ERIC CLAPTON – FURTHER 0N UP CROSSROADS – 1995 BOX ALTERNATIVO – 4 CDS – LIVRETO.

É PIRATARIA DE ALTÍSSIMO NIVEL, COMO FAZIAM ITALIANOS E OUTROS OUTSIDERS, NO INÍCIO DOS ANOS 1990.
SHOWS, TRIBUTOS E O APERITIVO DE ENCONTROS, JAM SESSIONS, FESTIVAIS E VARIADO ETC…DE GRANDES NOMES, GRANDES APRESENTAÇÕES E MÚSICOS DE PONTA.
É DE UIVAR PRA LUA, DIFÍCIL DE ACHAR E BEM GRAVADO. GERALMENTE DIRETO DAS MESAS DE CONTROLE.
SE ENCONTRAR PODE PEGAR. VALE A PENA.
POSTAGEM ORIGINAL: 17/10/2020
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LOVE – CLÁSSICO DA PSICODELIA AMERICANA

São raros os artistas que tenham produzido três álbuns considerados clássicos. O LOVE está entre eles, e os discos são os três primeiros aqui postados.
A banda gravou relativamente pouco: sete discos de estúdio e, posteriormente, alguma coisa ao vivo com o líder ARTHUR LEE.
Porém, o mito expandiu-se a partir de 1970; e só aumentou nos últimos 50 anos. Estão em quaisquer enciclopédias sobre música popular – e merecidamente.
O LOVE não foi sucesso comercial, mas era diferenciado e fazia canções belíssimas, perfeitamente aceitáveis até pelo público mais light do SUNSHINE POP. Eram, ao mesmo tempo, finamente elaboradas com elementos do mais expressivo ROCK PSICODÉLICO.
As melodias compostas pelo grupo apresentam diversidades em tons e andamentos, e uma certa tristeza peculiar que impedia identifica-los com a banalidade POP corrente.
O LOVE dançou porque não conseguiu transitar adequadamente para o Rock PROGRESSIVO. Talvez tenha sido bom para eles do ponto de vista artístico, e pela mitologia que geraram. Criaram lugar distinto e indisputável na música psicodélica.
É curioso: ARTHUR LEE era negro. E sua música não assumia as tinturas do BLUES ou do R&B, como outros grandes do ROCK PSICODÉLICO; HENDRIX ou SLY STONE como exemplos.
LEE e seu talento diferenciado é mais um motivo para combater o racismo – falácia medíocre e criminosa – e, também, supostas divisões estanques de estilos musicais.
Pra terminar, o FOLK ROCK PSICODÉLICO, vertente seguida ARTHUR LEE e o LOVE, foi “elaborado” por outro negão, TOM WILSON, engenheiro de som da COLUMBIA RECORDS, que juntou as guitarras de sonoridade BEAT a “THE SOUNDS SILENCE”, de SIMON & GARFUNKEL. E e fez o mesmo em discos dos BYRDS e de BOB DYLAN, gravados em meados da década de 1960.
E procurem conhecer o ” PEARLS BEFORE SWINE ” , banda de mais um obscuro quase gênio do ROCK: TOM RAPP – concorrente inspirado e fugidio, sobre quem eu já escrevi em outra postagem.
Ouçam e colecionem o LOVE. É prazeroso e mandatório!
POSTAGEM ORIGINAL: 18/102019
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M.C. CAROL & M.C. DRICKA – AS INDESCRITÍVEIS EM DOIS MOMENTOS

A REVISTA DOWN BEAT, BÍBLIA DO JAZZ, ENCOMENDOU A SEU CRÍTICO, “SERGEI MOORE”,  RESENHA SOBRE O NOVO FENÔMENO DA CULTURA BRASILEIRA. A INCOMPARÁVEL M.C.CAROL.
O CRÍTICO ASSISTIU AO SHOW VIA IN7TERNET. E VIAJOU NA MAIONESE – MAS POR CONTA PRÓPRIA.
FOI ESSE O TEXTO ENVIADO “AOSZAMERICANOS”.
Quando observamos o Rio de Janeiro e seu ambiente cultural, é sempre interessante recordar que a cidade foi moldura para eventos musicais do mais alto nível. Lembrem-se de JOÃO GILBERO e a BOSSA NOVA; e de TOM JOBIM e a nova MPB, e a infindável elenco de músicos de renomada capacidade artística e criatividade.
Claro, não vou ater-me ao passado eloquente e óbvio. E, sim, dizer e afirmar o novo e o surpreendente. E o nome M.C.CAROL, de Niterói, se impõe e destaca prenhe de vigor e inequívoco talento para o que faz. A musa é a cara da arte que pratica e afirma!
Sua opulenta figura, com timbre, afinação e ritmo peculiares, é joia bruta. Emblemática e autêntica de seu meio social e educação, é um achado antropológico-musical em que se vê nitidamente influências de pensadores como o linguista Marcos Bagno e a primorosa educação pela pedra oferecida pela pedagogia freireana, devidamente redesenhada nesse momento histórico.
Seu magnífico e reiterativo show nos brinda com a poética da mulher livre e dona de si. Que não tem medo de enfrentar e consumir simultaneamente a seiva de três homens escolhidos. Seu grito libertador, em que personagem lateral à história narra o acontecido, e a presença sempre atenta do Estado brasileiro com a saúde de sua população. O refrão escutado diversas vezes dá eco ao canto livre de CAROL: “liga pra Samu, liga pra Samu, ela saiu com três e está com hemorragia no cu”! Mais expressivo e libertador é impossível.
CAROL nos brinda com obra surpreendente, quando discorre sobre habilidades que desenvolveu para encantar seus parceiros. Coreografa um felatio explícito, que certamente se insere nas práticas de seu grupo e no repertório de ações de seus fãs. Ninguém esquecerá, garanto.
Mas, num dado momento do show, entram em cena dois rapazes que, em sintonia e coreografia livre, comprovam a tese que é impossível não especular: Não será a performance dos macacos uma reflexão e referência ao clássico “2001, Uma Odisseia no Espaço”, de Kubrick? A dança dos livres bailarinos e o monolito ( Ah, sempre a Pedra ) a mim se revelaram pareados para transcender o agora, e suscitar novas interpretações culturais. Um épico do presente alinhado com o futuro.
Eu não poderia deixar de comentar sobre a banda e a sonoridade que produz. Alguns dirão que a música se reitera continuamente, como um PHILLIP GLASS tropical. Talvez seja assim. Ou, quem sabe, não: meus colegas que observam a música clássica poderão ver na criação do grupo um leit-motif bachiano. Ou quem sabe ambos em fusão neo-funk?
Não há dúvidas, o evento foi sui-generis. E a tal ponto que a candidata a vice-presidente da República do PT, o partido mais progressista do Brasil, Manuela Ursal, disse o belo impensado sobre MC Carol. Elogios claros.
Tomar conhecimento da vanguarda cultural brasileira foi mais do que inspirador para eu escrever para vocês! Foi artefato e performance culturais indizíveis, formidáveis! Eu recomendo vivamente – mesmo à beira de uma ocupação in loco de sua grana por alguns dos seus fãs excitados da ínclita MC CAROL!
P.S: Em 2021, este crítico teve acesso a mais outro diamante bruto de nossa poética popular. Certa manhã, eu e meus vizinhos fomos brindados com performance esfuziante de M.C. DRICKA, M.C. GW, e o D.J. DM, em “SOCA, SOCA NO RABETÃO!”
Inesquecível e inebriante, tornou-se clássico instantâneo vindo dos autofalantes de um carro lotado por jovens, bem na frente de nossas janelas.
Eu concluí que o mundo não é dos onanistas. Mas das peripécias prediletas em SODOMA.
Cuidado com as pregas. Mas não percam!
POSTAGEM ORIGINAL: 18/10/2018 e 2024MC Carol :: Ao vivo para o canal Funk Carioca (Vídeo especial) Classificação 18 anos

GRAND FUNK RAILROAD – FINALMENTE!

Nos ESTADOS UNIDOS aconteceu “evolução da música popular” em determinada direção, que teve seu auge em meados da década de 1950. Foi o momento supremo da grande canção americana, onde convergiram grandes compositores e intérpretes talvez não superados até hoje.
Existiam COLE PORTER, o lado popular de GERSHWIN, JEROME KERN, JOHNNY MERCER e outros, interpretados por ícones não removidos e talvez irremovíveis, como ELLA FITZGERALD, BILLIE HOLIDAY, SARAH VAUGHAN, DINAH WASHINGTON, BILLY ECKSTINE, SINATRA, TONY BENNETT, e tantos e tontos diversos.
Talvez esse processo de evolução técnica e artística tenha tido seu último estertor com a BOSSA NOVA, adotada nos EUA como LOUNGE – JAZZ, e que estendeu o novo belo à frente até o princípio dos anos 196O, talvez…
Mas, tudo isso foi enterrado “musical – ideologicamente” pelo advento da FREE JAZZ, que descartou a beleza imediatamente identificável, e redefiniu parâmetros para os tempos seguintes, e outras estéticas que herdamos e sempre nos revisitam.
De outro lado, houve a emergência do R&B e do ROCK AND ROLL, por volta de 1954/55. Que passaram a dar cartas e mercados para outro tipo de público, mais jovem, mas não tão apartado dos grandes do passado imediato.
Aquele processo muito bem representado por ELVIS PRESLEY, teve certa redefinição de públicos e mercados, simbolizados pelos BEATLES, e o suposto GENERATION GAP que se explicitou entre o público deles – mas não por eles, que adoravam.
A história aqui, para simplificar, é parte do legado da era BEATLES.
O GRANDFUNK RAILROAD é um dos fascínios da turma do ROCK, dos anos de 1970 em diante.
Fizeram sucesso brutal! Cinco Long Plays gravados em menos de três anos! A banda atuava em um misto de iconoclastia estudada, e um projeto de marketing com lances bem sucedidos.
A primeira aproximação que tive com eles foi um “COMPACTO”, um “SINGLE”, lançado por aqui, em 1969. “TIME MACHINE” tem RIFF duro, rústico, matador, e deixa entrever uma “GARAGE BAND” a caminho de algo talvez mais sofisticado. Eles sempre foram assim!
Os dois discos iniciais são rudes e bem garagem. ON TIME e GRANDFUNK, ambos de 1969, revelam a cara da banda, e do gosto que parte dos jovens iria desenvolver pelo tipo de ROCK PESADO que viria a ser mais embrutecido por grupos como STOOGES E MC5.
O GRANDFUNK do começo estava mais para o PROTO PUNK, do que para o POWER TRIO mais clássico, ainda que eivados por BLUES e SOUL MUSIC, feitos do jeito LOW-FI que desenvolveram.
Outro contato com a banda, e que me deixou babando, foi nas lojas importadoras da época.
O LP GRANDFUNK LIVE ALBUM, 1970, junta repertório dos dois primeiros discos em show dinâmico, tosco, barulhento, mal gravado e divertido.
O disco tem uma das capas mais impactante e definidora que já vi, do que seria a imagem de um concerto de ROCK!
Principalmente no vinil original, onde a foto é muito bem captada!
E vendeu muito! Tornou-se “DUPLO PLATINA”, quer dizer 2 milhões de cópias vendidas!!
Um fenômeno, 53 anos atrás!
O quarto disco do GRANDFUNK os catapultou para o estrelato. CLOSER TO HOME foi lançado através de campanha de marketing inovadora. “Compraram” por $ 100 mil dólares, em 1970, espaço em um OUTDOOR em plena TIME´S SQUARE, em NOVA YORK, e mostraram a capa do disco! Retumbou!!!!
O álbum em si é parte do nascente HARD ROCK, em mescla com o R&B. Está na companhia do HUMBLE PIE, do FREE, da JAMES GANG e do MOUNTAIN. E é descendente do CREAM e do TASTE.
É o disco deles que mais gosto. Há um quê, um “leve retro – gosto” de ROCK PROGRESSIVO, em algumas faixas…seria? E MARK FARNER, se pudesse, teria nascido STEVE MARRIOTT…
A faixa título é nitidamente inspirada no FOLK do CROSBY, STILLS, NASH & YOUNG. Eu sempre recomendo aos amigos ouvi-la na coletânea CAPITOL COLLECTOR´S SERIE, porque o “take” escolhido para entrar no disco original é precedido por “cafungada” histórica de cocaína, o que deve ter ajudado a garantir o “brilho” eterno que esta música manteve!
Foi outro “DUPLO PLATINA” da banda!!!!
Procure ouvir.
O disco da época, 1971, tem versão pesada de GIMME SHELTER, dos STONES; e outra algo R&B de FEELING ALRIGHT, do TRAFFIC. Para variar, SURVIVAL também “platinou”.
Em dezembro lançaram mais um “platinado”, com diferencial de design exuberante. A capa da edição original de E PLURIBUS FUNK, o quinto gravado por eles, é redonda, em formato de moeda. Saiu aqui, no Brasil. E é cult e colecionável como poucos!
Eles deixaram de usar o “RAILROAD”, e o nome restringiu-se a GRAND FUNK.
Em meio ao crescimento exponencial da fama, eles entraram em choque mortal com TERRY KNIGHT, que gerenciava o grupo desde o início, e o havia carregado para a fortuna.
A briga custou uma enormidade de grana, processos, e culminou no arresto dos equipamentos ao final de um SHOW em pleno MADISON SQUARE GARDEN, em 1972!
Foi briga tipicamente norte-americana: matar ou morrer. Tudo ou nada!
E PHOENIX, o álbum seguinte, lançado no mesmo ano da encrenca, foi o maior fracasso de vendas da carreira carreira deles. Talvez por causa da crise e da instabilidade que passaram.
Mas, seguiram…
Em todo canto do mundo certos discos sobressaem em relação a outros. Talvez o grande sucesso de público do GRANDFUNK, por aqui e mundo afora, tenha sido “WE´RE AN AMERICAN BAND”. Disco produzido por TODD RUNDGREN, o incensado mago de estúdio daquela época.
Lançado em 1973, está no “hinário” do ROCK; e é cantada pelo baterista DON BREWER, um “barítono”, substituindo o canto “galináceo” do guitarrista MARK FARNER – desde sempre a marca registrada do agora quarteto.
A música é do próprio DON. Mas, talvez tenha a ver com a memória do vocal de DOUG INGLE, do IRON BUTTERFLY; e de ROD EVANS, no CAPTAIN BEYOND.
Dois cantores vocalistas com vozes bem mais graves, e no caminho inverso de PLANT, GILAN, e do próprio FARNER… E deu certo, também.
Gosto muito da versão pesada e dançável que fizeram para THE LOCOMOTION, original de LITTLE EVA, e clássico do R&B no início dos sixties.
Claro, botaram adrenalina e fogo no R&B; como, aliás, é do estilo deles. E a música se tornou um dos maiores Hits da banda.
Talvez seja impressão minha, mas MEL SCHACHER, o baixista, em quaisquer dos discos sempre parece a um átimo de segundo atrás do andamento geral das músicas. Há um certo charme e personalidade nisso, mas…
Pode-se argumentar que o GRANDFUNK foi sucesso absoluto enquanto durou. Claro, o auge criativo foi entre 1969 e 1975, mais ou menos.
Foram amados pelos fãs, e pela garotada em geral; e tratados com animosidade muitas vezes cortante pela crítica.
Como sempre, danem-se os críticos! O KISS e o STATUS QUO concordariam em coro, de rabo a cabo!
E a discografia foi se ampliando: SHINE ON, 1974; ALL THE GIRLS IN THE WORLD BEWARE E CAUGHT IN ACT, 1975; BORN TO DIE e GOOD SINGING, GOOD PLAYING – produzido por FRANK ZAPPA – os dois lançados em 1976.
E mais, GRAND FUNK LIVES, 1981; WHAT´S FUNK, 1983 e BOSNIA, 1997. Todos de qualidade artística variável. E, sempre, discos de Ouro, no mínimo!
A carreira deles seguiu, meio aos trancos e barrancos. MEL SCHACHER, tinha medo de voar, o que restringiu as turnês no exterior.
Aliás, quando estiveram na Inglaterra, foram friamente recebidos. O que é compreensível. Afinal, lá era a terra do BARULHO BRANCO, com o BLACK SABBATH, LED ZEPPELIN e incontáveis. Uma concorrência talvez demasiada para eles.
MARK FARNER contou que o grupo acabou por causa de DON BREWER, que entrou em crise com a morte da primeira mulher. Saiu batendo a porta e foi procurar “algo mais estável” para fazer.
E o próprio FARNER, após uma crise no casamento, virou “cantor cristão”, em 1995, e passou a gravar discos de gospel, e músicas de fundo religioso…
Resumindo, eram uma verdadeira AMERICAN ROCK BAND, com suas idiossincrasias, qualidades, defeitos e características culturais.
E muitos e muitos fãs gerações e mundo afora.
Desfrute-os. Eles são imprescindíveis, e muito divertidos!
POSTAGEM ORIGINAL: 18/10/2022
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PEARLS BEFORE SWINE – TOM RAPP

Talvez na tríplice fronteira entre SYD BARRET, o LOVE e a INCREDIBLE STRING BAND, é um possível elo do FOLK-ROCK PSICODÉLICO americano.
A capa do primeiro disco, “One Nation Underground” , 1967, é reprodução de um fragmento do inusitado e revolucionário quadro ” O jardim das Delícias Terrenas ” pintado por HIERONYMUS BOSH, em 1515. Mais que suficiente para um impecável cartão de visitas.
Eu tive em VINIL ORIGINAL…
e o próximo, BALAKLAVA, também. Foram gravados na pequena e cult gravadora ESP, casa de gente iconoclasta como THE FUGS , artistas folk variados e muito JAZZ VANGUARDA.
A orientação criativa sempre era seguir fielmente a vontade do artista.
TOM RAPP era letrista culto e minimalista, e ótimo melodista. Fez quatro discos de FOLK-ROCK como P.B.S, e mais quatro solos tendendo ao COUNTRY.
Sucesso comercial nenhum, mas sua iconoclastia criativa causou alguma “revolta”. Gravou uma canção chamada “MISS MORSE UPDATE” , onde parte da base rítmica era feita em um telégrafo, que emitia um texto pornográfico decifrado por alguns ouvintes de uma radio! Diz a lenda, que houve protestos e alguns incidentes…
No meio da década de 1970, RAPP abandonou a carreira e literalmente sumiu. Daí, nasceu um culto crescente a seus discos.
Certo dia, anos 1990, em audiência em um fórum nos E.U.A, o advogado da parte adversária, seu fã, o descobriu e contou para o “mundo”. TOM RAPP havia voltado à faculdade e tornou-se advogado de direitos civis.
Dizem vozes passadas que RAPP venceu um concurso de composição derrotando um certo BOB DYLAN. E disseram, também, que ele fora a inspiração de ELTON JOHN “Rocket Man”. Morreu em 2018.
Quem concebeu uma coletânea chamada “CONSTRUCTIVE MELANCHOLY” merece uma olhadinha pela fresta do áudio…
Muitos gostarão!
POSTAGEM ORIGINAL: 18/10/2019
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U2 – A BANDA POP MAIS BEM SUCEDIDA DE SUA GERAÇÃO

Por volta de 1986, consolidou-se uma nova perspectiva no mundo do ROCK. Três bandas disputavam a primazia cultural: SMITHS, R.E.M e U-2. Formaram o trio de ferro dos anos 1980.
Cada um na sua, e todas famosas por motivos diferentes, mas desigualmente importantes? Parece que sim!
Eu me recordo de que o lançamento de discos dos SMITHS por aqui, foi exigência inegociável da crítica. Meu amigo Fernando Naporano, entre eles.
A perspectiva gay, com letras nada ambíguas; ROCK emulando um quê de ROCKABILLY e algum tingimento de PSICODELIA; e um ótimo vocalista tangenciando ROY ORBISON. Um furor internacional merecido.
Mas, acabou em lágrimas, deixando dois ícones: MORRISSEY e JOHNNY MARR, o guitarrista.
O R.E.M, era ROCK ALTERNATIVO tocado em rádios universitárias, com aquele libertarismo à americana, engajado em causas não muito explícitas, e sonoridades mais cruas e tradicionais, abriram a vereda para o futuro GRUNGE e a geração do final dos 1980, como os PIXIES, entre vários.
Acabou em balões de oxigênio, metaforicamente dizendo, e lembrados, como quase tudo o que é feito na América, pela falta de melodias mais elaboradas. Mas, é ROCK de verdade!
O U-2, está por aí desde 1977. São longevos e veteranos.
Alguns dirão que são estilistas, e reconhecemos o som que fazem à distância, e galáxia adentro. De Vênus a Urano, por exemplo.
Durante uns 20 anos, mais ou menos, repetiram-se melhorando. Depois, fizeram alguns discos mais próximos à sonoridade contemporânea usando eletrônica.
São ótimos de palco, e Bono é cantor adequado e carismático.
Continuam mantendo a mesma bandeira da rebeldia “bom-mocista” contemporânea, transformada em causas humanitárias que ninguém ousa contestar. Criaram um jeito muito confortável de fazer protestos, e ficar politicamente corretos e na moda.
Não ofendem ninguém…E o COLDPLAY é nitidamente inspirado neles, e muito menos criativo.
Alguém sabe dizer qual o melhor disco deles? Para mim permanece “UNFORGETABLE FIRE”, muito parecido com os posteriores mais próximos, mas que consolidou o jeito U-2 de se expressar.
Sempre que aparecem em qualquer canto da Terra, congestionam o trânsito ao redor. Excursionam mais do que os STONES e o IRON MAIDEN.
Duas bandas que fazem ROCK melhor do que eles.
Eu gosto. Mas, vivo muito bem sem ouvi-los!
POSTAGEM ORIGINAL: 19/102022
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MICHEL LEGRAND & NATALIE DESSAY ENTRE ELLE ET LUI – ERATO – 2013

Comentar sobre os grandes intimida. E sobre os que são “imensos” mais ainda. MICHEL LEGRAND está em nível com TOM JOBIM, e ambos acima de BURT BACHARACH, contemporâneo concorrente em excelência na composição de música popular sofisticada.
Como deve ser difícil compor trilhas sonoras! O grande métier de LEGRAND, um melodista de gênio, que domina andamentos e ritmos, talvez em decorrência dos temas e personagens que precisava musicar. Os letristas deviam fazer exercícios extraordinários para integrar temas às suas canções! E vice-versa certamente!
TOM JOBIM dominava com perfeição a harmonia – que requer mais tempo para ser construída. Suas músicas soam mais perfeitas e trabalhadas.
LEGRAND domina a urgência do compromisso com a indústria através do talento melódico aguçado. Compôs e gravou muito mais do que JOBIM. Fez músicas populares sem serem populistas. Era eclético, bom pianista, e fica explícita sua verve jazzística, sem perder a indefinível, mas clara, adesão à identificável musicalidade francesa. É um disco moderno de música atemporal.
MICHEL LEGRAND compôs muitas canções suficientemente sofisticadas para despertar a atenção da soprano NATALIE DESSAY, capaz de cantar e interpretar, com talento e técnica, passagens desafiadoras que cantoras de música popular teriam dificuldades em fazer.
Este Cd. foi um grato achado em promoção. Paguei uns R$ 15,00 , menos que um sanduíche de mortadela, na minha loja preferida em SAMPA, a POPS DISCOS .
Recomendo.
POSTAGEM ORIGINAL: 17/10/2020
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CLIFF BENNETT & THE REBEL ROUSERS, A FORÇA DO “RHYTHM AND BLUES” NO BEAT ROCK INGLÊS, NA DÉCADA DE 1960. E OUTROS INESQUECÍVEIS

Sempre posto coisas de minha discoteca, e tento enriquecer as perspectivas evitando “diagnósticos definitivos”.
Claro discos, artistas, e obras de arte em geral sofrem ação dos tempos e da História das sociedades onde foram criados. Também de várias circunstâncias e até de outros lugares onde tenham sido apreciados.
Os discos na postagem são parte da complexa rede que formou o ROCK INGLÊS da década de 1960 em diante.
A maioria é de personagens menores que tinham o R&B na base, e outros componentes da grande feijoada POP daqueles tempos.
Mal comparando, aqui são todos mais para os ROLLING STONES, do que para os BEATLES. E quase a totalidade gravou em um desvão que junta o estilo das duas bandas mais importantes da GRÃ BRETANHA.
Sacaram? Aceito de bom grado um talvez…
Posto essa enxurrada de raridades, porque este mês CLIFF BENNETT & THE REBEL ROUSERS teve matéria na revista RECORD COLLECTOR. O grupo foi batizado com o nome de música de DUANE EDDY, guitarrista americano criador da maioria dos “RIFFS LUGAR COMUM” do ROCK, e que a gente ouve por aí até hoje!!!!
A banda é bem legal. Tem um QUÊ do DAVE CLARK FIVE. Inclusive no vocal de BENNETT, que emula MIKE SMITH, mas oscila de VAN MORRISON a STEVE MARIOTT.
Claro, claro, a voz e interpretação de CLIFF BENNETT tem alfinetes de WILSON PICKETT e ARTHUR CONLEY. E de seu ídolo mor: JERRY LEE LEWIS. O ROCK e a BLACK MUSIC americana estão na genética sonora dele e da banda.
A foto dele está no meio e pra baixo com os dois principais discos em único CD.
Todos aqui na foto tocavam para animar bares e clubes. Vários foram admirados por outros artistas, e são históricos.
Vejam alguns: LONG JOHN BALDRY, CHRIS FORLOWE, ALEXIS KORNER, GEORGE FAME, ARTWOODS, JOHN MAYALL, GRAHAN BOND e MANFRED MANN, STEAMPACKET… São discos mais para o R&B, SOUL incluído.
Há outros tão raros e tão bons quanto. E precisaria de espaço imenso e inviável para postar.
CLIFF BENNETT, que não foi nenhum ídolo, gravou relativamente pouco. Está com 83 anos e parou alguns anos atrás. Ele e banda profissionalizaram-se antes dos BEATLES, depois foram empresariados por BRIAN EPSTEIN, e o maior sucesso foi a composição de JOHN & PAUL. “GOT GET YOU INTO MY LIFE” – que está no álbum REVOLVER.
É um R&B vigoroso, e a cara dos “REBEL ROUSERS”, e fez sucesso em 1966.
PETE TOWSHEND escreve no prefácio da biografia de CLIFF, que THE WHO em peso gostava do grupo. Porque coeso, dançante, e very COOL…
Para quem sabe um pouco sobre as bandas e músicos que agitavam as noites de inglesas, na primeira metade da década de 1960, percebe que os REBEL ROUSERS tinham aquele quê de R&B misturado ao ROCK e pitadinhas de JAZZ, que botavam os “nossos ídolos” para festejar, beber e dançar.
O grupo tinha a base daqueles tempos: vocalista, duas guitarras, baixo, bateria e teclado. Mas, para soar mais ao R&B criaram uma sessão de metais que, mais ou menos por acaso, em vez de juntar um trompete ao SAX, convocou outro SAX.
Esta fusão deu sonoridade original à banda. Anos depois, VAN MORRISON fez mais ou menos isso em sua banda.
Claro, o repertório é cheio de covers e alguns plágios, muito comum naqueles tempos. Mas funciona e muito.
Não sei se alguém salivará. Mas, é naco de história e música muito divertida. Vale uma ouvida no STREAMING…
POSTAGEM ORIGINAL: 20/10/2023
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ZOMBIES – COMPLETO + ODISSEY & ORACLE – E AS ORIGENS DO POP BARROCO

É curiosa a semelhança entre o início e o destino das carreiras de três bandas inglesas contemporâneas na segunda metade dos anos 1960: o PROCOL HARUM, engravidado pelo “PARAMOUNTS”; os MOODY BLUES, da primeiríssima fase ( “GO NOW”, 1965 ); e os ZOMBIES, em” BEGGIN HERE” .
Todas fluíram do BEAT para a PSICODELIA e, depois, em direção ao ROCK PROGRESSIVO.
Os ZOMBIES foram a exceção, encerrando a carreira com disco síntese de uma das vertentes do ROCK PSICODÉLICO, o POP BARROCO, no clássico “ODESSEY & ORACLE”, de 1968.
É obra artística e comercialmente bem sucedida. E “cult no úrtimo”, como dizem alguns amigos do interior paulista, com merecida e crescente fama no correr dos tempos.
Mas, notem: “TIME OF THE SEASON”, 1968, o hit perene do álbum, foi “emulado” do primeiro SINGLE de sucesso dos próprios ZOMBIES, em 1964: “SHE IS NOT THERE”, é o nariz de um, e o “nazone” do outro…
Porém, ODESSEY & ORACLE não é um disco seminal.
Eu argumento; entre 1966 e 1967 há SINGLE dos BEATLES ( ELEANOR RIGBY, 1966, que inaugurou o POP BARROCO). E nada menos do que TRÊS dos ROLLING STONES ! ( LADY JANE, 1966; RUBY TUESDAY e DANDELION, 1967 ). E, mais dois clássicos do PROCOL HARUM: “HOMBURG”. E, principalmente, “A WHITER SHADE OF PALE” – hit internacional perene e a música mais tocada na Inglaterra em todos os tempos, ambas de 1967.
Existem outras, mas essas bastam!
E há, principalmente, LONG PLAYS que estabeleceram a vertente. Eu recordo alguns curiosamente de bandas americanas, que pavimentaram o caminho: Os TRÊS PRIMEIROS do “LOVE”; o pouco lembrado e também cult ” PRETTY BALLERINA” , gravado por “THE LEFT BANK”. E, claro, “PET SOUNDS” dos BEACH BOYS. Todos foram realizados entre 1966 e 1967, e nitidamente inspiraram os ZOMBIES.
Acho, também, que o disco dos “RASCALS”, “ONCE UPON A DREAM”, um LP. de R&B PSICODÉLICO, de 1968, tem alguma ligação com “TIME OF THE SEASON” – muitos talvez discordem.
Vou recordar duas músicas gravadas na Inglaterra, em 1968, e SINGLES MAGNÍFICOS, e de sucesso, também incluídos no POP BARROCO, “ELOISE”, de BARRY RIAN. E McARTHUR PARK, com RICHARD HARRIS.
Os ZOMBIES fizeram quase por acaso o disco mais claramente definidor e definitivo da vertente, que subsistiu um pouco além, e talvez tenha findado no clássico do KING CRIMSON, “ISLAND”, 1971.
E para não esquecer, o cerne dos três primeiros discos solo de COLIN BLUNSTONE, o vocalista dos ZOMBIES, são também POP BARROCO, e consequências diretas de “ODISSEY & ORACLE”.
Aliás, a fama e reconhecimento do primeiro entre eles, “ONE YEAR”, 1971, vem crescendo, e muito entre colecionadores e a crítica especializada.
Haja fôlego para encher a paciência de todos, enumerando discos quase VINTAGE! Mas, procurem ouvi-los.
Os ZOMBIES estão no ROCK AND ROLL HALL OF FAME, graças ao reconhecido clássico que fizeram.
E, mesmo assim, como observou há mais de 40 anos meu amigo e de muitos por aqui, Rene Ferri, em seu fanzine “WOOP BOP”, “nunca se colecionaram fotos de COLIN BLUNSTONE “…
POSTAGEM ORIGINAL: 20/10/2019
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SIMPLY RED: BIG LOVE / KAREN SOUZA ESSENTIALS 2 – POP CONTEMPORÂNEO.

Os dois discos são parte da última compra que fiz, uns dias atrás, procurando na Pops Discos Pops, minha loja predileta, em SAMPA.
Pois bem; nada demais, porém estão dentro dos critérios que meu querido falecido amigo Jean Yves Neufville usava quando a entressafra de qualidade apitava na curva. E isto sempre aconteceu e acontecerá. “Pô, Sérgio: eu não peço demais. Apenas um disquinho pop decente para escutar…”
E decentes os dois cds são. Mesmo estando o SIMPLY RED abaixo de seu melhor momento, conserva a verve do R&B bem feito, mas tecnicamente deixando um pouco a desejar. Achei a mixagem algo insípida, homogênea demais.
Para compensar, uma surpresa curiosa: o guitarrista é KENJI SUZUKI, blues-rocker pesado na linha GARY MOORE, famoso no Japão, por ser bom de improviso e Jams Sessions. Conheço um raríssimo e muito bom disco ao vivo dele com o baterista ANTON FIER, e o baixista JACK BRUCE, tocando CREAM e arredores. Tentei obter, mas custa o terceiro olho. Pois bem, SUZUKI, não altera o jogo, faz o esperado, porém abaixo do que fez HEITOR T.P. quando guitarrista do RED.
No conjunto da obra, SIMPLY RED – BIG LOVE é um disco agradável, e valeu o risco pelo preço que paguei: algo em torno de R$ 15,00.
KAREN SOUZA é uma argentina vendida ao mundo como cantora de jazz. Não é; faz um pop chegado ao lounge. Tem voz interessante, canta um tanto previsivelmente em inglês, mas causa interesse por seu charme e timbre.
O disco é um sumário do pop contemporâneo de FM, com o tingimento lounge lambendo o jazzistico. E serve para quem gosta de vocal feminino na fronteira do descartável. Não é disco para meus amigos Pierre Mignacou@Rodrigo Marques Nogueira. Mas cai bem para@Antonio MolitorJogador Número Quinze e todos os que gostam do pop deslavado.
Também valeu a pena pelo preço ultra acessível. R$ 15,00.
Resumindo, tio Sérgio curtiu novidades pelo preço de uma cerveja e um sanduíche de mortadela. Diversão a considerar.
POSTAGEM ORIGINAL: 20/10/2020
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