CHET BAKER E OUTROS: GENIALIDADE, PAIXÃO E MORTE

Madrugada, uma dessas, pronto para encerrar a noite, dei de ouvidos, olhos e compaixão em filme sobre CHET BAKER, com ETHAN HAWKE. O título original: “BORN TO BE BLUE”, trilha excelente com músicas de CHET revisitadas e recriadas.
Filme convincente, emocionante, feito por fã declarado, abordando um período da vida de CHET BAKER. Descreve um de seus momentos de baixa total, lá pelo final dos anos 1950, início dos 1960; vivências infernais que a gente não imaginava que poderia ter sido tanto assim…
Mas, foi.
E aconteceu a incontáveis outros e outras…Muito trabalho, sofrimentos indizíveis, e, para alguns, a glória reconhecida uns 40 anos depois…
Mas, naquele momento, defrontamos um ser humano fragilizado, desconstruído e carente.
Alguém alentoso, assolado por vício quase impossível de ser contido: as drogas injetáveis – não importa quais, talvez todas….
Em muitos períodos da história foi vício glamourizado, legitimado pela genialidade real, ou suposta, do atingido. Décadas de 1950, 1960 e 1970, principalmente essas, onde ser marginal era reforçado pelo discutível elogio de que significaria ser herói.
Mentira. Falácia.
O tempo nos enaltece. Mas, raramente nos honra. Ele é inimigo do corpo, traidor da alma, revelador de fraquezas, fracassos e lapsos.. E inexoravelmente traz a morte… seja lá de que jeito for…
Esse inventário de karmas criou a fama e o estigma de NELSON GONÇALVES, CHET, COLTRANE, PARKER, RAUL, KURT, MORRISON, BRIAN JONES, JANIS, AMY, HENDRIX, CLAPTON, RICHARDS, BILLIE… e vá colocando na fila para a decapitação quem mais você quiser…
Heróicos?
Quem sabe. Todos destruídos. Humanos produtivos, porém esgotados, dilacerados, falidos e falíveis como todos nós…
Mas cobrados, talvez injustamente, por aquilo que poderiam ter sido, se…
O trágico “se”. Inimigo do “ser”.
A compaixão é o maior e mais difícil sentimento que se pode construir ou nutrir em relação ao próximo.
Pobres diabos, todos eles. E todos nós julgamos serem, ou terem sido deuses…
Escrevi esse texto ouvindo CHET BAKER, LIVE IN TOKYO, 1987, veja no YOUTUBE.
POSTAGEM ORIGINAL: 10/10/2023
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JOCY DE OLIVEIRA: A MÚSICA SÉCULO XX DE JOCY, 1959

Estou algo inseguro para escrever este comentário.
O ideal teria sido estudar mais sobre esta senhora, uma original e verdadeira gênio brasileira, reconhecida internacionalmente.
Mas, no Brasil, muito poucos sabem dela fora do mundo acadêmico e da música de vanguarda. Então, algumas palavrinhas: JOCY é doutora em música, detém outros títulos acadêmicos, e publicou vários livros.
Eu a conheço faz tempo. Mas, reativei a curiosidade quando, recentemente, assisti a um documentário sobre música eletrônica brasileira, chamado “ELETRÔNICA MENTES”.
Lá, aparece JOCY cultuada por D.J.s, músicos de vanguarda, críticos, e etc… porque foi a primeira a compor, gravar e divulgar a MÚSICA ELETROACÚSTICA, no Brasil.
Era novidade revolucionária dos anos 1940, em diante, e que nos legou STOCKHOUSEN, LUCIANO BERIO, XENAKIS, LUKAS FOSS, JOHN CAGE, CLAUDIO SANTORO, PIERRE HENRI, e incontáveis…
JOCY DE OLIVEIRA é importante criadora da modernidade musical, que deu na MÚSICA ELETRÔNICA DE VANGUARDA. E por consequência, em parte do ROCK PROGRESSIVO e seus CROSSOVERS históricos, que inundam a cena atual e alimentam D.J.s., RAVES, o HIP-HOP, FUNKS DE PERIFERIA, e vastíssimo etc…, mundo afora, e Brasil adentro.
A criadora/criativa JOCY nasceu em 1936, e foi amiga, parceira, e correspondente de quase todos aqueles compositores citados. Alguns até compuseram especialmente para ela. Pianista de primeiro time, e carreira internacional com 25 discos gravados.
A mestra também dedicou-se a estudar OLIVIER MESSIEN, e fez álbuns com músicas dele.
JOCY teve a orientação de grandes maestros. Inclusive foi regida por STRAVINSKY, de quem era amiga, e trocava correspondências.
E também por ROBERT CRAFT, talvez o maior e mais cultuado especialista internacional em STRAVINSKY.
De certa maneira, ela desistiu de ser concertista de piano para concentrar-se em “óperas” – entre aspas, mesmo!
O que JOCY faz e cria abrange música, teatro, textos, performances de plásticas diversas. Quer dizer: é e sempre foi artista de vanguarda; a pioneira da arte MULTIMÍDIA no Brasil.
Observem o escopo da professora!!!!
Em 1961, JOCY compôs e tocou no primeiro espetáculo feito por aqui de música eletrônica e MULTMÍDIA, no THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO.
No palco, a nata da vanguarda do teatro brasileiro, daqueles tempos: FERNANDA MONTENEGRO, FERNANDO TORRES, SÉRGIO BRITO e ITALO ROSSI.
“APAGUE MEU SPOT LIGHT” é um “DRAMA ELETRÔNICO”, escrito por JOCY; e teve a parte musical dirigida pelo grande maestro e compositor LUCIANO BERIO!!!! Foi sucesso total, durante dez dias! Depois, virou história, correu a Europa…
Um feito artístico de larga envergadura!!!!
A partir daí, JOCY DE OLIVEIRA, professora da UFRJ, pessoa organizada, assertiva e determinada, dedicou-se a compor.
Ela revolucionou a ópera moderna no Brasil, trazendo-a para novo formato, bem mais contemporâneo!
Há nove peças compostas e encenadas por ela, Todas estão registradas em DVDS. São difíceis de achar.
Eu assisti a duas.
JOCY dirige e atua com seu “ENSEMBLE” de músicos sensacionais, onde há um “GUITAR HEROE” peculiar: ALOYSIO NEVES, é o primeiro acadêmico, “professor doutor” em guitarra elétrica do Brasil. Pulou na cova, EDDIE VAN HALEN?
JOCY tem iniciativas. E agrega em suas apresentações cantores e cantoras afinados com sua proposta artística.
Procurem saber da sensacional “CANTATRIZ” GABRIELA GELUDA, por exemplo, e sua performance em “LIQUID VOICES”, um… digamos, duplo monólogo e performance entre dois atores; mediada por “ENSEMBLE” dirigido por JOCY.
Nos últimos 40 dias, eu já assisti duas vezes, no ART CHANELL, Adorei!!!
O disco A MÚSICA SÉCULO XX DE JOCY, foi lançado em 1959.
O LONG PLAY original e os outros relançamentos, tocam em 45RPM. É um tanto fora do convencional. São 13 músicas, com total de 20 minutos! A duração é mais curta dos que os discos de “JOÃO GILBERTO” e do “DAVE CLARK FIVE” considerados “concisos”… hum!
O disco não foi ignorado, mas execrado pela crítica e o público, porque intencionalmente mal compreendido.
JOCY tinha 22 anos, naquela época!!! E tinha cabeça muito além de um barquinho e um violão…
No decorrer de décadas, tornou-se caso à parte na música popular brasileira. Eu diria que é a “anti – BOSSA NOVA”!
Por isso, coloquei foto de CD com os três primeiros discos de JOÃO GILBERTO. Falsos parâmetros para algo tão inovador e contestador.
Mas, como assim, TIO SERGIO??!!!
Vou tentar descrever:
Começo citando algumas faixas do disco: SOFIA SUICIDOU-SE; UM ASSALTO NO MORUMBI; INCÊNDIO; BRASÍLIA SÉCULO I; UM CRIME; A MORTE DO VIOLÃO; SAMBA GREGORIANO, entre outras iconoclastias.
E, agora, algumas do JOÃO: CHEGA DE SAUDADE; DESAFINADO; LOBO BOBO; NOSSO AMOR; A FELICIDADE; AMOR CERTINHO; O BARQUINHO…e uma fieira de clássicos…
Sacaram a VIBE em termos de lírica?
JOÃO, TOM, VINÍCIUS e os bossa – novistas nos brindavam com o otimismo da era JUSCELINO. Cantaram o amor, o sorriso e a flor.
E João trabalhou em seu violão sofisticando o samba. Sua voz foi cuidadosamente posta, em canto com as divisões musicais alteradas, e muito estudadas. Obras de arte.
Uma evolução sofisticada, mas conservadora e de bom gosto evidente. A turma da Bossa Nova conseguiu “jazzificar” o samba, tornando – o rico em estrutura harmônica, o que enriqueceu e favoreceu as improvisações.
Pois, saibam: o contraste com o disco de JOCY é chocante! Procurem escutar no YOUTUBE. É rápido; instigante, diferente, dolorido; e talvez desagradável ao primeiro contato.
É um retrato certeiro de um Brasil despontando, e visto por outro tipo de classe média intelectualizada!
JOCY de OLIVEIRA é paranaense, bem formada, e também da classe média alta.
Ouvir “A MÚSICA SÉCULO XXI”, é descobrir que ela se utiliza – talvez o verbo correto seja emular – de modernidades e ensinamentos dos bossa novistas para subvertê-los e contradizê-los.
Em vários momentos, você “acha” que é Bossa Nova. Mas, não é!
O grupo faz introduções nitidamente inspiradas em STRAVINSKY e outros clássicos modernos. E JOCY os amalgama com rupturas de andamentos, mudanças abruptas de ritmo na narrativa musical, e quebra de métrica; mas que se adaptam livremente ao discurso cantado por ela.
A música de JOCY é uma crítica aberta à sofisticação conservadora de seus companheiros de geração da Bossa Nova. É feita de propósito para contrapor-se ao bom-gosto absorvível de imediato. É constante ela cantar quase à beira da desafinação, fazendo harmonizações na ladeira do atonal… Seria???
As letras de JOCY inspiram-se em cenas de violência e desespero. Expõem o vazio e a depressão de seus personagens, através de sua poesia peculiar, e de observações agudas.
É ironia e iconoclastia combinadas o disco inteiro. Ela escreve bem e criativamente.
JOCY arquitetou essa desconstrução. E a música que ela faz está sintonizada ao caos. Afinal, a mestra entende e se especializou em operar os sons incidentais e sem explicações, que habitam ou recaem sobre as pessoas e as cidades, em colagens eletrônicas, os ancestrais dos SAMPLERS de hoje.
Ela sempre operou na criação do inusitado, que a música de vanguarda, e os computadores de hoje permitem a cada vez mais.
Claro, tudo isso requer organização. E ela existe nitidamente. As músicas sempre acabam abruptamente! O que dá impressão de síntese reticente e inconclusa. Um nada mais a dizer repentino. E pronto! Para não dizer F@-se!
Impressiona!
Eu imagino o susto e a perplexidade do ouvinte comum, uns 64 anos atrás, dando de ouvidos com essa cacofonia mascarada por uma tentativa de JOCY ser doce, contemporânea e alegrinha, de violão “em punho!
Em uma das audições que fiz, sei lá porque este LP juntou-se a outro gravado por JOCY: “HISTÓRIA PARA VOZ, INSTRUMENTOS ACÚSTICOS E ELETRÔNICOS”, lançado em 1981. Disco magnífico, e certamente dificílimo de achar.
Pois bem, de alguma forma casaram-se, e não me perguntem o motivo!
E acabou.
POSTAGEM ORIGINAL: 10/10/2023
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AMY WINEHOUSE

Há 6 anos, NELSON MOTTA, no JORNAL DA GLOBO defenestrou elogios e loas para AMY WINEHOUSE, personagem de DVD que conta sua breve história. Para MOTTA, ela reunia o melhor de ELLA FITZGERALD, JANIS JOPLIN E BILLIE HOLIDAY.
SÓ!
Seria possível ou provável?
Discutível, eu acho: porque AMY é artista de três discos. O primeiro, FRANK, conta pouco porque exploratório; moderno R&B pouco melodioso e até simplório. Já o segundo, BACK TO BLACK, de 2007, é uma espécie de cartão de visita do que ela poderia ter feito, se não fosse tão louca e tivesse sobrevivido a si mesma.
LIONESS, HIDEN TREASURES, o terceiro, foi um “work in progress” com muita coisa boa, e acabado mais ou menos às pressas para “comemorar sua morte” precoce.
Tudo considerado, mais um ótimo DVD com apresentação da moça e sua excelente banda, foi o que ela nos deixou. Muito pouco, infelizmente.
Porém, é rascunho artístico excelente, mas incipiente já que não pudemos vislumbrar com muita certeza que rumo ela realmente tomaria.
Talento havia até de sobra.
Mas, detalhes são fundamentais para chegarmos ao “cerne” artístico de sua proposta. Como boa parte dos artistas de RAP & R&B, AMY era desaforada, desmedida e desbocada.
BACK IN BLACK, com seu excelente arranjo é disco proibido para gente mais “sensível” à “explicitude” da linguagem, e mesmo à naturalidade com que ela trata o uso de drogas, suas aquisições, o ambiente roto em que se metia, companhias nada recomendáveis e hábitos destrutivos em penca!
Uma aula de sociologia e antropologia do submundo? Ou misto de valores pessoais em confusão com pedido de socorro? As duas leituras são possíveis e defensáveis.
De minha parte, prefiro a dissolução de costumes dos anos 1950 em diante. A “DECADENCE AVEC ELEGANCE”, de um COLE PORTER, em I GOT YOU UNDER MY SKIN, música sobre o uso de heroína sob metáfora de história amor.
Ou mesmo PETER, PAUL & MARY, em POOF, THE MAGIC DRAGON, canção sobre fumar maconha, disfarçada em música para crianças. Afinal, o DRAGÃO MÁGICO soltava fumaça psicodélica!
E até culmino no ultraje supremo dos DOORS, em THE END, 1967, onde JIM MORRISON faz menção aberta ao estupro e incesto, mas tudo sob metáfora poética, que tornou a letra um “case” acadêmico sério, gerando teses e vários livros.
O meu ponto de referência de “velho” tolerante; ex-jovem nada careta, supõe arte e sutileza. Mesmo compreendendo o mundo e época da AMY, de conteúdo um tanto semelhante a de seus antepassados – que, a meu ver, o vivenciaram de forma talvez menos desabrida. AMY era explícita demais.
É questão de gosto, claro.
Ouso dizer que a passagem de AMY WINEHOUSE por essa vida não foi POESIA extensa; mas, sintético HAI-KAI; Um TITANIC, talvez; que foi ao mar e afundou sem completar a primeira viagem.
Uma curta e explosiva nota no obituário pop.
POSTAGEM ORIGINAL: 10/10/2021Nenhuma descrição de foto disponível.

THE TARANTINO EXPERIENCE MÚSICAS DAS TRILHAS SONORAS DE FILMES DE QUENTIN TARANTINO – BOX COM 6 CDS

Quando vi no site da BEAR FAMILY RECORDS, por $ 42,00 (dólares), frete e impostos incluídos, fui ver o que era.
A ideia é sensacional. 72 músicas, quase todas elas das trilhas sonoras dos filmes do TARANTINO, fiquei interessado.
Afinal de contas, os filmes dele são “ultra americanos”, tanto nos temas como nas trilhas, que combinam SURF, R&B, COUNTRY E POP de rádio A/M, dos ano 1950 em diante.
É legal! Há várias versões originais, como “ESTÚPIDO CUPIDO”, grande hit no início da década de 1960, com a famosa CONCETTA FRANCONERO – ooooooooooooppppsss, mais conhecida como CONNIE FRANCIS!
Há DUANE EDDIE, LOBO, HOWLIN” WOLF, JOHNNY CASH, BIG JOE TURNER, DICK DALE, VENTURES, COASTERS, SURFARIS, SURF CORONADOS, etc… algumas em versões ao vivo, outras em malandros out-takes de estúdio. E boa parte originais.
Há coisas excelentes como a versão dos COWBOY JUNKIES para SWEET JANE, de LOU REED; ou THE IN-CROWD, com DOBIE GRAY – um clássico nos bares e clubes ingleses, dos anos 1960 – o chamado “NORTHERN SOUL” . Ou a versão do URGE OVERKILL, para o clássico de NEIL DIAMOND, GIRL, YOU´LL BE A WOMAN SOON…
Porém, há músicas que são a mais pura enganação, como o clássico DISCO, do “SANTA ESMERALDA”, DON´T LET ME BE MISUNDERSTOOD, dançado até a exaustão, no final dos anos 1970, em versão piorada pelo próprio grupo.
Somando tudo, é um box com bom design, mesmo sem qualquer informação adicional sobre porra nenhuma! É divertido porque traz muita coisa boa, e até surpreendente e meio desconhecida; artistas mais locais.
Mas, tio SÉRGIO tem também os GRASS ROOTS, banda de rádio A/M de imenso sucesso nos anos 1960??!
Tem, sim! Mas versões com o vocal alternativo, que a RHYNO RECORDS lançou dos sucessos deles, na década de 1990!
Pois, é! Nem a gravadora boutique RHYNO conseguiu lança-los nas versões originais, que ficaram para os japoneses fazerem CDS de luxo e para a gravadora MCA, dona dos “master” da DUNHILL fazer duas coletâneas legais. Uma delas até recente!
É isso!
POSTAGEM ORIGINAL: 10/10/2021
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HARD ROCK, BLUES E ADJACÊNCIAS – E OS DISCOS QUE FORMARAM MINHA DISCOTECA, E OUVI ATÉ CANSAR!!

Pois, é! Mais uma postagem a pedido de meu amigo Rene Mina Vernice . Tudo simultâneo ao que ouvi em minha adolescência. Vim do BEAT, transitei para o PSICODÉLICO – BLUES-HARD-ROCK-PROGRESSIVO, e daí segui…
Esses aí abaixo cansei de ouvir. Não necessariamente como expostos. Mas, vamos lá!
1)LORD SUTCH & HEAVY FRIENDS, o primeiro álbum à esquerda no CD. Disco fascinante, barulhento e de fama e prestígio “ciclotímico”, conforme a época. Sobe e desce na cotação dos críticos!!!
Quando lançado foi execrado.
Pergunta de TIO SÉRGIO e amiguinhos, lá por 1970: como pode ser ruim um disco que tem JEFF BECK, JIMMY PAGE, JOHN BONHAN, NOEL REDDING, NICK HOPCKINS e vários outros? E o inefável LORD SUTCH, vocalista quase PUNK, de tão…hummm … Até hoje ouço e considero um clássico absoluto.
2) JOHN MAYALL & THE BLUESBREAKERS, fase DERAM. Pô, o que dizer do seminal disco gravado com ERIC CLAPTON, em 1965? E outros vários, eternamente, e a partir de 1964? Comecei com uma coletânea cult do cara: LOOKING BACK, 1967! Vá lá e veja por quê? Está neste box aqui…
3) DEEP PURPLE IN ROCK – 1970! Ora, pois, pois!!! Como dizem nosso irmãos lusitanos!!! PUTA DISCO DE HARD ROCK.!!! Tem tudo o que é necessário: barulho, pique, vocal, instrumental, e um lado vanguarda. E o clima adequado; é a cara daqueles tempos.
Eu e amigos limamos o LP ORIGINAL de tanto ouvir!!!
4) HUMBLE PIE – ROCK ON, 1971!!! Disco fantástico e tão cantado e decantado, que vou poupar vocês. Quando dois BOYS, PETER FRAMPTON e STEVE MARRIOTT transcendem os próprios limites e juntam forças.
Deu mais ou menos certo. Porém, a cada ano sobe na lista dos grandes discos do ROCK. Quase fiquei surdo de tanto ouvir SHINE ON e ROLLING STONE. No pináculo da glória POP!!!
5) LED ZEPPELIN – 1 e 2!!!! 1968/1969! Devo dizer alguma coisa? A não ser que junto com PARANOID, do BLACK SABBATH, juntam alguns RIFFS e performances atemporais do ROCK????
6) TEN YEARS AFTER – CRiCKLEWOOD GREEN, 1970. Pique, HARD ROCK/HARD BLUES e ALVIN LEE: pauleira brava demonstrada no festival de WOODSTOCK. Banda quase simbiótica à minha forma de ser e ouvir na juventude…
7) RORY GALLAGHER – TATOO LADY – 1972, acho. O último dos grandes guitarristas independentes. Ninguém introduz uma canção como ele!!! Ninguém fez RIFFS tão perfeitos e em quantidade como o RORY.
Ouvi até ser desconstruído. Esse e todos os que ele fez. Que bom ele não ter entrado para os ROLLING STONES, no lugar do MICK TAYLOR…
😎 CAPTAIN BEYOND, 1972 : Clássico atemporal, total, genial, fenomenal, estrutural e supra-upper- ultra indiscutível.
A mistura explosiva de HARD ROCK e PROGRESSIVO, em performance dinâmica, encadeada, bem produzida; e o que mais vocês disserem em termos e elogios, TIO SÉRGIO aceita!
Ah, ROD EVANS, o vocalista, foi substituído por IAN GILLAN no DEEP PURPLE. Gravou mais dois discos, e desistiu da carreira de músico. Estudou medicina, e se estabeleceu na Califórnia. Por favor, hoje ele é o Dr. EVANS. Compostura, se o encontrarem…
10) BLUE OYESTER CULT: De certa forma, segue o formato e formulação do CAPTAIN BEYOND. É HARD ROCK, algo PROGRESSIVO, músicas todas emendadas, sensacionais, formam este grande disco! Eles fizeram carreira muito legal e sólida.
Mas, nada se equiparou a este disco magnífico!
Ouvi até ficar manco de um dos tímpanos!!!!
Mas, TIO SÉRGIO, ninguém fica manco dos tímpanos!?!?
Na tua turma talvez não.
Mas, eu fiquei…
POSTAGEM ORIGINAL04/10/2023
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MARLEY E EU! – AU, AU, AUUUUI!!! UM PASSEIO COM TIO SÉRGIO ESCAVANDO A JAMAICA E SEUS REBENTOS…

QUEM ME CONHECE SABE QUE NÃO SOU CHEGADO AO REGGAE, SKA, DUB, DANCE HALL, E OUTRAS TENDÊNCIAS DA MÚSICA CENTRO-AMERICANA E, NESTE CASO, JAMAICANA.
MAS IGNORA-LA É O MESMO QUE ELIMINAR DO NOSSO POP CONTEMPORÂNEO AXÉS, SERTANEJOS, PAGODES E ETC. O REGGAE É ONIPRESENTE E VAI CONTINUAR.
ENTÃO, É BOM SABER UM POUCO PARA SEGUIR OU EVITAR. ELE FUNCIONA POR AÍ; É VASTO, HISTÓRICO E BASTANTE ORIGINAL.
Em princípio, a música jamaicana é uma adaptação do RHYTHM AND BLUES americano, aos poucos temperado localmente, e desenvolvido para vários subgêneros próprios, que influenciaram o POP inglês.
De lá, expandiram-se mundo afora;
Brasil incluído, claro! aliás, estamos enriquecidos por esse gigante, que vai do torpor rítmico ao dançável; do transmissor de certa consciência social à simples e diletante gandaia enfumaçada por maconha, skank e outros inalantes que os pulmões devem “adorar”.
A matriz REGGAE é música negra autêntica e importante. O box “THE STORY OF JAMAICAN MUSIC”, na foto, é um dos poucos exemplos que mantenho dessa tendência. Não é o que prefiro, mas é um artefato fantástico! Rico em textos, explicações, fichas técnicas e vasto “escambau” que o torna imprescindível para os colecionadores da “MÚSICA PRETA”. OOOOOPPPSSS!!!
Dentro do BOX, há umas 5 horas de gravações. E os subgêneros estão representados, assim como a maioria dos artistas principais: tem “BOB MARLEY”, “JIMMY CLIFF”, “SHAGGY”, “BARRINGTON LEVY” – um “reggae scat singer” fantástico -; além do séquito de coadjuvantes, que revelam topografia bastante abrangente.
São 35 anos percorridos, de 1959 a1993 – ano do lançamento deste BOX em edição quase limitada pela ISLAND RECORDS.
Meu primeiro contato com o SKA foi em 1964, e não tinha a menor ideia de que ele existia. Fez sucesso mundial “MILLIE SMALL”, com musiquinha dançável, mascável, inesquecível e adorável chamada “My Boy Lollipop”. É prova da ascendência R&B na música jamaicana. Toquem em qualquer festinha e vocês verão o efeito!
Claro, ela MILLIE e seu HIT estão na caixa; que também traz a talvez primeira música tipicamente jamaicana e sua ligação umbilical ao R&B: “Boogie in my Bones” , gravada por “LAURELL AITKEN”, em 1959, em disco produzido por “CHRIS BLACKWELL”, o criador da gravadora ISLAND, e introdutor da música jamaicana na Inglaterra.
Foi da JAMAICA onde uma invenção imprescindível deu o seu primeiro passo, e se espalhou pelo mundo, no final dos anos 1950:
O “SOUND SYSTEM”, equipamento de som ambulante e pilotado por DJs, fazia – e ainda faz! – a festa nas ruas.
Vocês já ouviram falar das RADIOLAS, populares no norte-nordeste? Talvez tenham sido inspiradas nos vizinhos desse “GRANDE CARIBE”, que vai do golfo do México até o Rio Grande do Norte!!!
Opa!!! esse “CARIBÃO” vai além; avança pela Bahia… descendo a ladeira do mapa, em direção ao Brasilzão até depois dos pampas…
No decorrer do tempo, os D.Js. jamaicanos transformaram-se em produtores de discos. No começo faziam produções pobres e rudimentares, inclusive aproveitando as base e o ritmo de um disco para o outro, porque produzi-las era muito caro. E assim, ajudaram a firmar um estilo e inconfundível.
Muitos D.Js. se tornaram promotores de bailes junto com a bandidagem local. (Isso te lembra alguma coisa? Que tal os BAILES FUNK?) Pois, é… esse ambiente propício despertou atenção de gravadoras e do mercado. Do início dos anos 1970 em diante, o REGGAE tomou conta da juventude inglesa.
Quase todos gravaram algo parecido: ERIC CLAPTON, GARY BROOKER, GRAHAN PARKER, OS STONES… E vamos lembrar o NEO-SKA digerido pelos PUNKS e NEW-WAVERS, dos anos 1980 em diante.
Claro, né,”THE POLICE”, E “MADNESS”, o “UB-40″… todos conhecem! E, por aqui, temos “PARALAMAS DO SUCESSO”, “SKANK”, “NATIRUTS” e diversos vários. Entre os quais, “GILBERTO GIL”, nesse “Kaya Ngan Daya”, de 1992, um dos que gravou associando em fusão rítmica o REGGAE à percussão baiana, “reggaeada” pela notável interpretação dele!
Muito mais poderia ser explorado, e ampliado, é nítido! Inclusive porque da década de1980 pra diante diante, houve a colisão do RAP com o REGGAE, gerando o “DANCE HALL”.
É também possível encontrar semelhanças com os nossos rappers, quando usam o SAMBA como base e inspiração. MARCELO D2, e o CIDADE NEGRA são exemplo notórios.
Talvez seja legal os colecionadores saberem que os discos mais cobiçados são os lançados pela gravadora jamaicana, TROJAN, pioneira local. Mas são raríssimos porque em sua maioria SINGLES, e pessimamente conservados por terem sido tocados à exaustão.
A turma do ROCK talvez não saiba que o “SPENCER DAVIS GROUP,” onde brilhava “STEVIE WINWOOD”, no início de carreira acompanhou muito o “JIMMY CLIFF”! Ambos gravavam na ISLAND.
Para encerrar, procurem escutar “GILBERTO GIL” com “TABLE TENIS TABLE”, um REGGAE dançável e esfuziante cantado em inglês, e com o peso artístico e talento de GIL para fazer melodias e ritmos.
De quebra, você vai entender porque as gravadoras são preguiçosas, negligentes e cultoras da “burragem” empresarial:
É música para ter estourado, se tivesse sido lançada em SINGLE e em vinil MAXI-DISC, para tocar em pistas de dança do mundo inteiro! É canção muito melhor do que quase tudo o que se faz no gênero!
Não saia da gandaia! Arrisque!
POSTAGEM ORIGINAL: 28/09/2020
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SOUTHERN ROCK, ORIGENS, TENTÁCULOS, E SIMPATIZANTES. E A CARTINHA DA LEITORA “LORELEY-CLORA KINA RIDER”.

Recebi carta chorosa de minha leitora LORELEY-CLORA KYNA RIDER, de DEVIL´S HOLE VALLEY, nos confins do TEXAS.
Ela não é pé de chinelo, não! É COWGIRL! e ficou meio abalada com a foto que postei.
LORELEY escreveu:
“TIO SÉRGIO, eu estou com medo de que meu futuro noivo, o CHIP, queira te cobrir de porradas e não se casar mais comigo.
E tudo por causa de alguns discos que você fotografou e eu gostei; mas ele não! Vê se corrige o malfeito, senão o CHIP não vai mais me levar pra catar coquinho atrás do celeiro!
E se ele fizer isso, eu fico falada por aqui, e acabo morrendo semivirgem!”
Cara LORELEY-CLORA, tio SÉRGIO é meio assim mesmo: escreve coisas aparentemente absurdas.
Mas, chama a tua atenção e a da turma, para que observem o SOUTHERN ROCK, que não é apenas um estilo do ROCK AMERICANO. É, também, um estado de espírito que se espalhou por vários rincões, invernadas, celeiros e épocas.
Há quem identifique seus primórdios na década de 1940. E pode ser mesmo!
Afinal de contas, lembra do amado ELVIS PRESLEY, e do teu quase-primo CARL PERKINS?
Eles juntos com aquele guy da outra cidade, um certo JOHNNY CASH, e mais toda a caipirada que gravava na SUN RECORDS na década de 1950, de certa maneira juntavam na boleia do mesmo caminhão o BLUES, O GOSPEL e o COUNTRY. E acabaram gerando aquele vermífugo sonoro chamado ROCKABILLY!
E não vou te lembrar de outro desvirtuado, um tal JERRY LEE LEWIS, que toca piano e se casou com a prima menor de idade (hummm, dizem que ele fez mal à moça antes…).
Os guapos meninos eram mais interessados nas “GREAT BALLS OF FIRE” das amiguinhas da tua tia. Mas, foram os grande responsáveis pela rapaziada do país todo gostar de ROCKS, guitarras e música de caipira americano modificada.
Mas não parou aí, não!
Teve, também, um bando de HIPPIES maconheiros que gostavam do COUNTRY e do FOLK, e meio que se meteram no ROCK PSICODÉLICO, lá por meados dos anos 1960!
Um certo THE BAND – você conhece LORELEY-CLORA? -, por exemplo. Lá havia um guitarrista chamado ROBBIE ROBERTSON, que aliás bateu as esporas recentemente, e que nem americano era. Mas canadense!!! Eles também estão na proa do SOUTHERN ROCK.
Assim como o Z.Z.TOP e o CREEDENCE CLARWATER REVIVAL… E há marcas no JAMES GANG e no NITTY DIRTY GRITTY BAND. Sem falar no POCO! – que não era nada pouco!
Tá bom, o CHIP e mais uma meia dúzia de uns 3 ou 4 mil ROCKERS não vão concordar comigo! A sina é minha…
O CHIP vai argumentar que SOUTHERN ROCK de verdade é essa turma mais ligada aos tempos de 1970 e daí em frente: ALLMAN BROTHERS BAND; LYNYRD SKYNYRD, GOV´T MULE, MOLLY HATCHET. Inclusive OUTLAWS, WIDESPRED PANIC, e o casal SUSAN TEDESCO E DEREK TRUCKS, para citar poucos, muito poucos!
E, já que vocês aí gostam de dar uns tiros, o TIO SÉRGIO não esquece o “38 SPECIAL”, uma banda excelente e ótimo calibre…
TIO SÉRGIO vai acalmar o CHIP e suavizar tua “pain”, lembrando que existe vida inteligente e sensível nas proximidades.
Diga para ele escutar a BONNIE RAITT. E procurar discos da CARLA OLSON, em parceria com o GENE CLARK ou com o MICK TAYLOR; e desfrutar da excelente carreira solo da moça, que continua de vento e voz em popa!
Pede pra ele tomar um trago ouvindo coisas mais moderninhas, como os primorosos duetos entre o ROBERT PLANT & ALISON KRAUSS! E dar um mergulho para ver o retorno da tradição, como fizeram BILLY JOE, do GREEN DAY, e NORA JONES, no impecável “SONGS THAT OUR FATHER TAUGHT US”, regravação de um álbum clássico dos EVERLY BROTHERS!
“Mas, TIO SÉRGIO, isso não vale!!!!” escreveu a LORELEY-CLORA! “Você está falando de moderno POP, COUNTRY E FOLK! Sem dizer que o som é muito mais maneiro!!!”
E TIO SÉRGIO concorda. Só que isso tudo pode ser pretexto para estender o papo até a periferia do gênero, e lembrar que há muita coisa legal sem o recurso da porrada sonora!
E, se você desapertar o coldre, e der uma olhada direito, também estão no título aí em cima!
Então, querida LORELEY-CLORA, pode continuar catando coquinho com o CHIP. Mas cuida para fazer direitinho; ir pros finalmentes, e acabar de vez com a “semi😃” na tua disputada virgindade.
Beijão do yours trully aqui,
TIO SÉRGIO
POSTAGEM ORIGINAL: 29/09/2021
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FRANÇOISE HARDY – E O ALEATÓRIO QUE NOS FASCINA!

Aventurar-se pelo mundo das coisas, pessoas e ideias é penetrar por veredas insondáveis. A lógica da procura está no decorrer da História que foi ou vai sendo tecida. E, para sermos realistas, na profusão de histórias que iniciam de um jeito e desembocam em outro; e podem requerer artifícios para serem seguidas, e nos levar a infinitas possibilidades que vamos descobrindo no caminho. E, também, às escolhas feitas pelos personagens, muitas vezes circunstanciais e aleatórias. É preciso observar mundos, e perscrutar pedaços de realidades para imaginar “verdades possíveis”.
A História real não se expressa em sequência; e nem é homogênea: pode ser montada do ponto de vista do observador – ou dos vários observadores. E se a verdade considerada científica é uma construção epistemológica, para as coisas mais cotidianas, da existência simples no dia a dia, pode ser a narrativa de cada observador. E isto cabe para artes em geral, e música principalmente….
Ou não?
Deste ponto de vista, tudo pode acontecer e a tudo cabem interpretações entre as muitas escolhas possíveis, mas não feitas; ou que simplesmente não rolaram. O papel do”SE” na História da Arte é intrigante!
Se com livros, discos e opiniões em mãos o percurso atrás de alguma explicação está sujeito a chuvas, furacões e trovoadas; é perfeitamente possível acabar compreendendo a vitória do simplismo; das FAKE NEWS; das repetições; das ideias fixas e do conservadorismo, em geral.
Observem que a maioria dos artistas que descobre uma fórmula de sucesso a repete até os ouvintes não aguentarem mais! Estão faltando BOWIES e CAETANOS. E sobrando elencos quase inteiros do ROCK IN RIO…
Tá bom, TIO SÉRGIO! Você é um TIGRE de BENGALA (ainda, não; ainda, não!) pensativo e falastrão. E o que tem a FRANCISQUINHA a ver com as tuas elocubrações de insano manso?
É mais ou menos o seguinte: como apaixonado por música, e reincidente contumaz; até há poucos meses eu garimpava coisas baratas nos “sites” INTERNET afora. E, caso não gostasse, eu descartava, trocava. O prejuízo era pequeno.
Mas, com a imposição do DÓLAR CURRA, juntado à EXTORSÃO FISCAL ABJETA e aos fretes ABUSIVOS; tudo considerado, as minhas finanças saíram feridas de morte. Então, movi-me retro; como todo mundo que compra de calcinhas a LONG PLAYS. Fiquei tão isolado da economia internacional, como todo o mercado brasileiro de importados… A gente não decola nunca por causa da insanidade fiscal e tributária…
Mas antes do estupro definitivo, descolei três discos da FRANÇOISE HARDY. Quando aportaram à minha … “porta”…, somando a indigestão total cada um custou cerca de $ 6,00 BIDENS, uns R$ 36,00 mandacarus. E mesmo sob o DÓLAR CURRA atual, custaram mais barato do que qualquer CD lançado no Brasil à época, e hoje em dia…
Então, vamos à parte legal da narrativa.
Lá no meio da foto, está o CD FRANÇOISE HARDY, gravado quando ela tinha tinha apenas 18 anos. É o primeirão da musa; um BEAT POP FRANCÊS mambembe. Mas traz o clássico “TOUS LES GARÇONS ET LES FILES”. Foi lançado em 1962 pela VOGUE, e vendeu 5 milhões de cópias no mundo inteiro!!! Um HIT de verdade!
Porém, FRANCISQUINHA não gostou do “rebento”, e relatou pra gente: – “Estou acompanhada pela pior banda do mundo! A minha voz era fina, a melodia simplista, e as letras inconsequentes. Eu fiquei satisfeita de ter feito, mas não orgulhosa”… Ela vendeu mais em dezoito meses, do que EDITH PIAF em dezoito anos!!!! Sacaram a ressaca da gata?
FRANCISQUINHA estudou Ciência Política e Literatura na SORBONNE, mas não concluiu os cursos. Viveu 1968 e suas consequências. Com o tempo, além do sucesso enorme, tornou-se modelo; e depois astróloga com vários livros publicados.
Na FRANÇA, ela era vista como tímida e tristonha. E nem tão bonita assim!!! Ofídios de plantão diziam que FRANÇOISE parecia um aspargo: “alta e magra demais”… Por lá, a turma preferia mesmo a SYLVIE VARTAN, que nasceu na Bulgária…
Mas quando ela atravessou o CANAL DA MANCHA, os ingleses deliraram! Sua imagem causou sensação! JAGGER teve um quase namorico correspondido – mas exigir o mínimo de compostura de MICK é impossível… E até DYLAN escreveu poema homenageando a felina francesa, na contracapa de “ANOTHER SIDE OF BOB DYLAN”… E BOWIE sempre foi apaixonado…
Dos três discos postados, o mais interessante e surpreendente é “MIDNIGHT BLUES” – PARIS LONDON 1968/1972. São dois LPs. originais que ressaltam o hiato em meio à produção habitual de FRANÇOISE: “ONE-NINE-SEVEN-ZERO”, de… ora, ora…, 1969; e FRANÇOISE HARDY, lançado em 1972, são totalmente cantados em Inglês. Há canções compostas por FRANÇOISE e seu parceiro na época, PIERRE TUBBS. E. também COVERS de LEONARD COHEN, BEVERLY MARTIN, BUFFY SAINTE-MARIE, RANDY NEWMAN, LEIBER & STOLLER e NEIL YOUNG.
Para mais bem compreender essa trajetória, surgiu em cena um acaso significativo: a profusão de grupos BEAT ingleses no mercado, lá por 1963/65, que expulsou vários deles para outros cantos.
E migrou para a ITÁLIA o “famoso” “NERO & THE GLADIATORS”, que logo depois foi parar na FRANÇA. E lá, parte formou a banda de SYLVIE VARTAN que abriu para os BEATLES no histórico show no OLYMPIA de PARIS, em 1964. Só isso…
O guitarrista era um certo MICKY JONES; que era e é CRAQUE. Ele ficou uns seis anos na FRANÇA, e gravou com SYLVIE, JOHNNY HALIDAY, e outros. Com FRANÇOISE HARDY fez sessões para o disco ONE NINE, SEVEN, ZERO, de 1969, realçando um BEAT/FOLK à THE BYRDS, SEARCHERS … e outras pitadas transferidas do ROCK PSICODÉLICO….
FRANÇOISE HARDY era precoce. E fascinada com a hipótese de expandir carreira na INGLATERRA, percebeu que havia uma revolução estética que poderia coadunar-se ao seu jeito algo ensimesmado de cantar, contido; FOLKISH, por que, não?
E, após “EN ANGLAIS”, 1968, o primeiro dela gravado por lá, FRANÇOISE fez JOE BOYD, o famoso produtor inglês, saber que ELA gostaria de gravar um disco inteiro de canções compostas por NICK DRAKE.
E lá foram BOYD e DRAKE encontrar-se com FRANÇOISE, em PARIS. Conta BOB STANLEY, músico e criador do grupo pop SAINT ETIENNE, hoje articulista da RECORD COLLECTOR, que se a francesinha era tímida, DRAKE era quase incomunicável. E nenhum falava a língua do outro. O clima frio congelou de vez, e o disco não rolou.
Mas, o fracasso a levou a gravar o “FRANÇOISE HARDY, 1972”, acompanhada por orquestra e banda formada por gente do FAIRPORT CONVENTION e do FOTHERINGAY. Durante a sessão, “quase todo o mundo musical de LONDRES”, apareceu para simplesmente ver, ou tentar gravar com aquele espécime humano magnético, exuberante!
E a história foi ficando mais saborosa. Entre os dois discos cantados em inglês, e enquanto a aventura britânica se fechava, FRANÇOISE gravou, em 1971, seu álbum mais famoso e bem sucedido: “LA QUESTION”, com a icônica guitarrista brasileira TUCA.
Ou seja, MADAME HARDY trocou a frieza dos compatriotas dos STONES… pelo quase ardor latino de toques bossanovistas. Ela se reinventou; se aconchegou. E tornou – se a inspiração para outras. Inclusive CARLA BRUNI, ex – primeira dama da França; excelente, sutil e “caliente” cantora ítalo francesa. FRANÇOISE permaneceu COOL; e bem longe da concupiscência que CARLA inspira e derrama…
FRANÇOISE HARDY tentou bastante entrar no mercado inglês, mas sem grande sucesso. Mesmo assim, a “paixão atávica”por lá despertou; e levou, na década de 1990, grupos como o BLUR e os PET SHOP BOYS a gravarem com ela SINGLES de muito sucesso.
Fecho essa narrativa torta, cheia de altos e baixos feito montanha russa, que vai do BEAT INGLÊS, deságua na FRANÇA, vai até os BEATLES no OLYMPIA, volta para uma francesa que gostava de NICK DRAKE, mas que retorna ao calor latino. Mas sempre perto da contemporaneidade.
E recordo outro herói recôndito e “ziguezagueante”: MICKY JONES, que ajudou a atualizar o POP ROCK FRANCÊS, e voltou para a INGLATERRA; entrou para o SPOOKY TOOTH, passou por incontáveis, e fundou o FOREIGNER, em 1976, onde fez fama, fortuna e lá permanece.
Se alguém acha que isso tudo faz sentido, é porque enxerga razões objetivas na aventura humana pela vida fragmentada que todos vivemos.
Viver é tentar compor acasos aleatórios esparsos e soltos pelaí…
Foi o que tentei!
POSTAGEM ORIGINAL:21/09/2024
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ELECTRIC BLUES (1939 – 2005) – THE DEFINITIVE COLLECTION – BEAR FAMILY RECORDS: 4 VOLUMES – 12 CDS – 291 FAIXAS

Compêndios sonoros magníficos! Como tudo o que a BEAR FAMILY RECORDS realiza. A parte gráfica é de primeira linha. Cada um dos doze CDS tem a reprodução do selo de algumas das mais raras, históricas, ou famosas gravadoras que se dedicaram ao BLUES. Neste caso específico, ao ELECTRIC BLUES.
Há quatro livretos completos, com a história de cada uma das 291 músicas e de quem, onde, quando as gravou. Coisa que só alemão e japonês conseguem fazer com tal meticulosidade, capricho, e imensa “gravidez” de informações substanciais!
No início foi o “verbo”, ( o canto ), harmônica (gaita) e a guitarra acústica. Os pioneiros na década de 1920, como CHARLEY PATTON, BLIND LEMON JEFFEERSON, BIG BILL BROONZY… E, nos anos 1930, SON HOUSE, LEAD BELLY, ROBERT JOHNSON , e vários outros, começaram com instrumentação acústica.
Diversos migraram para o ELECTRIC BLUES, a partir de 1940, e estão aqui presentes.
A primeira gravação conhecida de BLUES com guitarra, ou instrumentação elétrica, foi realizada em 1939. E abre a coleção ANDY KIRK & TWELVE CLOUDS OF JOY, destacando o guitarrista FLOYD SMITH, e a música “FLOYD´S GUITAR BLUES”. A segunda, foi T-BONE WALKER em “MEAN OLD WORLD”, um clássico e standard, de 1942.
E esta coleção termina com NICK MOSS & THE FLIP TOPS em “CHECK MY PULSE”, gravada em 2005.
As outras 288 faixas abrangem o universo; tempos e épocas, em 66 anos repletos de clássicos, hits ou exemplos pertinentes de estilos.
Tem SISTER ROSETTA THARPE, LOUIS JORDAN, LIGHTNING HOPKINS, MUDDY WATERS, JIMMY WHITERSPOON, JIMMY ROGERS, HOWLIN´WOLF, JOHN LEE HOOKER, B.B.KING, LITTLE WALTER, RAY CHARLES, JOE TURNER…
E, também, EDDIE TAYLOR , BO DIDDLEY, SONNY BOY WILLIAMSON, OTIS RUSH, MAGIC SAM, BROWNIE MCGHEE, ELMORE JAMES, CHUCK BERRY, FREDDIE KING, ALBERT COLLINS, OTIS RUSH, BUDDY GUY, SUGAR PIE DE SANTO, KOKO TAYLOR, ARETHA FRANKLIN…
Estão por aqui os mais contemporâneos imprescindíveis como JOHNNY WINTER, THE ANIMALS, YARDBIRDS, TEN YEARS AFTER, SAVOY BROWN, TAJ MAHAL, JEFF BECK, JANIS JOPLIN, AL GREEN, BOBBY BLAND, DENISE LASALLE, RORY GALLAGHER, ELVIN BISHOP, BONNIE RAIT, GEORGE THOROGOOD, R.L.BURNSIDE, ROY BUCHANAN, STEVE RAY VAUGHAN…
Mas, tio SÉRGIO deve ter muito mais!?!?!?
ADIVINHÃO!
São tantos e tantos e mais tantos! que, a cada vez que olho para a relação mais um se destaca.
Se você quer entender de BLUES, principalmente o elétrico, que faz, fez e fará interface com o JAZZ e o ROCK, esta coleção é o caminho e o destino. Não conheço nada melhor e mais completo!
Não é barato. Cada álbum triplo chega por aqui, em PANDEBRAS, por uns $55,00 dólares, R$ 280,00 (GUEDES). Mas vale cada “cent”….ooooppps centavo!
Dê uma lambisgoiada!
POSTAGEM ORIGINAL: 19/09/21
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QUEEN DOIS MOMENTOS AO VIVO: QUEEN + ADAM LAMBERT – NO ROCK IN RIO – BRASIL EM 2015. & QUEEN + PAUL RODGERS, 2005. DVD LIVE IN SHEFFIELD.

Começo pelo ROCK IN RIO, 2015. Assisti ao SHOW inteiro deles com ADAM LAMBERT no vocal. E achei o seguinte:
QUEEN, O SHOW 1
No primeiro close no vocalista, e eu pensei cá com minhas cervejas: “Era o que faltava, o ALEXANDRE PATO saiu do São Paulo e foi jogar no QUEEN !!!!!!!!!!!!” ADAM LAMBERT é a cara do ex -atacante…
QUEEN, O SHOW 2
Foi legal? Foi. O ADAM LAMBERT canta direitinho, mas transita a uma eternidade do FREDDIE MERCURY. Assim como BRIAN MAY está abaixo, se comparado a seus contemporâneos RITCHIE BLACKMORE, do DEEP PURPLE; TOMMY IOMMY, do BLACK SABBATH; e MICHAEL SCHENKER do U.F.O. Nem vou falar da trinca BECK, PAGE e CLAPTON. BRIAN MAY é e sempre foi um guitarrista correto e de pouca imaginação.
QUEEN, O SHOW 3
ADAM LAMBERT é bom vocalista, mas é americano. Falta a ele a sutileza britânica necessária para um grupo de ROCK INGLÊS. É POP demais e, quando transita para o ROCK, não rola bem. Mas, funcionou nesta turnê. Depois, veremos…
QUEEN, O SHOW 4
O repertório? Ah, fala sério!!!! – é uma coleção de babas e canções POP ridículas; da estatura de LOVE OF MY LIFE, WE ARE THE CHAMPIONS, e quase tudo o que tocaram e cantaram durante a apresentação; e em seus próprios discos. A ex Presidenta Dilma renunciaria no dia seguinte, se tivesse assistido ao show até o final. Com HITS desse nível artístico, eu fico surpreso que nunca estouraram na América – a pátria da baba, das letras melosas e mal escritas, do ridículo executado com profissionalismo.
QUEEN, O SHOW 5
No final, mas que antipáticos! Nem mencionaram ou apresentaram o restante da banda ( Quem é o baixista? E o tecladista, como se chama?) Apenas o filho de ROGER TAYLOR nos foi apresentado; se chama RUFUS e, se bobear, também desponta para o anonimato. Acho que foi isto que assisti e sem colírio alucionógeno.
QUEEN 6
FRED MERCURY e MICK JAGGER sempre foram os dois maiores vocalistas de bandas que já existiram. Supremos no palco, mesmo quando consideramos ROBERT PLANT, IAN GILLAN, JIM MORRISON, MORRISSEY, ou quaisquer outros.
QUEEN 7
Eles começaram no vácuo do LED ZEPPELIN, lá por 1973; como quase todos do HEAVY METAL, ou do HARD ROCK; e, quando o LED acabou o QUEEN deslanchou. Mas longe da qualidade de PAGE, PLANT e companhia ilimitada.
O QUEEN sempre foi mediano. Mas, fez pelo menos dois discos essenciais: QUEEN 2, de 1974; e o clássico absoluto, A NIGHT AT OPERA, 1975 – onde está BOHEMIAN RAPSODY sua melhor e mais sofisticada canção; e um dos SINGLES supremos da história da música popular.
QUEEN 8 ,
As reencarnações do QUEEN não emplacaram bem, porque o FREDDIE MERCURY é insubstituível. Mesmo assim, com PAUL RODGERS ficou bastante bom. Houve um quê de HARD ROCK e BLUES que mais ou menos encaixou. Porque PAUL RODGEERS é, possivelmente, o maior cantor de ROCK de todos os tempos. Tem carreira e luz própria, e repertório superior ao do QUEEN.
QUEEN 9 Este DVD com PAUL RODGERS mescla repertórios de ambos; ficou bom. E deixa mais ou menos no mesmo nível de importância os dois artistas. É justo. E funcionou.
Seja como for, o QUEEN é um dos ícones do POP/ROCK. Tem o que mostrar. E soube construir a carreira durante e após FREDDIE MERCURY. De resto, é opinião pessoal gostar demais, ou nem tanto – com o TIO SÉRGIO aqui.
Ainda assim, tentem.
POSTAGEM ORIGINAL: 19/09/2023
Pode ser uma imagem de texto que diz "RETURN OF THE RETURNOFTHEG CHAMPIONS QUEEN *PAUL RODGERS ·PAULRODGERS EИn NISE ー み団 D 本. UNEINSHEFFIELD MIKEDIN IEDINSTSURRDUNOS LIVEESEUNSOUNN OUNU ESURRDUNG TURN OF THE CHAMPIONS QUEEN PALLRODGERS ·P. RODGERS QUEEN ODG RODGAR RETURN RETURNOF RNOFTHECHAMPIONS OF THE CHAMIPIONS"