ECM RECORDS – BOX SETS

A série é bem maior, e venho comprando aos poucos.
São geralmente os três primeiros discos de cada artista, e a produção gráfica é minimalista, aparentemente simples, com um livreto e três discos cada, mas sem as capas originais.
O efeito é frugal e lindo. E a música divina.
Colecionadores devem rezar sempre pelas gravadoras-conceito: BLUE NOTE, HARVEST, PRESTIGE, VERTIGO, VERVE, ECM e outras. São orgulho e diversão para a vida inteira!Nenhuma descrição de foto disponível.
POSTAGEM ORIGIANAL: 17/08/2019

TANGERINE DREAM – DE 1967 ATÉ QUANDO AGUENTAREM…

ALEMÃES E CULTORES DA MÚSICA ELETRÔNICA DE VANGUARDA.
BASEIAM-SE NA MÚSICA ELETROACÚSTICA CRIADA POR “STOCKHAUSEN”, “PIERRE HENRY” , E ETC… E APROVEITO PARA LEMBRAR A PIONEIRA DO GÊNERO NO BRASIL, A PIANISTA, PROFESSORA E COMPOSITORA “JOCY DE OLIVEIRA”. FOI ELA QUEM EXIBIU PELA PRIMEIRA VEZ, E AO VIVO EM 1961, ESTA MÚSICA REVOLUCIONÁRIA AQUI NA PÁTRIA AMADA!
O “TANGERINE DREAM” INVENTOU A “AMBIENT MUSIC” E A “NEW AGE”; SÓ ISSO…. É PARTE INALIENÁVEL DO “KRAUTROCK”; E INSPIRAÇÃO PARA “BRIAN ENO”, E OUTROS TANTOS E TONTOS IMPOSSÍVEIS DE CATALOGAR, TAL A DIMENSÃO QUE A MÚSICA ELETRÔNICA TOMOU NA CULTURA CONTEMPORÂNEA!
MAS FICA “ENTRE O HIPNÓTICO E O TREMENDAMENTE CHATO”.
A FRASE PERFEITA É DA CRÍTICA DE CINEMA E INTELECTUAL AMERICANA “PAULINE KAEL”, PARA DEFINIR O FILME “2001 UMA ODISSEIA NO ESPAÇO “, DE STANLEY KUBRICK. ELA ESCREVEU RESENHA CRÍTICA SEI LÁ QUANDO? 1969, TALVEZ ?…
O “TANGERINE DREAM” FAZ MÚSICA EXPERIMENTAL PARA CURTIR, MEDITAR, NANAR OU TRANSAR… E A SUA EXISTÊNCIA É INCONTORNÁVEL, IMPORTANTE E IMPRESCIDÍVEL!
PORÉM, MAIS IMPORTANTE DO QUE O “TANGERINE DREAM” SÓ OUTRO GRUPO ALEMÃO: O “KRAFTWERK”; MENOS CHATO E MUITO MAIS INFLUENTE.
“PÔ TIO SÉRGIO!!! EXPLICA ISSO MELHOR”!
ENTÃO, LÁ VAI: O “KRAFTWERK” FAZ MÚSICA RITMADA E DANÇÁVEL. E TORNOU-SE REFERÊNCIA PARA O “HIP-HOP”; A “DANCE MUSIC”; A “EURODISCO”, E SUBDIVISÕES AO LONGO DO TEMPO. É INFLUÊNCIA DIRETA PARA INCONTÁVEL LEGIÃO DE D.Js. QUE DOMINAM CLUBES, “RAVES” E SALÕES DE BAILE, MUNDO E UNIVERSO AFORA…
RESUMINDO: O POP ROCK ALEMÃO TAMBÉM PODE SER MALEMOLENTE, CINTURA SOLTA. O “KRAFTWERK” É REGISTRO CULTURAL PRÁ LÁ DE SIGNIFICANTIVO.
ENTÃO, RELAXEM; E APROVEITEM O “TANGERINE DREAM” E O “KRAFTWERK” DO JEITO QUE APRECIAREM.
POSTAGEM ORIGINAL: 09/08/2019/2024
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JACKIE CAIN & ROY KRALL: DUPLA VOCAL ESPETACULAR!

Mas como é possível, TIO SÉRGIO, você ter apenas três discos de JACKIE & ROY?
Você passou a vida juntando “rodinhas pretas e prateadas”; os conhecia há meio século porque houve disco deles lançado por aqui, e não fez nada?
Pois bem; Paciência! Eles formam dupla vocal de alto nível. E ROY é, também, ótimo pianista.
Em 56 anos de carreira, gravaram perto de 40 discos. Foram dos bares de JAZZ, à BROADWAY; aos BEATLES; passaram por TOM JOBIM e muita BOSSA NOVA. Fizeram percurso do “JAZZ POPIFICADO” ao POP JAZZIFICADO” – se me entendem… Cruzaram todas as tendências JAZÍSTICAS modernas, e da GRANDE CANÇÃO AMERICANA, também. Fizeram até disco FUSION espetacular “A WILDER ALIAS”, DE 1973!
JACKIE & ROY cantam muito! Têm repertório eclético, selecionado, e de bom gosto; desenvolveram técnica musical refinada; e gravaram com diversos craques da música popular contemporânea.
Ouvi no YOUTUBE outro disco sensacional: “SONG OF DORY & ANDRÉ PREVIN”: ela cantora; e casada com o famoso pianista e compositor. As versões feitas por JACKIE & ROY são espetaculares! Eu gostaria de conseguir um CD.
Pois é! Precisou o Rene Ferri e seu gosto refinado; e conhecimento enciclopédico mostrar vários vinis pra turma, para eu, mesmo chegando tarde, olhar mais atentamente esse duo imperdível!
Mea culpa; Mea maxima culpa! Pô, Ayrton Mugnaini Jr. !Cadê a revisão do meu latim latido feito vira-latas?
Os dois, marido e mulher, sempre estiveram muito próximos ao JAZZ, como ELLA, BILLIE, DINAH, SARAH, BENNETT, SINATRA e a geração deles todos. Deleite memorável! E de WHISKY, também…
ROY & JACKIE começaram em 1946. Gravaram pela primeira vez em 1955, e prosseguiram até a morte de ROY KRALL, em 2002.
JACKIE, loira voluptuosa e excelente cantora, só foi para o CELESTIAL CLUBE DOS ARTISTAS”, em 2014, aos 86 anos. Sobreviveu muito bem! Que ótimo!
Mas, quero comentar “THE WILDER ALIAS”, de 1973. O time que os acompanha é vindima de safra superior. HUBERT LAWS e JOE FARREL nos metais, STEVE GADD, na bateria, entre vários e consistentes músicos.
A direção é de DON SEBESKY; orquestrador envolvido em quase tudo! Nos estúdios operavam RUDY VAN GELDER e CREED TAYLOR. Tá bom assim? Um álbum um tanto fora do esperado, convenhamos! Porém, totalmente contemporâneo, e dentro de amplo contexto, quando foi gravado.
Será que nos lembra o “RETURN TO FOREVER”, na fase com FLORA PURIN cantando? Expõe, inclusive, um travo do que TOM JOBIM E BANDA fizeram no final de carreira. Para completar, esta edição é japonesa e da gravadora a cult CTI. É FUSION da melhor cepa!
Então, pessoal, procurem conhecer. E não percam outros discos desses dois. Percam-se neles!
RESENHAS MUSICAIS: 11/08/2023
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JOE TURNER – PRAZER EM APRESENTAR

TIO SÉRGIO é “Apenas um rapaz latino-americano”, como canta o BELCHIOR. Mas cultor do BLUES desde sempre; e por andanças das quais não me recordo; visitando loja que não me lembro, em dia e local não determinados. E dei de cara com o CD aí, quase completo – falta a parte de trás.
Garimpar é como exterminar pragas urbanas: foco por foco, disco por disco. É ganhar prazer perdendo horas num balcão em alguma coisa intrigante; e dar de cara com disco imprescindível.
“Foi assim”, cantou WANDERLÉIA, acho, algures em sua carreira, que descobri o CD na foto. Susto bem-vindo! Bom, primeiro vou falar sobre o que ouvi:
Um espetacular disco lançado em 1967, com banda prá lá de afiada, em gravação remasterizada em alto nível, pela “MOBILE FIDELITY SOUND LAB. A data do relançamento não está no encarte. Mas, é coisa de uns 20 e tantos anos.
JOE TURNER é clássico do BLUES moderno, entendendo-se por isso gente que veio da década de 1930, influenciou a geração do ROCK AND ROLL e, posteriormente, o revival do BLUES, dos anos 1960 e daí em diante. Seu grande clássico, “SHAKE RATTLE AND ROLL” ultrapassou décadas.
JOE TURNER é para roqueiros e bluseiros em nível de pós graduação em colecionismo.
Tio Sérgio garante e põe a mão no…copo!
POSTAGEM ORIGINAL: 11/08/2018
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PENT “ENYA” – OUTRA VISÃO SOBRE A CARREIRA DA MOÇA

“PENTÊNYA” – ERA ASSIM QUE ROCKEIROS EMPEDERNIDOS DE MEU CÍRCULO TRATAVAM ESTA MOCA, POR VOLTA DE 1991, QUANDO EXPLODIU MUNDIALMENTE.
TÁ BOM, TÁ BOM! É A JUNÇÃO DE “PENTELHA” COM ENYA. É BOM USAR CIRCUNFLEXO, EM PORTUGUÊS.
ENYA parece à distância moça bonita. E é o grande nome da “NEW AGE”; possivelmente sinônimo e prenúncio da decadência de um estilo que vinha se firmando desde meados da década de 1980. Como sempre, há bons discos; e muitos lamentáveis.
Conheci ENYA no final dos anos 1980, através do seu segundo disco: WATERMARK. É álbum artisticamente muito bom. Um CROSSOVER entre o FOLK, o ROCK PROGRESSIVO e a WORLD MUSIC. Intersecção criadora da NEW AGE.
É cantado em inglês, gaélico e latim. Canções lindas, dinâmicas; melodicamente expressivas. Um susto criativo para a época; fora do POP mais óbvio. Ouçam “ORINOCO FLOW”. Ou “STORMS IN AFRICA” – principalmente o remix para pista de danças. O disco todo é muito bem feito e vale a pena ter.
Em 1992 saiu seu grande sucesso mundial, “SHEPHERD MOON”. Um retrocesso artístico na mesma proporção do reconhecimento popular.
Não se iludam os mais jovens com o “azulzinho” da capa. É música “emasculada” para escutar sob velas intoxicantes e ares e posições meditabundas .
Não associem o sexo tântrico com essa baba-pop melosa. Músicas tão açucaradas que devem ter matado mais diabéticos do que infectados pela COVID-19!
Enfim; pior do que este só o álbum seguinte: “THE MEMORY OF TREES”, lançado em 1995.
TIO SÉRGIO, a gente não entendeu: Se não gosta desses dois discos, por que você os tem na coleção? Resposta: Tenho nada! Pedi emprestado para falar mal🤣🤣🤣 e fotografar!
POSTAGEM ORIGINAL: 11/08/2020
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DIA DOS PAIS, A MÚSICA, O AFETO E A SABEDORIA

Dia dos pais. Percebo-me duplamente órfão: meu pai e meu sogro estão mortos; e eu fui muito amigo de cada um deles. Não fizemos filhos, porque decidimos. E não sinto quaisquer remorsos pela decisão tomada.
Ainda assim, me recrimino por ter discordado além da conta do FERNANDO, meu pai, durante parte de nossas vidas. Nos vinte e cinco últimos anos convergimos, e nos tornarmos amigos e companheiros. Conversamos bastante, e compreendemos as mútuas razões que a vida nos impôs.
Mesmo triste, estou conformado com a ausência dele. E fiquei relativamente em paz com meus atos e falhas. FERNANDO era uma grande pessoa! E ainda bem que o compreendi antes que fosse tarde…
Eu e o ANTONIO, meu sogro, sempre nos demos bem, muito bem! Excelente conselheiro, conversador notável, foi muito amado e apoiado por todos quando ficou doente iniciando a caminhada para a cachoeira dos tempos. Estou em paz com ele, também.
No fundo, hoje tenho a sensação de que ambos me deram mais do que eu consegui retribuir. Ainda estou avaliando a riqueza proporcionada pela convivência. Talvez seja porque percebi o efetivo significado da palavra sabedoria.
E ambos eram sábios.
FERNANDO e ANTÔNIO não ligavam pra música. Gostavam, simplesmente; e nunca entenderam bem o porquê do “filhogenro” viver cercado e fissurado por discos…
Postei uma seleção de cantores, músicos e discos que os dois gostavam, ou gostariam. Sei disso porque adequados ao gosto e à geração a qual pertenceram; e foram testados em reuniões e festas em que estiveram presentes.
É uma pequena homenagem sentida e sincera. E se eu merecer uma qualidade para ser futuramente lembrado, depois que a bola sete for pra caçapa, é a de ter desenvolvido sabedoria.
Vou gostar muito se conseguir ao menos me aproximar do caminho que leva ao conceito que ela contém. Estrada que FERNANDO e ANTONIO percorreram dignamente.
Tenho saudades.
POSTAGEM ORIGINAL: 10/08/2022
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“DIRE STRAIT”! DISCOS DE TEMPOS EM QUE EU ERA “DURO PRA CARAMBA”!!!!

O Brasil costuma siderar entre o céu e o inferno. Claro, as coisas mudam. Paulatinamente. Mas se sempre mantêm aquele gostinho de “NINGUÉM MERECE” cruzando a existência de todos nós.
Eu comecei a trabalhar aos 14 anos de idade. Cedo demais: lugar de criança e adolescentes é e sempre foi na escola!
Porém, resultou de dupla circunstância: a minha sofrível performance enquanto aluno do segundo grau; com notas baixas, insuficiência de aprendizado e insegurança pessoal. E se juntou a uma educação restritiva, mesmo que muito bem intencionada; reação comum dos pais de minha geração, acostumados a reagirem baseados na tradição aprendida, em resposta às necessidades objetivas da vida: éramos de classe média baixa; e começar a ganhar o próprio sustento era comum e imperativo.
Eu senti muito o baque ao entrar no “ginásio” (sei lá, o nome hoje. Não consigo guardar. Trauma?) Não sabia como relacionar-me com o ensino e o ensinado em aulas; e, por isso, fui reprovado duas vezes.
Quem testemunhou foi meu novo/velho amigo Renato Cesar Curi , contemporâneo no RUI BLOEM, cerca 1965/66, companheiro em infindáveis jogos de futebol de botão…e também sofrendo agruras com a professora de matemática, dona MARÍLIA….
Resumindo, meus pais implantaram vigilância irrestrita; marcação cerrada; fui estudar à noite, e … ai de mim se não me virasse, e não me dedicasse pra valer…
Melhorei.
Fui trabalhar em banco, e por isso compreendo o meu velho conhecido e contemporâneo KID VINIL: EU FUI BOY, BOY BOY!!! Girava a cidade de SAMPA levando correspondências, fazendo “coisas”, e trabalhava de segunda a sábado ( “só meio período… ), das 8,30 às 17,00 horas…
Ganhava o formidável e “socialmente justo” “SALÁRIO MINIMO DO MENOR”, equivalente a meio, repito, meio – vou repisar: MEIO SALÁRIO MÍNIMO por mês!
O meu primeiro “PIXULÉ OFICIAL” eu gastei quase todo comprando dois LPS e dois compactos simples. Lembro de 96 TEARS, com QUESTION MARK & THE MISTERIANS. Os LONG PLAYS foram “IN”, com THE OUTSIDERS, e TROGGLODYNAMITE, THE TROGGS. Era o bálsamo e a motivação para trabalhar, sei lá…
Hummm!!!
Começo com THE OUTSIDERS, banda americana algo obscura, mas criadora de SINGLE imprescindível para quem curte ROCK de garagem: “TIME WON´T LET ME”, clássico vez por outra ainda tocado rádios mundo afora.
Eu os adorava; e tive acesso ao primeiro LP, também lançado no BRASIL em 1966; misto agradável de BEAT e R&B americanos.
Por isso, comprei “IN”, terceiro álbum deles, que foi lançado por aqui, em 1967; mesclando COVERS e composições originais.
Os TROGGS foram caso interessante no POP/ROCK inglês. Não eram primários, mas básicos. Fizeram o conhecido percurso do BEAT/R&B, que os BEATLES, SEARCHERS, STONES, HOLLIES e outros, percorreram entre 1962 e 1966, mais ou menos.
The TROGGS deram de cara com a sorte grande ao gravar “WILD THING”, em 1966; que os catapultou ( a expressão é essa mesma!) para o sucesso e a fama.
A fórmula inicial foi usada diversas vezes. Gravaram 39 singles. E WILD THING “só” foi suplantada nas parada por “REACH OUT, I´LL BE THERE”, clássico dos FOUR TOPS.
Eram tempos de criatividade indiscutível!
Ouvi em primeira “instância” bandas com BLUES MAGOOS, lançados no Brasil em 1967, em COMPACTO DUPLO, com prensagem repetida nos lado A e B; falha que o tornou raro e precioso.
E também curti THE MUSIC EXPLOSION, entre o BUBBLE GUM e o GARAGE ROCK; o COUNT FIVE; o QUESTION MARK & THE MISTERIANS; e o NEW COLONY SIX e THE PARADES; todos lançados no BRASIL em COMPACTOS SIMPLES.
Formaram a minha dieta básica junto com ROLLING STONES, YARDBIRDS e MANFRED MANN, SEARCHERS, KINKS e BYRDS. “CHOCOLATE WATCH BAND” veio depois. E tudo foi suplantado pelos MOODY BLUES, PROCOL HARUM, e o PINK FLOYD.
Termino insistindo e comentando sobre a pequena joia americana do SUNSHINE POP PSYCH, lançada em 1968: JILL, com GARY LEWIS. Aula de como se resolve uma canção de amor delicada, POP, sofisticada e cheia de alternativas em menos de dois minutos!
São memórias resgatadas no fundo de meu baú existencial.
“Está divertido”, como dizia o meu amigo Ayrton Mugnaini Jr.
POSTAGEM ORIGINAL: 09/08/2024
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JACKIE CAIN & ROY KRALL – 1974 ” A WILDER ALIAS ” – GRAVAÇÃO C.T.I

NOS ÚLTIMOS DIAS TENHO ACORDADO E CHUTADO A MINHA PRÓPRIA BUNDA UMAS TRÊS VEZES!!!
Mas como é possível, TIO SÉRGIO, você ter apenas esse disco de JACKIE & ROY? Você nada aprendeu nessa vida compulsiva juntando “rodinhas pretas e metálicas” ?
Você já os conhecia há quase meio século e não fez nada?
Eles gravaram perto de 50 discos! Carreira de 56 anos; da Broadway aos Beatles, passando por Tom Jobim e até esse espetacular disco de FUSION!
Pois é, precisou o Rene Ferri e seu refinado gosto e conhecimento mostrar vários vinis pra turma, para eu olhar mais atentamente essa dupla imperdível. Mea culpa; Mea maxima culpa!
Os dois, marido e mulher, sempre tangenciaram o jazz, como ELLA, BILLIE e a geração deles. Cantaram o melhor do pop e da grande canção contemporânea. Um deleite memorável. Começaram em 1946. E prosseguiram até a morte de ROY KRALL, ótimo pianista e cantor, em 2002. JACKIE, loira voluptuosa e excelente cantora, foi para o celestial ” clube dos artistas” , em 2014, aos 86 anos.
Mas quero comentar esse disco. Um tanto fora do esperado. Porém, totalmente contemporâneo quando foi gravado. Lembra o “RETURN TO FOREVER” na fase com FLORA PURIN cantando. Expõe um travo do que TOM JOBIM E BANDA fizeram no final de carreira. É FUSION e da melhor cepa!
O time que os acompanha é de safra superior. HUBERT LAWS e JOE FARREL nos metais, STEVE GADD, na bateria, entre vários e consistentes músicos. A direção é de DON SEBESKY, e nos estúdios RUDY VAN GELDER e CREED TAYLOR. Para completar, esta edição é japonesa e a gravadora a cult CTI.
Então, pessoal, procure conhecer. Porque chutar o próprio rabo é muito difícil e nada agradável…
Não percam! Percam-se.
POSTAGEM ORIGINAL: 09/08/2020
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“THE GUESS WHO?” HARD ROCK CANADENSE PRIMEIRO LUGAR NO “HIT PARADE” AMERICANO!

No lusco-fusco dos anos 1960, “THE GUESS WHO?” , espocou feito rolha de CHAMPAGNE!
JONI MITCHELL e NEIL YOUNG estavam iniciando carreira. PAUL ANKA, LEONARD COHEN e GORDON LIGHTFOOT, já eram bem conhecidos. O RUSH veio depois.
O GUESS WHO? era de WINNIPEG, e afeito ao BEAT INGLÊS. Seguiram a partir de1962, e do jeito que puderam. RANDY BACHMANN, guitarrista, e o explosivo cantor BURTON CUMMINGS estiveram juntos em diversos grupos, até gravar o LP “WHEAT FIELD SOUL”, em 1969, como THE GUESS WHO? Estão lá dois SINGLES e gloriosos HITS: “THESE EYES” e “LAUGHING”; Discos de Ouro na AMÉRICA, com mais de um milhão de cópias vendidas cada; e há mais de meio século atrás!
Curiosamente, “UNDUN” o lado B de LAUGHING, canção na linha LATIN-POP lembrando o nascente SANTANA, também explodiu!
Não os desdenhem! Eles não pararam por ali.
Em 1970, fizeram “AMERICAN WOMAN”, álbum recordista de vendas; evolução lógica para o HARD/HEAVY ROCK nascentes. Estão ali outros dois SINGLES com mais de um milhão de cópias vendidas no mercado americano e mundo afora:
O clássico da incorreção política, a misógina e algo xenófoba “AMERICAN WOMAN” – bem conhecida na versão feita por LENNY KRAVITZ, também muito boa, mas sem a virulência “ROCKER” do “GUESS WHO?” A canção é uma ode selvagem sobre um cara despejando ódio contra a ex-mulher; uma – HUMMM… americana…E, também não percam a “YARDBIRDIANA” “NO TIME”!
O disco inteiro é bom demais! Talvez expresse Indefinição entre o BLUES – ROCK e o PROTO-METAL. Há ótimo trabalho de guitarras, destacando RANDY BACHMAN. E a performance de um vocalista como poucos: BURTON CUMMINGS tem voz distinta e original, lembrando um pouco o PHILL MOGG do U.F.O.
CUMMINGS cantava com eficiência POP ROCK na tradição americana; e transitava para o ROCK PESADO com naturalidade, como faz, hoje, DAVID COVERDALE.
Ainda em 1970, RANDY BACHMAN saiu do grupo; dizem que por “impossibilidade comportamental”. Ele é mórmon, acreditem… E BURTON assume de vez a direção da banda. Seguiram com sucesso por bom tempo, e gravaram uns dez “Long Plays” legais! Inclusive o excelente, LIVE AT PARAMOUNT, 1972. Continuaram produzindo SINGLES cativantes que, vez por outra continuam tocando. A coletânea aqui postada é boa referência.
Em 1973, RANDY BACHMAN conseguiu emplacar o BACHMANN, TURNER, OVERDRIVE, depois de “24 audições fracassadas” em várias gravadoras. Foram contratados pela MERCURY.
Eram PESADOS, meio que tangenciando o SOUTHERN ROCK. O disco “NOT FRAGILE”, 1974, é muito popular entre a turma do ROCK também no BRASIL.
O “B.T.O” fez som descomplicado, e permaneceu por bom tempo correndo no vácuo do FOGHAT – o similar inglês. Eram tempos de concorrência mortal na área: DEEP PURPLE, LED ZEPPELIN, BLACK SABBATH, GRAND FUNK RAILROAD e o nascente QUEEN davam as cartas! Um mar só para tubarões!
BURTON CUMMINGS encerrou o “GUESS WHO?” em 1975. Disseram os linguarudos que o grupo acabou por causa dos maus modos e brigas constantes; pancadarias de verdade! Eram quatro “animais de grande porte”, e quando se atracavam …
Há um sinal mórbido e recorrente, no mundo da música. Sempre que dentro de um grupo alguém se destaca, ofídios à volta pregam a separação e a ciumeira. E, na maioria das vezes a mudança dá errado…
TIO SÉRGIO também se lembra de casos emblemáticos em bandas famosas: PAUL REVERE & THE RAIDERS, americanos de extremo sucesso em meados dos anos 1960, faziam um POP ROCK PESADO E GARAGEIRO, muito animado e bem tocado!
Eles tinham MARK LINDSAY, menino bonito, um TEENAGE IDOL, festa para a mulherada, mas cantor no limite inferior do bom. E quando chegaram ao topo, a própria gravadora COLUMBIA prometeu mundos e fundos para LINDSAY, que saiu da banda; e repaginou-se no POP ROMÂNTICO…
Não deu certo; e ele despontou para o anonimato progressivo. Houve momento em que os royalties residuais de seu tempo com os RAIDERS ficaram maiores do que os dele próprio! Foi demitido e sumiu.
O outro caso foi do próprio BURTON CUMMINGS. Voz diferenciada e versátil, ia do POP USUAL até o ROCK; enfeitava alguma BOSSA NOVA e tentou carreira solo. Migrou aos poucos em direção à irrelevância…
Para velhinhos quase à beira de um copo de leite, como o TIO SÉRGIO, essa gente ainda faz som contagiante… E, de quando em vez, o TIO bota pra rolar essa turma toda aqui em casa, à beira mar…
Recomendo sem contraindicações!
POSTAGEM ORIGINAL:07/08/2022
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PAULA TOLLER, ALÉM DE UM “Q.I. DE ABELHA”!

Lá por 1997, eu era sócio de três lojas, em São Paulo, que vendiam CDs: a CITY RECORDS e a CITY MUSIC. Um dia, apareceram algumas meninas que estudavam na USP. Aliás, era normal. Música atrai os mais jovens – ou joviais.
E lembro de uma delas, uruguaia, bolsista, e fascinada pelo KID ABELHA e os ABÓBORAS SELVAGENS; nome que pronunciou de maneira tão peculiar que precisei da “tradução/versão” de outra colega que, rindo e mais acostumada com gandeia brasileira, condescendeu com o gosto da amiga.
Comprou o disco; mas aproveitou e pediu para eu escrever a letra de “GAROTA DE IPANEMA”, em português, porque ela adorava. Eu e o BETÃO, meu amigo e sócio, fizemos em conjunto.
Minha mulher gosta da PAULA. E já vou admitindo que também gosto!
Ela estudou canto. Aos poucos, percebi que PAULA canta “adequadamente bem”: ela é, “tipo assim”, pra fixar expressão dos jovens da época, aprendiz de NARA LEÃO e FRANÇOISE HARDI – exagerei, galera? A voz é postada com técnica e charme; mas, é pequena como o de sua coetânea, VIRGINIE BOUTAUD, vocalista do METRÔ – grupo POP brasileiro, um pouco anterior ao KID. E perscruto se FERNANDA TAKAI, do PATO FU, a segue; mas abastecida por conteúdos musicais mais densos…
PAULA TOLLER faz o POP usual, bem ajustado, e longe de experimentações; desvela discreto astral elevado, e sensualidade reservada aos namoradinhos, ao amor adolescente – daqueles eternos enquanto duram…
Moça de classe média alta, estudou Design, mas não se formou; e fala o alemão. É reconhecida por sua notória “pulcritude”. Talvez seja a mais bela cantora de sua geração! Ela foi criada por avô “anfíbio de cirurgião e historiador”, um crossover muito interessante; e por sua avó proprietária de clínica para idosos. Li que o pai dela morava com os três. Da mãe, eu sei nada. PAULA está casada como o cineasta LUI FARIA há uns 40 anos. O que pode indicar a realização afetiva cantada em suas composições ingênuas e juvenis.
Nesta madrugada eu assisti à sua turnê comemorativa dos 40 anos de carreira: “AMOROSA”. O repertório abrange do KID ABELHA em diante. E, claro, tem a profundidade que se pode esperar de artistas que compunham para adolescentes até pouco antes de transitarem para jovens adultos. Funcionou;
Mas vamos combinar que são canções datadas justamente porque os autores envelheceram sem acompanhar o amadurecimento do público. Não construíram a carreira na cronologia emocional que mais ou menos acompanha a todos nós. Este show juvenil estendido por quase duas horas, ficou meio “estrábico”, existencialmente falando…
A banda é integrada – e vamos combinar novamente: não há motivo para não ser; já que são músicos de muito bom nível executando canções e arranjos bastante simples.
E, finalmente, PAULA TOLLER não é “boa de palco”; não sabe se locomover durante o show; parece muito tímida, e talvez cansada. Ela não tem desenvoltura e nem carisma para enfrentar uma plateia. E, talvez por isso, a gravação tenha sido feita neste lugar acanhado e com pouca gente. O bis foi curto demais.
Mesmo assim, é agradável. Mas, faltou gás para aquecer a frigideira.
POSTAGEM ORIGINAL: 04/05/2024
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