SPIRIT – FUSÃO PSICODÉLICA – 1967 /1973

Estão aqui, os gloriosos primeiros discos do SPIRIT, gravados para a COLUMBIA RECORDS, entre 1967 e 1970, onde se destaca o guitarrista “HENDRIXIANO” RANDY CALIFORNIA. São quatro supra sumos do melhor ROCK PSICODÉLICO feito na América daqueles tempos!
Também está postado o CD DUPLO com os dois álbuns que fizeram na MERCURY RECORDS: “FEEDBACK”, – sem CALIFORNIA -, que voltou à banda para “SPIRIT of 76”.
Nesta fase, tentaram ajustar o grupo para o HARD ROCK ao estilo HUMBLE PIE, SPOOKY TOOTH, por aí… Era a sonoridade em voga do final dos anos 1960 e início da década de 1970, pareando com o nascente ROCK PROGRESSIVO.
SPIRIT foi banda originalíssima que fundiu o ROCK PSICODÉLICO ao BLUES, e com pitadas de JAZZ MODERNO – a contribuição luxuosa do baterista ED CASSADY, padrasto de RANDY CALIFORNIA, e veterano do JAZZ com passagens por grupos de CANNONBALL ADDERLEY, THELONIOUS MONK , GERRY MULLIGHAN, TAJ MAHAL, e outros vários.
A banda “soava claustrofobia”; um clima que, para mim, sempre lembra o 1984, de GEORGE ORWELL; ou coisas de FRANZ KAFKA.
Eram pesados e algo lentos; talvez um pré – BLACK SABBATH mais intelectualizado. Filhos legítimos da ERA HIPPIE e da GUERRA FRIA, portanto embalados no desbunde crítico e anárquico dos contestadores de 1968I
Bingo! O LP de maior sucesso da banda, o espetacular “12 DREAMS OF DR.SARDONICUS”, de 1970, exala isto!
Houve, tempos atrás, polêmica sobre a abertura da música TAURUS, constante no álbum “SPIRIT”, lançado em 1967, e tida como plagiada pelo LED ZEPPELIN, em “STAIRWAY DO HEAVEN”.
Eu discordo. Acho acusação genérica e insuficiente. Afinal, o que existe é uma sequência de acordes encontrados em centenas de outras músicas. Nada demais.
O LED ZEPPELIN foi absolvido, com inteira justiça; mesmo que o ranço do estigma gerado pela discussão permaneça, confundindo o excelente currículo da banda com prontuário…
No entanto, o SPIRIT chegou a excursionar com o LED, que tocou “Fresh Garbage”, em um show, o que para muitos seria indício de fraude….
Sempre que ouço as orquestrações em discos do SPIRIT, me recordo de “CONSTRUÇÃO e DEUS LHE PAGUE” do CHICO BUARQUE. Percebo no arranjo de ROGÉRIO DUPRAT inspirações “orwellianas”, que lembram o “SPIRIT”…
Atentem: não falei em plágio – porque não é mesmo! Eles são contemporâneos; e DUPRAT foi o maestro da TROPICÁLIA, espécie de PSICODELIA À BRASILEIRA.
E, por proximidade lógico-estética-temporal, influências e memórias sempre parecem possíveis…
SPIRIT é banda fundamental! E cai em teste para “rockers” em nível de mestrado.
Não percam! São músicos e discos altamente criativos!
POSTAGEM ORIGINAL:15/09/2019
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JIMMY SMITH, O CARA!

JIMMY estabeleceu o jeito moderno de tocar órgão. E influenciou todo mundo de BRIAN AUGER a KEITH EMERSON; de STEVIE WINWOOD a JOE DE FRANCESCO.
E, também, WALTER WANDERLEY, VALDIR CALMON e ARI BORGER, para ficar nos três brasileiro talvez mais notáveis. Resumindo, SMITH é modelo para músicos do JAZZ ao POP. Unanimidade!
JIMMY SMITH foi um dos que trouxeram o R&B mais próximo do que viria a ser o JAZZ MODERNO. E o caminho inverso, também. Perfeição paradoxal e dançante, ele fazia base e solo simultaneamente!
SMITH nasceu, supõe-se em 1925, e gravou profissionalmente de 1956, em diante. Talvez algo tarde; mas, é daí?
Não parou mais até 2005, quando morreu aos 79 anos.
Grande músico, começou na BLUE NOTE, foi para a VERVE, depois migrou para a PRESTIGE, três gravadoras boutiques de alta qualidade na história do JAZZ.
Ergueu DISCOGRAFIA imensa e talvez integralmente acessível. Tocou, gravou e foi parceiro de Deuses e demônios da música moderna. Um astro em torno de quem muitos sideraram – e ainda sideram.
No entanto, colecioná-lo para valer talvez seja para os completistas. Para mim, basta uma quantidade razoável abrangendo todas as fases.
Talvez porque o Órgão seja instrumento versátil e onipresente além da conta; por isso, limita os conteúdos: tudo tende a ficar “pasteurizado demais”.
É o quê me parece. De qualquer forma, vá de JAIME SILVA -oooopppss, JIMMY SMITH! Ele sempre nos faz dançar e brinca com o cérebro e a sensibilidade do ouvinte.
Acompanhe com alegria e bebidas esfuziantes!😃
POSTAGEM ORIGINAL:14/09/2019
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THE ELECTRIC PRUNES – TRANSIÇÃO ENTRE O ROCK PSICODÉLICO E O PROGRESSIVO -1967 – 1969

Um caso a parte. A banda original existia, mas não era dona do nome ELECTRIC PRUNES, que pertencia ao empresário deles.
Mas, gravaram integralmente os dois primeiros discos, clássicos do ROCK PSICODÉLICO AMERICANO.
O primeiro deles, “I HAD TOO MUCH TOO DREAM”, 1967 , é espetacular! Talvez o indício primordial do que, uns doze anos depois, seria batizado “GOTHIK ROCK” .
Em minha opinião, não haveria THE CURE, JOY DIVISION e vários , sem a influência da sonoridade criada pelos PRUNES.
Eu ouvi os ELECTRIC PRUNES, no rádio , em 1967. Enlouqueci!!!!
E meu amigo – irmão SILVIO LUCIANO DEAN havia comprado o COMPACTO SIMPLES, lançado aqui em PATÓPOLIS. Ouvimos até abrir uma fenda!
Então, consegui o primeiro LP deles, em MONO, de alguém cujo pai era piloto de aviões, e trazia mercadorias “não oficialmente”.
Paguei sei lá quanto por ele e o espetacular single “I CAN SEE FOR MILES”, gravado por THE WHO.
Estão entre as melhores compras que fiz em minha vida!
Os membros originais dos ELECTRIC PRUNES participaram meio na marra de parte do terceiro disco, a monumental e intrigante “MASS IN F MINOR”, a missa católica completa, cantada em latim e tocada como ROCK PSICODÉLICO à JEFFERSON AIRPLANE com influências de JIMI HENDRIX. Ou seja, o uso de câmaras de eco, distorção, delay e tudo o mais que a modernidade iconoclasta da era hippie trouxe!
Este álbum foi composto e proposto por um músico de vanguarda DAVID AXELROD, e lançado sob o nome dos ELECTRIC PRUNES. Parte dele foi feita com banda de estúdio, que tomou o lugar da turma original. Foi um sucesso de crítica! e é cult, surpreendente e colecionável!
Talvez muitos não conheçam o quarto disco da “franquia”: “RELEASE OF AN OATH” , uma prece judaica, também composta por AXELROD, com ele e um espetacular time de estúdio em Los Angeles, entre eles a baixista ícone CAROL KAYE – que dá um show na gravação!
Também é disco é imperdível. Um dos elos entre a PSICODELIA e o nascente ROCK PROGRESSIVO. Mas, sem os resquícios da primeira formação da banda.
Os outros dois discos aqui postados são pra cumprir tabela e mais nada.
Eu recomendaria tranquilamente os 4 primeiros discos para quem gosta do gênero. E nome de banda pertencer a empresário era ainda muito comum.
Aqui, no HOSPÍCIO DO SUL, a famosa banda dos anos 1960, “OS INCRÍVEIS”, adotou esse nome porque o original, THE CLEVERS” , pertencia ao empresário e radialista, ANTONIO AGUILAR, com quem havia brigado.
POSTAGEM ORIGINAL: 14/09/2019
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THE WHO – TOMMY – 1969 – EDIÇÃO JAPONESA – SHMCD

ÁLBUM SIMBÓLICO DO ROCK MODERNO PÓS BEAT; SONORIDADE DESVIANDO PARA O ROCK “PSICODÉLICO” E PITADAS DE “PROGRESSIVO”.
VALE MAIS PELO CONCEITO PRETENDIDO, DO QUE PELAS MÚSICAS QUE, PENSANDO BEM, SÃO CONSERVADORAS…
“TOMMY” FOI CONCEBIDO COMO “ROCK CONCEITUAL”‘, NA ESTEIRA DE “S.F.SORROW”, DOS “PRETTY THINGS” , DE 1968; DISCO BASTANTE ADMIRADO POR “PETER TOWNSHEND”, O GUITARRISTA E COMPOSITOR PRINCIPAL DO “WHO”.
PORÉM, “TOMMY” FOI ESPERTAMENTE “VENDIDO” E POSTERIORMENTE REINVENTADO COMO “ÓPERA ROCK”; GRAVADA, FILMADA, E ENCENADA VÁRIAS VEZES, O QUE LHE GARANTIU MERECIDA FAMA E PERENIDADE.
O ÁLBUM, EM TESE, REPRESENTA O AMADURECIMENTO DE UMA BANDA QUE HAVIA SE FIRMADO COMO ÍDOLO PARA ADOLESCENTES REBELDES. E “THE WHO” E OS “ROLLING STONES” SEMPRE FORAM SINÔNIMOS E PARADIGMAS DE REBELDIA E ICONOCLASTIA.
EM 1968, “THE WHO” ESTAVA EM CRISE FINANCEIRA E CRIATIVA; OS QUATRO PRECISAVAM FAZER ALGUMA COISA PRA RESOLVER…
“TOMMY” FOI UM ACHADO! E OS CARAS TIVERAM MUITA SORTE, TAMBÉM.
“ARTHUR” , DOS KINKS, DE 1969, É TAMBÉM MUSICALMENTE CONSERVADOR. PORÉM, MAIS BEM ESCRITO. E CONTA A HISTÓRIA E O MODO DE VIDA BRITÂNICOS COM MUITA IRONIA E SARCASMO; POSTURA EM DIA COM AQUELES TEMPOS REVOLUCIONÁRIOS. VIDE, POR EXEMPLO, O QUE FAZIAM CHICO, GIL E CAETANO, AQUI NO BRASIL. ARTISTAS RELEVANTES EM “PARI-PASU” HISTÓRICO.
NO ENTANTO – E HAJA “NO ENTANTO SIGNIFICATIVO” NISSO! -, “TOMMY” ANTEVIU UMA SOCIEDADE CRESCENTEMENTE BASEADA NA ELETRÔNICA. E QUE EXPUNHA A ALIENAÇÃO E A INCOMUNICABILIDADE ENTRE OS INDIVÍDUOS, A MARCA PROFUNDA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO. “TOMMY”, O PERSONAGEM CENTRAL, É CEGO, SURDO E MUDO, MAS CRAQUE EM JOGOS ELETRÔNICOS.
RESUMINDO, O MUNDO EM QUE HOJE VIVEMOS, FOI EXPOSTO MAIS DE MEIO SÉCULO ATRÁS NA OBRA…
PARA OS QUE DUVIDAM, BASTA OBSERVAR EM VOLTA NOS METRÔS, MESAS DE BARES, REUNIÕES DE FAMÍLIA, ESCOLAS… E SE ENXERGARÁ, NO PRESENTE, AQUELE “FUTURO” QUE PETE “TOWNSHEND” INTUIU. DESTE PONTO DE VISTA, “TOMMY” É OBRA DE GÊNIO!
O DISCO É METÁFORA DURADOURA E PODEROSA! E QUEM NÃO CONHECE NÃO PASSA DE ANO EM ROCK’N’ROLL…
PS: A MINHA EDIÇÃO É JAPONESA, REMASTERIZADA EM “SHMCD”, O QUE LHE GARANTE ESTAR ENTRE AS MELHORES TECNOLOGIAS POSSÍVEIS EM TERMOS DE SOM.
POSTAGEM ORIGINAL: 13/09/2020
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FRONTEIRAS ESTÉTICAS: MÚSICA PARA DIAS FRIOS EM TEMPOS ABRASIVOS: NICO, CARLY SIMON, JANIS SIEGEL E JONI MITCHELL

O tempo anda mais ou menos do jeito sombrio que, vez por outra, se reflete dentro mim: nublado; hoje, mais fresco, um quase frio, mas esquentando. O litoral norte paulista é assim no inverno.
A seca está pedindo chuva e, talvez, emulando as paragens nórdicas ou irlandesas, mesmo sendo no Guarujá de frente para o mar tropical.
Eu gosto disso. Prefiro mais do que os dias luminosos e bonitos.
O inverno é um “habitat” em que me dou bem. Acho convidativo à introspecção; mais adequado à reflexão contida, cautelosa e discreta.
No calor, eu tomo cervejas. No frio, também; mas alterno com vinhos. Sou amigo dos fermentados; evito destilados – alcoólicos demais para o meu gosto.
Parece que a indústria da música está encontrando jeito de sobreviver e ganhar dinheiro na era digital.
Há tempos, a bola da vez se tornou o “STREAMIN”, serviços que tocam e oferecem músicas a preços certamente possíveis e competitivos.
O som é o melhor possível!
Aliás, sem o artefato limitador, o COMPACT DISC, a música digital se expande, ganha contornos e qualidade jamais alcançados!
Goste-se ou não, a qualidade do som digital superou, há muito, o som do DISCO DE VINIL. Agora redivivo, ainda que para poucos. No entanto, ao contrário de minhas previsões e até vaticínios, leva jeito de permanecer.
Os taxistas ficaram em polvorosa por causa do Huber. Mas, pouca gente se importou com a derrocada em que entrou a indústria da música dos anos 1990 em diante. A culpa foi da pirataria, dos preços altos, e do MP3.
Uma parte importantíssima da indústria cultural foi à bancarrota; e teve de se reinventar na marra. Porém, a maioria do mundo gostou das novas tecnologias – os CDS, DVDS, LDS, e, agora, do STREAMIN. E principalmente de saborear o delicioso trabalho dos artistas sem pagar.
Bater bumbo, tocar guitarra, reger, compor, cantar produzir, investir, etc… não comove muita gente. Seria “não trabalho”; por isso teria de ser de graça…” um direito adquirido”…
Somos muito hipócritas, isto sim!
Enquanto penso nisso, escutei quatro cantoras bastante diversas artística e existencialmente.
Vocês devem, e precisam conhecer o espetacular grupo vocal americano, THE MANHATTAN TRANSFER, de bastante sucesso dos anos 1980 e 1990.
Eles sempre cuidaram em alto nível da formação do repertório. Gravaram o fino da GRANDE CANÇÃO AMERICANA. E, também, artistas brasileiros de ponta como DJAVAN, IVAN LINS, MILTON NASCIMENTO, TOM JOBIM, entre vários.
O MANHATTAN TRANSFER fazia um delicioso, competente, e dançante JAZZ-POP. Procurem ouvi-lo.
Na formação do quarteto, uma das vocalistas, a excepcional JANIS SIEGEL, tem carreira solo independente – como todos eles, aliás -, e faz discos bonitos e sofisticados.
Mais uma vez, escutei o disco em que ela é acompanhada somente pelo pianista FRED HERSH: “SHORTY STORIES”, lançado em 1989 pela ATLANTIC RECORDS. O repertório de compositores atuais é fabuloso, sensível e irrepreensível.
Está no clima dessa época do ano, e ajuda a espantar o horror que estamos enfrentando nesses dias politicamente cálidos e destrutivos.
Ouvi, também, um pouco de CARLY SIMON, e hoje gosto mais do que antes. Ela sempre me pareceu pouco profunda em sua perene crise existencial de menina rica.
Agora, acho, encontrou sentido e nicho próprio no tempo e no espaço. Ouvi-la é delicioso; e compreendê-la talvez seja imprescindível. CARLY canta o cotidiano da mulher urbana, liberada e autônoma.
De passagem, observo a foto da capa de “NO SECRETS”, que discretamente nos fazia imaginar, o quê JAMES TAYLOR desfrutara, quando foram namorados, na década de 1970…
Hum… é humano, ué!
Existia aqui em PANDEBRAS, um pequeno BOX com os 5 primeiros CDs de CARLY. Foi barato quando lançado, e permanece muito agradável e recomendável para os mais adultos.
Então, emendei para JONI MITCHELL, minha cantora e artista múltipla predileta, em seu queixoso, lúgubre e solitário clássico pleno de D.Rs: “BLUE”, lançado em 1971, é obra de arte explícita. Obrigatória para quem aprecia boa música.
Depois, adentrei o portal cósmico para o suicídio virtual.
Tomei nave direto para o BOX com os dois gélidos CDS cometidos por NICO, entre 1968 e 1970: THE FROZEN BORDERLINE, que traz “The MARBLE INDEX” e ” DESERT SHORE”.
Pois, é!
O que vocês acham da seguinte frase: “Esse disco é um artefato, e não uma mercadoria. Você não pode vender suicídio!… É JOHN CALE, parceiro de LOU REED, no VELVET UNDERGROUND, comentando a respeito do LP “THE MARBLE INDEX”…
Na mosca! – Ou na lápide?
NICO é um caso à parte na história do ROCK! Voz cavernosa e comportamento digno de admiração e concordância por sua companheira de geração, a inglesa MARIANNE FAITHFULL.
Ou seja, são duas artistas claramente autodestrutivas. MARIANNE, quando jovem, namorava e se drogava com KEITH RICHARDS.
E, se você já ouviu falar de SYD VICIOUS e NANCY LAURA SPUNGEN, agora acabei de apresentar o modelo acabado seguido pelos dois….
Alemã, bonita, e modelo na FACTORY, de ANDY WARHOL; a notória NICO participou do CULT e seminal primeiro disco do VELVET UNDERGROUND, “cometido” em 1966.
Bem, se você pensa que a segunda metade anos 1960 foi um período só de alegria inconsequente, cheio de perspectivas otimistas; coalhado de HIPPIES, e pelo SUNSHINE POP de grupos como MAMAS & THE PAPAS, 5TH DIMENSION, THE ASSOCIATION… é porque não assistiu “ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD”, de QUENTIN TARANTINO…
O VELVET UNDERGROUD e a NICO não entraram na trilha do TARANTINO. Porque formaram a outra vertente que influenciou o futuro. São, de certa forma, os ancestrais de ALICE COOPER, IGGY POP, STOOGES, DAVID BOWIE. E o espírito lúgubre que assombrou bandas do “DARK WAVE” inglês, no início da segunda metade da década de 1970, em diante. GOTHIC ROCK como SIOUXIE and the BANSHEES, THE CURE, FIELDS OF THE NEPHLIN, ou JOY DIVISION…
E, se refinarmos um pouco mais, marcaram de niilistas, como LEONARD COHEN, a TOM WAITS, a NICK CAVE…
Alguns discos dessa gente lembram as trilhas sonoras de FILMES DE TERROR. E coisas de BORIS KARLOFF, ou NOSFERATU…
Ouvir NICO, MARIANNE e o VELVET UNDERGROUD, nesses tempos infernizantes, é um jeito de pavimentar caminhos para o cemitério ou a depressão.
Mas, há consolo sublime: eles também enriquecem esteticamente o presente desesperador que observamos e vivemos…
Dias e tempos melhores certamente chegarão. ( Será?)
Veremos?
POSTAGEM ORIGINAL:: 12/09/2021
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ROLLING STONES – DÉCADA DE 1970 – A RESTAURAÇÃO DO RITO

Tá bom! A DECCA RECORDS recusou os BEATLES, em 1962, mas não titubeou e contratou os ROLLING STONES, pouco tempo depois. Então, pessoal, jogo empatado.
Digam o que disserem, o mais completo espírito do ROCK pós ELVIS PRESLEY foi erguido pelos ROLLING STONES!
Mas TIO SÉRGIO, você perdeu a razão? Como é possível esquecer o CHUCK BERRY, LITTLE RICHARDS e outros seminais?
Não esqueço; mas argumento:
JAGGER e RICHARDS são antípodas e complementares. A energia e saúde que MICK esbanja nos palcos se contrapõe à progressiva e, até agora, não consumada autodestruição de KEITH. EROS E THANATOS em dupla inseparável.
Nenhum ícone foi mais explícito do que a somatória de qualidades e defeitos desses dois: Rebeldia, insurgência, sexo, drogas e ROCK´N´ROLL expostos à visitação pública por décadas! Mais de 60 anos em cena, e ainda incólumes ( ou nem tanto…)
A morte da rainha ELIZABETH II, símbolo do conservadorismo aceitável; e da integração do REINO UNIDO à sua ideia de existência; representou a vitória da ALBION constatada intelectual e artisticamente, pelos KINKS – mesmo que, por eles, expressa por injeções de ironias quase mortais. Quase…
Já MICK JAGGER e KEITH RICHARDS simbolizaram e mantiveram o MITO da desagregação que não houve. Mas eles bem que tentaram… contanto que não atrapalhasse as finanças…
E do RITO destrutivo exarado da década de 1960, os dois começaram a construção do MITO; que expandiu-se mais ainda a partir dos 1980, e sobrevive até hoje.
O RITO maior é a DISCOGRAFIA, realizada e consolidada. Se nos tempos dos 1960 tiveram o período mais produtivo; durante os 1970 pretenderam expandir, e até conseguiram. Inclusive para compensar o roubo descarado que sofreram durante a década de 1960.
Até hoje, os STONES mantêm a “empresa” no jogo. Porém, exauriram a criatividade que outrora tiveram. Aliás, é comum acontecer:
Na década de 1970, “Los ROLLINGS” fizeram SETE discos de estúdio. Nos 1980, diminuíram a produção. E a mesma coisa fizeram de 1990 em diante. Da escassez ao culto crescente…
Então, expandiram o MITO. Realizaram shows milionários e bem recebidos; e lançaram uma profusão de discos ao vivo; e permanecem fazendo até hoje; e ainda bem! MITO E RITO precisam conviver. É da dinâmica para inserção na História.
Quase todos nós gostamos dos ROLLING STONES; e muitos colecionam seus discos, etc… – inclusive o TIO SÉRGIO, aqui.
Notem: todo artista mantém faixas gravadas e não lançadas, que garantem a preservação do MITO e a gana dos fãs. Os STONES legaram poucas, muito poucas… Mas venderam cerca, e supostamente mais de 250 milhões de discos durante a carreira, e em vários formatos. Deve ser mais; bem mais…
Os discos aqui postados fazem parte de uma série limitada americana. Saíram no decorrer dos 1990; e são itens de coleção.
Uma boa definição para MITO, afirma ser “algo que sempre existiu; mas jamais aconteceu”. Com os STONES foi diferente. São mitológicos porque existiram de fato; mas ultrapassaram em fama as próprias realizações. Como todo mundo, eles também envelheceram.
Porém, sem os excessos de JAGGER no palco, e sem o comportamento exuberante de RICHARDS pelaí na vida; não haveria FREDDIE MERCURY, OZZY ou AXL ROSE; nem a performance iconoclasta do THE WHO; ou a transgressão de LIAN GALLAGHER – isto para resumir em poucos.
E o ELVIS, TIO SÉRGIO?
Certamente, o MITO supremo do ROCK. Mas convenhamos: era um sujeito conservador por vocação. E dominado pelo sogro, o boçal e reacionário CORONEL PARKER, também seu empresário.
A autodestruição de PRESLEY provavelmente está ligada à falta de autonomia pessoal; o que não falta a MICK e KEITH. Através de JAGGER, o rebolado que ELVIS iniciou e divulgou tornou-se muito mais crível e autêntico. Um símbolo de autonomia lúdica, descontração e autoconfiança de uma geração contestadora.
Seria?
Com a palavra ANITTA.
POSTAGEM ORIGINAL:09/09/2023
Pode ser uma arte pop de 2 pessoas e texto

CANTAR EM PORTUGUÊS É DIFÍCIL!

A MPB fascina a turma lá de fora. Quando é vertida para outras línguas, os bons cantores geralmente vão bem. O duro é quando tentam cantar em português. A nossa língua não é habitual mundo afora. É muito difícil para estrangeiros aprender, entender e falar. Portanto, interpretar as canções é complicado.
Comprei disco da americana KARRIN ALLYSON, cantora razoável, que transita pelo JAZZ, o BLUES, e o POP . Se encontrarem pelaí, arrisquem.
No CD da foto, ela tenta a MPB; e se estrepa brigando contra a pronúncia. Mas, quando abandona a “inculta e bela”, o disco fica divertido.
Fotografei outros discos. JOHN HENDRICKS, um dos pioneiros a enfrentar a BOSSA NOVA, nesse disco de 1963; e, também, a cult JACINTHA. Ambos cantam bem, mesmo tropeçando na pronúncia.
JAN PARELES, crítico musical do THE NEWS YORK TIMES, entusiasta da MPB, foi estudar português para entender as letras e constatou o que muitos já sabiam: as versões americanas das letras são muito abaixo da poesia original! TOM JOBIM foi vítima disso!
O mesmo fez a melhor entre as cantoras da foto: STACEY KENT é canadense, profissional estudiosa e culta. Fala, entende e canta em português, francês e italiano com perfeição! E tem discografia ampla e variada. Gravou inclusive com MARCOS VALLE álbuns excelentes, por sinal! Inclusive show em DVD encantador!
Recomendo os discos aqui mostrados. São jeitos diferentes de ver e apreciar a melhor música brasileira. Tente.
POSTAGEM ORIGINAL:
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ROLLING STONES – EDIÇÃO EM CDS MONO – DECCA/LONDON 1963-1969: O ETERNO FASCÍNIO DO IMPERFEITO!

FALTOU A COLETÂNEA TRIPLA EM CDS, COM OS SINGLES DA ÉPOCA. MAS NÃO SOBROU ESPAÇO NA FOTO. “TIO SÉRGIO” NÃO FICA CITANDO EFEMÉRIDES, ODES, OU ESCALAÇÕES DO TIME. É A FASE “BEAT-R&B”, “PSICODÉLICA”, “PROTO-HARD ROCK”; E O QUE MAIS INVENTARAM OS “ROLLING STONES”, EM 6 ANOS ARRASADORES E INDESCRITÍVEIS!
É O PEDAÇO DE CARREIRA MAIS IMPORTANTE QUE PRODUZIRAM, ACHO. TODO MUNDO CONHECE A MAIORIA DOS HITS; COISAS COMO “SATISFACTION”, “JUMP JACK FLASH”, “GIMME SHELTER” , “HONKY TONKY WOMEN” E TONTAS E TANTAS… MESMO QUE POUCAS DELAS ESTEJAM NOS VINIS ORIGINAIS.
NO ENTANTO, FORAM CORRETAMENTE PRESERVADAS EM COLETÂNEAS, E MANTÊM-SE ARQUIVADAS NO IMAGINÁRIO ARTÍSTICO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO.
OBSERVEM AS CAPAS. A IMENSA MAIORIA COM FOTOS ESCURAS E LAY-OUT LÚGUBRE – DARK? SIGNIFICARIA, QUEM SABE, A FACE VIRADA PARA O LADO SEM LUZ DA GALÁXIA? OU SERIA UM CONTRAPONTO À SUPOSTA LUMINOSIDADE QUE GENTE MAIS SOCIÁVEL, COMO OS “BEATLES”, EMITIRIA PARA O MUNDO? AS CAPAS MAIS CLARAS NÃO COINCIDENTEMENTE SÃO DE ÁLBUNS DA FASE PSICODÉLICA EM DIANTE. FAZ SENTIDO…
SEJA LÁ O QUE PENSAREM SOBRE A BANDA, O FATO É QUE OS “STONES” FORAM VÍTIMAS DE “BULLING”, ROUBO E EXPLORAÇÃO, DURANTE A DÉCADA INTEIRA DE 1960. TRABALHARAM INCANSÁVEL E LOUCAMENTE; PORÉM, O GROSSO DO PRODUTO FOI APROPRIADO PELO EMPRESÁRIO DELES – DIGAMOS QUE O ACHAQUE FOI UM TIPO DE “MAIS VALIA RECONCEITUALIZADA”…
DEPOIS QUE “ALLAN KLEIN” SE TORNOU HÓSPEDE DE ASMODEU, CHEGARAM A UM ACORDO COM A FILHA – HERDEIRA, A NOVA DONA DO MATERIAL QUE HAVIAM COMPOSTO E GERADO FORTUNAS PRA TODO MUNDO: GRAVADORAS, EMPRESÁRIOS, ACHACADORES E ATÉ PARA ELES MESMOS.
E ASSIM, A DISCOGRAFIA DAQUELA ÉPOCA FOI NOVAMENTE REEDITADA EM CDS, DEPOIS DE QUASE 15 ANOS DA PRIMEIRA PRESAGEM ORIGINAL, NESSE FORMATO. ESTÃO AQUI OS ÁLBUNS,
MAS NAS MIXAGENS EM “MONO”, REUNIDAS NESTE BOX.
ESPERO QUE TENHA SIDO UM BOM ACORDO PARA CHARLEY, MICK, KEITH E BILL E O ESPÓLIO DOS JÁ MORTOS, E OS SOBREVIVENTES COMO RONNIE WOOD, MICK TAYLOR, E QUEM MAIS HOUVER.
EU TENHO UM MONTE DE COISAS FEITAS PELOS “ROLLING STONES”. INCLUSIVE REPETIDAS. O MEU CASO DE AMOR COM A BANDA SEMPRE FOI CULTIVAR A MÍSTICA, E TENTAR CONSEGUIR TUDO O QUE FOR POSSÍVEL GRAVADO PELOS CARAS.
SOU CONSUMIDOR COMPULSIVO; E, TAMBÉM, UM CRÍTICO CHATO DA OBRA DELES. NÃO GOSTO DE MUITA COISA QUE FIZERAM. E ACHO OS SINGLES, EM GERAL, MUITO MELHORES DOS OS “LONG PLAYS”.
O MEU AFETO VEM COM TUDO JUNTO AO MESMO TEMPO… SEMPRE; E PARA SEMPRE. GOSTO DE “LOS ROLLINGS”, COMO DIZEM LOS HERMANOS ARGENTINOS, MAIS DO QUE A BOA CRÍTICA, E EU MESMO RECOMENDARIA….
RETORNO AO ÚTERO DAS MINHAS PRIMEIRAS COLEÇÕES; E RECORDO “EXATAIMPRECISAMENTE” OS AFETOS, E VONTADES DE VER E PEGAR AS CAPAS; NA EXPECTATIVA DO CONTEÚDO GRAVADO ME SURPREENDER.
AMADOS DE SEMPRE, EU OS RECOLOCO PARA VOCÊS TAMBÉM.
DUVIDO QUE ALGUÉM RESISTA!
POSTAGEM ORIGINAL: 06/09/2020
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IRON MAIDEN, E UM GOSTINHO DO U.F.O. É O TIO SERGIO RECORDANDO A PAULEIRA BRAVA!!!

Em SHOWS de não tanto tempo atrás, o IRON MAIDEN abria com homenagem explícita ao U.F.O, a conhecida e sensacional banda inglesa ícone dos anos 1970, e ainda em alguma atividade. Já estiveram por aqui.
O “OBJETO AÉREO NÃO IDENTIFICADO” (U.F.O.)operava na curva escorregadia entre o HARD ROCK e o METAL. E a música que o público ouviu na abertura do IRON, “Doctor, Doctor”, é um clássico do U.F.O.
Os mais novos certamente não os conhecem tanto. Mas é clara a relação entre o que faz o IRON MAIDEN e o que fazia o U.F.O, em seu tempo áureo. Falo do driving, da levada, e da garra no palco. Nos shows recentes, emendar uma performance a outra foi bem mais do que adequado: Inundou o ambiente de ROCK PESADO!
Se o IRON consegue conjugar 3 guitarristas com ampla eficiência, o U.F.O arrebentava com apenas um, o alemão MICHAEL SCHENKER! Ele é irmão de RUDOLF SCHENKER, e ambos integraram os SCORPIONS!
Claro, não era só isto. O vocalista PHIL MOGG teve grande momento, entre 1973/1981. TIO SÉRGIO GARANTE: foi um dos melhores do ROCK. Para mim, tão ou mais vigoroso do que BRUCE DICKINSON!
E nem vou comentar sobre o portentoso baixista PETE WAY – o cara que dava o tom e o andamento a banda – e fosse quem estivesse na bateria.
Vou, também, homenagear PAUL RAYMOND, tecladista e segundo guitarrists, um dos melhores “SIDERS” da história do ROCK. Ele tocou em inúmeros grupos, como o SAVOY BROWN.
Eu recomendo aos que não os conhecem, que procurem o disco “STRANGERS IN THE NIGHT”, gravado ao vivo, em 1978, no auge técnico, criativo e físico de todos eles!
É um dos melhores shows da História! Pauleira brava! Começa bem e vai melhorando, chegando ao ápice na parte final! Comprove!
Pois, é! Mais uma vez o IRON MAIDEN não decepciona. Para além de 40 anos de estrada, e discografia portentosa, os caras não negam fogo, apesar da idade avançada da maioria deles…
Tocam por telepatia! Conseguiram entrosar as 3 guitarras, o que já estava evidente, no ROCK IN RIO de 2001!!! Longe time ago!
Claro, o repertório amplo e cheio de clássicos é, ao mesmo tempo, um tanto esperado. O jeito de fazer, compor e tocar é sempre autorreferente; deixando um retrogosto de “já ouvi isso antes”.
O que tenho deles está aqui: uma excelente coletânea e o show de 2001. Para mim, é o suficiente.
Porém, não há quem não goste dos shows, sempre dinâmicos, barulhentos, empolgantes. A banda sempre dá o sangue, o que lhes garante renovadas legiões de fãs.
Pelo cheiro da mortadela, devem continuar e aparecer por aqui outras vezes.
E não há dúvidas, quem gosta de ROCK pesado bem tocado, estimulante, sempre abre espaço para ver o IRON, o METALLICA, o GUNS, e atualmente o GREEN DAY.
Enquanto a bengala e tedio não tomarem conta de meus passos, estarei frente à TV dando risada e comentando com os amigos.
Para acompanhar, vou seguir a receita de GEORGE THOROGOOD: “ONE BOURBON, ONE SCOTCH , ONE BEER”. E, se rolar uma CAIPIRINHA, TIO SÉRGIO também encara.
O ROCK permanece divertido!!!!
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BRAD MEHLDAU & ORPHEUS CHAMBER ORCHESTRA: VARIATIONS ON A MELANCHOLY THEME – CD NONESUCH 2021.

Uma das características da boa música instrumental contemporânea é estar além – rótulos e “pré – conceitos”. Exibe alta qualidade sem restringir-se a estilos ou gêneros. E, quando bem estruturada, revela sofisticação em harmonia, melodia, ritmo e andamento.
Assim, as fronteiras entre o POP, o CLÁSSICO e o JAZZ tornaram-se mais permeáveis, fluidas e mutantes. O que vislumbra perspectivas inéditas e mais ricas para quem aprecia.
Porém, restará o eterno problema de como classificar. Talvez bobagem frente à amplitude que alcança. Mas chateação essencial para os que têm discoteca, ou coleções, e podem se perder frente às prateleiras.
BRAD MEHLDAU é pianista de altíssimo nível técnico, artístico e de criatividade. Tem obra em expansão contínua, e já numerosa; e sempre eclética e instigante. Gravou em estúdio com trios, quartetos, grupos mais amplos e piano solo. Fez discos ao vivo, também.
Criou em parceria com gente sólida, como o guitarrista PAT METHENY – outro superdotado -, com quem fez dois discos imperdíveis, também para a NONESUTCH RECORDS: “METHENY MEHLDAU”, em 2006 (acho que saiu no Brasil ). E “METHENY MEHLDAU QUARTET”, lançado em 2007. Busque por aí, porque vale a pena!
Uma das características de MEHLDAU é a coragem, ousadia e ambição! O cara enfrenta os desafios para tornar mais ampla, e sofisticada, obras de compositores como NICK DRAKE, e da banda RADIOHEAD. Além de encarar ícones como GERSHWIN, COLE PORTER, THELONIOUS MONK e MILTON NASCIMENTO. Só para ficar em alguns…
É nítido: MEHLDAU é, também, compositor expressivo e extenso. No presente disco, gravado ao vivo com a ORPHEUS CHAMBER ORCHESTRA, BRAD emula e ondula sobre a música erudita (para mim clássica) em formato contemporâneo, que ele compôs tendo como inspiração “AS VARIAÇÕES” de BACH (GOLDEBERG); e BEETHOVEN (DIABELLI ) – ele
explica no livreto.
BRAD MEHLDAU criou as 15 faixas, todas correlacionadas entre si por um tema principal, que deambula modificado por toda a execução. Há traços perceptíveis de CONFORTABLY NUMB, do PINK FLOYD, por exemplo e, no entremeio, de sonoridades enterradas no pré-sal da memória dos que gostam de música. Ouça e observe. O efeito é mágico!
O trabalho da orquestra é de beleza explícita. É moderno sem ser chato ou hermético, e servindo de base harmônica para o soberbo trabalho de piano. É bonito do começo ao final, mesmo nada longo.
A melancolia a que MELHDAU se refere tem o caráter da resignação algo BLUESY da música negra. E seu piano incorpora, e expressa o tempo inteiro, o jeito “JAZZISTICO” de tocar, embalado pelo “clássico contemporâneo” – se é que bem decifrei a pretensão.
É música sofisticada, sim. Mas impenetrável, nunca!
Vai bem para a turma do JAZZ e da MÚSICA CLÁSSICA; e até da NEW AGE, do LOUNGE e do ROCK PROGRESSIVO. É trabalho agradavelmente inclassificável.
E ainda bem!
O ponto negativo nesta edição americana, é a porcaria de material reciclável com que é feita a capa/embalagem do CD!!!! É frágil, feia, mal dimensionada – muito estreita, fere o disco!
Verdadeiro desrespeito ao consumidor!!!, que paga a peso de urânio por um produto de alto nível artístico, como geralmente são os discos da NONESUTCH, mas embalado em lixo mal tratado.
Mesmo assim, não deixe de ouvir. Eleva e reconforta espírito e mente.
POSTAGEM ORIGINAL: 20/08/2021
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