GERI ALLEN TRIO

SE ENCONTRAREM DISCOS DA MOÇA PELAÍ, NÃO EXITEM; COMPREM.

É JAZZ MODERNO SEM ESQUISITICES. ÓTIMA PIANISTA, E ACOMPANHADA POR “RON CARTER” , NO BAIXO; E TONY WILLIAMS” NA BATERIA. CARTÃO DE VISITA MELHOR É IMPOSSÍVEL!

A GRAVAÇÃO É BLUE NOTE FEITA, EM 1994
Postagem original: 21/03/2018

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THE FREE DESIGN – BUTTERFLIES ARE FREE – ORIGINAL RECORDINGS 1967/1972. 8 LPS EM 4 CDS – BOX SET

VIDA E ARTE SÃO DINÂMICAS, CADA UMA A SEU MODO.

O TEMPO DA ARTE É PECULIAR. OBRAS FICAM REGISTRADAS DESDE QUE FORAM CONCEBIDAS. MAS, PODEM SER ACESSADAS E REDEFINIDAS NO DECORRER DO TEMPO, DA VIDA.

Podemos observar obras de arte de acordo com a percepção que causam em outros tempos, outros observadores, novos seguidores e pesquisadores; ou a evolução dos conceitos sobre a própria arte.

Desse ponto de vista, nada está morto; tudo é um potencial vir-a-ser, mesmo que não aconteça….

Como nesses discos lançados originalmente há mais de 50 anos. Foram gravados entre 1967 e1972.

O TIO SÉRGIO, aqui, passou a vida comprando e ouvindo discos. Colecionar sempre nos defronta e confronta ao esquecido, ou ao relegado a segundo plano.

Dia desses, um dos nossos, o@Rene Ferri, postou um LP do FREE DESIGN. Eu conhecia; mas, confesso, fugi deles na época.

E por que?

Porque, hoje percebo, tinham um “aproach” leve demais do SUNSHINE POP para o meu gosto de roqueiro intoxicado por barulho, simplismos e adrenalina. Ao quarteto falta os elementos “ROCK” da “psicodelia”. E, claro, sempre foram POP.

Por isso, a bateria é corretamente colocada. Faz o ritmo, e não exacerba. O baixo, em compensação é primoroso! Não apenas pontua; e sim, acompanha o desenvolvimento da música. Estrutura o perfeito andamento, com ornamentações e variações garantindo a base para o vocal sofisticado do grupo.

Aliás, permitam-me apresentar um dos melhores grupos vocais que ouvi na vida!

Por isso, para quem gosta dos MAMA´S & THE PAPAS e seu FOLK-ROCK exposto; bem cantado, claro, mas nitidamente quadrado, esperado, e o tempo todo elétrico; ficará surpreendido se der de cara com a sofisticação harmônica, e a incrível variedade dos arranjos de belas e precisas vozes, bem postadas e agradáveis.

E tudo muito bem produzidas e magistralmente gravado por PHIL RAMONE!

O FREE DESIGN canta mais e melhor do que os BEACH BOYS, ASSOCIATION, SIMON & GARFUNKEL, o 5TH DIMENSION, SPANKY and OUR GANG…. para não ir mais longe…

Mas, TIO SÉRGIO, seriam comparáveis?

Sim, quando se pensa em grupo nitidamente POP. Eles não apontam para tendências mais jazzística, como seus quase contemporâneos, MANHATTAN TRANSFER. Mas, também, não se intimidam ao enfrentar clássicos da grande canção americana, como SUMMERTIME.

O repertório deles é recheado por COVERS de canções de seus tempo. Estão lá PAUL SIMON (59TH Street Bridge); BEATLES (Michelle, Eleanor Rigby ); MAMAS & THE PAPAS (California Dreaming); TURTLES (Happy Together); TIM HARDIN (If I were a Carpenter), em meio a muitos. São canções relevantes dos “sixties”. E nada que ofendessem a sensibilidade dos mais velhos ou caretas. Puro MAINSTREAM.

Os 4 irmãos DEDRICK, as meninas SANDY e HELEN, e os dois moços, BRUCE e CHRIS, nasceram no estado de NOVA YORK. E gostavam muito de tomar leite… Meninos e meninas comportados, americanos típicos…

Produziram e gravaram composições próprias de excelente nível. Os quatro tinham formação boa musical. Aprenderam com o pai, músico de certo prestígio e currículo, a tocar instrumentos e a cantar.

Começaram tocando em bares e clubes FOLK, no GREENWICH VILLAGE. Todos se mantiveram na música, estudando e seguindo vida acadêmica.

CHRIS DEDRICK é excelente arranjador, minucioso ao elaborar as interações vocais do grupo. Ele seguiu carreira nos Estados Unidos, depois de o quarteto parar de gravar, por volta de 1974.

Os outros mudaram para o CANADÁ, onde também se destacaram dando aulas, e compondo para vários gêneros; enfim…profissionais.

O fato é que nas voltas que a música dá, o grupo voltou à moda, anos atrás.

BECK, STEREOLAB, HIGH LLAMAS… são fãs e os têm como referências do POP VOCAL. E ajudaram a reposicionar o FREE DESIGN para as gerações mais novas descobrirem o que já estava lá, prontinho, mas no ostracismo.

O BOX da postagem abrange tudo o que foi gravado. O trabalho de produção e remasterização é impecável. A clareza e detalhamento do som é exemplar! O conforto auditivo é absoluto; a gente não se cansa ao ouvir…

Mas, a CHERRY RED peca por desleixar a parte gráfica. Para uma gravadora inglesa bem considerada, a produção deveria ser melhor. Mesmo porque o BOX é nada barato.

Por exemplo: há fotos e bom texto, mas não consegui descobrir quem era quem entre os quatro!!! Não há “texto-legenda” nas fotos! Um erro tosco em jornalismo. e divulgação.

Mesmo assim, é diversão de alto nível para os fãs de artistas do SUNSHINE POP, e da turma dos anos 1960/70, como CARLY SIMON, CAROLE KING, CARPENTERS — o lado mais leve daqueles tempos.

Cairia como um míssil de alegria na coleção do Antonio Molitor!@Claudio Finzi Foá e outros amigos já passadinhos na idade e no tempo.

Recomendo de montão!!
Postagem original 20/03/021

THE BEATLES – REVOLVER, EDIÇÃO EM 2 CDS, COM A REMIXAGEM INOVADORA DE GILES MARTIN, 2022. E ALGUMAS EDIÇÕES DESTE ÁLBUM HISTÓRICO.

Entre 1963 e 1965, os BEATLES gravaram 99 músicas, fizeram dois filmes de sucesso “A HARD DAYS NIGHT’ e “HELP”, ambos em 1964. Viajaram se apresentando mundo adentro, explodiram em sucesso global.

A BEATLEMANIA espalhou o novo POP, e confirmou o conceito de tietagem já experimentado por ELVIS PRESLEY, FRANK SINATRA e outros, no passado não distante.

Mas, grana conseguiram relativamente pouca. Muito trabalho e recompensa financeiramente medíocre pelo empreendedorismo e criatividade, e a influência cultural reconhecida.

Verdade: na Inglaterra da época, os impostos ultra extorsivos levaram artistas e outros ricos a emigrarem; houve fuga de capitais e investimentos. É bom pensar nisso para compreender os limites da extração fiscal …

A canção TAXMAN expressa a revolta dos BEATLES contra o Fisco inglês.

REVOLVER, O ÁLBUM

Do ponto de vista artístico é obra marcante.

Por exemplo, o guitarrista GEORGE HARRISON em várias faixas se inspira, na minha opinião, no JEFF BECK “yardbirdiano” e sua guitarra eivada por recursos e sonoridades inovadoras, com muito uso da distorção, sempre controlada mas onipresente, como determinava o figurino. Eram tempos de PSICODELIAS…

REVOLVER mantém a marca dos BEATLES desde RUBBER SOUL, também de 1965. Explosão de ousadias, novas ideias, inovações técnicas e artísticas, vinham num crescendo.

E a preservação dos “Backing Vocals” consagrados de JOHN, PAUL e GEORGE, da bateria eficiente de RINGO STARR, e a produção de GEORGE MARTIN, garantem a identidade marcante do grupo.

Se destaca em REVOLVER a consistência melódica de tirar o fôlego na imensa maioria das composições do quarteto. As músicas são todas diferentes entre si, independentemente da tendência estilística.

Em TAXMAN, por exemplo, a remixagem de GILES MARTIN destaca GEORGE no centro e mais à direita. O baixo de PAUL McCARTNEY está na caixa esquerda, com LENNON na outra guitarra mais atrás. A nova mixagem deixou a música muito mais equilibrada. Abriu espaço para a expressão de cada um deles, submersas nas edições anteriores.

No disco há para todo gosto. Do romantismo de “HERE, THERE AND EVERYWHERE”, até a fantástica “FOR NO ONE” e seu arranjo sofisticado.

Estão lá, também, o R&B de “GOT TO GET YOU INTO MY LIFE”. O PÓS – BEAT ROCK em transição “DR. ROBERT”; e o SUNSHINE POP de “AND YOUR BIRD CAN SING” – em que a guitarra RICKENBACKER tocada por GEORGE, soa ao estilo de ROGER McGUINN, nos BYRDS – grupo americano ícone daquele momento.

O álbum, em geral, tende ao ROCK PSICODÉLICO, com uso de técnicas de estúdio e ELETRÔNICA DE VANGUARDA – para aqueles tempos – em nítido objetivo de transpor os limites do POP usual.

Ouçam “I’M ONLY SLEEPING”, “TOMORROW NEVER KNOWS”, “SHE SAID, SHE SAID”, “I WANT TO TO TELL YOU”, e “GOOD DAY SUNSHINE”. Prestem atenção na fantástica mixagem para o “STEREO” dos SINGLES “”RAIN” a “PAPERBACK WRITER”, que revelam outro mundo!

E sem esquecer YELLOW SUBMARINE, pensada desde o início para RINGO cantar. É “MÚSICA PARA CRIANÇAS” com velados respingos “alucinógenos”… Talvez uma sutil lembrança de outro clássico da “inocência envolvida em fumaças mágicas”: “PUFF…THE MAGIC DRAGON, gravada por PETER, PAUL & MARY, em 1963. Canção que o tempo redefiniu seu “verdadeiro” conteúdo.

É interessante observar a influência do hinduísmo e do misticismo, vividos por todos eles em meados da década de 1960, e representados em arranjos com SITAR, TABLAS e TAMBOURA. A espetacular LOVE YOU TO é deferência ao clima musical desafiador daqueles tempos.

O álbum inteiro é excelente. E seu ponto mais alto e definidor é a melhora técnica exponencial:

“ELEANOR RIGBY” foi ideia concebida por McCARTNEY, depois de ouvir as 4 ESTAÇÕES DE VIVALDI, principalmente o “INVERNO”. GEORGE MARTIN criou o arranjo emulando o “PADRECO”, misturando a obra dele aos picos de suspense da trilha do filme “PSICHO”, de “ALFRED HITCHCOCK”. Lembrem-se da cena antológica onde a personagem é esfaqueada durante o banho!

Resumindo, a combinação de “dois clássicos” gerou uma das melhores músicas da história do ROCK, até hoje CULT e reverenciada.

O fantástico REMIX atual faz juz à obra de arte!

“ELEANOR RIGBY”, é correta e magnificamente cantada por PAUL McCARTNEY, que está posicionado no centro da faixa.

O DUPLO QUARTETO DE CORDAS, com 4 VIOLINOS, 2 VIOLAS e 2 CELOS, perfeitamente dispostos no estúdio, cria um som impactante!

O coro formado por GEORGE, PAUL e JOHN, também está ao centro da faixa, porém posicionados e mais atrás de PAUL. O palco sonoro conseguido nessa nova mixagem é de tirar o fôlego!!!! Intensa, e talvez definitiva!

Há gravação alternativa das cordas, no segundo disco. Mas, soa “clássica” demais… A opção escolhida foi acertadíssima.

O álbum inteiro melhorou muito do ponto de vista técnico e sonoro! Vou falar “como foi conseguido” mais à frente.

REVOLVER E ALGUMAS EDIÇÕES HISTÓRICAS

Não sou BEATLEMANÍACO, mas coleciono discos da banda.

Estes aqui são as versões que tenho e mantenho.

De maneira geral, as versões em ESTÉREO mixadas por GEORGE MARTIN são ruins. Emboladas. A pior delas é a primeira edição em CDS: HORROROSA.

a captação das gravações feitas por GEOFFREY EMERICK, em minha opinião deixam algo a desejar. O som “transborda”, e não se define com clareza…

Por isso, eu prefiro as mixagens feitas em MONO. O resultado é mais natural, mais bem distribuído no palco sonoro criado pelas duas caixas.

Entre as gravações MONO que ouvi, a melhor de todas foi a utilizada na edição americana lançada pela CAPITOL, em 1965. O disco está abaixo e ao centro.

Vocês conhecem as primeiras gravações ao VIVO dos ROLLING STONES, lançadas em EP chamado “FIVE BY FIVE”, e depois ampliadas, em 1966, para o LONG PLAY com o nome de “GOT LIVE IF YOU WANT IT”?

Pois bem, ali fica muito claro o que era remixar para o ESTÉREO o que estava feito em MONO com baixa qualidade: em uma das caixa toca a banda. Na outra, apenas MICK JAGGER canta ( e mal ), e bate palmas. O resultado técnico é horroroso! Mas, quem ligava pra isso? O SHOW é demoníaco! Bom demais!!!!

Foi esse tipo de problema que GILES MARTIN e equipe conseguiram resolver!

A NOVA MIXAGEM 2022

Antes de tudo, é bom lembrar que estúdios mais sofisticados com doze, dezesseis canais, só apareceram em torno de 1967. O álbum SGT. PEPPERS, dos BEATLES, já foi gravado com muito mais recursos do que REVOLVER.

Dito isso, vamos combinar que fazer MIXAGENS ou REMIXAGENS é arte combinada à técnica. Se o trabalho for refinado, a diferença no resultado é abissal!!!!

Há semelhanças com a montagem de um filme. Onde o diretor orienta o trabalho dos atores, e também dos câmeras, da fotografia, etc…, e diz como e o quê deve ou não ser filmado.

A arte do montador realça, constrói a narrativa visual das ideias pretendidas.

O diretor de cinema tem função similar à do produtor de discos, que organiza a história “gravada”. A incumbência do engenheiro de gravação é fazer a música tocada pelos artistas soar conforme o planejado, e com boa qualidade para o passo seguinte: as mixagens.

A dificuldade encontrada por GEORGE MARTIN para remixar a edição original de REVOLVER para o STEREO, estava nos limites técnicos da captação da música gravada.

Os BEATLES gravavam direto, e as técnicas existentes em 1965 não permitiam, em cada um dos QUATRO CANAIS, que instrumentos ou vozes, fossem totalmente isolados. A música soava em bloco.

Mas, o problema foi contornado, e quem sabe resolvido com técnica desenvolvida na indústria cinematográfica.

Os filmes, em geral, carregavam um problema de “ruído” nos diálogos, muitas vezes inaudíveis, porque encobertos por outros sons gerados durante as filmagens das cenas.

No projeto do filme GET BACK, a equipe do cineasta PETER JACKSON usou uma nova tecnologia para “de – mixar” e separar dentro de uma cena algum diálogo mal captado, e remontá-lo de maneira audível.

A “de-mixagem” deu flexibilidade para que o projeto se tornasse possível. O que GILES MARTIN e sua equipe fizeram foi adaptar essa nova “técnica” para separar as vozes das guitarras, bateria, baixo, etc… que estavam embolados dentro de cada canal. O resultado foi a “MAGIA DA TECNOLOGIA”, e tudo soou com mais nitidez, recuperando alguns detalhes perdidos.

De posse desse novo acervo, GILES seguiu o mais à risca possível a receita original de GEORGE, seu pai. E remontou REVOLVER em ESTÉREO, e com muito mais equilíbrio.

Por respeito à história do disco e dos profissionais envolvidos, talvez uma REMIXAGEM em MONO, com esses novos recursos, jamais seja feita.

Mas, que deixa a gente curioso, ahhh isso deixa!!!
Postagem original: 20/03/2023

OS ANTÍPODAS: BUFFALO SPRINGFIELD E MAMAS AND THE PAPAS. E THIS MORTAL COIL!

O QUE DEU NO “TIO SÉRGIO” EM POSTAR, NA MESMA FOTO, DOIS MONUMENTOS À ALEGRIA DA DÉCADA DE 1960, E O TALVEZ MAIS BELO E GRANDIOSO TRIBUTO À DEPRESSÃO GRAVADO NOS 1980?
EU ESCLAREÇO: NADA MAIS ALEGRE E ALTO ASTRAL DO QUE OS CALIFORNIANOS “MAMAS & THE PAPAS” E “THE BUFFALO SPRINGFIELD” – BANDA QUE REVELOU “NEIL YOUNG” E “STEPHEN STILLS” – TIDOS COMO REPRESENTANTES DO “SUNSHINE POP” E DA “PSICODELIA SOFT” DE SEUS TEMPOS.
EM CONTRAPONTO, O PROJETO INGLÊS “THIS MORTAL COIL” – TRADUZINDO APROXIMADAMENTE, “ESTA GERINGONÇA MORTAL” -, QUE PRODUZIU NA DÉCADA DE 80 OBRAS DE ARTE DO QUE VIRIA SER O “ROCK GÓTICO”.
“T.M.C” , UM PROJETO, MAIS DO QUE UM GRUPO, CRIOU CANÇÕES ORIGINAIS E, PRINCIPALMENTE, VERSÕES DE OUTROS DEPRESSIVOS DE DÉCADAS ANTERIORES.
O QUE APROXIMA O “THIS MORTAL COIL” AOS DOIS OUTROS SÃO AS ESCOLHAS QUE FIZERAM DE MÚSICAS DOS “BYRDS”, DE “GENE CLARK”, DO “SPIRIT”, DE “TIM BUCKLEY”, ENTRE VÁRIOS, TODOS PRÓXIMOS AOS “HIPPIES” E AO “SUNSHINE POP”.
PORÉM, FIGURAS SOMBRIAS E DEPRESSIVAS, O QUE OS LIGOU À PERSPECTIVA DESSES INGLESES, QUE OS HOMENAGEARAM COM O SOL, A LUZ, E O CALOR TÍPICO DAS ILHAS BRITÂNICAS – EU IRONISO, SE VOCÊS ME ENTENDEM…
O RESULTADO NOS LEMBRA QUE SUPOSTAS E EXORBITANTES ALEGRIAS, MUITAS VEZES ESCONDEM ALMAS PENADAS E PENALIZADAS…
ESCUTEM OS TRÊS. CADA UM A SEU TEMPO E HORA. OU TODOS JUNTOS, DEPENDENDO DE COMO VOCÊ PERCEBE O MOMENTO…
A VIDA REAL É MAIS PRÓXIMA AO PURGATÓRIO DO QUE “ASTRUD GILBERTO’ CANTANDO “GAROTA DE IPANEMA”,
OU THE”ASSOCIATIONS”, CANTANDO “WINDY…
Postagem original: 20/03/2018

Ver menos

THE ROBINS – “RIOT IN CELL BLOCK # 9 “- 1954 – O MAIS EXPLÍCITO R&B DE “BANDIDO” QUE CONHEÇO!

VOCÊS CONHECEM A VERSÃO DOS “BLUES BROTHERS”? CANTADA COM AQUELA LANGUIDEZ AGRESSIVA, VOZ GRAVE E AMEAÇADORA QUE SÓ OS DETENTOS DESENVOLVEM?

POIS BEM, O VOCAL – PROTO-RAP? – FOI FEITO POR RICHARD BERRY, QUE NÃO ERA MEMBRO DO GRUPO!

A MÚSICA É DOS CONSAGRADOS COMPOSITORES JERRY LEIBER & MIKE STOLLER.

E “THE ROBINS” VIROU A LENDA DO R&B, O MAGNÍFICO “THE COASTERS”.
VAI LÁ E ESCUTA. SEMINAL E IMPERDÍVEL!
“In BLOWING THE FUSE” , BEAR FAMILY RECORDS

Postagem original: 20/03/021

FAYE ADAMS – I’LL BE TRUE – 1954

ELA É UMA DAS PRECURSORAS DA SOUL MUSIC.
VOCÊS CONHECEM ARETHA FRANKLIN? OU GLADYS KNIGHT?
CLARO, NÉ!
VEJAM A VOZ E COMO CANTAVA ESSA PRETINHA, UNS DOZE ANOS ANTES DAS OUTRAS.!
FOI UMA DAS TRANSIÇÕES DO R&B COM TOQUES GOSPEL PARA A BLACK MUSIC MAIS SECULAR.
FAYE ADAMS FOI SUCESSO ENTRE 1953 E 1955.
EM 1962, GRAVOU SEU ÚLTIMO SINGLE PARA A “PRESTIGE” , E RETIROU-SE DA MÚSICA SECULAR.
PROCUREM NO YOUTUBE. ELE É UM CLÁSSICO!
AQUI, EM UMA MISCELÂNEA DA “BEAR FAMILY RECORDS”.
POSTAGEM ORIGIANAL 20/03/2020

MÚSICA, RUÍDOS E BARULHO – 150 ANOS CONVIVENDO

Estou postando coisas contraditórias e controversas. Artistas variados que talvez tenham nos ruídos e no barulho o cerne desses discos. Alguns também têm fogo pingando, mesmo que lenta e controladamente…

Seriam?

Anos atrás, na revista RECORD COLLECTOR, o entrevistador perguntou a JOHN MAYALL por que o BLUES fez tanto sucesso entre os jovens ingleses em meados dos anos 1960?

Resposta de um cara de mais de 85 anos e 60 de carreira: “porque é música feita com instrumentos elétricos e amplificados, e tem base perceptível no sentimento. Ao vivo é muito legal assistir, e é dançável”. Eu complemento: mesmo que as letras às vezes pareçam tristes, elas são jocosas, berradas, picantes e iconoclastas. Prato cheio para os jovens…

ROGER MCGUINN, guitarrista dos BYRDS, expressou com onomatopeia o porquê do som da banda: CRRRSSSHHHH: o SOM dos MOTORES, da VELOCIDADE e o barulho dos AVIÕES!

Pulei pra frente e achei lugar para o barulho supremo no ROCK: O HEAVY METAL e suas metástases!!!

O RUÍDO e o BARULHO nos acompanham na vida urbana, desde a segunda metade do século vinte… É “perfeitamente audível”, claro!

Coadjuvantes como sirenes, motores barulhentos, freadas e pneus cantando; juntam-se aos carros de bombeiros, de polícia e ambulâncias; e, também, ao martírio atual causado por betoneiras concretando prédios madrugadas adentro! Esqueci os templos e os bares? Não esqueci não.

Esta plêiade sinistra compõe a MÚSICA INCIDENTAL URBANA. Ela se instala no interior de nossos cérebros, e adeus sono, paz e sossego!

Se a arte imita a vida, tudo fica muito bem exposto na MÚSICA:

DAVID GILMOUR, criou o álbum, “RATTLE THAT LOCK”, 2015, depois de ouvir o sinal para embarques numa estação de TRENS na FRANÇA. Daquele fragmento sonoro emblemático, ele compôs um HIT…

Que tal reavivar o CULT contemporâneo “CERIMONY, AN ELECTRONIC MASS”? É álbum de música eletroacústica amalgamada ao ROCK. Foi composta pelo compositor de vanguarda francês, PIERRE HENRY, e o tecladista e cantor GARY WRIGHT, e gravado há mais de meio século, em 1969, pelo grupo inglês SPOOKY TOOTH. A capa “descreve” o conteúdo!

Está entre as primeiras articulações criativas de sons, vozes e RUÍDOS, eivado por… ROCK! Inestimável e inesquecível!

Vamos incluir BRIAN ENO e sua organizada e sutilmente ruidosa AMBIENT MUSIC? Claro, sem ele grande parte do que ouvimos, hoje, não teria sido proposto e criado…

Encontrei no subsolo de minha mente a balbúrdia “INDUSTRIAL ROCK”. Talvez os perpetradores mais famosos sejam os britânicos THROBBING GRISTLE, já em 1977, com THE SECOND ANUAL REPORT. Os integrantes do grupo têm nomes inacreditáveis e adequadamente sonoros, como GENESIS PORRIDGE, COSI FUN TUTTI, etc… Vá ao GOOGLE, lá você saberá…

E busquei na “graxa” os alemães do EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN, com suas chapas de metal, britadeiras, serrotes, facas, eletrodomésticos e tudo o quê “barulhasse”. RUÍDOS+BARULHOS = SOM RUIDOSO E BARULHENTO…. ora, pois pois…

E achei o KRAUTROCK, em sua acepção original, compósito de eletrônica e ruídos. E Os DJS, heim?!?! Por décadas, e mundo afora, recortando e colando sons, músicas? Estratégias para preservação do ruído, e do barulho – e por decorrência…

Fui buscar na estante “CABEÇA” de WALTER FRANCO. E “ARAÇA’ AZUL”, de CAETANO VELOSO. Ruídos propositais e estruturados, e de algum jeito descendentes da MÚSICA ELETROACÚSTICA, de STOCKHAUSEN, LUKAS FOSS, e outros tantos e tontos….

Ahhh, e a nossa gênio, JOCY DE OLIVEIRA, 84 anos, compositora, pianista, professora e articuladora de ruídos e sonoridades; a pioneira da música eletrônica no BRASIL, no cenário desde o final da década de 1950? Ela se recusava a repetir o passado, então… pulou direto para o futuro…

Eu trouxe, também, para o banquete TERRY RILEY, compositor erudito contemporâneo, que sutilmente um habitante desse cosmos ruidoso. Você conhece “IN C”, 1968, sua obra mais famosa? É considerada a primeira composição MINIMALISTA.

Mas, TIO SÉRGIO, é barulhenta? Não. Mas, é articulação de notas repetitivas no piano e outros instrumentos. O efeito seria uma sequência de ruídos organizados?

E por falar em “MÚSICA CLÁSSICA, eu duvido que no século XIX RICHARD WAGNER não tenha causado furor e indignação! Se você já ouviu as introduções das óperas do ciclo “OS ANÉIS DOS NIBELUNGOS”, vai escutar uma parafernália de RUÍDOS, DISSONÂNCIAS e o BARULHO CRESCENTE da ORQUESTRAÇÃO enchendo o teatro!!!

MANTOVANNI e MELACHRINO, maestros da suavidade, e das orquestrações inofensivas nas décadas de 1950/1960, jamais regeriam WAGNER, que é “tamanco sem couro”: pau puro!

O mesmo se poderia dizer do estoniano ARVO PART, o maior compositor erudito contemporâneo? Formalmente, é um “conservador”. Mas, que provocaria “INCÊNDIO TOTAL COM SUAS COMPOSIÇÕES”, nas palavras de MICHAEL STIPE, vocalista do R.E.M – e personagem insuspeito de leniência, quando o assunto é transgressão, iconoclastia e barulho! Julgue você…

Para colorir a tela, vou contar “exemplo edificante”, que eu li pelaí:

O “MINISTRY”, foi fundado por ALAIN JOURGENSEN. Era banda barulhentíssima que iniciou no SYNTH POP, e migrou para o ROCK INDUSTRIAL. E, com o tempo, os membros descambaram “barulhagem” adentro…

Certo dia, ALAIN estava em um estúdio ao lado de outro onde ERIC CLAPTON estava gravando. Não se sabe exatamente o quê aconteceu; ouviram uma enorme explosão! E todo mundo saiu correndo para ver! CLAPTON, inclusive: Era o JOURGENSEN testando novas mixagens, altura, volume…coisas leves… bobagens…

É claro que não foi e não é só isso; porque os numerosos e contraditórios estilos e tendências sempre convivem!

Mas, nem pense em escutar música de vanguarda dos últimos 150 anos, sem considerar o BARULHO, RUÍDOS – e altos volumes sonoros em sua criação ou execução.

BARULHO e RUÍDOS são traços, sim, da ICONOCLASTIA e da JOVIALIDADE. Mesmo quando santos e velhinhos fazem das suas, né, KEITH JARRETT e seus gritinhos? Oba, GLENN BRANCA – que inspirou o SONIC YOUTH. E cadê o YNGWIE MALMSTEEN e o DEEP PURPLE & ORQUESTRA??? Gandaia de roqueiros fingindo serem clássicos?

Há um INFERNO de altíssimos DECIBÉIS; e um SANSARA de RUÍDOS. E, também por isso a vida moderna tornou-se um contínuo PURGATÓRIO.

E não adianta internar-se em TEMPLOS ou MOSTEIROS, e onde houver religiosos:

Essa gente é barulhenta pra caramba!!!!!
Postagem original 19/03/2024

MENINAS DIFÍCEIS MORANDO NOS ESCANINHOS DA MINHA DISCOTECA

AQUI, TUDO O QUE RELUZ É OURO. OU, NO MÍNIMO, BIJUTERIA DE LUXO E VALIOSA.

AS MOÇAS QUE APRESENTO SÃO DE DIFÍCIL TRATO. ALGUMAS IMPÕEM DEGLUTIÇÃO LENTA, AUDIÇÃO MAIS ESPECÍFICA, E INTERESSE FRUTO DE CERTO CONHECIMENTO PRÉVIO.

QUER TENTAR?

1) “MADDY PRIOR” E “JUNE TABOR”, SÃO EXPOENTES DO FOLK CELTA, MA NON TROPO ;

2) JACQUI McSHEE É CANTORA DO “PENTAGLE”, GRUPO FOLK JAZZÍSTICO BRITÂNICO SEMINAL, NAS DÉCDAS DE 1960/70. JOIA RARA.

3) JO ANN KELLY, CANTA FOLK-BLUES AMERICANO, MAS À INGLESA; VOZ UNICA!

4) LINDA THOMPSON COM O MARIDO RICHARD – QUE É UM OS MAIORES GUITARRISTAS DA GRÃ BRETANHA!

O VINIL É CONHECIDO POR RECORDE: FOI UM DOS MAIORES FRACASSOS COMERCIAIS DA HISTÓRIA: VENDEU 143 CÓPIAS NO LANÇAMENTO. MAS, HOJE, É UM CLÁSSICO;

6) SHIRLEY COLLINS: É A GRANDE ÍCONE DO FOLK BRITÂNICO TRADICIONAL.

RESUMINDO: NÃO SÃO PARA QUAISQUER GOSTOS! PORÉM, SÃO COLECIONÁVEIS ATÉ O ÚLTIMO FURO DO CINTO!!

OUÇAM.
Postagem original: 18/03/2019


CERTAS MOÇAS ESCONDIDAS NA DISCOTECA ENTRE O FOLK E O BLUES.

1) “MARTHA VELÉZ“, PORTO RIQUENHA CANTORA DE BLUES. DESCOBERTA POR MIKE VERNON.

É PURA EXPLOSÃO EM DISCO CULT E RARO, ACOMPANHADA POR CLAPTON, PETER GREEN E UMA PLETORA DE ASTROS. PROCURE;

2) A VETERANA “MARIA MULDAUR”, AMERICANA E FOLK-BLUES SOFISTICADO;

3) O ESPETACULAR CONCERTO DE “CARLA OLSON E “MICK TAYLOR”. BLUES ROCK NA VEIA; UM CRUZAMENTO ENTRE OS ROLLING “STONES” E O “SOUTHERN ROCK, E UM GOSTINHO DE PÓS-PUNK”! IMPRESCINDÍVEL!

4) OS INGLESES “JULIE DRISCOLL” & “BRIAN AUGER”: SOUL/BLUES EM “FUSION” COM ROCK PSICODÉLICO! OUÇA “THIS WHEEL’ S IS ON FIRE”: COMPOSIÇÃO DE “DYLAN” EXPANDIDA PARA OUTRAS POSSIBILIDADES. IMPERDÍVEL!

5) “JUDY HENSKY”, O VAUDEVILLE QUASE TRADICIONAL EM CONFORMAÇÃO “FOLK ALTERNATIVO”. PRA GENTE “LEFT FIELD” E ARREDORES.

ARRISQUE-SE!
Postagem original: 18/03/2019

OREGON – MÚSICA REALMENTE ORIGINAL!

A primeira vez que ouvi a banda foi por volta de 1977.

Por aquela época, havia um programa diário na Rádio América de São Paulo, chamado KALEIDOSCÓPIO, produzido e apresentado ao vivo pelo criativo alternativo @Jaques Sobretudo Gersgorin .

Maratona viajante de 4 horas todos os dias,

lá se ouvia vanguardas do ROCK daqueles tempos. Principalmente PROGRESSIVOS; eventualmente FUSION ROCK-JAZZ – e não o inverso -, e adjacências…

Em uma daquelas noites, ouvi o OREGON em música extremamente bela, AURORA, que está no terceiro disco deles, “DISTANT HILLS”.

Pois bem. Não se pode chamar de ROCK. Talvez nem JAZZ. É alguma coisa entre o CLÁSSICO DE CÂMARA, a WORLD MUSIC, algo NEW AGE, e o quê mais se perceber!

Por aqui, e naqueles tempos, foi lançado o “MUSIC FROM ANOTHER PRESENT ERA”, também na foto e na mesma linha. São objetos para colecionadores. E todos no mesmo alto nível técnico e artístico.

OREGON é uma banda americana formada na Universidade do…claro, OREGON, no início dos anos 1970, e tem nada a ver com a música americana tal qual estamos acostumados a ouvir.

É um QUARTETO DE CÂMARA intelectual, que junta OBOÉ, VIOLÃO, SITAR, PERCUSSÃO HINDU, PIANO e outros instrumentos que circulavam muito no ROCK PSICODÉLICO, no PROGRESSIVO ou na TRANSGRESSÃO JAZZÍSTICA moderna.

O conceito em movimento é de beleza original! Cósmica e etérea, eu afirmo.

Tal sofisticação, europeia ao extremo, os levou a gravar muito para a E.C.M alemã. O grupo tem aquele encantamento e charme únicos, talvez vizinho a EGBERTO GISMONTI e sua MÚSICA TRANSBRASILEIRA E FUTURISTA.

Não por acaso, NANÁ VASCONCELOS, DON CHERRY e o percussionista do OREGON, COLIN WALCOTT, gravaram dois álbuns imperdíveis para a ECM: “CODONA 1 e 2”. Também não é coincidência que o super – violonista da banda, RALPH TOWNER, tenha carreira no JAZZ em alta cotação artística e com enorme discografia.

Eles têm quase quarenta discos gravados, fora os projetos solo de TOWNER e WALCOTT, e também de GLEN MOORE E PAUL McCANDLESS, os dois outros excelentes músicos da formação original.

Ouçam o OREGON; são imprescindíveis, e vocês concordarão… Certamente muitos ficarão encantados e tentarão coleciona-los. Eu tenho poucos discos – ainda! Mas, a coleção vai esticar; Ah, isso vai!
Postagem original: 20/03/2020