INSÔNIA – 1 – DISCOGRAFIA PERTINENTE, ACHO…

MEGERA SILENCIOSA, TORTURADORA IMPÁVIDA, SINGRA CONFUSA NO MAREMOTO SURDO

DE MEU DESESPERO NESSE AFOGAR ETERNO,

PARA ACORDAR INCOMPLETO E VIVER AUSENTE,

NA CALMARIA ABÚLICA DE UM CORPO EXANGUE.


QUASE MORTE:

EXTENSA, PERENE, INCONCLUSA;

QUASE VIDA:

LENTA, DESATENTA, INERME;

O COTIDIANO INSONE EU PEREGRINO EXAUSTO

FEITO NAU SEM MÁQUINAS, UM TAXI PERDIDO,

NO MÓRBIDO ENTARDECER DE MAIS UM DIA ROUBADO;


MADRUGADAS, INCERTEZAS E OBSCUROS MEDOS

FRUSTRAÇÕES E REMORSOS DISTORCENDO IMAGENS,

AGENDA, PENSAMENTOS E AFAZERES TRÔPEGOS,

DESFILAM PROJETADOS NO INTERIOR DA MENTE,

NA TELA IMPERFEITA QUE A NOITE GUARDA.


ADAGA INVISÍVEL, FERRO IMPLACÁVEL

QUE VIOLA MEU CORPO E APAGA O ÂNIMO,

FLUXO IMPRECISO QUE DESCARRILHA O DIA,

CONSTRÓI NO VÁCUO QUE EM MIM HABITA

O ALAMBIQUE DE PESARES QUE DESTILO.


PARA TI, INSÔNIA,

MINHA ADEGA DE ÓDIOS EU ESCANCARO!

UTE LEMPER – THE PUNISHING KISS – DECCA 2000

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO observou em seu livro “O VERDE VIOLENTOU O MURO”, de 1984, que “NA ALEMANHA ATÉ PUNK É DISCIPLINADO”:

contou que viu em rua deserta um jovem PUNK esperar o semáforo abrir para atravessar “na faixa”…

Diz muito sobre o povo alemão, para o bem e para o mal, não é mesmo? E abre hipóteses para entender esse disco intrigante de UTE LEMPER, atriz e cantora alemã, que faz um…”TAKE A WALK ON THE WILD SIDE” das PAIXÕES UNDERGROUND do íntimo humano.

BERLIM é cidade tida como “afetivamente fria”, mas intensa, que expõe o sexo e suas implicações; relacionamentos casuais; desejos; prostituição sem pieguice; desalento e desamparo; falta de grana; e não arrependimentos reflexivos. É o existir com dores, portanto…

No repertório vem descrito em letras de autores excelentes e sofisticados; e compositores íntimos do UNDERGROUND CONTEMPORÂNEO.

Pinta um quadro DARK sem ilusões ou desesperos. Algo depressivo, mas COOL. Controlado e reprimido simultaneamente.

Coisa de alemão?

Do ponto de vista musical há direção estudada, produção firme, portanto obra coesa como se a pretensão fosse um álbum CONCEITUAL. E talvez seja. Há música de CABARÉ, TANGO, CHANSON FRANÇAISE… E POP ROCK, também.

Enquanto escuta, você viaja pela translúcida selva da marginália CULT. Há NICK CAVE, ELVIS COSTELLO, PHILLIP GLASS, DIVINE COMEDY, TOM WAITS, SCOTT WALKER E KURT WEILL.

Escolhidos e apresentados de forma a dar sentido ao quê, imagino, seja a essência da frieza proficiente e ativa dos alemães também para lidar com as emoções e desejos.

E, claro, sob o ponto de vista dos produtores e da cantora; mesmo porque também buscados em autores americanos, ingleses, etc… Onde há DARKS é instigante colher metáforas.

UTE LEMPER é competente sem ser brilhante. A maior parte da obra é feita por NEIL HANNON e o DIVINE COMEDY. No disco há música e uma orquestração de SCOTT WALKER, naquele estilo próprio de expressar maremotos e inundações; refluxos e desolação.

Amedrontador!

Você ouvirá, também, PHILLIP GLASS quase minimalista, e fazendo um POP ROCK com a sonoridade básica e o estilo transposto para as sinfonias compostas sobre a fase BERLIM de DAVID BOWIE. Mas, é adequado ao disco. E há muito, muito mais…

Eu recomendo; mas, questiono: será que gosto, mesmo, disso?

E você gostará?

Tente, porque é fascinante!
Original publicado em 31/01/2020

GEORGE RUSSELL – TEÓRICO DO JAZZ DE VANGUARDA

Pianista, arranjador e compositor americano, que se tornou teórico importante da vanguarda musical por ter criado, em 1953, um MÉTODO DE HARMONIA BASEADO EM JAZZ, em vez da música clássica europeia – como era o comum.

Sua teoria influenciou GIL EVANS, JOHN LEWIS e, principalmente, o JAZZ MODAL que MILES DAVIS desenvolveu em KIND OF BLUE.

Em meados dos 1960, o JAZZ se encontrava em um dilema: a forma tradicional vinha perdendo prestígio do público; e os músicos profissionais estavam ficando sem mercado de trabalho.

Foi quando o conceito de FUSION foi criado e incorporado à linguagem “jazzística”, admitindo uma certa aproximação com o POP.

Incontáveis músicos importantes, entre eles WES MONTGOMERY, JOHN COLTRANE e o próprio MILES enveredaram por esse caminho. Aliás, multifacetado e diferente de artista para artista. Há uma infinidade de discos obscuros, esquecidos nas discografias oficiais, que expõem a mudança.

Talvez fosse curioso montar uma coleção com esses discos. Mas é preciso investigar, buscar, estudar para se chegar a eles. Exigirá escavação meio às cegas. Mas, por que, não?

Os discos da foto são parte de um BOX que junta a produção para duas gravadoras: BLACK SAINT e SOUL NOTE. A música de GEORGE RUSSEL é um multimercado sonoro:

MISTURA MÚSICA ALEATÓRIA, MÚSICA ELETRÔNICA, EXPERIMENTAÇÃO COM VOZES, algo de ROCK PROGRESSIVO – por assim dizer…; E FREE JAZZ e JAZZ CONTEMPORÂNEO e MODERNO!

Muito louco, por supuesto!

Não são pastiches mal pensados. Há originalidade evidente. Seguindo a tendência dos músicos de JAZZ da época, RUSSELL migrou para a Europa. Foi para a ESCANDINÁVIA, em 1964, onde gravou e influenciou a turma que futuramente daria a base sonora da GRAVADORA E.C.M!

Há nos discos JAN GARBAREK, TERJE RYPDALL, JON CHRISTENSEN, entre vários, à época muito jovens, e aproveitados por causa do perfil vanguardista.

O BOX é muito diferenciado e, talvez, seja demais para muitos. Então se puderem escolher foquem em “ELECTRONIC SONATA FOR SOULS LOVED BY NATURE” e “TRIP TO PRILARGURI”, que expressam mais claramente o compositor e suas intenções.

É BOX para colecionadores de vanguardas, músicas incomuns e curiosidades competentes.

Encarem – se tiverem coragem….
PUBILIDAÇAO ORIGINAL 31/01/2019

BLUES-ROCK DA INGLATERRA E ADJACÊNCIAS 1960/1990

 

TIO SÉRGIO e suas buscas e predileções.

Hoje, os ingleses. Provavelmente os inventores do BLUES-ROCK. E de suas extensões para o HARD ROCK, HARD BLUES, PSICHEDELIC BLUES, e o que mais houver!

Tentei focar no BLUES/ROCK e fiquei envergonhado!!!!

Cadê o JOHN MAYALL, ALEXIS KORNER, CYRIL DAVIES e o FREE, TIO SÉRGIO?

Você acertou. Cadê? O gato comeu? ou “eu esqueceu”? ! “Eu esqueceu”.

Mas ligue não! Só do MAYALL tenho uns 60 discos ou mais; o FREE “eu tem tudo”. E não vou comentar do HUMBLE PIE, e vasto etc. esquecido…

Em compensação vou escrever pouco.

Peguei alguns mais RAROS e “BELICOSOS”, que não estão por aí com facilidade. Aliás, há dois óbvios que surgiram em minha frente e eu “pegou pra foto”: JEFF BECK e DEREK & THE DOMINOS – e CLAPTON, por supuesto!

Mas há esquecidos e escondidos; raros e caros; raros e preciosos; e talvez desvalidos e amotinados. E apenas uma garantia que TIO SÉRGIO “garante”: são todos discos legais, colecionáveis, cutucados um por um, e que me orgulho por tê-los prospectados, coletados, guardados e, vez por outra, exibidos para a turma.

As fotos são as que consegui tirar com a minha já festejada e relevada incompetência. Acho que é possível identificar disco a disco, mas vou contar ao menos sobre um ou uns:

THE BRITISH INVASION ALL-STARS, 1991, é um ônibus que pôs na estrada um amálgama com gente dos YARDBIRDS, PROCOL HARUM, CREATION, DOWNLINER SECT, NASHVILLE TEENS E PRETTY THINGS: um mexido cult com fragmentos de bandas legais dos 60’S fazendo BLUES e outros “HITS”. Para mim, imperdível!

CHRIS YOULDEN foi o vocalista da fase áurea do SAVOY BROWN. Legal, muito legal;

DIRTY BLUES BAND, 1968, revelou um quase famoso gaitista chamado ROD PIAZZA;

NIGHTS OF THE BLUES TABLE, 1992, é miscelânea ultra legal: os suspeitos de sempre e muitos quase imprescindíveis. Procure por aí;

PRETTY THINGS / YARDBIRDS BLUES BAND, bem vocês imaginam o que seja;

JOHN DUMMER BLUES BAND, raro e colecionável legal que poucos conhecem;

E um espetacular SINGLE de GARY MOORE, ao vivo com ALBERT KING, tocando “STORMY MONDAY BLUES”, um must imperdível de quase dez minutos! Lá por 1994!

Enfim, é para os “gostantes”. Ou seja, a maior parte de nós todos.

Prospectem e curtam!

Infinito est.
publicação original 31/01/2021

GENE É UM GÊNIO!

GRAM PARSONS morreu de OVERDOSE. Foi guitarrista ligado ao FOLK, e pioneiro do COUNTRY ROCK, com a banda FLYING BURRITO BROTHERS em meados dos anos 1960. Era muito próximo ao pessoal dos BYRDS e outros da CALIFÓRNIA.

GENE CLARK era cantor e compositor, foi vocalista dos BYRDS e singrou carreira cheia de altos e baixos. Ele brincava com a ideia da morte dizendo “I WENT LOOKING FOR GRAM PARSONS”.

Há e houve poucos músicos com tão pouca propensão ao estrelato quanto GENE. Era tímido, inseguro, falava pouco e tinha mais do que medo de voar. Simplesmente paúra!

Cantor de voz diferenciada que sabia compor. Bom letrista e melodista, tocava guitarra adequadamente, e harmonizava muito bem dentro dos grupos.

Seu primeiro momento como profissional foi no lendário grupo FOLK americano, “THE NEW CHRISTIAN MINSTRELS”, por volta de 1962. CLARK escondia-se no palco, não era notado, mesmo sendo eficiente.

Em 1964, encontrou-se com ROGER McGUINN e DAVID CROSBY, guitarristas e compositores, e os três criaram algo novo. Um tipo de FUSION entre o BEAT INGLÊS e o FOLK AMERICANO, que o trio gostava e conhecia. Foi o início do seminal THE BYRDS.

O single MR. TAMBOURINE MAN, composição de BOB DYLAN, foi lançado em abril de 1965, e simplesmente arrasou!

O arranjo das guitarras e a produção foi do lendário ENGENHEIRO DE SOM da COLUMBIA RECORDS, TOM WILSON, que revolucionou aqueles tempos quando adicionou guitarras e instrumentos elétricos ao FOLK TRADICIONAL.

Ele começou eletrificando LIKE A ROLLING STONE, hit histórico de DYLAN. Depois, seguiu com os BYRDS, e avançou entre diversas músicas, até a espetacular SOUNDS OF SILENCE, de SIMON & GARFUNKEL. Todas contemporâneas, históricas e seminais.

Detalhe saboroso: TOM WILSON era um negão, oooopss!!!, um PRETÃO, na exigência politicamente correta de hoje!!!!

Resumindo, o FOLK ROCK foi “criado sonoramente” por um NEGRO. Da mesma forma que a imensa maioria da SOUL MUSIC feita pela ATLANTIC RECORDS, também nos anos 1960, foi arranjada e executada por BRANCOS!

Mas, tio SÉRGIO, o que isto quer dizer?

Sei, lá! Apenas que talentos estão disseminados vida afora! E aleatoriamente. E que racismo além de crime é bobagem retumbante! Mas, que saber disso é instigante, ahhhh, isso é!!!!

Esta primeira fase dos BYRDS durou menos de dois anos. E GENE gravou com eles integralmente os LONG PLAYS “MR. TAMBOURINE MAN” e “TURN, TURN, TURN”, ambos em 1965. E colaborou um pouco nos dois álbuns seguintes.

CLARK saiu do grupo no início de 1966, porque era o principal compositor e ganhava mais do que os outros. Houve tensões e disputas, já que o falecido e genial CROSBY, e McGUINN também compunham. E muito bem, obrigado…

Mesmo assim, todos se cruzaram ao longo dos caminhos, e houve restaurações diversas da banda. A ruptura meio traumática revelou-se benéfica para todos. Ironias da vida…

Os BYRDS sem GENE seguiram mais na linha do ROCK PSICODÉLICO. E frutificaram em várias frentes.

E GENE CLARK prosseguiu na integração do FOLK ao ROCK, sem grandes experimentações, mas aprofundou o lado melódico e buscas nos sentido do COUNTRY. Foi errático o tempo todo, mas também desbravador. E, digo eu, genial!

Sempre se disse que os relativamente poucos discos que GENE CLARK gravou são, sempre, “no mínimo interessantes”. Mas, a carreira dele não andava por causa de suas limitações e temores pessoais.

Muitos argumentaram que pouco adiantava fazer discos brilhantes, se o artista não viajava para fazer a divulgação; além dos problemas recorrentes que ele tinha com as drogas.

Por isso, os discos fracassaram em vendas, mesmo tendo fãs ardorosos e fidelíssimos, entre os quais faço questão de me incluir.

Encontrar vinis ou CDS de GENE CLARK é uma quase aventura para os colecionadores. Discos como THIS BYRD HAS FLOWN, aqui postado, versão em CD do original FIREBYRD, demorou mais de 4 anos para ficar pronto. Idas e vindas, pouca grana, e tudo o que os contumazes “OUTSIDERS” pagam pela falta de assertividade.

O lado puramente artístico, no entanto, é uma delícia. Quando deixou os BYRDS, a COLUMBIA produziu seu primeiro LP, 1967: GENE CLARK & THE GOSDIN BROTHERS, aqui na versão em CD rebatizada por ECHOES. É disco lindo, na linha dos BYRDS originais, com a participação da nata dos músicos de estúdio da CALIFÓRNIA.

Em seguida, houve reviravolta quando CLARK juntou-se aos irmãos DILLARDS, em 1968/69, para mergulho no COUNTRY mais puro, legando dois discos amados pelos puristas.

Depois, CLARK saiu para outros projeto, à procura de destino incerto, ou projeto que suspeitava querer de seguir…

Voltou ao FOLK ROCK nos excelentes GENE CLARK (WHITE LIGHT) , 1971; ROADMASTER, 1972; NO OTHER 1974; e no raro e precioso TWO SIDES TO EVERY STORY, 1977 – belo disco nos dois lados do rio: o FOLK e o COUNTRY, muito mais bem trabalhados.

GENE fez, também, mais dois álbuns de relativo sucesso como McGUINN, CLARK & HILLMAN, no início dos 1980, em híbrido POP que ia do quase-REGGAE ao COUNTRY diluído. Para mim, sem grandes atrativos, mesmo que agradáveis…

Mas, um acaso o levou, em 1987, a seu disco mais vendido até hoje.

CARLA OLSON, cantora, guitarrista e compositora americana, quase famosa com sua banda PROTO-PUNK, os TEXTONES, foi meio na cara dura incitada a subir no palco onde GENE CLARK estava se apresentando.

Ela no princípio ficou meio sem jeito. Mas, foi.

GENE perguntou o nome dela e só. E a banda introduziu “I FEEL A WHOLE LOT BETTER”, clássico dos BYRDS.

A química foi imediata!

CARLA é uma loirinha baixinha, incendidária e memorável, com vozeirão COUNTRY-BLUESY.

Quem não a conhece precisa ficar sabendo! CARLA é, também, famosa por seu disco ao vivo com MICK TAYLOR, onde o “HARD” e o “SOUTHERN ROCK” se imbricam. Álbum sensacional e pesado, como os seus vários discos.

CARLA OLSON construiu e mantém carreira sólida. É pauleira brava! E nada fica a dever aos grandes do pedaço.

Ela e GENE CLARK gravaram o COUNTRY e influente “SO REBELIOUS A LOVER”, no final dos 1980, que levantou GENE e redirecionou a carreira dela.

Só como referência, os dois discos que GENE e CARLA gravaram juntos não ficam abaixo artisticamente, e influenciaram as incursões de ROBERT PLANT & ALLISON KRAUSS; e BILLY JOE ( do GREEN DAY ) & NORA JONES.

A gente escuta o eco de GENE CLARK em grupos como os COWBOYS JUNKIES.

Em maio de 1991, com vários problemas causados pelas drogas, e um câncer na garganta, GENE CLARK foi definitivamente em busca de GRAM PARSONS.

Eu e muitos ficamos consternados por sua vida sofrida, talvez curta, mas completa em si mesma.

É minha impressão que a História retomará a obra de GENE CLARK com mais vigor e zêlo.

Mas, enquanto isso, encontrem o álbum triplo, “COLLECTED”, postado no centro das fotos, que traz o melhor da produção dele, inclusive “demos recordings” e coisas inacabadas. Vale muito mais do que custa.

GENE CLARK é inigualável!
Publicação original em 2021

AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!

Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!

Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.

Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários…

Então fui dar um passeio pela discoteca e lembrei que sempre gostei – e muito! – de BLUES ROCK! Oh yes, crazy people! Nos 1960/1970, foi moda forte. Boa parte dos rockers que conheci e convivi curtiam e curtem esta inevitável fusão de estilos.

Os ídolos de meus ídolos eram basicamente gente do BLUES. E boa parte de quem foi jovem do final dos anos 1950 em diante, na Inglaterra principalmente, estava sintonizada em R&B, ROCK AND ROLL e BLUES.

Porém, a maioria dos cantores e músicos do BLUES ORIGINAL jamais aceitou que ERIC CLAPTON, STEVE MILLER, ALLMAN BROTHERS e a turma aqui postada, fizessem o autêntico BLUES. E prevaleceu – para o meu encanto e o de legião imensa – o BLUES ROCK, sua eletricidade e energia! Pensando mais além, é de fato um animado tipo de “ROCK DE VERDADE”, sim!

No Brasil quem curte um som mais pesado sempre gostou. Dos anos 1970 em diante, mais ou menos dividiu-se a plateia entre os que apreciavam o HARD ROCK, o PROGRESSIVO e o nascente HEAVY METAL.

Então, vamos à FUSÃO criativa em goles servidos “frascos” que tenho na discoteca:

PAUL BUTTERFIELD BLUES BAND é seminal. Aqui, o primeiro álbum gravado em 1965. Nas guitarras estão MIKE BLOOMENFIELD E ELVIN BISHOP. Está bom para começar?

Certamente!

E que tal ícones da guitarra como STEVIE RAY VAUGHAN, JOHNNY WINTER e ALLMAN BROTHERS BAND? Sim, com DUANE ALLMAN e DICKEY BETTS voando alto!!!

Há, também, ROY BUCHANAN, em show deslumbrante. O único pecado venial no disco é o vocalista sem inspiração, que não acompanha a performance da banda – espetacular!

E que tal LONNIE MACK, ídolo do próprio STEVIE RAY, com quem faz dupla arrasando nesse disco da cult ALLIGATOR RECORDS?

E, por que não a explêndida fusão JAZZ/BLUES/ROCK do GOV´T MULE? WARREN HAYNES, o guitarrista, foi quem substituiu DUANE ALLMAN nos A.B.B! Estão no mesmo nível…

Pulamos para a excelente BONNIE RAITT, quase pioneira entre as mulheres no BLUES contemporâneo; e instigante como sempre!

Vou passo à frente na estante, e dou de cara com a cult CARLA OLSON, que veio do PUNK, tem voz para arrasar quarteirões, e gravou disco de COUNTRY ROCK imperdível com GENE CLARK, ex – BYRDS; e aqui está ao vivo em parceria com MICK TAYLOR, ex- ROLLING STONES. Dois álbuns currículo avançado para quem quiser passar de ano em ROCK’N’ROLL!

Vamos relembrar BOB SEGER, de quem BRUCE SPRINGSTEEN aprendeu o que é ser um ROCKER AMERICANO autêntico, quer dizer algo “loser”…

SEGER fala com vigor das profundezas da alma nesse “BACK IN 72”, escandalosamente bem feito e acompanhado pela nata dos músicos de estúdios do sul dos EUA, A MUSCLE SHOALS BAND! É BLUES ROCK na veia!!!

E que tal mais dois veteranos craques, BARRY GOLDBERG & sua BLUES BAND trazendo CHARLIE MUSSELWHITE na harmônica, e HARVEY MANDEL na guitarra, em disco raro gravado em 1966?

Você conhece a SY KLOOPS BLUES BAND?

Mas TIO SÉRGIO, what porra it’s this?

É o velho STEVIE MILLER com pseudônimo, em disco de gente grande lançado em 94, com as participações de NEAL SCHON, estrela da guitarra, e o prestigiado NORTON BUFFALO, na harmônica.

Aproveitamos para cruzar no caminho com GEORGE THOROGOOD & THE DESTROYERS, em seu melhor e mais divertido disco: HAIR CUT, de 1993! Saímos de lá para encontrar o festeiro, rústico e alternativo THE RED DEVILS fazendo show em boteco de periferia, em1992!

Vamos pausar só um pouco, porque essas coisas nunca encerram, e apresentar um BLUES-ROCKER pra lá de CULT, que possivelmente muitos já ouviram alguma coisa por aí, mas sem conhecer: JOHN CAMPBELL, de cara demoníaca, voz fortíssima e slide-guitarrista exímio. Eu já escutei em várias coletâneas e lugares “DEVIL IN MY CLOSET”, pedrada BLUESY certeira.

Procurem a turma toda pelaí; porque é parte da essência do que escrevi hoje!
The ROCK goes on, forever!

INDEED!
Original 30/ 01/2021

Curtir

Comentar

Compartilhar

Comente…

Online

Sérgio de Moraes compartilhou uma lembrança.

  · 

Compartilhado com Público

Público

Há 3 anos

Veja suas lembranças

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!

Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!

Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.

Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários……

Ver mais

Nenhuma descrição de foto disponível.

Todas as reações:

3Sergio Luiz Simonetti, Carlos Carinha e 1 outra pessoa

Curtir

Comentar

Comente…

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

PULP FICTION, DE TARANTINO, É UM FILME SENSACIONAL!!!
PATÉTICO, HIPERBOLICO, , NON SENSE, ENGRAÇADO!

Todas as reações:

11Nelson Rocha Dos Santos, Gerson Périco e outras 9 pessoas

4 comentário

Curtir

Comentar

Compartilhar

Ver mais comentários

Online

Luiz Carlos Ribeiro

Obra prima !

  • 1 h
  • Curtir
  • Responder

Comente…

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

CHINA FORMA 400 MIL ENGENHEIROS POR ANO. ÍNDIA 300 MIL. BRASIL 30 MIL!!!

3 comentário

Curtir

Comentar

Compartilhar

Ribamar Filho

E desses 30 mil, pelo menos 29 mil são homens. A culpa está na pouca visibilidade que se dá para a matemática no 1° e 2°, e ainda a retirada de outras matérias de cálculo, e isso se reflete, na escolhas dos cursos de exatas, e na permanência, por isso,… 

Ver mais

  • 19 h
  • Curtir
  • Responder

Ribamar Filho respondeu

 ·

2 respostas

Comente…

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

RAY CHARLES – PURE GENIUS: ATLANTIC RECORDINGS 1952/1959

Há dúvidas sobre a importância musical e cultural do tio RAY? Claro que não!

RAY CHARLES ROBINSON foi um autêntico gênio. Cego, estudou em escola pública, como era o esperado, e assumiu o “BRAILE” com espontaneidade, entusiasmo mesmo! E aprendeu a ler, escrever, e interpretar textos.

Em oito anos de estudos leu e compreendeu MARK TWAIN, e outros clássicos. Estudou as sonatas de CHOPIN, e a BÍBLIA também. Ele gostava…

Ver mais

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto

Todas as reações:

15Fábio Góis, Gerson Périco e outras 13 pessoas

4 comentário

39 compartilhamentos

Curtir

Comentar

Compartilhar

Ver mais comentários

Cezar Galvão

Um dos orgulhos dos Yankees

  • 19 h
  • Haha
  • Responder
  • AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!
  • Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!
  • Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.
  • Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários…
  • Então fui dar um passeio pela discoteca e lembrei que sempre gostei – e muito! – de BLUES ROCK! Oh yes, crazy people! Nos 1960/1970, foi moda forte. Boa parte dos rockers que conheci e convivi curtiam e curtem esta inevitável fusão de estilos.
  • Os ídolos de meus ídolos eram basicamente gente do BLUES. E boa parte de quem foi jovem do final dos anos 1950 em diante, na Inglaterra principalmente, estava sintonizada em R&B, ROCK AND ROLL e BLUES.
  • Porém, a maioria dos cantores e músicos do BLUES ORIGINAL jamais aceitou que ERIC CLAPTON, STEVE MILLER, ALLMAN BROTHERS e a turma aqui postada, fizessem o autêntico BLUES. E prevaleceu – para o meu encanto e o de legião imensa – o BLUES ROCK, sua eletricidade e energia! Pensando mais além, é de fato um animado tipo de “ROCK DE VERDADE”, sim!
  • No Brasil quem curte um som mais pesado sempre gostou. Dos anos 1970 em diante, mais ou menos dividiu-se a plateia entre os que apreciavam o HARD ROCK, o PROGRESSIVO e o nascente HEAVY METAL.
  • Então, vamos à FUSÃO criativa em goles servidos “frascos” que tenho na discoteca:
  • PAUL BUTTERFIELD BLUES BAND é seminal. Aqui, o primeiro álbum gravado em 1965. Nas guitarras estão MIKE BLOOMENFIELD E ELVIN BISHOP. Está bom para começar?
  • Certamente!
  • E que tal ícones da guitarra como STEVIE RAY VAUGHAN, JOHNNY WINTER e ALLMAN BROTHERS BAND? Sim, com DUANE ALLMAN e DICKEY BETTS voando alto!!!
  • Há, também, ROY BUCHANAN, em show deslumbrante. O único pecado venial no disco é o vocalista sem inspiração, que não acompanha a performance da banda – espetacular!
  • E que tal LONNIE MACK, ídolo do próprio STEVIE RAY, com quem faz dupla arrasando nesse disco da cult ALLIGATOR RECORDS?
  • E, por que não a explêndida fusão JAZZ/BLUES/ROCK do GOV´T MULE? WARREN HAYNES, o guitarrista, foi quem substituiu DUANE ALLMAN nos A.B.B! Estão no mesmo nível…
  • Pulamos para a excelente BONNIE RAITT, quase pioneira entre as mulheres no BLUES contemporâneo; e instigante como sempre!
  • Vou passo à frente na estante, e dou de cara com a cult CARLA OLSON, que veio do PUNK, tem voz para arrasar quarteirões, e gravou disco de COUNTRY ROCK imperdível com GENE CLARK, ex – BYRDS; e aqui está ao vivo em parceria com MICK TAYLOR, ex- ROLLING STONES. Dois álbuns currículo avançado para quem quiser passar de ano em ROCK’N’ROLL!
  • Vamos relembrar BOB SEGER, de quem BRUCE SPRINGSTEEN aprendeu o que é ser um ROCKER AMERICANO autêntico, quer dizer algo “loser”…
  • SEGER fala com vigor das profundezas da alma nesse “BACK IN 72”, escandalosamente bem feito e acompanhado pela nata dos músicos de estúdios do sul dos EUA, A MUSCLE SHOALS BAND! É BLUES ROCK na veia!!!
  • E que tal mais dois veteranos craques, BARRY GOLDBERG & sua BLUES BAND trazendo CHARLIE MUSSELWHITE na harmônica, e HARVEY MANDEL na guitarra, em disco raro gravado em 1966?
  • Você conhece a SY KLOOPS BLUES BAND?
  • Mas TIO SÉRGIO, what porra it’s this?
  • É o velho STEVIE MILLER com pseudônimo, em disco de gente grande lançado em 94, com as participações de NEAL SCHON, estrela da guitarra, e o prestigiado NORTON BUFFALO, na harmônica.
  • Aproveitamos para cruzar no caminho com GEORGE THOROGOOD & THE DESTROYERS, em seu melhor e mais divertido disco: HAIR CUT, de 1993! Saímos de lá para encontrar o festeiro, rústico e alternativo THE RED DEVILS fazendo show em boteco de periferia, em1992!
  • Vamos pausar só um pouco, porque essas coisas nunca encerram, e apresentar um BLUES-ROCKER pra lá de CULT, que possivelmente muitos já ouviram alguma coisa por aí, mas sem conhecer: JOHN CAMPBELL, de cara demoníaca, voz fortíssima e slide-guitarrista exímio. Eu já escutei em várias coletâneas e lugares “DEVIL IN MY CLOSET”, pedrada BLUESY certeira.
  • Procurem a turma toda pelaí; porque é parte da essência do que escrevi hoje!
  • The ROCK goes on, forever!
  • INDEED!
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes compartilhou uma lembrança.
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • Há 3 anos
  • Veja suas lembranças
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!
  • Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!
  • Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.
  • Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários……
  • Ver mais
  • Todas as reações:
  • 3Sergio Luiz Simonetti, Carlos Carinha e 1 outra pessoa
  • Curtir
  • Comentar
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • PULP FICTION, DE TARANTINO, É UM FILME SENSACIONAL!!!
  • PATÉTICO, HIPERBOLICO, , NON SENSE, ENGRAÇADO!
  • Todas as reações:
  • 11Nelson Rocha Dos Santos, Gerson Périco e outras 9 pessoas
  • 4 comentário
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Ver mais comentários
  • Online
  • Luiz Carlos Ribeiro
  • Obra prima !
  • 1 h
  • Curtir
  • Responder
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • CHINA FORMA 400 MIL ENGENHEIROS POR ANO. ÍNDIA 300 MIL. BRASIL 30 MIL!!!
  • 3 comentário
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Ribamar Filho
  • E desses 30 mil, pelo menos 29 mil são homens. A culpa está na pouca visibilidade que se dá para a matemática no 1° e 2°, e ainda a retirada de outras matérias de cálculo, e isso se reflete, na escolhas dos cursos de exatas, e na permanência, por isso,… 
  • Ver mais
  • 19 h
  • Curtir
  • Responder
  • Ribamar Filho respondeu
  •  ·
  • 2 respostas
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • RAY CHARLES – PURE GENIUS: ATLANTIC RECORDINGS 1952/1959
  • Há dúvidas sobre a importância musical e cultural do tio RAY? Claro que não!
  • RAY CHARLES ROBINSON foi um autêntico gênio. Cego, estudou em escola pública, como era o esperado, e assumiu o “BRAILE” com espontaneidade, entusiasmo mesmo! E aprendeu a ler, escrever, e interpretar textos.
  • Em oito anos de estudos leu e compreendeu MARK TWAIN, e outros clássicos. Estudou as sonatas de CHOPIN, e a BÍBLIA também. Ele gostava…
  • Ver mais
  • Todas as reações:
  • 15Fábio Góis, Gerson Périco e outras 13 pessoas
  • 4 comentário
  • 39 compartilhamentos
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Ver mais comentários
  • Cezar Galvão
  • Um dos orgulhos dos Yankees
  • 19 h
  • Haha
  • Responder
  • Comente…

Comente…

RAY CHARLES – PURE GENIUS: ATLANTIC RECORDINGS 1952/1959

Há dúvidas sobre a importância musical e cultural do tio RAY? Claro que não!

RAY CHARLES ROBINSON foi um autêntico gênio. Cego, estudou em escola pública, como era o esperado, e assumiu o “BRAILE” com espontaneidade, entusiasmo mesmo! E aprendeu a ler, escrever, e interpretar textos.

Em oito anos de estudos leu e compreendeu MARK TWAIN, e outros clássicos. Estudou as sonatas de CHOPIN, e a BÍBLIA também. Ele gostava de dicionários, e os consultava.

RAY disse que aprendeu muita coisa na escola; e muita coisa fora dela, como gostar de DUKE ELLINGTON, ELLA FITZGERALD, e JO STTAFORD. Gostava de JAZZ, e de NAT KING COLE.

Sua carreira como artista foi cintilante.

Dizer o quê?

Atuou de 1949 a mais ou menos 2000. Foram 62 ÁLBUNS, 127 SINGLES e incontáveis coletâneas; há vídeos, também. E muitas participações de e com outros artistas. Era ativo e autoconfiante. Foi BANDLEADER competente.

Ele “é um estilista como cantor e pianista”, e tinha voz personalíssima, reconhecível em quaisquer latitudes da Terra.

RAY CHARLES gravou do R&B ao COUNTRY. Cruzou do ROCK ao JAZZ, voou pelo POP mais refinado; e fez sucesso em todas as fases!

Deixou seguidores mundo afora. De GARY BROOKER a STEVIE WINWOOD a GARY WRIGHT, eles todos tecladistas e cantores que emulam o Tio RAY. E muitos mais…Ah, quase esqueço STEVIE WONDER, discípulo dileto! E isto só pra ficar nos anos 1960/1970!

A miscelânea aqui postada, “INSPIRED BY GENIOUS OF”, tem gente de todo tipo. Vai de seus contemporâneos no ROCK and ROLL, EDDIE COCHRAN e JERRY LEE LEWIS; a grupos do BEAT INGLÊS, como ANIMALS e MANFRED MANN. Também cantoras de BLUES, JAZZ e R&B, como BONNIE RAITT, DIANNE REEVES e RUTH BROWN. E tem LOU RAWLS, JOE COCKER e STEVE MILLER…

E, claro, não faltou o maior de todos. PAUL McCARTNEY!

Se encontrar o CD, não titubeie. RAY CHARLES permeou a música contemporânea indelevelmente.

O BOX da foto é magnífico, estupendo; pega sua fase ATLANTIC, e foi lançado pela RHINO RECORDS, em 2005. Traz o fino do R&B em 164 músicas. Tem belo, ótimo e luxuoso livro explicativo com texto, fotos discografia. E, claro, 8 CDs com tudo, tudinho, o que RAY fez na gravadora.

O BOX em si é a reprodução de uma vitrolinha portátil, aquelas dos anos 1950, com um SINGLE do tio RAY no prato. UM MUST para colecionadores!

Coloquei pra ilustrar, mais 5 CDS originais, com capa e tudo, que também estão no repertório do BOX, mas fora dele.

Aqui, temos “apenas” a primeira fase de RAY. Estou à procura, se não custar o meu “TERCEIRO OLHO”, de sua fase mais conhecida, na GRAVADORA A.B.C. Tenho alguns discos, mas poucos….

É por lá que está um clássico estupendo e regravado ao limite, “I CAN´T STOP LOVING YOU” – simbiose inesquecível entre o R&B e a COUNTRY MUSIC, e que todo mundo conhece.

Falar de RAY CHARLES deixa qualquer um inibido. Ele foi maior do que consigo descrever ou elogiar. É reverenciar e curtir. Tempos não muito distantes, fizeram espécie de cinebiografia dele. Muito boa e adequando.

Quem não conhece o RAY CHARLES ROBINSON sequer passa em vestibular para o primeiro grau do POP e do ROCK!

Conosco e os deuses, RAY CHARLES!
ORIGINAL 29/01/2020

ORNETTE COLEMAN, FREE JAZZ, 1961, A MAIS RADICAL EXPERIÊNCIA DA MÚSICA POPULAR ATÉ AQUELA ÉPOCA!

Ontem, acordei com a macaca preta e fui dar uma repassada em alguns discos “relaxantes”. Comecei com MILES DAVIS em “KIND OF BLUE”, disco elegante, mas nervoso como todo o BE-BOP.

Depois, fui direto para o ORNETTE COLEMAN e a mais avassaladora experiência musical

até aqueles tempos, 1961!

Ainda seria?

É curioso; a música popular moderna havia chegado a seu ápice técnico e de bom gosto, com as grandes cantoras e cantores americanos fazendo os ciclos de compositores como GERSHWIN, COLE PORTER e diversos vários. E, quase ao mesmo tempo, o JAZZ instrumental vivia um refinamento estético brilhante; JOHN COLTRANE, MILES, DIZZY, CHARLIE PARKER e infinidade mais.

O interessante é que ao invés de expandir-se e repetir-se houve implosão: a DESCONSTRUÇÃO RADICAL da MELODIA, a SUBVERSÃO DA HARMONIA e RECONCEITUAÇÃO do RITMO.

Pareando, mas sem comparar, foi o equivalente à aparição de STOCKHAUSEN na música clássica moderna, após SCHOEMBERG e DEBUSSY.

Em poucas palavras, o advento do caos após revoluções quase radicais?

COLEMAN teve a ideia libertária e libertadora de propor a IMPROVISAÇÃO TOTAL. E foi além: juntou dois quartetos de formação igual com sax, trompete, baixo e bateria. Os músicos são todos de primeira linha e com recursos técnicos e formação para compreender a VANGUARDA DA ÉPOCA.

No estúdio havia dois gravadores registrando o que estava sendo feito. Combinaram alguns pontos pré-definidos onde todos tocavam ao mesmo tempo. E a”coisa (des) andou” por 38 minutos, em take único. E cada músico tocando no ANDAMENTO, RITMO ou MELODIA que quisesse. Radical mesmo!

Resultado: O caos?

Não!

O que resultou é obra com início, meio e fim. E simplesmente porque, depois de gravada, se consolida um produto que se mantém intacto para a eternidade; portanto lógico, autossuficiente e coeso em si mesmo.

“FREE JAZZ, A COLLECTIVE IMPROVISATION”… é obra revolucionária e libertária ao mesmo tempo. Mas, pronta e acabada para quem vier ouvi-la a qualquer tempo e época!!!!
Imprescindível.
Postagem original: 28/01/2018

RECICLO TUAS TRALHAS: ACEITO DISCOS DE VINIL OU CDS À MINHA ESCOLHA!

PRINCIPALMENTE AQUELAS PORCARIAS ANTIGAS FEITAS NOS ANOS 1950,1960 E 1970, E QUE O TEU PAI, TEU NAMORADO, TUA MÃE, E TIA ODIAVAM.

ACEITO, TAMBÉM, VELHARIAS EM 78 ROTAÇÕES, E MELHOR AINDA SE TIVEREM SIDO GRAVADAS POR GENTE ESTRANHA E POBRE.

SEI LÁ, TEM UM MONTE: ONDE JÁ SE VIU ALGUÉM CHAMAR “BIG JOE TURNER”, “LEADBELLY”, “SONNY BOY WILLIANSOM”, “ROBERT JOHNSON”, “B.B.KING”? É LIXO QUE TAMBÉM RECICLO.

SABE AQUELA COISA HORROROSA, JAZ, DE JAZER? OU SERÁ JAZZ? EU RETIRO E MANDO PRA RECICLAGEM. MÚSICA DE PEDRA (ROCK, ACHO) EU TAMBÉM TE LIVRO DO PROBLEMA. E SE FOREM AQUELES DISQUINHOS PEQUENOS, IMPRESTÁVEIS E QUE, PRA PIORAR, TÊM FOTO DO ARTISTA OU DA BANDA NA CAPA. SÃO BAGULHOS COMPACTOS, SINGLES, ESSA ESTROVENGA TODA. GENTE FEIA E CABELUDA EU DOU CABO PARA VOCÊ MAIS RÁPIDO AINDA. QUANDO EMPUNHAM UMA GUITARRA FICA MAIS FÁCIL AINDA!

E SE NO MONTURO HOUVER ALGUM PRETO OU PRETA, GENTE DE COMUNIDADE, SABE, COM NOME ESTRANHO DO TIPO “CARTOLA”, “MONARCO”, OU “WALTER ALFAIATE ( QUE APELIDO RIDÍCULO!!! ), INCLUSIVE AQUELE MONTE DE CARIOCAS E BAIANOS QUE SÓ JAPONÊS – SEI LÁ POR QUE? – GOSTA! EU TAMBÉM RETIRO E DEPOIS VEJO O QUE FAÇO.

MINHA MULHER DEIXOU EU CONSTRUIR UM DEPÓSITO PARA ESSAS COISAS EM NOSSO APARTAMENTO. DAQUI UNS TRINTA ANOS, DEPOIS DE TODO O CHORUME TER SIDO ESCORRIDO, TALVEZ EU DOE PRA ALGUM ESQUISITO E DESAVISADO.

PARA VOCÊ EU NÃO VOU COBRAR NADA. RETIRO DE GRAÇA.

QUALQUER COISA TRATAR COM O INTRATÁVEL AQUI. E NÃO CHAMEM ANTES OUTROS CARAS POR AÍ, TÁ?

OBRIGADO?

É; EU SOU OBRIGADO A TE LIVRAR DISSO. QUESTÃO DE SOLIDARIEDADE!