DAVID GILMOUR – “RATTLE THAT LOCK” – 2015 – BOX SET – EDIÇÃO JAPONESA: 1 CD + 1 CD – VÍDEOS, EXTRAS, BOOKS, POSTER, BRINDES, ENCARTES, UMA PALHETA, E CONFIGURAÇÕES DE AUDIO, VÍDEO e ETC… ETC…

Talvez seja regra circundada por mistérios: um supergrupo de enorme sucesso é empreendimento criativo que transcende a soma das partes que o compõem.
E por mais que tentem, quando há mais do que um talentoso acima da média é difícil que se entendam e continuem operando junto. O segredo não é a a soma, e sim a sinergia.
Aconteceu com os BEATLES, que ao romperem deixaram claro o quanto eram diferentes os quatro integrantes, um em relação a cada outro. E as respectivas carreiras solo demonstram.
Com o PINK FLOYD deu-se o mesmo. Banda muito diferente no cenário musical inglês de 1966, era formada por meninos de classe média alta, ao contrário dos BEATLES, STONES, YARDBIRDS, etc…
Rapidamente saíram fora do BEAT ROCK, e começaram a se apresentar no U.F.O CLUB, lugar de vanguardas. Outro papo.
ROGER WATERS, NICK MASON e RICK WRIGHT estudavam engenharia, gostavam de JAZZ, BLUES e MÚSICA DE VANGUARDA.
SYD BARRETT, o primeiro guitarrista, era filho de um famoso patologista. E sua mãe lecionava em escola de elite, onde foi professora de DAVID GILMOUR, também filho de professores universitários. Ou seja, todos vieram da elite britânica.
GILMOUR ensinou SYD BARRETT a tocar guitarra, foi convidado para entrar na banda, e o substituiu quando enlouqueceu…
A liderança do PINK FLOYD pendia entre GILMOUR e ROGER WATERS – um vanguardista, com eixo maior na música contemporânea. Muito criativo, bom contrabaixista e cantor, foi o principal compositor. Divergências pessoais e principalmente artísticas impulsionaram a saída de ROGER, em 1983. Então, ele exigiu que o grupo fosse desfeito. Brigaram.
Mesmo assim, a banda prosseguiu aos trancos e barrancos sem ele, mas com enorme sucesso. Em 2005, todos chegaram a um acordo. E hoje, o nome pertence a NICK MASON.
Sucesso retumbante para uma proposta de vanguarda, o PINK FLOYD vendeu mais de 250 milhões de discos, ganhou GRAMMYS e está no ROCK AND ROLL HALL OF FAME, desde 1996. Os integrantes remanescentes tornaram-se, e continuam, milionários. Merecidamente, diga-se!
“SIR” DAVID JON GILMOUR, hoje dono de uns $ 150 milhões de dólares em patrimônios variados, lá pelos 30 anos de idade era muito boa pinta.
Há um meme com a foto dele que viralizou na INTERNET anos atrás. Aparece uma velhinha rezando para um suposto JESUS CRISTO.
Loiro, olhos azuis, cabeludo, seria a imagem idealizada do CRISTO no imaginário ocidental….
Mas, é o preclaro futuro SIR DAVID GILMOUR…
Voltando ao que interessa, GILMOUR foi eleito o sexto maior guitarrista da HISTÓRIA pela revista GUITAR WORLD. E o décimo quarto pela revista ROLLING STONE. É instrumentista muito hábil, extraordinário.
Estilo reconhecível no primeiro compasso; é técnico, timbre elaborado, e foi o criador da “FUSION” BLUES/PROGRESSIVO que, sempre, permeou a sonoridade do PINK FLOYD, ajudando a conformar o ROCK PROGRESSIVO, algo lento, suave, melodioso e viajante que distingue a band dos concorrentes.
Em sua carreira solo, de poucos discos e DVDS gravados, com banda perfeita, permanece o guitarrista único, com a levada rítmica característica, e a sua voz pequena, algo BLUESY e rouca, mas personalíssima e bem postada.
RATTLE THAT LOCK – 2015
Foi sucesso artístico e comercial ao longo do tempo. É ótimo álbum, e algo diferente dos anteriores.
Menos rebuscado, traz a guitarra de GILMOUR, o motivo principal para comprar seus discos, “iluminando” as várias composições onde o PROG ROCK MODERNO se destaca.
E há faixas surpreendentes. Como a sofisticada, sensual e misteriosa “THE GIRL IN THE YELLOW DRESS”, “kind of” – digamos – de música francesa, temperada com JAZZ ao estilo da década de 1940. No BOX, inclusive, bela animação por computador.
É interessante a inspiração para “RATTLE THAT LOCK”, a faixa título. Ele estava em uma estação, na França, quando ouviu o “SINAL” que avisava da movimentação dos trens: curto, sonoro e imediatamente distinguível.
DAVID gostou tanto, que entrou em contato com o autor do “JINGLE”, um publicitário francês. O cara não acreditou quando ele anunciou seu nome! e, claro, participa como coautor da faixa.
A música foi criada a partir de uns “5 segundos” de som marcante.
E a canção recebeu diversas remixagens, inclusive por DJ, para tocar em clubes.
Essencialmente, é a clássica levada de GILMOUR na guitarra. Preserva um quê de “ANOTHER BRICK IN THE WALL”, do PINK FLOYD, temperada por “TIME OF THE SEASON” dos ZOMBIES. É animada, dançável e foi sucesso.
DAVID GILMOUR está casado desde 1994 com a jornalista e poetisa POLLY SAMSON, que é autora de vários livros, e diversas letras no disco. Ela fez coisas também para “”ENDLESS RIVER, do PINK FLOYD”.
A presença de uma “profissional” das letras corrigiu, digamos, possíveis imperfeições. DAVID se percebe mais à vontade para cantar, mais bem “encadeado” entre a melodia e o texto.
No BOX muito luxuoso, há dois livros capas duras. O primeiro, com letras e fotos. E, no segundo, o “livro dois” de “O PARAISO PERDIDO”, de “JOHN MILTON”.
É poesia clássica inglesa que descreve a “EXPULSÃO DE SATÃ DO PARAÍSO PARA O INFERNO”; após tentar um “GOLPE DE ESTADO” contra o “AUTORITARISMO DIVINO”. Mas, satã retorna ao Paraíso e “oferece” o fruto proibido para EVA comer. E o mundo deu no que deu…
Metaforicamente, significa a rebelião e a instauração do LIVRE ARBÍTRIO, com a responsabilização do indivíduo por seus atos. POLLY SAMSON compôs letras baseadas nisso. Talvez, de um jeito muito sutil, houvesse a pretensão de criar álbum conceitual.
Seria?
No BOX estão dois discos. Um CD com a gravação original propriamente dita. E o DVD com animações, remixes de faixas, out takes, e um excelente “MAKING OF” – inclusive com ensaios para gravar.
Está lá, talvez o melhor motivo para se ter esse luxuoso BOX. As batizadas “BARN JAMS, ensaios gravados no estúdio da “casinha” de GILMOUR.
É material antigo e inédito. RICK WRIGHT era vivo, e participou com sua harmonização nos teclados, dando o clima para os solos de DAVID, o baixo de GUY PRATT, e a bateria correta de STEVE DI STANISLAO.
Todos integradíssimos, menos RICK WRIGHT, que havia morrido, participaram anos depois na confecção deste álbum.
A presença de PHIL MANZANERA, DAVID CROSBY, GRAHAN NASH, JOOLS HOLLAND e vários músicos, orquestra, e cantores de alto nível artístico e profissional completam o time que gravou a obra.
Estão nesta postagem dois DVDs muito bons; inclusive o LIVE AT POMPEII, da turnê de 2016/2017.
Quer dizer, é um kit completo para entender e degustar sob várias perspectivas, DAVID GILMOUR, e sua memorável arte.
Procure conhecer.
POSTAGEM ORIGINAL: 20/09/2023
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THE NEON PHILLHARMONIC – THE MOTH CONFESSES – JANEIRO 1969

Vou começar da seguinte forma:
Esse disco foi lançado em janeiro de 1969, e no encarte há um sub – título “A PHONOGRAPH OPERA”. TOMMY, do THE WHO, foi lançado em 12 de maio de 1969.
É chatice abissal discutir idades, ideias prévias ou detalhes sobre supostas competições, porque chamar alguma coisa de ÓPERA ROCK tornou-se clichê daqueles tempos em diante, e geralmente era falsa informação, marketing. Pura FAKE NEWS.
Esse disco é uma curiosidade artisticamente bem elaborada, que teve sua gênese em tempos de inventividade incontestável.
O NEON PHILLHARMONIC não era exatamente um grupo – para variar -, mas projeto de um compositor de vanguarda meio escondido chamado “TUPPER SAUSSY”, que concebeu o disco e juntou-se ao cantor de estúdio, DON GANT, e a outros músicos profissionais, e usou parte da ORQUESTRA SINFÔNICA DE NASHVILLE.
O resultado é uma obra PROGRESSIVO-PSICODÉLICA, orquestrada de jeito semelhante aos nossos ARTHUR VEROCAI e ROGÉRIO DUPRAT, e de arranjadores americanos dos discos da COLUMBIA RECORDS, da época.
SAUSSY era um visionário. Embatucou que faria uma ÓPERA POP, e procurou assistir às “piores produções em cartaz” para entender o “porquê de serem consideradas ruins”!!!
E fez uma “ÓPERA” com uma única voz, para ser escutada em disco, e não encenada.
O personagem era “livre como uma mariposa” (MOTH, em inglês ), errática, fascinada pelas luzes e solitária. Metáfora para o nome do álbum e certamente para ele mesmo.
TUPPER era leitor de escritores do realismo fantástico, JORGE LUIS BORGES, principalmente. Tinha formação musical e ousadia suficiente para aproveitar as novas tecnologias de gravação e ideias correntes no final dos anos 1960.
Misturava coisas do dia-a-dia com ficção, elaborava letras misteriosas, livres, típicas de quem havia lido e escutado DYLAN, JAMES JOYCE, KAFKA…, e dava fluxo às ideias de forma subjetiva, a tal “STREAMING of CONSCIENCE”.
Resultado: criou música livre, nada ortodoxa, melódica e algo difícil, e muito original. Desse disco saiu um pequeno mas cult sucesso do “SUNSHINE POP”, a lindíssima “MORNING GIRL”. Consiga o disco para a sua discoteca. É imprescindível.
Uma historinha pessoal:
Esse disco saiu por aqui, na época, e eu o comprei. Certo dia um incauto amigo fez um bailinho na casa dele e pediu para eu “discotecar” a gandaia.
Não tive dúvida e levei “os meus discos”.
Tragédia terminal!!! Num certo momento, e sei lá O porquê, coloquei esse disco pra tocar. Foi protesto em nível de agressão! Alguns amigos me “liberaram” da vitrola…não muito gentilmente…
Quando fui ao quintal para tomar uma cerveja o disco estava com barbante passado pelo furo e amarrado no varal junto com as roupas lavadas!!!
Meu eterno amigo/irmão Aldahyr Ramos, havia pegado o disco, colocado na privada e dado descarga…
Estava secando no varal por causa disso…
Não estragou…
POSTAGEM ORIGINAL: 27/09/2020
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ALFRED BRENDEL – “O” PIANISTA!

COMEÇAR PELO USUAL NÃO VALE A PENA. SERIA ENFATIZAR O ÓBVIO. PORÉM, BRENDEL É MESMO DOS MAIORES NA HISTÓRIA. UM INTELECTUAL DA MÚSICA E UM ARTÍFICE DA EXECUÇÃO PIANÍSTICA.
NÃO SEI SE ESTE VÍDEO TEM VERSÃO PARA O INGLÊS. EU O PUBLIQUEI PARA MOSTRAR A FIGURA DO VELHINHO, SEU AMBIENTE, E PARA DIZER QUE FOI FEITO QUANDO LANÇADO MAIS UM BOX-SET COM SUA OBRA, EM 2015. É MONUMENTAL E CANDIDATO AO DEFINITIVO, COM 114 CDS. TIO SÉRGIO REPETE PASMO: 114 CDS! ABRANGE TODA A CARREIRA, E É PARA COMPLETISTAS, FANÁTICOS OU SIMPLESMENTE PARA OS DILETANTES RICOS.
NÃO ENTENDO DE MÚSICA CLÁSSICA. MAS, SEI QUE A PERSPECTIVA DE BRENDEL É ÚNICA. SUA TÉCNICA E ESTILO, E O DEDILHAR ABSOLUTAMENTE CORRETO, NOTA POR NOTA, DE TAL FORMA QUE SE OUVE CLARAMENTE A EXECUÇÃO DE CADA PEÇA. BRENDEL É UM RACIONALISTA COM SENSIBILIDADE EXTREMADA.
ENTÃO, PARA OS QUE SABEM COM MAIOR PROFUNDIDADE – NÃO É O MEU CASO – TENTEM COMPARAR SEU ESTILO AO DE WILLHEN KAMPF, POR EXEMPLO – MAIS DURO, ATAQUES MAIS ACENTUADOS.
ALFRED BRENDEL É (ERA?) ESPECIALISTA EM BEETHOVEN, E GRAVOU TRÊS VEZES O CICLO COMPLETO DAS SONATAS, E QUATRO VEZES O DOS CONCERTOS PARA PIANO. EU DISSE 3 E QUATRO VEZES! KARAJAN, QUE NÃO ERA PREGUIÇOSO… FEZ TRÊS VEZES O CICLO COMPLETO DAS SINFONIAS E CONCERTOS PARA PIANO!
SE VOCÊ QUISER UM RESUMO ( NÃO UMA COLETÂNEA ) DE SUA MAIS FAMOSA VERSÃO DA OBRA DE BEETHOVEN, EXISTE UM BOX -NADA CARO! – LANÇADO PELA DECCA, COM DOZE CDS, GRAVADOS NOS ANOS 70, COM UM DOS CICLOS INTEGRAIS DAS SONATAS, E OS CONCERTOS PARA PIANO ACOMPANHADOS PELA FILARMÔNICA DE LONDRES, SOB A REGÊNCIA DE BERNARD HAITINK.
EXUBERANTES!
POSTAGEM ORIGINAL: 23/09/2021
Alfred Brendel spricht über seine Aufnahmen für Philips

JEFF BECK: “BECKOLOGY”, O PRIMEIRO BOX OFICIAL DE BECK – 1991.

“BECK, BOGERT & APPICE” – EM ESTÚDIO E “LIVE IN JAPAN”, 1973.
EPIC RECORDS
O CREAM foi muito mais do que um grupo de ROCK. ERIC CLAPTON, JACK BRUCE e GINGER BAKER, três músicos perto da genialidade tocavam integrados e, ao mesmo tempo, como três solistas. Existe algo de JAZZ na maneira de pensar e executar do TRIO. Ah, também conseguiam cantar bem, quase exceção da regra!
E a concorrência era excelente: JIMI HENDRIX EXPERIENCE; TASTE; WEST, BRUCE & LAING; o primeiro JEFF BECK GROUP, com ROD STEWART, no vocal; e também o LED ZEPPELIN; só para ficar nos maiores, que focavam mais na integração, e no destaque de um ou dois integrantes.
A minha impressão depois de 50 anos, é que JEFF BECK, TIM BOGERT & CARMINE APPICE tinham potencial para se tornarem um trio de solistas, absorvendo certas características do CREAM, mas rumando em direção ao R&B e ao HARD ROCK.
Mas, não rolou assim. Os três especularam fazer algo juntos desde o início de 1968, quando a original fusão SOUL/PSICODELIA feita pelo VANILLA FUDGE, de BOGERT e APPICE, namorava com o gosto de BECK pelo R&B e a experimentação.
Os percalços da vida, e um acidente de automóvel muito sério sofrido por BECK, desviaram os três. Assim, CARMINE e BOGERT montaram o CACTUS, banda eficiente de HARD ROCK, e “levada” BLUESY/BOOGIE, como o SAVOY BROWN e o FOGHAT, sucessos de público por aqueles tempos.
JEFF BECK depois dos YARDBIRDS foi testando carreira solo. O BOX BECKOLOGY, de 1991, com 3 CDS, LIVRETO, etc… é ótima opção para desvendar a carreira de BECK.
Lá estão os SINGLES onde ele cometeu vocais; e teve um HIT instrumental com música do maestro PAUL MAURIAT, a melosa e grande sucesso “LOVE IS BLUE”. Há, também, vários B SIDES, e outras faixas inéditas. E a discografia clássica do período vem e seguida.
JEFF BECK montou seu primeiro “GROUP’ com ROD STEWART, no vocal; RON WOOD, no baixo, e grande elenco. O primeiro disco, TRUTH de 1968, sucesso de público e crítica, foi mais ou menos clonado pelo LED ZEPPELIN, no primeiro disco de PAGE e CIA…Ele fez outro com o mesmo time, BECK OLA, 1969.
Depois, modificou totalmente a banda, tornando o som mais orientado para FUSION entre o ROCK, o R&B, e a SOUL MUSIC. E outros dois álbuns sensacionais e determinantes para o destino de BECK foram gravados. “ROUGHS AND READY”, 1971; e “JEFF BECK GROUP”,1972; discos em que já existem músicas instrumentais, carro chefe de seu repertório posterior.
Finalmente, em 1973, BECK, BOGERT & APPICE conseguiram se juntar. O resultado é um TRIO instrumentalmente poderoso, fundindo o gosto dos três pelo R&B, a levada BOOGIE de TIM & CARMINE, com a guitarra de BECK, já consagrada e foco de atração internacional.
O primeiro disco, feito em estúdio, é bem produzido, muito harmônico e melodioso, com fusão instigante de R&B e ROCK, mas, em minha opinião, peca pelos vocais raquíticos e sem inspiração nenhuma. A bem da verdade, nenhum dos três sabe cantar!
E é compreensível. Afinal, é muito difícil achar um vocalista que se adapte; e seja ao mesmo tempo eficiente, e não roube a cena dos instrumentistas. O disco foi sucesso.
O segundo, um álbum duplo gravado ao vivo no JAPÃO, em 1973, é considerado clássico e CULT. Todos os meus amigos, e a maior parte da turma do ROCK adora! É um SHOW barulhento; e, claro, os vocais são lamentáveis…
Mas, e daí? É ROCK pesado de alta qualidade na veia e nos tímpanos…
JEFF BECK gosta de bateristas poderosos, mas não conseguia ouvir o que rolava, tal o caos sonoro que a bateria furiosa de CARMINE APPICE gerava!!!
O TRIO gravou um terceiro disco, que foi arquivado, mas virá em BOX com livreto, fotos e tudo o que fizeram. E com mais um SHOW inédito da época, gravado na INGLATERRA.
Aquele foi um período intenso de transição e afirmação. JEFF BECK desenvolveu-se artística e tecnicamente e concluiu, já em 1974, que o caminho era a música instrumental. E, claro, convidar cantores e outros instrumentistas para incrementar discos e SHOWS.
Se observarmos atentamente, JEFF BECK está no cerne do JAZZ FUSION da COLUMBIA RECORDS, na companhia de MILES DAVIS, e a MAHAVSHINU ORCHESTRA de JOHN McLAUGHLIN.
E um olhar mais profundo nos levará ao som de PAT METHENY e a FUSION da gravadora ECM, dos anos 1970, e até hoje. Para confirmar, procurem ouvir “RHAYNE´S PARK BLUES”, de 1971. Essa tendência talvez tenha começado lá.
JEFF BECK, foi um verdadeiro gênio. Cruzou e influenciou mais de 55 anos de música popular relevante.
Aqui está iniciação pra lá de legal!
POSTAGEM ORIGINAL: 23/09/2023
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SWEET SOUL MUSIC – 1961-1975 – BEAR FAMILY – A MAIS ESPETACULAR COLEÇÃO DE MUSICA NEGRA QUE VOCÊ PODE CONSEGUIR!

Vou dizer simplesmente:
Se você gosta de SOUL e FUNK nas gravações originais dos anos 1960/1970, faça o seguinte: venda tudo o que tiver e comece a colecionar esses artefatos inigualáveis em estado da arte!
Os CDs, a qualidade do material, produção gráfica, encartes e, principalmente, as gravações e seus cuidados técnicos: mixagens e remasterizações inigualáveis sob quaisquer aspectos!
É uma epifania ouvir cada música e apreciar os músicos!
Notar a formidável técnica e feeling dos baixistas; e os vocais perfeitos! Pretões, pretinhas, e adjacências trazidos até você pelo fino da excelência artística e técnica.
Está tudo aí. Acredite! Não apenas nesta postagem, porque ainda faltam alguns, enquanto indisponíveis infelizmente…
Os discos produzidos pela BEAR FAMILY RECORDS, gravadora-boutique alemã de altíssimo nível, pareiam pesquisa histórica detalhada e a melhor resolução possível para você ouvir o que foi realmente gravado. Portanto, divertir-se na certeza de que dificilmente será feito melhor. Verdade!
Eu coleciono BLACK MUSIC americana. Tenho muitas coisas que vão de boxes formidáveis a outras coleções, a artistas individuais, coletâneas e vasto escambau! E nada se equipara; e pouco se compara!
A coleção SWEET SOUL MUSIC inteira cobre 15 anos. De 1961 a 1975, e traz umas 450 músicas consideradas hits ou essenciais. São inúmeras gravadoras; as fotos dos singles originais; e texto sobre o disco e o artista, datas, dados técnicos; e nomes e referências sobre os incontáveis produtores, compositores e músicos participantes.
Coisa de alemão, que só vez por outra os japoneses conseguem ofertar…
E com um detalhe sensacional: entre uma música e outra, o intervalo é de um segundo! garantindo a sensação de festa e integração contínuas! Um must insuperado!
A primeira música gravada e considerada SOUL MUSIC pelos produtores foi “THE WATUSI”, com “THE VIBRATIONS”, em 1961. Se você gosta dos “MIRACLES”, ou de “IKE & TINA TURNER”, e, quem sabe, de “SLY & THE FAMILY STONE”?
Pensar em “JACKSON FIVE”, “THE CHI-LITS”, “DIANA ROSS & SUPREMES”; e vá para “STEVIE WONDER”, “THE TEMPTATIONS”, “100 PROOF AGED IN SOUL”? E que tal “THE IMPRESSIONS”, ou até os ingleses “THE FOUNDATIONS”?
Eu desafio: lembre em um hit, um clássico ou qualquer standard de FM…Estão todos lá!
Estou fazendo a coleção aos poucos, porque o preço também acompanha a qualidade: cerca 35 dólares da “TERRA DO EINSBEIN” até o “HOSPÍCIO DO SUL”! E Vale cada tiro no bolso. Considere tudo isso você, também…
Ah, quer saber qual é a última música da coleção toda? Eu também. Quando chegar eu fotografo e posto para vocês.
POSTAGEM ORIGINAL: 24/09/2020
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THE BRIT BOX – 1984 / 1999 – RHYNO 2007

O INDI ROCK BRITÂNICO PÓS PUNK E ALÉM NEW WAVE. 78 MÚSICAS MAPEANDO TUDO!
COLEÇÕES FAZEM PARTE DE UM “HABITAT” MAIS AMPLO; E FORMAM CONCEITO MAIS RESTRITO. QUEM GOSTA DE TUDO CRIA DISCOTECA; PORQUE AMPLA, GERAL E IRRESTRITA.
O COLECIONADOR É, POR PRINCÍPIO, UM “SELETIVO”. PORTANTO, ESCOLHE SE APROFUNDAR EM PREFERÊNCIAS; SEJAM POUCAS OU MUITAS. HÁ OPÇÕES VARIADAS: ESTILOS, ÉPOCAS, ARTISTAS, GRAVADORAS, ETC… CADA UM ESCOLHE.
PARA COLECIONAR LEGAL, EU ACHO IMPORTANTE A NOÇÃO DE ASCENDÊNCIA E CONSEQUÊNCIA DOS OBJETOS. QUER DIZER: VOCÊ CONHECERÁ MELHOR SE VIAJAR PARA O ANTES E O APÓS. O TERRENO FICA MAIS BEM MAPEADO.
EU TENHO DISCOTECA BASTANTE ECLÉTICA E, DENTRO DELA, VÁRIAS COLEÇÕES.
NA PARTE DO ROCK EU FOCO, BASICAMENTE, DO “ROCK AND ROLL ANOS 1950”, AO “ROCK PROGRESSIVO”, “FUSIONS” DIVERSAS; PASSANDO PELO “BEAT”, “PSICODELIA”, “HARD ROCK” E MIL ARTIMANHAS.
NO ENTANTO, ESCALEI A DISCOTECA PARA ALÉM DOS ANOS 1980, MANTENDO O QUE ACHO MAIS INTERESSANTE. ENTÃO, CORTEI MUITA COISA E MANTIVE OUTRAS, TIPO ESTE BOX MAGNÍFICO.
INTERESSANTÍSSIMO, ALIÁS!
CERTA VEZ, ASSISTI A UM FILME ALGO CHATO MAS PROFUNDO, “LOST IN TRANSLATION”, COM BILL MURRAY. O TÍTULO EM PORTUGUÊS EU ESQUECI. O TEMA BÁSICO, A MEU VER, VIAJAVA FORA DA TRILHA SONORA REPLETA DE “BRIT POP”, “SHOEGAZE”, “NEO-PSICODELIA”, GUITARRAS E EFEITOS.
ENTÃO, LEMBREI DO “BRIT BOX”, AQUI. SÃO QUATRO CDS, E O REPERTÓRIO VAI DOS “SMITHS”, EM 1985, ATÉ “GAY DAD”, COM OH, JIM, EM 1999 (???).
VOCÊ GOSTA DE “STONE ROSES”, “RIDE”, “TEENAGE FAN CLUB”? OU CURTE “BLUR”, “MY BLOOD VALENTINE” OU “JESUS & MARY CHAIN”? PREFERE VIAJAR COM “THE VERVE”, “ECHO & THE BUNNYMEN”, “CURVE”, “RIALTO” “SPIRITUALIZED” E “LUSH”? ESTÃO TODOS AQUI! E MAIS UM MONTE DE NÃO FAMOSOS, CULTS E/OU IMPRESCINDÍVEIS.
O BOX É UM LATIFÚNDIO POP IMENSO! BELAS E FERAS CANTANDO: “LIZ FRASER”, DO “COCTEAU TWINS”; “LAETITIA SADIER”, DO “SAINT ETI’ENNE” E OUTRAS MENINAS VIAJANTES QUE POVOARAM A ÉPOCA.
É, TAMBÉM, ARTEFATO ESTETICAMENTE MARAVILHOSO, UM MUST IMPERDÍVEL ACONDICIONADO EM CAIXA COM DESIGN MATADOR; CONTEÚDO MUITO LEGAL DE ESCUTAR E TER; E TRAZ EXCELENTE LIVRO COM FOTOS E TEXTOS; EXPONDO CADA FAIXA, AS BANDAS E MÚSICOS; NO CONTEXTO ARTÍSTICO ONDE ESTAVAM INSERIDOS. É VISÃO AMPLA DAS MELODIAS TÍPICAS DO POP INGLÊS “PÓS BEATLES”.
PARA QUEM PRETENDE COLECIONAR AQUELES TEMPOS, É EXCELENTE COMEÇO!
SE AINDA ACHAR POR AÍ, NÃO PERCA; PERCA-SE NELE!
POSTAGEM ORIGINAL: 27/09/2020
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THE WHO: ROCK IN RIO 2017, OUTROS SHOWS E A ESSÊNCIA DA OBRA.

Os que se interessam por ROCK acho que não se surpreenderam com o que viram na televisão. Assistiram ao MITO, finalmente. Mas, a todo MITO deve corresponder um RITO, que pode ser mais ou menos convincente.
O RITO é o show, a performance. E, há mais de 40 anos THE WHO deixou de se apresentar com a plástica iconoclasta convincente.
E por que?
Porque envelheceram. E permanece, e sempre houve insuficiência artística em ROGER DALTREY. O que ele tinha ou tem como performer e carisma jamais se expressaram no palco enquanto cantor.
DALTREY desafina e geralmente não aguenta os shows. E, nos discos solo, muitas vezes ficam “visíveis/audíveis suas falhas, que, muitas vezes, são honestamente incorporadas às gravações.
Claro, é apenas minha opinião…
Mas, jamais o vi DALTREY ao vivo igualar-se ao que fez no FESTIVAL DE WOODSTOCK, 1969, onde o quarteto teve performance memorável, e talvez não superada em eletricidade e emotividade. Foi um dilúvio sobre a plateia!
THE WHO, sob quaisquer critérios, é um dilúvio de emoções inigualável. SÃO E FORAM “A” BANDA DE ROCK PESADO. Ponto!
Meu coração dispara até hoje sempre que escuto, ou assisto ao que fizeram em “SEE ME, FEEL ME” e “SUMMERTIME BLUES”.
Talvez o mesmo deva ser dito sobre “THE WHO LIVE AT LEEDS”, de 1971, até hoje justamente considerado um dos tops em apresentações ao vivo.
PETER TOWNSHEND, claro, também não toca ou pode tocar como antigamente. Ele tem problemas de saúde que o impedem. E, mesmo sendo compositor do primeiro time da música popular do século vinte, e autor de um dos HINOS DO ROCK de todos os tempos: “MY GENERATION”; esperar do talentoso PETE algo acima de sua capacidade física é desrespeito inaceitável!
Com tudo isso, e daí?
A carreira da banda é espetacular entre os LPS “THE WHO SINGS MY GENERATION” e “QUADROPHENIA”. E todos os discos são excelentes, inclusive o clássico seminal e meio chato “TOMMY”.
E sem dizer que a constelação de SINGLES está entre as mais sensacionais da HISTÓRIA DO ROCK!!!! .
Observe na foto a sequência dos três CDS que compõem “THE WHO ESSENTIAL”, 2020, aula magna resumida! E a maioria foi reproduzida na apresentação que vimos, aqui, no ROCK IN RIO, 2017.
Vou contar uma historinha pessoal. Como quase todos da minha geração de OLD ROCKERS (roqueiro velho, mesmo…) eu adoro THE WHO!
No final dos anos 1960, gastei uma baba do meu irrisório salário para adquirir um LP dos ELECTRIC PRUNES, e dois SINGLES; um deles foi THE WHO, “I CAN SEE FOR MILES/ PICTURES OF LILY”, edição da MCA americana, e DOIS dos melhores ROCKS de todos os tempos, em gravação MONO acima do espetacular!
Até então, eu não havia escutado nada de tão violento e abrangente, do ponto de vista sonoro. Em cd até agora acho que não conseguiram reproduzir o impacto do SINGLE!
Voltando ao show, fiquei surpreso com as excelentes performances do filho de RINGO STARR, o também baterista ZACK STARKEY!!! E do baixista (seria o PINO PALADINO?); e, não juntei nome à figura conhecida do velhinho dos teclados, nitidamente debilitado, mas autenticamente ROCKER!!!!
Senti encantamento e compaixão!
O show em si foi mediano, claro, mas inesquecível! Homenagem justa e mútua de nós para eles e deles para nós.
Cobriram a obra toda e deu para se fazer uma avaliação artística da ascensão, do auge e da decadência do MITO.
Claro, eles como toda aquela geração, flertam com o final inexorável. Mas, eles vão para o PANTEÃO. Em vez do descanso eterno e nada pacífico nas tumbas do POP.
THE WHO é e foi imprescindível!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 24/09/2023
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PAUL RODGERS & COMPANY, THE HENDRIX SET, E.P. – EDIÇÃO LIMITADA, LANÇADO EM 1993.

 APROVEITAEI A VINDA DO JOURNEY PARA POSTAR ISSO AQUI!
COM NEIL SCHON, GUITARRA, NO AUGE DA FORMA; TOD JENSEN, BAIXO; E DEAN CASTRONOVO, BATERIA. CINCO FAIXAS DE JIMI HENDRIX, GRAVADAS AO VIVO EM CONCERTO.
SE UM DIA DEREM DE CARA COM ESTE ARTEFATO COMPREM NO ATO. PORQUE É SHOW DE BOLA!
POSTAGEM ORIGINAL: 16/09/2024
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GARY PEACOCK, KEITH JARRET & JACK DEJOHNETTE – TALES OF ANOTHER, 1977

Gravação ECM remasterizada no Japão, em SHMCD, portanto qualidade técnica HIGH – END. É Supremo “Estado da Arte”, digamos “artística”, dentro da visão e produção desse gênio recôndito:
MANFRED EICHER libera o vanguardismo até o limite, mas sem comprometer as melodias. Isto é definitivo para a beleza explícita, compreensível por muita mais gente além da vanguarda esperada.
A gravadora ECM é vizinha do paraíso. Sucursal do belo neste mundo medíocre. Está aqui, portanto, mais um disco lindíssimo…
Só que está tudo muito bem, e tudo muito bom… mas, realmente, mas realmente…
O já esperado fez a sua visita. E temos KEITH JARRET, um verdadeiro gênio – vivo ou morto – mas, entre os mais inconvenientes e chatos da galáxia musical!
Além da performance piani’stica, somos presenteados com “Sua irrefreável Arte” em música incidental: GEMIDOS, FLATULÊNCIAS, ORGASMOS, SIBILOS, COCHICHOS e outras prendas inenarráveis e muito frequentes!
“KATIANO”, nessa gravação está com o “Mico-Leão Dourado”! ( explicitei a raça da macaca …) E, mama mia! ( Oi, suecada do ABBA, lembrei de vocês…):
Deu espetáculo à parte GRUNHINDO, RANGENDO, prevendo notas e acordes antes de “cantar” e … tocar!
Para nos enlevar deveras, sua voz lembrava ROD STEWART nos piores momentos: “velha dando piti em supermercado por algum motivo qualquer”…
Ninguém merece?
Não! Alguns merecem!
Eu se fosse o PEACOCK, pavão em português, teria aberto asas e lhe bicado a bunda até ele calar a boca e simplesmente tocar!
Então, pensei: vou pedir o endereço do PET SHOP mais próximo, e mandar uma focinheira pra ele. Cerquei a gralha!
Para ser gênio não precisa ser tão chato e inconveniente. Basta exercitar sua técnica e arte excepcionais!
A Sociedade Humana agradece e reverencia. E a Protetora dos Animais vai ter menos trabalho.
POSTAGEM ORIGINAL: 17/09/2019
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JOSS STONE, A DIVA POP DESCALÇA, AMY WINEHOUSE; E A CONCORRÊNCIA QUE A MORTE EXTIRPOU

Duas meninas inglesas, talentos explosivos e incontornáveis, cruzaram vidas e vozes nas rádios, shows e gravadoras. E, talvez, nunca tenham se encontrado pessoalmente!
Eu realmente não sei, mas não vi referência do que estou escrevendo aqui em lugar nenhum…
Elas foram a bola da vez quase ao mesmo tempo, entre 2003 e 2011. E, de certa forma, pagaram preço alto em momento histórico de transformações de mercados e tecnologias. A indústria da música estava, e continua em crise.
Então, o que fazer quando surgem pedras valiosas, semilapidadas, e ocupando praticamente o mesmo espaço artístico? JOSS e AMY são excelentes cantoras basicamente de música negra, e suas imensas variações.
A gravadora ISLAND, filiada à UNIVERSAL MUSIC contratou AMY WINEHOUSE. E uma pequena gravadora, a S CURVE, levou JOSS STONE; que depois foi para EMI.
AMY WINEHOUSE, garota pobre, família disfuncional, consumidora de drogas, voz contralto nítida, atitudes antissociais, cantava REGGAE/SKA, HIP-HOP, e ETC… em bares da Inglaterra.
Gravou pela primeira vez em 2003. “FRANK”, seu álbum de estreia seguindo o novo R&B , HIP-HOP, foi elogiado e fez algum barulho. Mas, AMY somente arrasou em 2006, com “BACK TO BLACK”. Disco de letras agressivas, mas calcado na sonoridade tradicional do R&B. Foi o disco mais vendido de 2007, com seis milhões de cópias!!!
JOSS STONE, adolescente de classe média descoberta em Londres, foi enviada para NOVA YORK, onde imediatamente assinou contrato, e se transformou em sensação internacional, em 2003, aos 16 anos de idade!
Ela já saiu “cantando…pneus”, e seus dois primeiros discos SOUL SESSIONS, 2003; e MIND, BODY AND SOUL, 2004, também de R&B / SOUL tradicionais, venderam mais de 5 milhões de cópias!
Observe as estratégias: são inversas. AMY WINEHOUSE começa, no mesmo ano que JOSS, 2003, gravando o R&B modernizado da época.
E vai para o “tradicional”, em seu disco seguinte, onde está claramente influenciada pelo cantar de DINAH WASHINGTON e BILLIE HOLIDAY.
AMY infelizmente teve pouco tempo, mas deixou quase pronto o que poderia fazer dali em frente. Em “LIONESS, HIDDEN TREASURES”, seu disco póstumo, 2011, ela ensaia repertório mais abrangente.
Vai de clássicos POP da década de 1960, como OUR DAY WILL COME, com dezenas de versões – como a feita por JULIE LONDON, por exemplo; e WILL YOU LOVE ME TOMORROW, hit das SHIRELLES, e cheio de outras versões, ao longo das décadas…
AMY fez dueto com TONY BENNETT; teste definitIvo do POP ADULTO possível para o seu background e características vocais.
Um recado claro, mas difuso, quem sabe…
JOSS STONE, quatro anos mais jovem, é “cria espiritual” de ARETHA FRANKLIN e JANIS JOPLIN, com respingos de DONNA SUMMER, e DUSTY SPRINGFIELD – referência inevitável para qualquer cantora inglesa dos últimos 50 anos.
JOSS começou tutorada por BETTY WRIGHT, veterana de R&B, com sucessos marcantes na década de 1970.
Professora exigente, ela ensinou JOSS a usar adequadamente a voz, e os maneirismos dos clássicos da SOUL MUSIC e do R&B, em canções intensas, e difíceis de cantar e interpretar. BETTY ainda participou nos vocais em gravações e shows.
Eu só me lembro de ter assistido uma vez a estreia de gente tão jovem e com tanta energia: MARIA BETHANIA cantando CARCARÁ, quando tinha uns19/20 anos. Abalou as estruturas do teatro!!!! Eu estava lá, e tinha 14 anos… Inesquecível!!!
JOSS STONE fez o DVD na foto, em 2004. Juntou o repertório dos discos iniciais, e acompanhada por banda impecável gravou show simplesmente fantástico!
Tinha 16 anos e a voz diferenciada já estava sendo mudada. JOSS cantou belamente, demonstrou carisma, descontração e domínio de palco. Para uma adolescente já linda, mas corpo ainda em formação, ficou justificada sua fama de grande promessa.
Depois, foi preciso testa-la junto ao mercado jovem. Porque não faria o menor sentido uma quase menina dedicar-se a repertórios tão adultos, que exigem maturidade e sensualidade.
Os pais cuidavam dela. A mãe ia junto nas viagens, etc… – e certamente não permitiriam exageros.
Assim, a sequência de discos, já sem o sucesso dos iniciais, é composta por SKAS; do novo R&B; HIP-HOP; e voltados para a moçada, em geral.
A exigência da voz também é menor, mais adequada ao repertório. São discos bons, mas não memoráveis:
“INTRODUCING”, 2007, mescla NEO SOUL, HIP-HOP, e tem boa participação de LAUREN HILL, sucesso notório na época. “COLOUR ME FREE”, 2009, é menos intenso, e vai na mesma linha.
Em 2011, fez “LP1”, com DAVID STEWART, ex-EURYTHMICS e BANDA. É POP mais pesado, com guitarras e arranhando o ROCK. A voz de JOSS já está bem madura.O volume dois de “SOUL SESSIONS”, saiu em 2012. Um ensaio para a volta ao R&B mais original.
E, finalmente, em 2015 “WATER FOR SOUL”, a sequência POP, SKA, REGGAE e R&B. Foi o derradeiro álbum de inéditas. E talvez haja relação com a briga e processos contra a gravadora EMI, para o rompimento de contrato.
Em vinte anos, JOSS STONE gravou relativamente poucos discos. Mas, cantou com muita gente; JAMES BROWN, SLY STONE: MICK JAGGER, STING, PAT LABELLE, AL GREEN, etc… Ela vendeu mais de 40 milhões de discos, nos diversos formatos.
Não deixou de excursionar e, nesse momento, a turnê de 20 anos de carreira, que já passou pelo BRASIL e gira o mundo, prossegue bem sucedida. Prestem atenção na banda fantástica que a acompanha, principalmente no guitarrista STEPHEN DOWN – um exuberante!!!
Eu assisti a vários SHOWS COMPLETOS e de épocas diferentes. JOSS, agora com 35 anos, está cantando melhor do nunca! Madura, linda, carismática e dona do palco. Está claramente transitando para repertório mais adulto de R&B, SOUL, e adjacências; rearranjando o acervo base, e os antigos sucessos para o seu público que, é lógico, também amadureceu.
A grande vantagem de JOSS STONE foi nunca ter sido uma SANDY, por exemplo. Ela não começou carreira cantando músicas que jamais se adequariam à maturidade. JOSS não entrou em crise com a própria carreira. Como provam seus shows atuais.
Oito anos de distância do último disco certamente ajudaram JOSS retornar em outro nível. E com suas marcas registradas, cantar descalça e distribuir girassóis ao público.
Ela é SUPER DUPER!
POSTAGEM ORIGINAL: 16/09/2023
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