A TERCEIRA MARGEM DO RIO: A INSÔNIA E AS VIAGENS QUE ELA ME OBRIGA, E A SAGA INDEPENDENTE DO ROCK PSICODÉLICO NORDESTINO,

Noite insone dessas, dei de cara com o vídeo dessa conjunção extraordinária entre ZÉ RAMALHO e ROBERTINHO DO RECIFE.
Ambos, casos à parte na cultura nacional: profundamente brasileiros, porém ligados, “quase soldados”, ao ROCK INTERNACIONAL.
Talvez seja o que os torne distintos de “OS NOVOS BAIANOS”. A constatação, é que BABY, MORAES, GALVÃO, PEPEU e turma, estavam “ligados cronicamente” à MPB. O lado ROCK dos NOVOS BAIANOS é incidental.
Não basta ter guitarras e eletrificação dos instrumentos para ser ROCK. E ZÉ RAMALHO e ROBERTINHO conhecem perfeitamente os pontos de integração e da completa distinção.
Ambos criaram no último trabalho, que não encontrei ainda em CD, outra intersecção possível.
ZÉ RAMALHO, para os que sabem dos escaninhos do POP BRASILEIRO, é um dos autores de PAEBIRÚ, fantástico álbum FOLK-PSICODÉLICO com vestimenta nordestina. É, talvez, o disco mais raro e colecionável do Brasil; e com história trágica que o tornou internacionalmente CULT:
A gravadora ROZEMBLIT, no RECIFE, estocava a produção inteira do PAEBIRU, gravado pelo SOLAR, o selo de música experimental e alternativa da gravadora, quando houve a inundação que destruiu quase tudo. A tragédia levou o disco original a tornar-se raro, precioso e, portanto caro.
É bom expor que não basta ser raro; tem de ser bom. ROBERTO CARLOS e o LOUCO POR VOCÊ é, também, raríssimo, colecionável – mas ruim….
Na filmagem das gravações desse novo disco vemos um ZÉ RAMALHO que é ouro puro e duro. Metal bruto.
Durável?
Cantando bem, com vozeirão entre o barítono e o baixo; extensão, intensidade e pique, contrastando com seu atual e frágil visual, consequência de vida derretida em… viver!
Se a voz de DYLAN envelheceu sem gás; se WILLIE NELSON retumbou pra baixo; e se BRUCE SPRINGSTEEN expõe maturidade sorumbática e baixo-astral que nos lega decepção; ZÉ RAMALHO impõe a voz e assume o ROCK com a naturalidade do veterano. E se mescla à sonoridade criada pela banda METALMANIA: 3 jovens + ROBERTINHO DO RECIFE – guitarrista de talento imenso!
Senhoras, senhores e adjacências: o som resultante é ZÉ RAMALHO + HEAVY METAL+GÓTICO+FOLK DE MATIZES DIVERSOS.
Há versões do MOTORHEAD e de OZZY, com a qualidade lírica de ZÉ RAMALHO! Barulhinho bom, concordaria MARISA MONTE!
Acho que haverá repercussão do trabalho desses dois. Por via das certezas, veja o vídeo no YOUTUBE:PORTAL DAS ENTIDADES, Autor: Zé Ramalho e Robertinho de Recife Intérprete: Zé Ramalho e Robertinho de Recife Avôhai Music 2019
TIO SÉRGIO vai comprar esse disco!
POSTAGEM ORIGINAL:12/07/2023
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JETHRO TULL: DO FOLK – BLUES AO ROCK AO PROGRESSIVO: 1968 / 1972

Há possíveis mitos e verdades sobre o JETHRO TULL. Aprendi com meus alfarrábios que IAN ANDERSON foi assistir a um show de SIMON & GARFUNKEL, e comentou com amigo: “Mas é só isso? Pô, eu consigo fazer melhor!!!”
E fez, em minha opinião! Aliás, fizeram… Mito ou verdade?
Em um dos encartes que li ANDERSON conta que trocou sua guitarra, que havia pertencido a LEMMY – AHHHH… vocês sabem quem é!!! – por uma flauta Selmer “de entrada”.
E foi o que deu o tom diferenciado à banda e fama a si mesmo. Mas não a “paternidade”: o TRAFFIC já usava flautas e sopros e, sabe-se lá, pode ter sido inspiração…
É também verdade que TOMMY IOMMI, futuro BLACK SABBATH, tocou uns meses no TULL, em 1968. Gravou?
Descobriram que sim! Conhecem aquele disco de época, que saiu posteriormente, chamado “ROLLING STONES ROCK AND ROLL CIRCUS”? O JETHRO TULL participa e o guitarrista é o TOMMY!
Mas, tudo isto é acessório e imagem. O que vale é a obra concebida, parida e burilada pela banda. É curioso que não tenham ao menos tangenciado a PSICODELIA.
O primeiro álbum “THIS WAS”, era algo garageiro e próximo ao “ENGLISH BLUES” daqueles tempos. Damos graças à guitarra de MICK ABRAHAMS. Curioso: o JETHRO justapôs o BLUES ao FOLK, e ornamentou com tingimentos JAZÍSTICOS. É rude e áspero, mas tem algo de DAVE BRUBECK, digamos, “EASY LISTENING” … tipo assim injetado: está lá “Serenade to a Cukoo” de ROLAND KIRK!
O uso da flauta expandiu a banda em direção ao JAZZ. E IAN ANDERSON tocava fazendo “scating” com a voz, como ROLAND KIRK. O caminho não ficou tão longe…
JETHRO TULL, FLEETWOOD MAC, SAVOY BROWN, TEN YEARS AFTER, PINK FLOYD, FREE e HUMBLE PIE, para citar poucos, são “vizinhos” de geração. E todos, entre 1967 e 1969, estavam naquele lusco-fusco sonoro até hoje ainda não bem titulado. Porque não é PSICH, nem FOLK, e nem BLUES. Ainda não se havia definido completamente o ROCK PROGRESSIVO. Não durmam com um barulho desses!!!!
O JETHRO TULL como o conhecemos surge à partir do segundo disco, “STAND-UP”, de 1969; e se estabiliza no magnífico BENEFIT, em 1970; ambos entre o pesado e o FOLK; o urbano e o bucólico.
JETHRO sempre foi banda excelente, e prestem atenção ao craque JOHN EVANS arrasando no piano! Ouçam e tenham o imprescindível e “quase”- coletânea “LIVING IN THE PAST” (1972). Atentem, principalmente, para o lado gravado ao vivo! Eles foram e são grande sucesso nos EUA, e até hoje. Ultra merecidamente, diga-se!
Em 1971, eles sobem como foguete em ACQUALUNG, com o riff histórico e matador. É álbum conceitual que marcou época, inclusive pela capa impactante.
Para a imensa legião de fãs, é o melhor disco deles. Ainda bem que não há concordância plena! Já que alguns de seus LPs estão em mesmo nível.
E, por que tal impulso?
Uma das razões é a simbiose entre o IAN e o novo guitarrista. MARTIN BARRE incrustou no grupo a essência da guitarra pós HENDRIX, BECK, PAGE E CLAPTON:
Distorção controlada, agressiva e, ao mesmo tempo, melódica e fora dos cânones do BLUES. É a guitarra soando mais próxima a DAVID GILMOUR, portanto mais progressiva; mais tempos futuros…
MITO e RITO prontos; e o foguete permaneceu siderando. É o JETHRO TULL clássico e inconfundível que paira na estratosfera da música! É magnífico, até hoje.
“THICK AS A BRICK” é o começo de nova história. Tão grande e variada quanto essa. Mas cheia de percalços exigindo outras atenções para decifra-la. Qualquer hora eu tento…
Ah, tá; se vocês não lembraram quem era o LEMMY, eu refresco a memória. Foi o histórico baixista, cantor de voz rouca, e fundador do MOTORHEAD. Nada a ver com eles? Tenho dúvidas…
Percam-se no som e talento desta banda inigualada!
POSTAGEM ORIGINAL: 14/07/2020
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GOLPE DE 1964, OS MILITARES, E O NACIONALISMO POSSÍVEL. E A BOA MÚSICA JOVEM DA ÉPOCA!

Minha vida é pautada por música. Boa, de preferência. Quem me conhece, sabe que o meu interesse como cidadão vai além da música. Por isso, trouxe trilha sonora representativa do que rolava naquela época. Um pouco antes, um pouco depois, mas precioso e relevante.
Então,
1) Em 1964 houve, sim, um GOLPE de ESTADO e os militares assumiram o poder. Eu, democrata radical fui, e permaneço contra o movimento golpista.
E acho que faltou, por aqui, luta ideológica e intelectual pela imprensa e academia. Não houve discussão aberta e pública de ideias. Lembra muito os tempos correntes, de 2021 pra cá: muita gritaria e nenhum diálogo produtivo.
No início da década de 1960, já tínhamos gente como os franceses RAIMOND ARON e JEAN PAUL SARTRE que, do final dos anos 1950 a meados dos 1970, incendiaram os debates político-existenciais dentro da democracia francesa.
Porém, no BRASIL, faltou-nos o ativismo de ideias de intelectuais como ROBERTO CAMPOS, à direita; e CELSO FURTADO, pela esquerda. Ambos eram economistas preparados, atuantes, lúcidos e patriotas. Cito duas inteligências de peso, e que poderiam ter redirecionado as elites para uma solução “emotivo-racional” dentro de um regime democrático. Não aconteceu, infelizmente!
Eu partilho da opinião de que quase todos os grupos políticos daquele momento tinham projetos de golpe em andamento.
A começar por JOÃO GOULART, seus aliados e colaterais, que forçavam a reeleição dele, mesmo sabendo que era ANTICONSTITUCIONAL. E, inclusive por isso, mobilizavam ferrenha oposição ao governo de JANGO. E, da mesma forma, CARLOS LACERDA e grupos de direita. No final, deram o golpe os que detinham armas; e ponto. Os militares, claro!
Golpe nefasto, sob qualquer ponto de vista: porque a próxima eleição presidencial teria sido um ano e meio depois, em 1965. E os favoritos disparados eram LACERDA e JUSCELINO KUBISTCHEK.
Mas a geopolítica da época, Soviéticos versus Americanos – para variar – fermentada pela guerra fria, e principalmente pela “REVOLUÇÃO CUBANA”, feita na cara e no quintal dos americanos, incentivou os EUA desestabilizarem politicamente os países latinos. O Brasil, incluído, porque o maior da região.
O prejuízo maior e irremediável, para o BRASIL, foi INSTITUCIONAL. Até agora se fala do fatídico março de 1964, mobilizando nervos e cérebros; e estendendo a conversa, agora fiada, para os dias atuais, com BOLSONARO x LULA, na horrenda calcificação que nos desvia da solução do que importa.
Deu ruim!!! E assim permanece.
2) Para colocar pimenta nessa FEIJOADA PSICODÉLICA, vou lembrar fato interessante contado por OZIRES SILVA, fundador do ITA e da EMBRAER, no programa RODA VIVA, da TV CULTURA. Mostra bem o papel do acaso e da oportunidade na HISTÓRIA.
O coronel contou que, certo dia em 1968, o ditador – presidente, COSTA e SILVA rumava para SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) e o aeroporto de lá estava fechado. Não teve jeito e o avião pousou em CAÇAPAVA (SP). Quem o recebeu foi o então CAPITÃO OZIRES SILVA.
Muito jovem e bom de papo, OZIRES ousou e apresentou ao presidente uma série de ideias para a fundação de uma fábrica de aviões genuinamente brasileira. E foi de tal maneira convincente que, ao subir no avião, COSTA e SILVA disse que iria pensar no assunto.
Semanas depois, o general chamou OZIRES em Brasília, e o encarregou de fazer e dirigir o projeto da EMBRAER – que, hoje, é a potência “industrial – tecnológica” que sabemos.
No decorrer dos tempos, como um patriota verdadeiro e útil, OZIRES SILVA percebeu que a PRIVATIZAÇÃO da companhia era necessária e inevitável. E não se opôs.
COSTA e SILVA era chamado de burro e despreparado pela elite da época. Mas só por ter criado a EMBRAER, para mim o mito foi desmentido. E, convenhamos, COSTA e SILVA foi muito mais perspicaz e eficiente do que muito governo civil que veio após a redemocratização.
Alguém dúvida?
Ah, para dar charme à postagem, vai na foto alguns discos relevantes na época! E bem menos contestáveis do que as minhas opiniões sobre política.
Curtam!
POSTAGEM ORIGINAL: 13/07/2025
Pode ser uma imagem de 6 pessoas e texto que diz "KINKS 凶 แมรูง SEARCHERS THE THE STAR-CLUB CLUB STAR- ANPONTO CARISSN HOENI Wilson Simonal Noma NwboSadasombo Samba @WIL.SONSIMONAL WILSON SIMONAL S G BAMBA NOVO THE THE BEATLES' SECOND ALBUM MTE LONES ONESYB BOLL 0在家 IER BIBUYEA T6O4EM e STONES 12X5 LONON SVLVIA TELLES BOSSA BALADA BAЛbACO CO"

MARISA MONTE, JORGE BEN (JOR) E DAVE BRUBECK QUARTET: SINTONIAS

Várias vezes eu questiono o “por que” de certos discos terem sido tão impiedosamente criticados?
Rondando minha discoteca, enfiei a mão na “braguilha” de uma estante, e puxei o primeiro CD que o meu assédio encontrou: MARISA MONTE: “O QUE VOCÊ QUER SABER DE VERDADE”, lançado em 2011, pela EMI.
Eu meio que conhecia. Mas cansado pelo trampo doméstico de hoje, e pela mudança de lugar e reinstalação de um par de caixas acústicas; sentei, e coloquei o CD. Deixei rolar, e gostei.
É um disco singelo, jovial, e cheio de canções de amor bem contemporâneas, feitas pelo trio de superdotados, MARISA MONTE, CARLINHOS BROWN e ARNALDO ANTUNES.
ARNALDO é letrista telegráfico, escorreito, conciso e claro. MARISA é excelente cantora, muito agradável, e junto com BROWN, DADI e outros, conseguem melodias cativantes. A contrário de muita gente, achei o álbum adequado, bem feito, e até emocional.
Claro, irei além de HITS como “DEPOIS”; há outras pequenas delícias como AMAR ALGUÉM, O QUE SE QUER, ERA ÓBVIO, HOJE EU NÃO SAIO… Tudo funciona a contento, sem a pretensão de ser OBRA DE REFERÊNCIA.
Mas, logo de cara, na segunda faixa está “DESCALÇO NO PARQUE”, de JORGE BEN (JOR) , canção pegajosa, “chicletesca”, gravada em 1964; e, aqui, em versão muito legal!
No entanto, contudo, todavia e porém, os seis neurônios do TIO SÉRGIO ( até outro dia eram apenas cinco ) identificaram, parearam e compararam com TAKE FIVE, do DAVE BRUBECK QUARTET, gravada em 1959.
Conclusão: Eu quero ser “CASTRATI” em ÓPERA BUFA, se não for a mesma música!
Vai lá, e confere!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 12/07/2025
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“INSÔNIAS: E O “OUTONO DE MINHA LOUCURA”! MEMÓRIAS DO PROCOL HARUM; GRATEFUL DEAD; JEFFERSON AIRPLANE. E A INSANIDADE CRIATIVA DOS PIXIES

“In the autumn of my madness, when my hair is turning gray”… canta GARY BROOKER, em uma das faixas de “SHINE ON BRIGHTLY”, 1968, obra maior do genial, subavaliado e irrepetível “PROCOL HARUM”!
Clássico do ROCK na transição entre o PSICODÉLICO e o PROGRESSIVO, é disco acessível para quase todo gosto musical.
É Lindo e triste; “BRITISH”. A construção das letras é sublime. Eles tinham letrista exclusivo, KEITH REID; sofisticadíssimo, em nível da música que o PROCOL HARUM fazia.
GARY BROOKER morreu. Assim, como FREDDIE MERCURY e JIM MORRISON, ele deixou uma cratera intransponível. Não haveria jeito de continuar o grupo. Certas perdas são definidoras e definitivas.
Quase sempre me vem à cabeça esta faixa quando a insônia recorrente assola, e desencadeia medos e paranoias. E ativa desconexões entre os fatos objetivos. Ela realça o lusco-fusco sonolento que tranca o raciocínio, e me faz sofrer antecipadamente por algo que, talvez, jamais ocorra. É parte do outono da minha vida – loucura? É possível. Eu estou envelhecendo….
Algum tempo atrás, eu li no Estadão que BILL KREUTZMANN, baterista e fundador do GRATEFUL DEAD, estava lançando livro de memórias. Detalhe: as que ficaram, sobreviventes do excesso de drogas, álcool, sexo e tudo o mais que mitificou os “1960”; da cultura hippie à contestação política e comportamental. BILL não se lembra dos CONCERTOS, das JAM-SESSIONS ininterruptas, verdadeiras “RAVES SEM D.Js”.
JERRY GARCIA, mito do ROCK, líder, guitarrista, e também fundador do GRATEFUL DEAD, morreu durante um processo de desintoxicação. Teve um infarto, aos 53 anos, em 1995. O estado “natural” dele sempre fora estar constantemente “nublado”. JERRY preferiu ser livre e se drogar indefinidamente. E o corpo definiu: “e finito!”
JERRY GARCIA não teve tempo de escutar o professor, filósofo e historiador, LEANDRO KARNAL que, recentemente ponderou: “é preciso ter cuidados nesse debate sobre a liberação das drogas. Porque todo viciado é um dependente”.
Mais claro, impossível.
O GRATEFUL DEAD é, certamente, a banda americana de ACID-ROCK, também conhecido como PSICODELIA, mais famosa de sua época. Porém, tornou-se empresa que produz, vende, administra, os RITOS que mantêm o MITO em movimento. Estão corretos. Quem não age assim, é explorado e morre.
O GRATEFUL DEAD começou como todos. Inspirados nos BEATLES, STONES e na turma do COUNTRY e do BLUES. O primeiro disco é bastante convencional. Mas, do segundo em diante, para usar a expressão da época, houve DESBUNDE total. Eles nunca mais REBUNDARAM!
O charme do GRATEFUL DEAD é a constante improvisação, principalmente nas gravações ao vivo. As performances lembram resquícios do FREE – JAZZ , na tentativa de expandir a música “ad-infinitum”. Mas percebe-se nitidamente alguma limitação técnica, e repetição nos desempenhos.
É a forma livre de ver e executar obras que mesclam BLUES, ROCK e algo de JAZZ; sempre e exalando um quê da COUNTRY MUSIC…. O GRATEFUL DEAD têm um extenso fã clube, que os idolatra acima de tudo: os DEADHEADS! Eita nominho!!!!
Entre os contemporâneos, eu prefiro o JEFFERSON AIRPLANE, também americano da Califórnia. Faz músicas mais enxutas; EXPERIMENTAL e MUSICAL na medida certa. O caras eram tão desviantes comportamental e filosoficamente quanto o DEAD. Ambos faziam ROCK com estilo e imediatamente identificável.
Deixei exemplos dessa turma “nublada” na foto…
Por causa da insônia, noite incerta acabei assistindo a show dos PIXIES, feito em 2006. É a diferença entre o pato e o sapato: avesso do avesso total do GRATEFUL DEAD, PROCOL HARUM, e os nublados PSICH/PROGS em geral.
PIXIES fazem ROCK, claro; mas de outra estirpe. Talvez seja a banda que mais bem definiu a expressão ROCK ALTERNATIVO. Brilharam entre 1987 e 1991; e influenciaram decisivamente a geração GRUNGE, e bandas como o NIRVANA (US) e todo o novo ROCK que decolou de lá, e resiste até hoje. Já estiveram por aqui, no HOSPÍCIO DO SUL, conhecido como BRASIL. E continuam por aí, impunes…
A música dos PIXIES é dura, curta, visceral, mas bem tocada. FRANK BLACK, o vocalista gorducho e gritalhão, é a improvável mistura de querubim e rebelde sem nenhuma, mas nenhuma causa mesmo! Ele vocifera frases desconectadas, que contam fragmentos de histórias, ou sensações de alguma vivência… FRANK é lenda no PUNK e no GRUNGE; KIM DEAL, a baixista, também é! e JOEY SANTIAGO, o guitarrista eficaz ajuda na gandaia non-sense generalizada.
Se BOB DYLAN “KNOCKS ON THE HEAVEN´S DOOR”; e LOU REED espreita os “WILD SIDES”- os portais do inferno urbano; FRANK BLACK et caterva, parecem saídos de um CURSO PARA TREINAR DRAGÕES: cospem fogo pra todo lado! O público, muito jovem, adora. A gritaria que surge de repente casa com o instrumental insinuante e nem sempre óbvio; são enérgicos, e “anarquicamente organizados”!
Fazem show legal para assistir! Mas, será que eu gosto daquilo? Tenho dúvidas… Em meio ao caos acabei pegando no sono; dormitei e acordei – como está óbvio! Mas a vida nem sempre é tão óbvia assim!
E ainda bem!
POSTAGEM ORIGINAL: 11/07/2022
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TEN YEARS AFTER – BOX SET – 1967/1974 – DERAM, CHRYSALIS RECORDS, E OUTROS COMPLEMENTOS.

A SAGA DE ALVIN LEE, LEO LYONS, CHIC CHURCHILL e RIC LEE nesta BANDA SEMINAL na HISTÓRIA DO ROCK!
Imagine-se na pessoa do guitarrista e cantor de BLUES americano, GEORGE THOROGOOD, quando compôs HAIR CUT? Talvez a música mais legal, em um dos melhores discos que gravou!
GEORGE descreve minuciosamente, com humor e ironia, em um “BLUES – ROCK” da pesada, como era ser cabeludo, meio revoltado, aluno medíocre, e a vida inteira correndo atrás de discos!
A família dele tinha algumas receitas para desentortar o pepino. Mas não adiantou… Ele canta a própria vitória no underground com talento e algo mais…
Vá na estante, pegue e coloque um disco de BRUCE SPRINGSTEEN para rolar. E fique sabendo de frase corrosiva e lapidar que THE BOSS disse pelaí: “Na minha casa havia duas “coisas” impopulares: eu e a minha guitarra…”
Agora, cruze o Atlântico e dê uma parada na IRLANDA. E tome ciência de que o pai de VAN MORRISON era colecionador de discos de JAZZ e BLUES – e sua mãe também gostava e cantava…
Depois, pegue voo até NOTTINGHAM, na INGLATERRA, onde nasceu ALVIN LEE. E descubra que SAM e DORIS LEE, o papai e a mamãe de ALVIN, tinham discoteca “HIP”, fabulosa e rara, de BLUES E JAZZ, inclusive originais em 78 RPM…
Certa noite, foram ao concerto de BIG BILL BROONZY, o histórico BLUES MAN americano, que excursionava por lá. Na saída, carregaram BIG BILL para a casa deles.
ALVIN LEE tinha doze anos, em 1957, e conta que os pais o retiraram da cama para apresenta-lo ao ídolo. E depois, DORIS, BILL e SAM passaram a noite tocando BLUES no violão e cantando…
Conclusão: o JAZZ e o BLUES já circulavam pela GRÃ BRETANHA antes da explosão do BRITISH BLUES, no meio dos “1960”. E alguns pais eram suficientemente abertos para ouvir, comprar discos, e até incentivar aquela geração revolucionária! Ou seja, não faltou motivação. E deu no que deu…
Cortando caminho, o TEN YEARS AFTER desde o embrião, em 1962, e daí em diante, é criação de dois jovens músicos determinados e trabalhadores: ALVIN LEE, guitarrista e cantor; e LEO LYONS, baixo – o mais insistente, empreendedor e resiliente dos dois. Foi LEO quem cavou os primeiros contratos, impulsionou o fazer.
Aguentaram o papo das namoradas e o clássico atemporal: “ou eu, ou a banda”, ecoado universo afora…; Eles resistiram por todo “o” sempre… Foram amigos e parceiros de negócios o tempo inteiro. A banda era deles.
Juntos, toparam comer o pão que Asmodeu fermentou. Estiveram como JAYBIRDS em HAMBURGO, em 1962, no STAR CLUB, o caminho “natural” dos ingleses do BEAT/R&B da época. Lá, ALVIN LEE e LEO LYONS desenvolveram habilidades para tocar em conjunto. O SET da banda durava horas e não dava para cantar o tempo inteiro. Eram dois craques em seus instrumentos; e são a base JAZZY/BLUESY do futuro grupo.
Quando retornaram à INGLATERRA, aos poucos armaram o TEN YEARS AFTER. Veio CHIC CHURCHILL, tecladista e pianista excelente; em nível de ALVIN E LEO. E acharam RIC LEE, o baterista ideal e sem frescuras, que sabia garantir o ritmo e o andamento para os três outros brilharem. Cozinha e sala completadas, botaram pra quebrar.
O quatro são fundamentais para esse grupo formidável destacar-se já em 1967!
E a sorte ajudou. A gravadora DERAM ficava na sobreloja, em cima do KLOOKS KLEEK, clube de JAZZ e BLUES de LONDRES, onde tocavam JOHN MAYALL, AYNSLEY DUNBAR, o TEN YEARS AFTER e muitos e muitos outros.
Fizeram teste. Os executivos não gostaram. Mas MIKE VERNON, histórico produtor, assistira ao show sensacional que o TEN YEARS AFTER fazia, insistiu na contratação; e produziu os três primeiros discos:
TEN YEARS AFTER, 1967, o primeiro, é basicamente o resumo do SET LIST que faziam ao vivo. O segundo, UNDEAD, 1968, gravado ao vivo no KLOOKS KLEEK, foi antecipado por causa do sucesso do primeiro disco na AMÉRICA. É show vibrante misturando ROCK, JAZZ e BLUES na medida ´precisa. Expõe a dimensão do que conseguiam fazer. Musicalmente, é o melhor AO VIVO que gravaram. Empolgante, irrestrito…
O terceiro álbum, STONEDHENGE, 1969, é mais PSICODÉLICO, EXPERIMENTAL, SOLTO, e revela o potencial da banda para outros caminhos. A turma que gosta de testar equipamentos de som precisa ouvir a primeira faixa, “GOING TO TRY”, e observar a técnica de gravação dos TRANSIENTES. É sensacional!
O primeiro disco do “T.Y.A” acabou nas mãos de BILL GRAHAN, o famoso empresário americano, dono de épicos locais de shows: “FILLMORE EAST e do FILLMORE WEST”, palcos de lendas do ROCK e “beyond”…, nas décadas de 1960 e 1970.
Por lá, tocaram o JEFFERSON AIRPLANE, HENDRIX, GRATEFUL DEAD, DOORS, MILES DAVIS, JANIS JOPLIN e os ALLMAN BROTHERS. É resumo pequeno. GRAHAN contratou o “T.Y.A” para uma série de shows, e foi sucesso retumbante!
A odisseia expandiu-se e se manteve até 1974, consolidando o TEN YEARS AFTER entre os grandes nomes da cena mundial do ROCK.
Em 1969, estiveram em WOODSTOCK. Chegaram e partiram de HELICÓPTERO. O show foi histórico; em minha opinião, o melhor do FESTIVAL. Porém, cheio de contratempos; houve chuva torrencial que atrasou o início por 8 horas, e os deixou sentados no BACKSTAGE esperando com pouca água potável e nenhuma comida …
Um pouco antes, haviam tocado no FESTIVAL DE NEWPORT, mais dedicado ao JAZZ, BLUES e FOLK. E, no dia anterior a WOODSTOCK, fizeram show com NINA SIMONE (uau!!!), onde tudo correu bem.
Entre 1969 e 1974, já estabelecidos como HARD ROCK BAND, gravaram mais três discos excelentes pela “DERAM”:
“SSSSSH…”,1968; “CRICKLEWOOD GREEN”, 1970; “WATT”, 1970. E mais quatro pela “CHRYSALIS”: o clássico “A SPACE IN TIME”, 1971; e “ROCK & ROLL MUSIC TO THE WORLD”, 1972. E fizeram o festejado, mas algo desleixado RECORDED LIVE, em 1973. O álbum final POSITIVE VIBRATIONS, foi lançado em 1974.
Banda integradíssima, o TEN YEARS AFTER atuava destacando a guitarra de LEE, o baixo de LEO e o órgão de CHIC. Em seus momentos JAZZY/BLUESY muitas vezes lembrava WES MONTGOMERY e JIMMY SMITH. Sempre FUNKY, mas com o retrogosto típico do BRITISH BLUES.
No ROCK, o baixo se destacava garantindo um HARD BLUES vibrante, tangenciando o PSICODÉLICO E O PROGRESSIVO.
ALVIN LEE, foi vendido pelo marketing como o “guitarrista mais rápido do mundo”. Mas nem sempre conjugava imaginação aos solos. Ele era notável, mesmo quando repetitivo. A sua “tabelinha” com LEO LYONS era eficaz e pesada. E a participação de CHURCHILL turbinava os dois. O resultado está entre os melhores da história do HARD ROCK.
Uma das marcas registradas da banda era iniciar mais lentamente, e acelerar no decorrer da música. Aproveitavam a competência que desenvolveram para tocar o BLUES e liga-lo ao ROCK. O que dava dinâmica e pique aos discos e shows.
Em vários discos que fizeram há faixas memoráveis como WORKING ON THE ROAD, LOVE LIKE A MAN, MY BABY LEFT ME, 50.000 MILES BENEATH MY BRAIN, ONE OF THESE DAYS, I’D LOVE TO CHANGE THE WORLD e claro, I’M GOING HOME – principalmente a versão em WOODSTOCK , antológica e definitiva!
A saga da banda pela AMÉRICA e o MUNDO, entre 1967 e 1974 foi sucesso notável de grana e público. Mas demolidora do ponto de vista físico para os quatro. Os shows eram quase diários, exigentes. LEO LYONS arrebentou as mãos e os dedos nas cordas do BAIXO, houve dias que chorava de dor, contou.
ALVIN LEE acabou-se psicologicamente, mesmo tendo comprado, em 1970, a mansão no campo, com piscina, quadra de tênis, estúdio, e outros quesitos, onde morou por muito tempo.
Muita grana e trabalho enlouquecedor em tempo curto demais os levou à exaustão. A banda rompeu, em 1974. Não conseguiram transitar para algo hoje normal entre os grandes: abrir tempo e espaço para cada um fazer o que quisesse; diminuir e controlar atividades, e assim manter o grupo.
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ALVIN LEE saiu, em 1974, para carreira solo. Estava rico e queria voltar a ser um artista “comum”. Era basicamente um cara tímido. Disseram suas ex-mulheres, que ele era um grande contador de histórias e muito bem humorado! Teve uma filha, JASMIN, que vive e trabalha em LONDRES.
ALVIN morreu em 6 de março de 2013, de problemas no coração, que sofria há muito tempo, e pouca gente sabia. Ele morava na ESPANHA, desde 1994, e continuava trabalhando.
CHIC CHURCHILL e RIC LEE mantiveram a banda viva. E LEO LYON mudou-se para NASHVILLE, USA.
Este BOX foi feito na REPÚBLICA TCHECA, e traz livreto e dez CDS. A qualidade sonora é adequada. Eu não percebi muita diferença em relação aos CDS originais.
Porém, poucas vezes vi trabalho gráfico tão horroroso e mal feito!
As capas são réplicas dos álbuns originais; só que não há capas duplas onde deveria haver. Os CDS não trazem os logos originais das gravadoras. Falha inadmissível.
O BOX tem arte é de quarta categoria, e sem qualquer imaginação. Inaceitavelmente pobre para a produção de uma banda tão importante!. A qualidade das fotos e da impressão ofende a banda, os fãs, e os consumidores! E tudo isso pelo preço revoltante de $65,00! Por isso, TIO SÉRGIO recomenda: Fujam desse BOX!!!
Mas, procurem os discos da banda. O três primeiros, lançados pela DERAM, receberam edições duplas e caprichadas. Eu as mantive. O ideal é aguardar reedições melhores. Porque o TEN YEARS AFTER é IMPRESCINDÍVEL!
POSTAGEM ORIGINAL: 09/07/2022
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VETERANOS DO R&B, DO BLUES E DO ROCK, E SEUS DISCÍPULOS

Essa postagem provavelmente atrairá também os mais jovens. Além de discos clássicos, históricos e colecionáveis, a maioria foi produzida nos últimos 40 anos ou menos, e os aproxima do presente. A qualidade técnica e artística é muito boa! Exemplos do melhor BLUES, SOUL e R&B mesclados com o ROCK!
Dia incerto, eu postei algo semelhante concentrado na geração do ROCK INGLÊS dos anos 1960, com seus ídolos e mestres AMERICANOS. Há histórias e discos variados mostrando isso. E, claro, não parou por aí, e nem ficou apenas no REINO UNIDO.
Então, dei busca sem muito empenho em outras correlações e colaborações. Se eu focar mais detidamente, acabo descobrindo outros discos na discoteca. Sem falar no que sei, mas ainda não tenho…
Vão aqui mergulhos que, vez por outra faço, e continuo sem me afogar. A não ser de prazer por conhecê-los e poder contar pra vocês. Preparar o texto foi uma delícia, porque temperado por nova audição de alguns discos que se perderam na coleção.
Então, de cima para baixo, à partir da esquerda:
1) CANNED HEAT & JOHN LEE HOOKER, foi lançado em 1971. Esta edição em CD traz coisas antes deixadas de fora. É a banda americana TOP e CULT, acompanhando um de seus ídolos e motivação para existir. “HOOKER ‘ HEAT” é lição sobre o estilo do velho mestre que inspirou quase todo mundo. Sim, todo mundo!
Alguns recordarão de SHOW dos ROLLING STONES, bem mais de 20 anos atrás, em que HOOKER era um dos convidados, junto com ERIC CLAPTON. O “Seo JOÃO LEE PUTA” tocou seus RIFS de maneira desordenada, mas emotivamente. Ao sair, foi cumprimentado por todos e principalmente KEITH RICHARDS. É um ícone como poucos.
2) ERIC BURDON & JIMMY WITHERSPOON , “BLACK AND WHITE”, 1971. disco raro e precioso. O nome do LONG PLAY original é GUILTY, e traz composições de BURDON e WITHERSPOON, JOHN MAYALL, e etc… Uma das faixas foi gravada na prisão de “ST QUENTIN” com a banda dos presidiários. Iconoclasta como ERIC BURDON sempre foi, em parceria com uma das grandes vozes do R&B. Imperdível!
3) CHAMPION JACK DUPREE & TONY S.McPHEE, ‘THE COMPLETE SESSION”, com o guitarrista dos ingleses GROUNDHOGS. Mais o piano, e voz de DUPREE. É da gravadora inglesa BLUE HORIZON, e saiu em 1967, no auge do BRITISH BLUES.
Os GROUNDHOGS também acompanharam JOHN LEE HOOKER e JIMMY REED em turnês por lá. Foi antes de criarem o próprio estilo de BLUES tendendo ao PSICODÉLICO, que os consagrou.
4) THE ANIMALS featuring SONNY BOY WILLIAMSON, 1963: Misto de empresário e bandido, GEORGIO GOMELSKY montou turnês pela Inglaterra para SONNY BOY. Contratou bandas locais. Em NEWCASTLE, foram os ANIMALS. Ensaiaram na raça uma só vez, e ficou tão vibrante, que gravaram parte de duas apresentações.
5) SONNY BOY WILLIAMSON & THE YARDBIRDS, 1965. GOMELSKI seguindo o esquema, agora gravando ao vivo no CROWDADDY CLUB, em LONDRES. Na guitarra, ERIC CLAPTON. O disco é referência básica do BRITISH BLUES.
6) SONNY TERRY, JOHNNY WINTER e WILLIE DIXON. “WHOOPPING”, 1984. Dizer o quê? Álbum clássico reunindo duas gerações de grandes do BLUES americano. Gravação da ALLIGATOR RECORDS, uma referência na década de 1980/1990.
7) B.B. KING “IN LONDON”, 1971. Gravado por uma das maiores concentração de craques por metro quadrado!
RINGO, PETER GREEN, ALEXIS KORNER, JIM PRICE, BOB KEYS, GARY WRIGHT, STEVE MARRIOT, e outros menos votados. É ter ou se arrepender!
😎 AVERAGE WHITE BAND & BEN E. KING – BENNY AND US, 1977. A sensacional banda britânica que fundia R&B+JAZZ+ROCK + adjacências; com mais de 15 LPS gravados, acompanhando um
grande SOUL MAN americano.
Show de balanço e estilo algo diferente do feitos pela ATLANTIC e outras grandes gravadoras americanas. É prenhe de originalidades, molho e gás! Garante qualquer festa.
9) STEVE CROPPER, POP STAPLES & ALBERT KING – JAMMED TOGETHER, 1988: Três estilistas da guitarra, em show de balanço e técnica. O som é da STAX RECORDS; em resumo, é imperdível. A produção é de ISAAC HAYES. Cabe em qualquer festa e discoteca.
10) GARY MOORE: COLD DAY IN HELL, EP de 1992, com trechos de famoso SHOW ao vivo da época. Tem versão “não superada” de STORMY MONDAY BLUES, com ALBERT KING na outra guitarra. Para BLUES ROCKERS e HARD ROCKERS não botarem defeito. Fiquei uivando na janela do apartamento!
11) MUDDY WATERS, JOHNNY WINTER e JAMES COTON – BREAKIN’N IT UP, BREAKIN’ IT DOWN. É a tour dos craques acima, gravada em 1977. Completa o time BOB MARGOLIN, guitarra, PINETOP PERKINS, piano, para ficar nos mais famosos.
BLUES como deve ser; e é.
12) JIMMY ROGERS ALL STAR. BLUES, BLUES, BLUES , 1999. Homenagem ao grande JIMMY. Estão aqui ERIC CLAPTON, LOWELL FULSON, JEFF HEALEY, MICK JAGGER, TAJ MAHAL, JIMMY PAGE, ROBERT PLANT, KEITH RICHARDS e STEPHEN STILLS.
Tá bom, né!?!?
13) B.B.KING & ERIC CLAPTON – RIDING WITH THE KING, 2000.
Bem, é ERIC CLAPTON E B.B.KING juntos. Um marco, talvez mais CULT do que original. Porém, obrigatório!
POSTAGEM ORIGINAL: 09/07/2023
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LENNIE DALE & BOSSA TRÊS – UM SHOW DE BOSSA –  ELENCO – 1963 – EDIÇÃO JAPONESA

Passei uns 20 anos tentando encontrar esse disco. Eu coleciono Bossa Nova e, aos poucos, venho reconstituindo o selo da gravadora Elenco. Pra mim, equivalente nacional à BLUE NOTE, ATLANTIC, VERVE, etc…
Muita coisa não existe disponível; e é possível que não seja relançada. Imagine lançar o CD de TOM JOBIM e VINÍCIUS DE MORAIS juntos! A turma que hoje toma conta dos espólios de ambos criaria empecilhos intransponíveis !!!???? O mesmo serve para outros importantes e já esquecidos.
Vocês conhecem o LENNIE DALE?
Era um dançarino e coreógrafo americano. Veio e ficou no Brasil; e trabalhou com Deus e mundo, em sua época. ELIS REGINA, por exemplo. A turma gostava muito dele.
LENNIE gravou 4 discos e só dois foram lançados em CDS. O BOSSA 3, que o acompanhou, era um trio com LUIZ CARLOS VINHAS, piano; TIÃO NETO, baixo acústico, e o histórico baterista EDISON MACHADO. Muito bom, é claro! Ah, DALE tentava cantar…
Pois bem, comprei o disco; não foi barato, mas encarei, ouvi e… LENNIE DALE mal falava português e não cantava bem.
O repertório é adequado. SAMBA, BOSSA, JAZZ e tudo o que ainda se espera de um clássico da época. Foi gravado ao vivo, é muito bem tocado, e o público ajuda. Mas, deixa a desejar… É compreensível.
Seja como for, eu o incorporei ao acervo com a devida honra e pompa. Se eu acho que vocês devem comprar? É só para os completistas. Há inclusive, edição inglesa em LP, que tentei trazer quando custava “leite de pato”. Sumiu no caminho…
Artisticamente falando, todos temos coisas melhores pra garimpar. E do ponto de vista histórico, é troféu de caça a ser conquistado.
Decidam!
POSTAGEM ORIGINAL: 09/07/2020
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PINK FLOYD – TRILHAS SONORAS  E TRANSIÇÕES – 1967/1972

Em 1972, talvez, eu fui pela primeira e única vez a um Salão do Automóvel. Meu interesse por máquinas é mínimo. Porém, havia um stand em que, de hora em hora, dançarinas apresentavam um balé guiado por trilha sonora instigante e de vanguarda para aqueles tempos.
Fiquei fascinado, quis saber o que era. Resposta: “PINK FLOYD”, PARTY SEQUENCE, DO LP “MORE”, de 1969. Assisti duas vezes! Ouçam e compreendam porquê o FLOYD é uma das bandas mais “visuais” do rock.
Há músicas deles que você “assiste” ouvindo. Exemplo? “SEE-SAW” , em a “A SAUCERFUL OF SECRETS, de 1968! E a suíte em “ATOM HEART MOTHER”, entre mais um montão discografia adentro. Foi essa constatação que fez cineastas perceberem o potencial para trilhas sonoras que a banda apresentava.
Eles sempre estiveram ligados a shows de luzes, e criaram talvez o primeiro sistema de som “surround” da história, mesmo que precário, e o usavam em concertos no início de carreira. Ajudou a forjar e ampliou o culto e a fama do grupo.
O PINK FLOYD é um tanto diferente de seus contemporâneos, principalmente os americanos. Criava música viajante “PARA FORA”. O tal “ROCK ESPACIAL”. Ouvi-los é participar de aventura visual, climática e, como seus pares e para quem gosta, “maconhante” – o que não é o meu caso.
O lado “SIDERAL” está no DNA da banda desde SYD BARRET.
Fizeram a trilha para um documentário, em 1967, chamado “TONITE, LET´S ALL MAKE LOVE IN LONDON”. A música “INTERESTELAR OVERDRIVE” está em várias cenas.
Criaram, também, para outro curta: “THE COMMITTÉ”; e haja “CAREFUL WITH THE AXES, EUGENE” , e outras invenções eletrônicas de “ROGER WATERS”. Todas essas, curiosamente não aparecem nem nos boxes de imersão total do que haviam gravado ou testado, e onde “tudo” foi lançado!
Mas, a primeira trilha de verdade, integrante da discografia da banda, foi para o filme “MORE”, de BARBET SCHROEDER, em 1969. Mais experimentações eletrônicas de WATERS; e também RICK WRIGHT definindo o clima “ONÍRICO-ESTELAR”; NICK MASON e sua competência percussiva pontuando climaticamente. E o estilo de tocar guitarra que definirá o futuro da banda, com DAVID GILMOUR, que aí fica mais explícito.
O PINK FLOYD, em 1969, entrou em sintonia com o quasi-HEAVY METAL. Afinal, já contemporâneos do SPOOKY TOOTH, do ZEPPELIN e do HUMBLE PIE. E todos tateavam o PROGRESSIVO, apontando para o HARD ROCK e o METAL, que dominaria o ROCK para sempre!
Através de “MORE”, MICHELANGELO ANTONIONI os contratou para musicar ZABRISKIE POINT, filme ícone da época, também em 1969.
O sucesso da experiência e o trabalhão que deu, geraram a ideia-base para “ATOM HEART MOTHER” e depois “MEDDLE”, discos de transição para o PINK FLOYD de sucesso extremo que conhecemos.
A obra final dessa fase, ‘OBSCURED BY CLOUDS” é, também, uma trilha sonora composta para “LA VALLÉE”, outro filme dirigido por SCHROEDER, já em 1972.
É curioso! O disco foi gravado na França, em estúdio comparativamente precário, e o som ficou…digamos próximo ao do ROCK DE GARAGEM!!!! Mas, foi o que os impulsionou para o estrelato nos EUA, e daí em frente para os mais de 250 milhões de discos vendidos!
Prestigiem os meninos desde os tempos remotos. Eles merecem…
POSTAGEM ORIGINAL 09/07/2020
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FRANK ZAPPA: DISCOS CLÁSSICOS, ORQUESTRAIS E INTERPRETADO POR OUTROS

COMPOSITOR, ARRANJADOR E MAESTRO DE SUA OBRA, FRANK ZAPPA NÃO É PARA TODO GOSTO.
ELE FEZ MÚSICA EXPERIMENTAL, LOUCA E ATÉ CEREBRAL DEMAIS PARA UM ESCRACHADO MILITANTE, COMO ELE!
FRANK FOI UM GÊNIO QUE TANGENCIOU O UNIVERSO MUSICAL. UM COMETA FORA DE ÓRBITA QUE ABALOU PARTITURAS E OS JEITOS DE FAZER MÚSICA. ELE COMEÇOU EM MEADOS DOS ANOS 1960, E INOVOU COM ORIGINALIDADE ATÉ A SUA MORTE NA DÉCADA 1990.
COMPARANDO LIVREMENTE, ZAPPA FOI UMA ESPÉCIE DE “DR. HOUSE”, O MEDICO DA FAMOSA SÉRIE DE TELEVISÃO: SEGURO DE SI, ICONOCLASTA, CONTRAVENTOR E INVENTOR CONTUMAZ.
DIAGNOSTICAVA E CONTRATAVA MÚSICOS DE JEITO INUSITADO. CONTA-SE DO GRANDE GUITARRISTA ADRIAN BELEW, QUE TOCOU ENTRE VÁRIOS COM DAVID BOWIE: ELE FEZ ENSAIOS E ARRASOU.
DEPOIS DE ESCUTÁ-LO, TESTÁ-LO, ZAPPA DEU O VEREDITO: ” CARA, GOSTEI DA TUA VOZ ” – E BELEW FOI CANTAR EM VEZ DE PRIORITARIAMENTE TOCAR GUITARRA…PEGADINHA MALDOSA…
FRANK ZAPPA TEVE FORMAÇÃO MUSICAL SÓLIDA. FOI ALUNO DE GRANDES COMPOSITORES CLÁSSICOS CONTEMPORÂNEOS, COMO EDGARD VARESE. COMPÔS E DEIXOU GRAVADAS OBRAS REGIDAS POR MAESTROS COMO LEONARD BERNSTEIN.
TODAS ÓTIMAS E PECULIARES!
MAS, ANTES DE TUDO, CRIOU UM TIPO HÍBRIDO DE MÚSICA SOFISTICADA E ICONOCLASTA, COM ALTERNÂNCIA DE RITMOS E ANDAMENTOS, QUE MISTURAVA ROCK, JAZZ, CLÁSSICO E MÚSICA EXPERIMENTAL DE VANGUARDA.
E TUDO JUNTO E AO MESMO TEMPO.
SEM FALAR DE SUAS LETRAS VERBORRÁGICAS, HILARIANTES; E MUITAS VEZES SEM SENTIDO, MESMO QUE PERFEITAMENTE INTEGRADAS AO CONCEITO DE SUAS COMPOSIÇÕES.
FRANK TEVE CARREIRA PRODUTIVA AO EXTREMO PARA TÃO POUCO TEMPO DE VIDA. DEIXOU MAIS DE 60 DISCOS GRAVADOS, ALÉM DE QUANTIDADE AINDA NÃO TOTALMENTE MAPEADA DE PARTITURAS, GRAVAÇÕES EXPERIMENTAIS, SHOW INÉDITOS, E ETC…ERA UM WORKHOLIC ATÍPICO.
ZAPPA ENQUANTO VIVEU ADMINISTROU SUA VIDA E PATRIMÔNIO DE MANEIRA EXEMPLAR. DESDE CEDO PERCEBEU OS PERIGOS DA INDÚSTRIA DA MÚSICA, QUE EXPLORA, USURPA, ROUBA E TRITURA SEUS PARTICIPANTES.
ELE TESTEMUNHOU E CONTOU SOBRE CENA CONSTRANGEDORA E REVOLTANTE ACONTECIDA COM O GENIAL MÚSICO, “DUKE ELLINGTON”: ZAPPA VIU O MAESTRO MENDIGANDO AO EMPRESÁRIO PARA CONSEGUIR GRANA E COMER UM SANDUÍCHE!!!
ISTO FOI NOS ANOS 1970, NO BACK STAGE DE UM SHOW EM QUE AMBOS PARTICIPARAM…
DEPOIS DA CENA, FRANK PROMETEU A SI MESMO QUE ISTO NÃO ACONTECERIA COM ELE!
TAL COMO O MAESTRO LEOPOLD STOKOWSKI; “DAVE CLARK – (FIVE)” LÍDER DA FAMOSA BANDA INGLESA DA DÉCADA DE 1960, QUE VENDEU MILHÕES DE DISCOS. E, DEPOIS, “ROBERT FRIPP”, CRIADOR DO KING CRIMSON, “FRANK ZAPPA” TOMOU CONTA DE SUA PRODUÇÃO, FOI DONO DE SEU NARIZ, E INSTRUMENTO DE SUA PRÓPRIA POLÍTICA ATÉ O FINAL DA VIDA.
ZAPPA MORREU JOVEM, DE CÂNCER NA PROSTATA. E SEU LEGADO MUSICAL É RELANÇADO, ESTUDADO E VISITADO CONSTANTEMENTE.
FOI UM GÊNIO DA MUSICA, E ADMINISTRADOR COMPETENTE DO PRÓPRIO DESTINO!
POSTAGEM ORIGINAL: 07/07/2020