
ADÃO E EVA CHINESES


PRETINHAS E PRETÕES FAZENDO O MUNDO DANÇAR!
A MOTOWN foi criada em Primeiro de janeiro de 1959, pelo compositor e produtor BARRY GORDY Jr, que a dirigiu e fez crescer.
GORDY, foi empresário de tino e percepção de oportunidades como poucos!
Soube contratar artistas, convencê-los, explorar suas potencialidades, e fazer acontecer um tipo de RHYTHM´N’ BLUES peculiar, dançável, e de alto astral, ligado ao público jovem, seus interesses, paixões e dilemas.
BARRY GORDY acompanhou cada passo da BLACK MUSIC dos últimos 60 anos.
Descobriu tendências, e as adaptou ao estilo da gravadora. Fez modificações, e aceitou e aproveitou as modas que apareceram ao longo do tempo.
Foi do R&B à SOUL MUSIC; incentivou o surgimento do PSYCHEDELIC SOUL, impulsionou carreiras fantásticas e vitoriosas.
Depois, acompanhou a era DISCO, suas discotecagens, o uso dos “STANDARD PLAYS”, os discos de vinil com poucas músicas e formato de LP padrão. Até hoje, nas meses de som e pick ups dos D.Js…
O ponto alto artístico, e até existencial da gravadora, foi o lançamento, em 1971, de “WHAT´S GOING ON”, de MARVIN GAYE, um de seus mais reluzentes contratados.
O disco é um dos clássicos supremos da música popular. Uma sofisticada FUSION de R&B, JAZZ, BLUES, e algum etc… temperada por arranjos envolventes.
É, também, um marco da consciência negra e sua visão política, e um dos primeiros a considerar o papel da ecologia e suas consequências para o mundo.
A obra cresceu e vem aumentando seu prestígio seguidamente ao longo das décadas.
Muitos o consideram superior existencial e esteticamente ao SGT. PEPPERS, dos BEATLES. E o disco mais importante de todos os tempos.
Eu não concordo. E por motivos que não cabem aqui.
Este primeiro BOX colige 104 SINGLES clássicos, lançados pela MOTOWN entre 1959 e 1971, em doze anos de atividade!!! A metade são razoavelmente conhecidos. Foram gravados na sede original, em DETROIT.
A influência dos artistas da gravadora sobre o ROCK BEAT, os 1960 em diante, e não só ingleses, é enorme.
Então, vamos lá, contar um pouco sobre esta fase:
Os BEATLES de cara fizeram versão do primeiro sucesso da gravadora, “MONEY”, composto e gravado por BARRET STRONG, em 1959. Gravaram, também, “YOU´VE REALLY GOT HOLD ON ME”, sucesso com SMOKEY ROBINSON, em 1962; e lançaram versão de “PLEASE, MR.POSTMAN”, original gravado pelas MARVELETTES, em 1961.
DAVE CLARK FIVE teve sucesso mundial com “DO YOU LOVE ME”, original dos CONTOURS, em 1962; SPENCER DAVIS GROUP, com STEVIE WINWOOD, fez versão de “EVERY LITTLE BIT HURTS”, sucesso de BRENDA HOLLOWAY, em1964.
E houve o americano JOHNNY RIVERS com “BABY I NEED YOUR LOVING”, HIT dos FOUR TOPS, em 1964; e “THE TRACKS OF MY TEARS”, gravada por SMOKEY ROBINSON & MIRACLES, em 1965.
E ambas inesquecíveis também aqui, no BRASIL, nos bailinhos da minha geração.
Os mais novos devem lembrar da versão sensacional de “DANCING IN THE STREET”, gravada em dupla por MICK JAGGER e DAVID BOWIE, e lançado em STANDARD PLAY colecionável.
Pois, é; o original é de 1964, com MARTHA AND THE VANDELLAS, craques da MOTOWN!
Dá pra congestionar o FACEBOOK, somente citando versões. Fizeram o sucesso de muitos, e grana para alguns…
Então, vou citar parte do CAST da MOTOWN, na década de 1960: estão neste primeiro BOX, “HITSVILLE USA” volume 1, os sucessos em versão original de STEVIE WONDER, JACKSON FIVE, MICHAEL JACKSON, DIANA ROSS & THE SUPREMES, MARVIN GAYE, TEMPTATIONS, THE MIRACLES, ISLEY BROTHERS, GLADYS KNIGHT, THE FOUR TOPS, entre vários outros. Canções que tocam mundo afora ainda hoje…
Os músicos de estúdio da casa sempre estiveram entre os melhores da América. Nem vou citá-los, mas procurem saber.
Ouvir as orquestrações, os metais, e as espetaculares linhas de baixo e bateria na maioria das músicas, é de fazer levantar e voltar a faixa no LP ou no CD!
Há curiosidades sobre a gravadora. O último sucesso neste box é ” I JUST WANT TO CELEBRATE”, com RARE EARTH, em 1971. Espetacular e eclético grupo de R&B-SOUL-PSICODELIA, e o que mais se puder lembrar. Foi a primeira banda de brancos contratada pela gravadora.
Está aqui, também CHRIS CLARK, com “LOVE´S GONE BAD”, gravada em 1966. A moça namorava BERRY GORDY, na época.
O detalhe é que era uma LOIRAÇA PLATINADA, com voz de negra, e deixou a plateia de queixo caído, quando apareceu na televisão!
Há umsegundo BOX, com o mesmo nome, e a produção feita na nova sede, em LOS ANGELES, entre 1972 e 1992, que pega a era DISCO e outras variações das músicas dançáveis, dos CLUBES, etc… Será assunto de postagem futura.
PS: O compacto no meio do POST, é o resultado de um mês lavando louças para a minha mãe, em 1966. É dos poucos que ainda mantenho em minha coleção.
Vale até a última gota de espuma do detergente!!!

TUDO BEM. A JAGUATIRICA VAMP DA FOTO CHAMOU A ATENÇÃO DE MUITA GENTE. LOUISE PATRICIA NÃO É MUITO NOVA NO PEDAÇO – SE VOCÊ OLHAR BEM…
MAS, ELA TEM ALGUNS DIFERENCIAIS: SUA BANDA PREDILETA É O “KING CRIMSON”; A SEGUNDA É O “JETHRO TULL”. E, PARA NÃO DEIXAR DÚVIDAS, TEM APEGO EMOCIONAL E ARTÍSTICO A KATE BUSH!
BINGO!
ENTÃO, COMO “ARTICULAR” TAIS CONTEÚDOS, PAIXÕES E INFLUÊNCIAS?
NADA FÁCIL; E TAMBÉM NÃO DEU TÃO CERTO ASSIM. SEU GRUPO ANTERIOR , “HOUSE OF EDEN”, FEZ ALGUNS DISCOS ENTRE O “GUITAR ALTERNATIVO E O DREAM POP”; E NÃO ROLOU.
LOUISE FORTIFICOU-SE DE OUTRA FORMA, PORÉM, QUANDO SEU PRODUTOR, “STEPHEN CAREY”, SACOU VEREDA TRANSFORMADORA:
A MOÇA DEVERIA SEGUIR OS ENSINAMENTOS E TALENTOS DE KATE BUSH – MA NON TROPO…
AS VOZES DE AMBAS TÊM ALGUMA SEMELHANÇA.
JAKKO JAKSYK, DO “KING CRIMSON”, OUVIU A DEMO, E OFERECEU-SE PARA AJUDAR. TOCOU EM 6 FAIXAS DE “DEEP BLUE”, O CD ATUAL DA FELINA.
DEPOIS, NAS TRÊS NOITES DO KING CRIMSON, NO “ROYAL ALBERT HALL, LONDRES, EM 2019 , COLOCOU A MOÇA EM LUGAR DE HONRA; NA PLATEIA RESERVADA.
E, BINGO! OUTRA VEZ!!!
ELA ACABOU DIVIDINDO PAPO E VINHO COM IAN ANDERSON, QUE TOCOU FLAUTA EM DUAS FAIXAS DO DISCO.
E VEIO, TAMBÉM, DANNY THOMPSON, O CULT E HISTÓRICO BAIXISTA DO “PENTANGLE”, ENTRE TANTOS VÁRIOS OUTROS ARTISTAS. E A TRÍADE PERFEITA DO FOLK PROGRESSIVO CONSUMOU-SE.
A JAGUATIRICA É BOA CANTORA E PESSOA FIRME E ASSERTIVA. A CONJUNÇÃO ASTRAL – DE GRANDES ASTROS DO ROCK, POR SUPUESTO! – E MAIS AS IDEIAS BEM DESENVOLVIDAS, A COLOCARAM NA CURVA TAMBURELLO ENTRE “O ROCK ALTERNATIVO” E O “FOLK PROGRESSIVO”: LOUISIE PATRICIA TROUXE O “DREAM POP” AO UNIVERSO DE “KATE BUSH”. NADA MAL!
TIO SÉRGIO OUVIU E GOSTOU. BASTANTE! E A “RECORD COLLECTOR”, TAMBÉM.
VÁ LÁ E TENTE!


Na cidade de ORILLIA, em ONTÁRIO, CANADÁ, onde nasceu GORDON LIGHTFOOT, tem uma estátua de 4metros de altura em sua homenagem.
Ele é um cavalheiro algo tímido, e foi mulherengo atuante. Casou-se muito cedo, e meio na marra…Rebelou-se e revelou-se, digamos…
GORD é imenso em seu país. O único artista de lá que primeiro fez sucesso em sua terra natal, em vez de rebuscar o mundo!
A turma nasce lá, emigra para o HOSPÍCIO abaixo, se destaca, retorna e conquista seus conterrâneos…GORDON fez o contrário.
Pausa.
Em documentário mais ou menos recente, mostraram a cidade de K.D.LANG, ótima cantora daquela imensidão gelada. Na entrada, uma parede e a inscrição: K.D.LANG …. DYKE. É a expressão odiosa pela qual tratam as moças homo, bissexuais, etc.. no HOSPÍCIO DO NORTE e adjacências.
Há um vídeo espetacular, no YOUTUBE, de KATE cantando ao vivo HALLELUJAH, de outro heterodoxo daquelas paragens, LEONARD COHEN! Um encontro de sensibilidades que só os grandes conseguem expressar nas músicas de outros grandes.
K.D. LANG, mulher forte, assumida em seu destino, está descalça. Tem pés pequenos, delicados como a voz e a interpretação que ela sempre nos lega…
Alguma coisa errada não está certa… Existe um incômodo; algo não combina, realmente não orna nisso tudo…
Não é a orientação sexual da KATE, seu destino ou talvez escolha.
E sim a grosseria, a incompreensão sobre a pessoa de KATE. A simples agressão aos diferentes, sobre os quais têm nada a ver as pessoas de fora que os/as observam. É o preconceito puro falando, gritando.
Aliás, continua escandindo sua ira, cuspindo nas ruas, cidades, sociedades mundo afora, e recantos adentro…
YORKVILLE é um bairro sofisticado em TORONTO, frequentado por gente descolada, ou endinheirada, com luxuosos hotéis, comércios, bares, restaurantes, galerias de arte, etc.
Na década de 1960, era uma espécie de GREENWICH VILLAGE, com botecos, clubes, frequência e o usual boêmio eterno.
Foi por lá que iniciaram carreira, entre vários JONI MITCHELL, NEIL YOUNG, PETER, PAUL & MARY, o STEPPENWOLF; DAVID CLAYTON THOMAS antes do BLOOD SWEAT & TEARS; e DANNY DOHERTY, depois nos MAMAS & THE PAPAS.
E onde GORDON foi apresentado pela atuante dupla FOLK IAN e SYLVIA, e tornou-se amigo de farras e bebedeiras de RONNIE HAWKINS, cantor americano meio ROCKABILLY que emigrou para o CANADÁ.
Em TORONTO RONNIE contratou para acompanha-lo um grupo que tinha ROBBIE ROBERTSON, GARTH HUDSON, RICK DANKO, e RICHARD MANUEL, todos canadenses; e mais o americano LEVON HELM. Eles tocam nos álbuns de HAWKINS, aqui na foto.
Mais tarde, a “banda” foi transmutada na SEMINAL THE BAND! O batismo é porque eram músicos para “toda obra”; acompanhavam tudo e todos.
Este pessoal estava envolvido na FOLK MUSIC que atraiu artistas norte-americanos e canadenses, antes de “AFTER THE GOLD RUSH”. O disco marcante de NEIL YOUNG, na FUSION entre o FOLK/COUNTRY contemporâneo, gravado em 1971.
Uns tempos atrás, meu amigo Roberto Real enviou-me de presente pequeno BOX que necessita restauração, com alguns EPS da orquestra de GLEN MILLER. No meio, o SINGLE histórico do KINGSTON TRIO, onde está TOM DOOLEY, 1957, considerada por muitos a canção que deu impulso ao FOLK “tradicional moderno”. Em tudo pertinente a essa postagem.
Assim como este belíssimo “CLOUDS”,1969, criado por JONI MITCHEL. Artista canadense típica, solitária como seu país de origem, e profunda como a frieza das montanhas e florestas de lá. JONI, GORDON, ANNE MURRAY e PAUL ANKA são os únicos músicos canadenses que viraram estampas de selos. Uma honra, claro!
GORDON esteve uns cinco meses na INGLATERRA, em 1963, mas não foi afetado pelo BEAT e toda a revolução POP/EXISTENCIAL que por lá se esboçava.
Já no Canadá, explodiu em 1964/65 cantando e tocando em um bar chamado RIVERBOAT. Sucesso crescente, cachê idem; e de lá foi fazer temporadas no MASSEY HALL, teatro para 2200 pessoas, acústica espetacular, e a casa da SINFÔNICA DE TORONTO!
Ele ganhou seu primeiro prêmio com doze anos! Aos dez já cantava em casamentos e festas; e disse, brincando, que “chegou a faturar tanta grana informalmente”, que quase teve de declarar Imposto de Renda!
É a “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, de MAX WEBER, inculcada em garoto superdotado, esperto, e ultra talentoso!
Em 1965, GORD esteve no famoso FESTIVAL DE NEWPORT, meca da FOLK MUSIC TRADICIONAL, como cantor e compositor revelação do CANADÁ, e seu show foi muito bem.
Também naquela edição BOB DYLAN causou rebuliço famoso, e foi vaiado quando subiu ao palco acompanhado pela BUTTERFIELD BLUES BAND, em set totalmente elétrico, que entrou para a HISTÓRIA tanto pela transição para o FOLK ROCK, e a fase elétrica da obra de BOB, como pela total subversão do gênero!
GORDON LIGHTFOOT foi inspirado por “THE FREEWHEELIN´ BOB DYLAN,” 1963, disco onde está BLOWIN´IN THE WIND. E DYLAN disse que não conhece música de GORDON que não seja excelente. Citou várias… E que “FOR LOVING ME” é uma das músicas que gostaria de ter escrito!
E foi DYLAN quem o apresentou no “CANADIAN HALL OF FAME, em 1986. Sob enorme aplauso da plateia para ambos.
Mas, a relação entre os dois mistura certa mútua inveja com admiração profunda. Há fotos dele e GORDON tocando juntos em estúdio, ensaiando, criando. E DYLAN o considera um de seus cantores prediletos. Quem sabe o predileto.
A quantidade de artistas que gravaram LIGHTFOOT, hoje acervo com mais de 450 obras compostas, é extensa demais! Para citar poucos, ELVIS PRESLEY, BARBARA STREISAND, JERRY LEE LEWIS, JOHNNY CASH, FAIRPORT CONVENTION, OLIVIA NEWTON-JOHN, GENE CLARK, ERIC CLAPTON, GRATEFUL DEAD, JUDY COLLINS, e pasmem!! JANES ADDICTION!!!
Ele é um artesão das palavras; um “pintor” que expressa através de suas letras paisagens e cenas do imenso CANADÁ. Consegue transmitir o silêncio das vastas florestas geladas. A enorme desolação daquela beleza despovoada… Ele captou o íntimo e a essência do país em suas canções.
Um de seus grandes sucessos é “CANADIAN RAILROAD TRILOGY”, obra composta em 1967 para o centenário do país. Ganhou prêmios e loas. É belíssima, mesmo! E aproveitem e ouçam as magníficas SEVEN ISLAND SUITE, SHADOWS, CAREFREE HIGHWAY, para ficar em quase nada…
GORDON é, também, artífice da geografia interna de almas; do sobe e desce nas ladeiras dos sentimentos. Retrata momentos íntimos com detalhes e precisão poéticos, que fizeram JONI MITCHELL e incontáveis tornarem-se fãs, e gravarem suas composições.
Em 1970, ele assinou contrato de 1 milhão de dólares com a WARNER/REPRISE e internacionalizou-se. Era muita grana!
“IF YOU COULD READ MY MIND”, inspirada no final de um de seus casamentos, tem mais de cem versões gravadas por outros artistas!!! É canção lindíssima, letra e música; e a sua gravação é espetacular! Participaram JOHN SEBASTIAN, RY COODER e RANDY NEWMAN, craques da época.
GORDON LIGHTFOOT é considerado o MAIOR COMPOSITOR do CANADÁ. Estudou orquestração e teoria musical, na CALIFÓRNIA, quando tinha 18 anos. GORD sabe ler e escrever música.
E canta muito! É barítono de voz expressiva e belíssima. Ouvi-lo é prazer pleno. Não é um chato egocêntrico ensimesmado. É um grande intérprete!
GORD geralmente atua com grupos mais acústicos. Mas, soube renovar-se e tornar-se mais POP e ROCK, como os seus contemporâneos. Na sequência de sua obra percebe-se a influência de artistas como J.J.CALE e MARK KNOPFLER. É um passo em direção a, digamos, certos discípulos de DYLAN e dele mesmo. Claro?
Também progressivamente eletrificou os arranjos; sempre mantendo as características e estilo básicos. Chegou, como outros, a um tipo de fusão entre o FOLK / COUNTRY/ POP. É de bom gosto e atualizada. Curiosamente, bastante identificável com o CANADÁ…
Em 2002 ele sofreu um aneurisma e ficou 6 semanas em coma. Recuperou-se mas, quatro anos depois, teve um derrame. E até hoje é fumante inveterado. Encurtou sua trajetória.
LIGHTFOOT tem carreira vasta, mesmo gravando relativamente pouco. 23 álbuns, só. Até agora. Tem 5 GRAMMYS, discos de ouro e platina. Recebeu 16 prêmios JUNO AWARDS, e foi levado ao “SONGWRITERS HALL OF FAME”, do CANADÁ.
É DOUTOR HONORIS CAUSA EM DIREITO, e em MÚSICA também. Provavelmente por causa da habilidade com as palavras e a destreza em melodias e arranjos…
GORDON continua em atividade reduzida, desfrutando sua pequena fortuna de uns 30 milhões de dólares; e a casa belíssima em TORONTO, frutos de merecidos royalties de seu fantástico trabalho!
O excelente BOX -“SONGBOOK”, RHINO, 1999, continua em catálogo. Parece perene. São 4 CDS, bom livreto, e colige em 88 canções a sua obra, até 1998. Pega o que é significativo em quase tudo o que fez.
O texto é longo, porque GORDON LIGHTFOOT é imenso!
Procurem conhecê-lo.

E.C.M. significa EDITIONS OF CONTEMPORARY MUSIC. É uma gravadora fundada na Alemanha em 1972, por um músico chamado MANFRED EICHER, que se tornou um dos produtores mais originais, criativos, bem sucedidos e perfeitos da história da música.
Um feito imenso para o material e artistas que grava e promove: JAZZ não óbvio, VANGUARDAS complexas. CLÁSSICOS e ERUDITOS de foco amplo, alcance mais restrito, porém observados como obras de arte originais.
Curiosamente, MANFRED estabeleceu-se e opera da Noruega, em Oslo, de onde por um desses “não sei o quê” da vida elaborou uma sonoridade única, que perpassa por mais de 1500 discos, todos no mínimo bons ou interessantes; e muitos e muitos excelentes, ou até geniais.
Descolar o maior número desses discos inclassificáveis, é um dos projetos de vida que persigo. Tenho vários. Faltam muitos, mas muitos mesmo!
E qual é o segredo de EICHER, um dos caras que mais admiro, para não dizer que invejo descaradamente?
Em linhas gerais, MANFRED procura artistas mundo afora que tenham magia indefinível; um certo charme e sonoridade que ele trabalha, produz, refina, grava; e muitas vezes combina com outros músicos que, aparentemente, têm pouco a ver uns com os outros.
É só aparência. A tudo se pode combinar muito, quase tudo…
Exemplo típico e encontrável com certa facilidade no Brasil, é o CD “Mágico Carta de Amor”, de EGBERTO GISMONTI, com o saxofonista tcheco JAN GARBAREK e o baixista americano CHARLIE HADEN Gravado ao vivo em Munique, em 1981, é JAZZ sei lá o quê de excepcional beleza e qualidade.
O resultado dessas “coalisões/colisões” que ele promoveu às dezenas é, sempre, música peculiar, belíssima e “indefinivelmente identificável” com a sonoridade da gravadora. Todos os que gravam na E.C.M. produzem este som distinto, inigualável!
A gravadora, como eu disse, garimpa por este planeta afora.
Vejam aqui o CD do norueguês CHRISTIAN WALLUMRED & ENSEMBLE, lançado em 2009. Ele toca Piano, Harmonium, e Toy piano. Está acompanhado por trompete, violinos, viola, cello, harpa barroca, bateria e percussão.
Este CD, “FABULA SUITE LUGANO”, é para mim ERUDITO DE VANGUARDA. Mas, ele “seria” essencialmente um artista de JAZZ “pós tudo. Eu não durmo com um barulho ( som ) desses… E isto é a E.CM.
Na postagem temos três pianistas e respectivos grupos: BOBO STENSON, sueco; AYUMI TANAKA, ora, ora, adivinhem de onde? E MARILYN CRISPELL, americana. Todos refinados pelo bom gosto e competência de EICHER, e da gravadora. São discos totalmente diferentes entre si, e lançados respectivamente em 2009, 2023 e 2021. É esta capacidade para produzir diversidades relevantes que a mim encanta.
Garanto, todos valem a pena!
Há, também, além de americanos sofisticadíssimos, como os grupos OREGON, e ART ENSEMBLE OF CHICAGO, as gravações da maestrina e pianista CARLA BLEY.
Mas, na foto estão postados um box de 4 CDS do baterista PETER ERSKINE, formando trio com os excepcionais JOHN TAYLOR, pianista e PALLE DANIELSSON, baixista, coisas de 1993 a 1999.
E, também, do consagrado, superdotado, e conhecido guitarrista PAT METHENY, em “WATERCOLORS. É obra FUSION excepcional, de 1977, com LYLE MAYS, EBERHARD WEBER e DAN GOTTLIEB. O instrumento que cada um toca você procura saber por aí…
E o quinteto do baixista britânico DAVE HOLLAND, jazzista excelente. PRIME DIRECTIVE é de 1999, e o grupo, bem, mais uma vez, procure saber como é composto….
Para finalizar, uma obra complexa do guitarrista norueguês, digamos “MULTIFUSION”, TERJE RYPDAL. Ele é acompanhado em uma das obras pelo coral de vanguarda THE HILLIARD ENSEMBLE e a BRUCKNER ORCHESTER LINZ. E pela WROCLAW PHILARMONIC ORCHESTRA, na outra. São peças ‘CLÁSSICAS”, vá lá, ERUDITAS contemporâneas, de fascínio explícito!!!! O disco é 2013.
Tudo considerado, há nas fotos uma chuva de estrelas e meteoros imperdível!
Mas, TIO SÉRGIO, por que MÚSICA FRIA?
Talvez não seja a definição perfeita. Mas, para vocês aguçarem a percepção, imaginem o JAZZ LATINO de DIZZY GILESPIE, ou GONÇALO RUBALCABA, e GATO BARBIERI. E vá ao ROCK de CARLOS SANTANA, e mesmo à FUSÃO CUBANA do BUENA VISTA SOCIAL CLUB.
Convoquem ao encontro a BANDA MANTIQUEIRA, A ORKESTRA RUMPILEZZ, a BOSSA NOVA, ou a MPB contemporânea sofisticada. Tudo isto expressa MÚSICA QUENTE. Concorda?
Em oposição a isto você tem o JAZZ e a MÚSICA EUROPEIA DE VANGUARDA, em geral, obras experimentais e mais cerebrais. O termostato costuma baixar… audivelmente.
A ECM flerta com a sofisticação europeia, seja no JAZZ ou no CLÁSSICO. E até aposta em novos artistas de lugares menos badalados, como a Polônia, a Bulgária, e os países nórdicos em geral. Procura uma espécie de “FOLK-JAZZ-NEW AGE”, se é que isto existe…,
E a tudo mescla experimentação, música concreta, eletroacústica, ou/e digital. E temperado por beleza melódica e harmônica “amornada”, bem controlada e profundamente instigante.
Como disse o EGBERTO GISMONTI, em show antológico realizado em 1982, em SAMPA, em abertura para o guitarrista JOHN McLAUGHLIN & BANDA – outro gênio inclassificável:
“Boa Noite, pessoal! Vocês não vão se arrepender em terem vindo até aqui”!
Então, sentou-se ao piano… e eu estou viajando até agora!

JOHN ROBERT COCKER tinha talento natural, voz rouca e potente, diferenciada e personalíssima. Era cantor mais para o SOUL, o RHYTHM´N´BLUES e o FUNK. E menos para o BLUES.
Era um cantor emocional, derramado, mas não tão arrebatador como seus contemporâneos ERIC BURDON, VAN MORRISON e o menos conhecido, mas “terrivelmente perturbador”, TIM ROSE.
No festival de WOODSTOCK, em 1969, há pelo menos quatro performances espetaculares: TEN YEARS AFTER, com ALVIN LEE, o pai dos “atletas da guitarra”, em ” I´M GOING HOME’, aula de ROCK de quase dez minutos. Estava lá JIMI HENDRIX, se expondo ao mundo e, ao mesmo tempo, consolidando e transcendendo um novo jeito de tocar. E houve THE WHO, visceral, barulhento, sujo e arrepiante.
E, também JOE COCKER, expressivo e emoções explícitas à flor da epiderme, em performance eletrizante com “WITH A LITTLE HELP FORM MY FRIENDS” – canção dos BEATLES, de quem ele gravou algumas outras canções. Existe um BOX com 4 CDS onde tudo isso e mais ainda estão presentes.
COCKER teve carreira longa, quase 50 anos, mas irregular. A discografia é contínua, mas inconsistente. Fez 22 álbuns de estúdio, 9 ao vivo, deixou 14 compilações, e 68 SINGLES.
Em seu disco de estreia, ‘WITH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS”, 1969, juntou-se banda estelar, com JIMMY PAGE, na guitarra, e STEVIE WINWOOD, nos teclados, todos já famosos, e em ascensão.
JOE COCKER se apresentou no Brasil pela primeira vez, em 1972. Ele e banda tocaram em São Paulo, no ginásio da Portuguesa de Desportos. Mas, as críticas foram muito ruins. Na linguagem da época, “ele estava devagar, quase parando”.
Seus melhores discos são os três primeiros, entre 1969 e 1971, base de seu extenso, mas nem sempre convincente repertório.
O seu vibrante show ao vivo de 1991, “JOE COCKER LIVE”, lançado em disco com bastante sucesso, é bem produzido, cheio de balanço, e destaca o bom trabalho da banda.
Ali, COCKER repassou a carreira e os seus predicados, e talvez ainda seja a melhor sugestão para quem quiser conhecê-lo.
No decorrer do tempo, ele conseguiu alguns HITS, e manteve-se em atividade.
JOE COCKER era um grande cantor? Tenho minhas dúvidas. Mas, seja como for, era um intérprete inconfundível e se tornou um ícone.
Ele foi substituído, no estilo, pelo também britânico SEAL; mais jovem, moderno e ótimo cantor de SOUL e BLACK MUSIC em geral.
A obra de JOE COCKER ainda não foi posta à prova. Mas, com o tempo, ficará mais claro o quanto de seu talento natural foi realmente lapidado.
Curiosamente, mais de dez anos transcorreram desde a morte de JOE COCKER, e ainda não houve um projeto de relançamento mais amplos de sua discografia. Não há coletânea mais ampla, e nem um BOX para uma compreensão melhor do que ele deixou.
Não é bom sinal.
24 de dez de 2014 02:15

.
A dignidade começa no estar, no espaço e na correta ocupação dele. Depois vem o resto.
Mesmo tentando sair de São Paulo, esta cidade me fascina. E não me importa quando ela me trai. Eu adoro ser paulistano, luto por esta cidade, me interesso por tudo o que ela é e, frequentemente, a critico por achar o que a perfeição está o tempo todo rondando “Patópolis”, mas sempre deriva para outro lugar. (Qual lugar, eu não sei) !
Sou passeador bastante compulsivo. Andava e dirigia muito por São Paulo toda. É vício e necessidade profissional, pois quase sempre trabalhei e trabalho como imóveis. Então, arquitetura, construção, urbanismo e decoração em geral são assuntos que me interessam.
Vocês sabem onde fica a Rua Abstracionismo? E a rua Fauvismo? Ficam todas na Freguesia do Ó, num sub bairro chamado Vila Bancária, onde os vereadores “batizaram” diversas ruas com o nome de movimentos relacionados às artes plásticas. Quem mora lá mal sabe pronunciar corretamente o próprio endereço…
Agora, as ruas de nomes mais originais, românticos e criativos ficam no Sapopemba, numa “vila” chamada Jardim Paraguaçu. Lá estão as ruas Catedral Submersa, Noite de Maio, Sinfonias do Ocaso, Paracelsus, e Sonata Aurora. Eu sugiro visitar esses lugares, uma passeio incomum!
E vocês sabem o que têm essas ruas de São Paulo em comum? Estão localizadas em bairros pobre e são estreitas. Rua estreita limita a ampliação de serviços públicos, construção de prédios e comércio, atrai marginais e impede um desenvolvimento urbano mais harmônico. É preciso proibir loteamentos com ruas que não permitam outros equipamentos e outras construções de porte maior.
Qualquer rua precisa ter no mínimo 20 metros de largura, e que a Prefeitura e os empreendedores imobiliários se virem para conseguir isso. Quando a rua é estreita, a valorização do imóvel e a potencialidade para valorização caiem a zero. Quem compra precisa ter seu lar potencializado para futuros investimentos, se não está sendo roubado! Isso é justiça social e capitalismo produtivo. Se duvidarem passeiem pelo bairro da Aclimação e entendam porque deu certo.
Ah, vocês sabem onde ficam as Ruas Escorpião, Áries, Capricórnio e todo o zodíaco? Em Santo André, perto do Sesc. São Ruas largas, bem estruturadas e de classe média. Quem mora lá não reclama do que tem.
Acho pauta civilizatória, para São Paulo, e qualquer cidade, pensar uma proposta considerando o que escrevi. Espaço corretamente ocupado é questão de cidadania.
27 de dez de 2014 17:46
Ah, se ligaram, né! É por isso que, nas redações de jornais, revistas, etc…, a turma que faz as chamadas e os títulos tem o maior prestígio.
É difícil. Tem de ser incisivo, conciso, claro e definir o que vem no corpo da matéria em pouquíssimas palavras.
Mas, por que é que eu estou escrevendo isto?
Claro, sexo e dinheiro são os dois sobre os quais as pessoas mentem mais.
Tá, algum lógico ou epistemólogo diria que só podem ser humanos que comentam sobre isso, já que fofocas de zebras, orangotangos, lontras e capivaras até hoje não foram publicadas. Eu pelo menos nunca li…Então, C.Q.D, são homens e mulheres que falam. E, o “face” está prenhe disso.
Eu viajava por onde?
Ah, dois assuntos favoritos, de domínio público e cheios de “contabilidade criativa”: a grana e o sexo.
Bom, sexo é banal: todo o mundo faz, fez ou provavelmente fará. É assunto recorrente, onipresente e indelegável, mas que muita gente pensa que é sinônimo de libertação, autoafirmação, ou de guerra santa contra a sociedade opressora, machismos ancestrais, cerceamentos das mulheres que pretendem ter o domínio do próprio corpo e vontades, e variáveis conexas.
É, também, território de moralistas, reprimidos e repressores. Tá bom, talvez seja tudo isso. Pensando bem: é!
Todo o mundo frauda o Freud dizendo que o pobre austríaco teria dito que “tudo é sexo”. Mas, o que o maluco realmente quis dizer é que “o sexo está em tudo”.
Pois, é. E mesmo assim, permanece um ato biológico corriqueiro, e nas palavras um de personagem literário que eu não me recordo o nome, “a posição é ridícula, o prazer é transitório, mas consequências podem ser muito sérias”. Frase rascante e básica.
Mas, não importa, todo mundo gosta, quer, omite ou mente sobre isso. Eu, da minha parte confessaria que…ah, eu sou um cavalheiro e jamais confessaria nada, pô!
29 de dez de 2014 20:57
Pensam que eu desisti? Não, definitivamente,não, como sempre dizia meu inesquecível professor de sociologia,na FFLCH-USP, Luiz Pereira.
A questão é outra. Se as perguntas são colocadas com muita simplicidade, as respostas que se esperam é que sejam simples. A partir de um certo momento, a simplicidade impede que se aprofundem as discussões. Então, se você vem de fora e recoloca alguns problemas, espere ser contestado – quando não agredido – por suas opiniões dissonantes.
Mas, até aí, normal. O que chateia é o fato de que guetos e tribos não gostam de estranhos ou dos que questionem seus modos de viver. É autodefesa, mas também imunidade a uma doença contagiosa que se chama diversidade de opiniões.
Divergência é chato, nos retira do conforto, daquela eterna lição de casa que, mesmo sendo ministrada diariamente, mantém o ranço primevo do já conhecido.
Sabem aquele professor de quem sabemos bem como pensa; ou do colunista político que se auto-enfatiza, e constantemente previmos onde chegará?
Boa noite, ARNALDO JABOR, WLADIMIR SAFATLE, REINALDO AZEVEDO, MERVAL PEREIRA, e pensando bem, quase todos que escrevem…
Hoje, eu entrei no blogue “MULHER, VOCÊ É MACHISTA?”
Claro, recoloquei uma questão e recebi afagos e pedras – mais pedras que afagos! Eu escrevi que elas estavam sendo chatas, simplistas e repetitivas. E é verdade. Mesmo porque, blogue dedicado à militância feminista…
As duas estilingadas que recebi diziam, resumidamente, “que se eu não concordada, o que estava fazendo lá?” Respondi que estava perscrutando o mundo, tentando entender melhor um universo que tangencio, mas que não percebo imediatamente. E que é tão agressivo, como é para as mulheres em geral – compreensivelmente, claro!
Mandaram eu ir trabalhar, deixar de ser vagabundo e perder tempo com algo que não concordava…
E quem disse que eu não concordo com aquilo que elas reivindicam?
Tá, bom. Mas, trabalhar? Hoje, não.
Saí de banda para deixar a burrice tomar conta do palco…, e que o óbvio ululasse preenchendo a vontade da maioria dos concordantes, para que os guetos e tribos permanecessem com a pureza dos radicais e medianos.