticada, obras de compositores como NICK DRAKE, e da banda RADIOHEAD. Além de encarar ícones como GERSHWIN, COLE PORTER, THELONIOUS MONK e MILTON NASCIMENTO. Só para ficar em alguns…
É nítido: MEHLDAU é, também, compositor expressivo e extenso. No presente disco, gravado ao vivo com a ORPHEUS CHAMBER ORCHESTRA, BRAD emula e ondula sobre a música erudita (para mim clássica) em formato contemporâneo, que ele compôs tendo como inspiração “AS VARIAÇÕES” de BACH (GOLDEBERG); e BEETHOVEN (DIABELLI ) – ele
explica no livreto.
BRAD MEHLDAU criou as 15 faixas, todas correlacionadas entre si por um tema principal, que deambula modificado por toda a execução. Há traços perceptíveis de CONFORTABLY NUMB, do PINK FLOYD, por exemplo e, no entremeio, de sonoridades enterradas no pré-sal da memória dos que gostam de música. Ouça e observe. O efeito é mágico!
O trabalho da orquestra é de beleza explícita. É moderno sem ser chato ou hermético, e servindo de base harmônica para o soberbo trabalho de piano. É bonito do começo ao final, mesmo nada longo.
A melancolia a que MELHDAU se refere tem o caráter da resignação algo BLUESY da música negra. E seu piano incorpora, e expressa o tempo inteiro, o jeito “JAZZISTICO” de tocar, embalado pelo “clássico contemporâneo” – se é que bem decifrei a pretensão.
É música sofisticada, sim. Mas impenetrável, nunca!
Vai bem para a turma do JAZZ e da MÚSICA CLÁSSICA; e até da NEW AGE, do LOUNGE e do ROCK PROGRESSIVO. É trabalho agradavelmente inclassificável.
E ainda bem!
O ponto negativo nesta edição americana, é a porcaria de material reciclável com que é feita a capa/embalagem do CD!!!! É frágil, feia, mal dimensionada – muito estreita, fere o disco!
Verdadeiro desrespeito ao consumidor!!!, que paga a peso de urânio por um produto de alto nível artístico, como geralmente são os discos da NONESUTCH, mas embalado em lixo mal tratado.
Mesmo assim, não deixe de ouvir. Eleva e reconforta espírito e mente.
POSTAGEM ORIGINAL: 20/08/2021
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KEITH JARRETT – UM GÊNIO ICONOCLASTA

The KOLN CONCERT, de 1975, é o álbum mais vendido da gravadora ECM até hoje! Disco solo de improvisação impecável, que podemos supor, ou classificar, como JAZZ. Mas vai além, muito além de qualquer conceito mais restritivo!
KEITH é o mais “cósmico” entre os pianistas americanos. Voa e “sidera” o tempo inteiro; mas sempre assentado em base harmônica sólida e vigorosa. Observem a mão esquerda do cara, é a “viga baldrame” da harmonia para a incrível capacidade de criar melodias que buscam o POP, o JAZZ , os CLÁSSICOS MODERNOS, and beyond…; e tudo condensado nas improvisações que faz no momento preciso.
JARRET é gênio resmungão !
Acho que andei exagerando na crítica de suas performances “extra-música”: adições de gritinhos, sussurros, relinches, orgasmos, flatulências, adendos melódicos vocais, e etc…, que ele nos brinda em vários discos, mas não em todos; felizmente!
Portanto, vez por outra um “CALA A BOCA, KATARINO”, lhe cai bem!
Aqui vão postados exemplos de música imensa. Do JAZZ MODERNO mais típico à criação musical mais aberta, encontra-se em KEITH o suprassumo da melodia, e da improvisação inventiva.
Ele não faz masturbações harmônicas indecifráveis e nem melodias irritantes ou monótonas. Vai do excepcional ao sublime para todos os gostos – e momentos.
Quando eu crescer escrevo pro Rodrigo Marques NogueiraPierre MignacGil AndersonCesar LimaGerson PéricoAyrton Mugnaini Jr.Nelson Rocha Dos Santos acrescentando alguns arrependimentos por ter sido ranzinza com o JARRET.
Vocês todos são obrigados a gostar do KEITH!!! E, da minha parte, repito o que já disse:
Pô, KATARINO, de vez em quando “shut-up”!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 01/09/2019
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ELIAS JABOUR – UM COMUNISTA DE VERDADE

VAMOS FALAR MUITO SÉRIO. QUEM NÃO ACOMPANHA ELIAS JABOUR NÃO ENTENDE 60% DO QUE É O BRASIL!
ELE É UM “COMUNISTA” , MAS NÃO COMO A VULGARIDADE INTERPRETA O QUE SERIA, NÉ Pierre MignacGerson PéricoNelson Rocha Dos SantosCesar LimaAdalberto GraciolliBeatriz TôrresGuto CapuchoReinaldo Azevedo@Walfrido Ward@
Ele vê a História como motora de um processo. E foge do ideologismo fácil. Tem noção ampla do que é o capitalismo e, principalmente, de como a CHINA procede.
O fato é o seguinte: a esquerda tem intelectuais produtivos e até orgânicos. A direita, não. Simplesmente porque a imensa maioria da direita não “pensa” o Brasil. Mas reage ao Brasil e ao futuro que não conhece.
Ainda bem que há gente como o Reinaldo AzevedoREINALDO AZEVEDO e o WALFRIDO WARDE, que são liberais mas pensam, dão voz e palavra ao diferente, ao maldito, ao heterodoxo pensador. Contrapor ideias a respeito de ideias organizadas, como sempre são as do ELIAS JABOUR.
Ser conservador é pensar em manter INSITIUIÇÕES e projeções CIVILIZATÓRIAS, e não ouvir a JOVEM PAN, ler a revista OESTE, ou, o que é um horror inevitável para mim, que moro do GUARUJÁ, ouvir certos comentaristas políticos empedrados, imobilizados por conteúdos intelectuais ausentes.
Se vocês quiserem entender o Brasil@Damaris Menon Do Espírito SantoFernanda TorresAntonio Augusto Souza LimaLiza Wehbe e outros que prezo, abram a mente – perscrutem outros comentaristas. O real está muito, mas muito mais acima!
Com Trump no calcanhar do Brasil, Jabbour pensa os modelos americano e chinês. Reconversa de Férias

A CONSOLIDAÇÃO DO ROCK DOS ANOS 1980, E AS BASES PARA O ROCK ALTERNATIVO: U-2, R.E.M , THE SMITHS, E THE CURE:

Minha cronologia histórica para definir períodos do ROCK é um tanto diferente do que se vê por aí. Talvez seja pessoal demais e inadequada. E, claro, estilos e gêneros permanecem além das modas e modismos. E se acumulam, confundem, e se misturam enquanto a vida e os tempos seguem… Vou narrar a minha perspectiva:
A música jovem e rebelde dos anos 1950, o “ROCK & ROLL CLÁSSICO”, começou a tomar forma mais ou menos em 1948, e foi para o segundo plano em 1961.
Os anos 1960 e seu ROCK prototípico (o que é isso, TIO SÉRGIO!!!! ), o “BEAT”, começou em 1962, e se transformou por volta de 1966/1967 com o advento do ROCK PSICODÉLICO. Naquele período, elementos definidores da sonoridade dos anos 1970 começaram a tomar corpo.
Lá por 1969, o “ROCK PROGRESSIVO”, mais o “HARD ROCK” e o “HEAVY METAL” já estavam em cena pleiteando a eternidade. E permanecem modificados até agora.
Para complicar, em 1975/1976 houve a chegada do “PUNK”. E daí pra adiante, iniciou-se a nova música preponderante nos 1980. E variedade imensa de sonoridades surgiram com o PÓS-PUNK, gerando metamorfoses, e alguns flertes com o passado.
Por volta de 1990, o GRUNGE e o BRIT POP ditaram estilo e, ao mesmo tempo, ajudaram a consolidar a tendência para o ROCK ALTERNATIVO.
É um favor não cobrarem a imensidão de tendências que conviveram ou sobreviveram ao longo dos tempos, transformando o ROCK PROGRESSIVO, o HEAVY METAL e o HARD ROCK. E nem ouso citar e as mil faces e formas do POP, e da MÚSICA NEGRA – o HIP-HOP incluído. Porque configuram outros assuntos, requerem doses acima do que a minha insanidade, conhecimentos e curiosidade, e principalmente esse texto comportam.
Entenderam? Hummm… talvez o correto seja dizer: vocês me entenderam? quem sabe! Enfim; é uma a tese que esbocei…
THE SMITHS, U-2, e R.E.M e THE CURE são claramente as bandas que expuseram o novo ROCK surgido nos anos 1980. Então, vamos com alguma sociologia musical:
Os mais jovens que por aqueles tempos ainda não existiam, talvez não saibam o impacto cultural que teve o surgimento dos SMITHS, em 1982 e anos subsequentes. Aqui, no Brasil, o lançamento de seus discos foi reivindicado quase aos berros pela crítica especializada!
Havia jornalismo musical informado sobre a modernidade, né Ayrton Mugnaini Jr.Fernando Naporano Music PageZeca AzevedoisGerson PéricoNelson Rocha Dos SantosAdalberto Graciolli? Mas em completo descompasso com a soviética sonolência das gravadoras nacionais.
A discografia, era quase toda importada, e existiam as poucas lojas ou espaços para a nova música. Com a palavra Rene FerriLuiz Calanca., viventes não burocráticos naquela era…
Os SMITHS, na minha opinião, fundiram e modernizaram o ROCKABILLY dos anos 1950, com o guitarrista JOHNNY MARR e o timbre de voz algo ROY ORBISON, de MORRISSEY. Aliás, figura emblemática da liberação gay, assunto já corrente. Ele é fã de cantoras POP como DUSTY SPRINGFIELD, CILLA BLACK, etc, indutoras de estilo e diversão na transição dos 1960 para os 70, e away…
Os SMITHS duraram 5 anos com muito sucesso. Aqui, uma boa coletânea de SINGLES. Para mim, é o suficiente. MARR e MORRISSEY continuam por aí atuantes e significativos.
O R.E.M. é tido como a banda fundadora do ROCK ALTERNATIVO, coisa de rádios universitárias americanas e de gente insatisfeita com a mesmice que excluía do cardápio VELVET UNDERGROUND, STOOGES, NEW YORK DOLLS, PATTY SMITH, e os macacos travessos de sempre…
Eles criaram sonoridade nitidamente americana, emulando BYRDS, FOLK, COUNTRY e, claro, o PUNK. Inspirados no fundo do poço de bandas como MINUTEMAN, BLACK FLAG e outros soberbos desconhecidos.
Como quase todos sabem, o R.E.M. saiu do underground para o proscênio na esteira dessa nova onda. Criar letras algo indecifráveis e com ares intelectuais, também ajudou.
TIO SÉRGIO conseguiu velha reivindicação pessoal, a coletânea de seus primeiros momentos na gravadora I.R.S., lançada em 1988. Colige o sumo, o barro da talha, a essência do que pretendiam…
“EPONIMOUS” é expressão aliciante: segundo os dicionários, é “nome que se ajunta a um nome original para substituí-lo”. É quase cognome, apelido; e no caso, metáfora para eles mesmos. Representa o lado meio indefinido, meio “obscuro/nítido” do que pretenderam ser e fazer. GENIAL!
Para fins de necrológio, viveram entre 1980 e 2011. Mas o legado e os caras continuam. MICHAEL STIPE, cantor e compositor, é ícone cultural do ROCK ALTERNATIVO.
THE CURE continua banda bem sucedida banda daqueles tempos. É a minha predileta, entre todas. Gosto da sonoridade DARK WAVE e da voz chorosa do ROBERTINHO… SMITH, vá lá…
Acho a estratégia dos shows ao vivo, aquele monte de sucessos e a banda sempre afiada e algo vanguardista, muito cativantes. Quanto vêm ao BRASIL, eu não perco os shows pela TV. São ídolos mundiais, estão no ROCK AND ROLL HALL OF FAME, e criaram uma da músicas mais regravadas da História: LOVE SONG tem mais de 400 versões. É simples, romântica e deliciosa. HIT consagrado!
Quando CONCERT, o primeiro álbum ao vivo deles saiu no BRASIL, em 1984, levei na casa de amigo para ouvirmos. Fui rechaçado como herege! Acharam um horror! Bom, é claro que não é! No entanto, há 40 anos agredia o gosto HARD ROCK da turma. Desde lá, vez por outra compro alguma coisa dos caras. Estão todos na postagem…
ROBERT SMITH e banda fizeram e fazem muito bem a interface entre o MAINSTREAM, e o ROCK ALTERNATIVO. São estilistas e permanecem.
A banda mais bem sucedida pós anos 1970, e ligada diretamente ao som dos anos 1980 é o U-2. Mestres na administração de expectativas, as banda lançou poucos discos, 17 álbuns de estúdio, em 48 anos de carreira. Talvez sejam preciosistas e só venham a público para entregar o fino do fino….
Eu considero “UNFORGETABLE FIRE”, 1984, esteticamente o ÁLBUM mais bem sucedido da carreira deles. Claro, é questão de gosto, e devo estar defasado – aliás, com toda a certeza eu estou!
Bons de palco, produção e marketing, o U-2 é simultaneamente fiel e reconhecível pela sonoridade que sempre o distinguiu. É banda inovadora e atualizada ao tempo de cada disco que lançou. Dialogam com o contemporâneo. Moderninhos, ever!
O U2 é o maior fenômeno de massa provindo do que se pode considerar ROCK ALTERNATIVO. São mais de 175 milhões de discos vendidos; diversas coletâneas de singles e sucessos; shows ao vivo mundo afora; e continua sendo referência de estilo. É a banda irlandesa de maior sucesso em todos os tempos!
Enfim, curtam esse tempo/espaço cultural musical. Tenho a não granítica certeza de que todo mundo gosta.
POSTAGEM ORIGINAL: 30/08/2025
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STEFANO DI BATTISTA – TROUBLE SHOOTIN! – BLUE NOTE – 2007

JAZZ DE BOA QUALIDADE, JOVIAL, MAS SEM GRANDES SURPRESAS, MESMO SENDO DISCO MAIS OU MENOS RECENTE, LANÇADO EM 2007.
É GRAVAÇÃO DA BLUE NOTE, O QUE RECOMENDA OUVIR DE CARA. E BATTISTA É UM BOM SAX SOPRANO E ALTO.
O GRUPO QUE O ACOMPANHA É MUITO EFICIENTE E COMBINA TROMPETE, ÓRGÃO HAMMOND, GUITARRA E BATERIA. MAS, NÃO TEM CONTRABAIXO; O QUE LHE RETIRA PESO E ALGUMA DINÂMICA .
O DISCO ACOMPANHA BEM O HAPPY HOUR, UM FINAL DE TARDE, UMA REUNIÃO DE AMIGOS, E TUDO O QUE CHAME A DESCONTRAÇÃO.
É BOM, TAMBÉM, PRA ACORDAR DE BOM HUMOR E INICIAR O DIA EM ALTO ASTRAL.
É CD PRA QUEM NÃO VOTA NO PRTB, NO EYMAEL, OU EM OUTROS VIVALDINOS RECORRENTES!
O BOLSONARO ET CATERVA NÃO ENTENDERÃO; O ALCKMIN PREFERIRIA UMA SERESTA; CIRO GOMES IRIA ATRÁS DO GIL; MARINA SILVA CHAMARIA O PAJÉ; O HADDAD MIGRARIA PARA O CHICO BUARQUE; E O LULA PRO FORRÓ.
SIMONE TEBET E A SORAYA QUEM SABE GOSTASSEM.
O BOULOS RADICALIZARIA E INVADIRIA O ESTÚDIO, ALEGANDO QUE ITALIANO BOM É O CESARE BATTISTI OU ALGUÉM DA BRIGADA VERMELHA. E ESTARIA ERRADO, COMO SEMPRE…
QUANTO A NÓS AQUI, VAMOS CURTIR BASTANTE!
SE ENCONTRAR BARATO POR AÍ TENTE. É “DI” BOA!
POSTAGEM ORIGINAL: 30/08/2018
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BILL HALEY & HIS COMETS: REEDIÇÃO DO VINIL ORIGINAL BRASILEIRO, 1957

Lá por 1964, este “anzol” que o BILL HALEY fazia no cabelo chamava “Pega Moça”. E, se fosse exposto por meninas, o nome virava “Pega Rapaz”… muito lógico, claro! Tempos ainda românticos, onde os códigos de comportamentos, mesmo explícitos, eram discretos; significando quase nada mais que possível sinal para um contato e talvez paquera.
Mas TIO SERGIO, você é “oriundo” da cultura desses tempos do ROCK & ROLL CLÁSSICO?
Não, exatamente. Nasci em 1952; fui adolescente com os BEATLES et caterva. E BILL HALEY, e até ELVIS PRESLEY, eram personagens da geração anterior; portanto, comungamos alguns credos, gostos, e muitas discrepâncias.
A pureza de gostos, na minha juventude, foi exigência para distinguir o tido como velho do suposto novo. Um radicalismo inconsistente; já que os meus ídolos eram fãs dos mestres que os antecederam: BILL, ELVIS, CHUCK BERRY, e por aí aquém e além…
Então, dia incerto, lá por 1963, cumprindo visita que fazíamos em finais de ano para a Tia Cezarina, irmã da mãe de FERNANDO, meu pai, encontrei o primo PAULO MOUSSALLI. Ele era tido como solteirão inveterado e cobiçado pela mulherada.
Por motivo que não recordo, vi por lá este LP. original do BILL HALEY. Aliás, também com dez polegadas e 8 músicas; edição nacional e com o mesmo selo DECCA. Sempre gostei de discos. E fiquei olhando, apalpando… O PAULO já havia me presenteado com dois 78 RPMs do CHUBBY CHECKER, o rei do TWIST; e o meu primeiro ídolo musical! Resumindo, saí de lá com este BILL HALEY, Fernanda Torres .
Vou contar a saga do “espécime” em minhas mãos: eu não tinha “pick-up”. E, vez por outra, eu ouvia discos na vitrola da Tia DIVA: uma câmara de tortura para os vinis, que invariavelmente voltavam estuprados para casa, tal o peso do braço, e a qualidade da agulha…
De tanto tortura-lo, tornou-
se imprestável. E o que fez o macabro jovem TIO SÉRGIO? Lavou
o supliciado com bombril e sapólio Radium! Isso mesmo!
Recentemente, descobri que a veneranda BEAR FAMILY RECORDS fez duas tiragens limitadas, cada uma com mil discos dessa preciosidade brasileira! Aliás, também relançaram mais outro Dez Polegadas de BILL HALEY, na DECCA brasileira. Raridades cobiçadas, não deram pro cheiro! Esgotaram no ato! Eu consegui esta cópia, graças ‘a FADINHA MASTERCARD. Chegou em minha porta… O preço original de $ 22,00, aportou reajustado para $ 58,00!!! Em “DÓLAR CURRA”, a moeda oficial espoliativa para quem ousa importar uma bobagem qualquer, uns R$ 335,00!!!
Foi a vingança pelos maltratos que impingi no pobre e raro vinil original.
Na foto também edição excelente, em CD, da série ROCKS!, lançada e mantida pela veneranda BEAR FAMILY RECORDS. Estão nele tudo o que interessa do BILL HALEY para qualquer interessado na HISTÓRIA do ROCK AND ROLL: “ROCK AROUND THE CLOCK”, “SHAKE, RATTLE AND ROLL”, “SEE YOU LATER, ALLIGATOR, RIT IT UP”, e mais 27 faixas… É o que houve de melhor na produção do cara.
Pense nisso.
POSTAGEM ORIGINAL:28/08/2024
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CAN – THE SINGLES – O INESPERADO FEZ UMA SURPRESA!

Tio Sérgio foi surpreendido e ficou exultante! E para a maioria dos amigos, deixo a eterna questão da novidade – seja ela moderna ou não: “What porra it’s this”?
Pois, então! É KRAUTROCK, ou ROCK PROGRESSIVO alemão. “Ma non tropo”…
Esta edição é uma coletânea de SINGLES feitos dos anos 1970 em diante, por uma banda ícone, porém mal compreendida, e nem sempre bem amada – porém seminal!
Tenho outras coisas gravadas por eles; e confesso: não é em toda ocasião que eu os aguento. Obra difícil, de se gostar. A banda tem um japonês no vocal DAMO SUZUKI – pasmem!
D.J.s e a turma que sampleia músicas os têm em alta conta.
A modernidade os restaurou, e mesmo que a maioria das faixas aqui tenham sido recuperadas de arquivos “assassinados” por gravadoras irresponsáveis e gente inepta; os caras construíram este CD. Raro e talvez precioso; Coisa que só alemães e japoneses são capazes…
Exultei quando peguei na portaria do prédio, porque nesse meio tempo entrou o BRASIL e suas deficiências!
É cristalino! foi postado na Inglaterra em 13 de outubro de 2017. Chegou em abril de 2018!!! Vai ver o pacotinho fez viagem de navio pelo mundo inteiro; desembarcou no Brasil e resolveu hibernar na Receita Federal por uns seis meses…
No geral, foi o tempo de uma quase gravidez e um parto! Felizmente, o nenê é saudável . Os correios da União Soviética e da Albânia comunista certamente eram mais ágeis.
Tente ouvi-los, é instrutivo. Se você tiver coragem!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 28/08/2018
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