Colecionadores de trilhas eu conheci alguns. O mais diversificado e compulsivo, eu acho, é o ERIC CRAUFORD, dono da ERIC DISCOS, aqui de São Paulo.
Pasmem! Uns 40 e tantos anos atrás, eu e meu amigo Silvio Dean, outro refinado cultor dos discos, fomos ao apartamento do ERIC, próximo à loja dele, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
E conhecemos sua incrível coleção de LONG PLAYS, principalmente a extensa, rara e “caçada” por todo o planeta COLEÇÃO de TRILHAS SONORAS. Havia alguns milhares!!!!! Hoje, nem consigo imaginar quantos…. É doideira magistral!
Considerem as dificuldades para erguer um patrimônio desse. É impossível saber quantos filmes de longa metragem foram produzidos ao longo da história, e até agora!!!! Fora outros vídeos, curtas metragem, trilhas para o teatro, novelas, séries de Tv, documentários, e vasto etc… não tabulável.
Talvez cinquenta por cento dos longas tenham TRILHAS SONORAS ORIGINAIS. As que foram lançadas em discos, ou disponibilizadas por outros meios são milhares. Pensem nos números que vocês quiserem. Pouco importa… Coleciona – las dá trabalho, e certamente prazer infindável!
Só para esquentar o papo, talvez o padroeiro na atividade de “compor profissionalmente” tenha sido VIVALDI. Diz a lenda, que ele fazia uma composição por dia, para educar os seus “alunos”. Fez mais de 1000…
Era um WORKHOLIC; e trabalhou a tal ponto que STRAVINSKY escreveu sobre o nosso querido padreco: “ele não compôs mil músicas; mas a mesma música 1000 vezes.” Julguem esta possível catilinária, mas sejam compassivos…
O fato é que não há criação musical mais realista, e avessa à hipocrisia, do que compor sob encomenda. Pensem nos caras e meninas que se dedicam a tal artesania. Dá um trabalhão doido! Tem prazo de entrega e nenhum glamour, se pensarmos no processo, e na implícita necessidade absoluta do produto refletir e se adequar ao filme sob a qual ela é inserida…
Dia desses, assisti meio entre o lusco-fusco mental e a sonolência da fria madrugada, a um filme brasileiro sobre jovens algo além da adolescência, e a caminho da maturidade. A ÚLTIMA FESTA é melhor do que eu suporia. Há trilha sonora simples, moderninha e adequada.
A trilha sem dúvidas reflete as características desejáveis para a profissão: técnica e imaginação, combinando magia e tecnologia para completar e materializar uma ilusão: o filme. Estou cada vez mais tentado a assistir a filmes, vídeos, essas coisas… Coisa de velho, talvez… Mas confesso: não tenho ânimo para tentar colecionar TRILHAS SONORAS.
No entanto, vez por outra compro alguma coisa correlata ao ROCK e ao JAZZ , ou a filmes da década de 1960. E aqui estão algumas delas. Vejam na foto.
Então, jovens ou joviais desbravadores, deem uma olhada nas telas. Ouçam mestres como ENIO MORICONNE, e outros modernos tipo ANGELO BADALLAMENTI. E sem falar na complementação óbvia, que são as trilhas acessórias, as músicas caçadas décadas afora recheando projetos… Aliás, formam o grosso do que postei…
Se tiverem coragem, há incontáveis milhares de discos soltos “pelaí”. TIO SÉRGIO deseja aos que tentarem saúde, sorte e demência controlada.
Vão precisar!
POSTAGEM ORIGINAL: 23/06/2023

