JEFF BECK: FLASHES DA CARREIRA DE UM GÊNIO!

-” NÃO PARA, NÃO!!! CONTINUA TOCANDO !!! TÁ MUITO BOM!!!!
– MAS, STEVIE, EU NÃO SOU BATERISTA!!!
– SEGUE, PÔ!!! O CACHÊ É POR MINHA CONTA…”

Certo dia em 1972, STEVIE WONDER entrou dançando no estúdio ELECTRIC LADYLAND, em NOVA YORK onde, meio em segredo, estava gravando para depois tentar fechar novo acordo financeiro com a MOTOWN RECORDS.
O disco tornou-se “TALKING BOOK”, o início da renovação vitoriosa de sua espetacular carreira!
Foi assim: JEFF BECK, um dos músicos que participava da sessão, adorava “brincar” na bateria quando ninguém estava olhando…
E WONDER o viu fazendo o RIFF de entrada do que viria a ser “SUPERSTITION”, um de seus clássicos!
Gravaram imediatamente a “DEMO”. A MOTOWN aprovou, e renovou o contrato de STEVIE WONDER por muito mais grana, além de garantir maior liberdade artística para ele criar…
A música foi cedida a JEFF BECK, como parte de pagamento da sessão. E o nosso herói comentou que, sem querer, tornou-se parceiro em um dos GRANDES RIFFS da História, tanto da bateria quanto do teclado desenvolvido por STEVIE WONDER!
Inesquecível!
O acaso é um grande realizador! E demolidor implacável, também! A sorte às vezes está lançada…
JEFF BECK começou a estudar piano aos quatro anos de idade. Um dia, arrancou tecla do instrumento…A mamãe BECK percebeu que o “instrumento” do garoto era outro…
Com 8 anos de idade, ele construiu uma guitarra para imitar seu ídolo, CLIFF GALLUP, o guitarrista de GENE VINCENT, figura central do histórico ROCK AND ROLL. Aliás, também um dos ídolos de JIMMY PAGE.
Os dois se conheceram porque a irmã de JIMMY estudava com JEFF. Um dia foi visita-la e, enquanto mamãe PAGE fazia um chá, os dois ficaram tocando…
Precoce desde sempre, e inventor de instrumentos e sonoridades, BECK foi se enturmando até ficar meio conhecido com os TRIDENTS, onde tocou por quase 2 anos, e aprendeu a tirar sons e a fazer “ruídos”… JEFF BECK sempre se interessou por tecnologia, experimentações e máquinas…
JIMMY PAGE lá por 1964/65 já faturava bem tocando em estúdios. E quando CLAPTON deixou os YARDBIRDS porque discordava da opção pelo POP ROCK, ele foi a primeira opção para substitui-lo…
Mas, não topou. E indicou BECK.
JEFF depois de um SHOW foi quase sequestrado por GIORGIO GOMELSKY, o “empresário” da banda que, bem ao estilo máfia russa da época, “o convenceu” que uma banda TOP precisava de um guitarrista, os dois foram ao MARKEE CLUB.
Eram os YARDBIRDS.
FOR YOUR LOVE, com CLAPTON na guitarra, havia ido muito bem, em 1965, e a maior parte do time queria seguir por ali…
Mas, BECK trouxe inovações no uso da guitarra, e foi muito além de GEORGE HARRISON, em “I FEEL FINE”, outro marco pouco reconhecido…
Suas ideias futuristas grudaram na performance da banda, e os SINGLES fabulosos em sua curta era, HEART FULL OF SOUL, OVER, UNDER, SIDEWAYS DOWN, YOU ARE BETTER MAN THAN I; e outras gravações seminais, algumas com PAGE na segunda guitarra, como HAPPENING TEN YEARS TIME AGO, revolucionaram e “liberaram” a guitarra no ROCK, em meados da década de 1960.
Quando entrou para os YARDBIRDS, JEFF BECK logo percebeu a diferença. O sucesso com a mulherada era total. A VAN da banda estava sempre com marcas de batom, telefones, endereços e os etcs… que compõe o sucesso entre as groupies e fãs.
BECK É PRIMEIRO SÍMBOLO DO NOVO JEITO DE TOCAR E FAZER AS GUITARRAS SOAREM. Certamente influenciou a sonoridade de CLAPTON no CREAM; que, por sua vez, influenciou JIMI HENDRIX…
E la nave va….

É interessante especular sobre as tendências artísticas de CLAPTON, PAGE E BECK. Claro, são todos interessados no BLUES e no ROCK; mas diferentes entre si.
CLAPTON era e permaneceu um BLUES MAN, mesmo também sendo excepcional no POP SOFISTICADO, que passou a desenvolver do início dos anos 1970, e até hoje.
No caminho, derivou um pouco para o REGGAE; depois foi paulatinamente na direção do POP JAZZ, e até com certo retrogosto de BOSSA NOVA.
Há um diferencial insuperável em favor de CLAPTON: Ele SABE CANTAR muito bem. E isto sempre fez toda a diferença!
JIMMY PAGE é um grande produtor, essencialmente de HARD ROCK, e com incursões no FOLK, audíveis em quaisquer discos do LED ZEPPELIN.
Por mais de uma década, teve a seu lado ROBERT PLANT, um dos grandes vocalistas de todos os tempos e eras, vantagem incontrastável para quem tem nenhum talento vocal, e todo talento para tocar guitarra, produzir …

JEFF BECK é um inventor de sonoridades e guitarrista incomparável. Mas, sempre foi limitado por não contar com talento para o vocal. Então, optou estudada, mas definitivamente pelo instrumental, trazendo vez por outra, alguém para cantar.
Desenvolver a carreira foi mais difícil para ele, que é o mais criativo de todos.
BECK extrapolou o BLUES ROCK em TRUTH, 1968; e BECK-OLA,1969, quando também reinou ROD STEWART, em disputa com o próprio BECK pela primazia na banda.
Tinha de acabar como terminou: cada um seguiu carreira solo vitoriosa.
Mas JEFF, em vez do BLUES, buscou seguidamente o RHYTHM´N´BLUES, onde explorou o estilo da MOTOWN; e passou pelo da STAX em discos como ROUGH AND READY, 1971; ou JEFF BECK, 1972 – este produzido STEVE CROPPER.
Ele aguardou mais de uma década para desaguar na DISCO e na DANCE MUSIC, com FLASH, 1985, disco produzido alternadamente por NILE RODGERS e ARTHUR BAKER.
Fez esses três excelentes álbuns de BLACK MUSIC, e com a marca indelével de seu criador.
JEFF BECK sempre soube a medida perfeita no uso dos experimentos e tecnologias de vanguarda. Adaptou-se à modernidade no decorrer dos tempos. E jamais perdeu o elo com a música bela, melodiosa e refinada, que “emprestou”, inclusive, para outros artistas.

Sua incursão no FUSION JAZZ foi posterior a outro inglês imenso, o guitarrista JOHN McLAUGHLIN, que inaugurou o estilo na banda de MILES DAVIS, com o seminal e definitivo “IN A SILENT WAY, lançado em 1969.
JEFF BECK, fez seu primeiro experimento na FUSION com RHAYNES PARK BLUES, rebatizada “MAX TUNE”, faixa de ROUGH AND READY, 1971. Está lá toda a conjugação guitarra / teclados que PAT METHENY e LYLE MAYS desenvolveram 8 anos após na gravadora ECM – que se especializou nessa FUSION CLIMÁTICA à europeia.
Depois, houve a experiência entre 1972 e 1973, com o “BECK, BOGERT & APPICE”, o POWER TRIO que mesclava /BLUES/R&B/HARD ROCK/ e algum PROG. E sempre exagerando na performance, mas com notórias deficiências nos vocais!
Aí foi a gota d’água.
Mesmo que os discos, principalmente o AO VIVO GRAVADO NO JAPÃO, tivessem atingido sucesso de vendas…
A conversão definitiva de BECK à FUSION consolidou-se em um de seus discos mais famosos: BLOW BY BLOW, produzido em 1975 por GEORGE MARTIN, ícone dos estúdios, e responsável pelos BEATLES e outros astros.
MARTIN trouxe a contenção exata para JEFF “performar”, daí em frente, em outros albuns.
É bom observar que os vídeos, SHOWS e discos ao vivo de JEFF BECK oscilam entre o excelente e o espetacular!
Há vários, expondo seu bom gosto e técnica refinada.
É minha opinião que JEFF BECK ultrapassou artisticamente JIMMY HENDRIX.
Seria? 

WILLIAN WAACK – O INJUSTIÇADO MELHOR JORNALISTA DO BRASIL!

Reproduzo aqui o texto do jornalista William Waack, publicado há algumas horas, na “Folha de SP”, sob o título “Eu não sou racista. Minha obra prova”. Ele foi demitido pela TV Globo e linchado pela turba ignara por sua INFELIZ piada racista. É justo que ele seja lido e relido. E que seu texto seja objeto de reflexão sobre os tempos de intolerância que vivemos. A.

Se os rapazes que roubaram a imagem da Globo e a vazaram na internet tivessem me abordado, naquela noite de 8 de novembro de 2016, eu teria dito a eles a mesma coisa que direi agora: “Aquilo foi uma piada — idiota, como disse meu amigo Gil Moura—, sem a menor intenção racista, dita em tom de brincadeira, num momento particular. Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão.”

Sim, existe racismo no Brasil, ao contrário do que alguns pretendem. Sim, em razão da cor da pele, pessoas sofrem discriminações, têm menos oportunidades, são maltratadas e têm de suportar humilhações e perseguições.

Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: “Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português.”

Não digo quais são meus amigos negros, pois não separo amigos segundo a cor da pele. Assim como não vou dizer quais são meus amigos judeus, ou católicos, ou muçulmanos. Igualmente não os distingo segundo a religião —ou pelo que dizem sobre política.

O episódio que me envolve é a expressão de um fenômeno mais abrangente. Em todo o mundo, na era da revolução digital, as empresas da chamada “mídia tradicional” são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais.

Estes se mobilizam para contestar o papel até então inquestionável dos grupos de comunicação: guardiães dos “fatos objetivos”, da “verdade dos fatos” (a expressão vem do termo em inglês “gatekeepers”). Na verdade, é a credibilidade desses guardiães que está sob crescente suspeita.

Entender esse fenômeno parece estar além da capacidade de empresas da dita “mídia tradicional”. Julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional, ignorando que obtêm o resultado inverso (o interesse comercial inerente a essa preocupação me parece legítimo).

Por falta de visão estratégica ou covardia, ou ambas, tornam-se reféns das redes mobilizadas, parte delas alinhada com o que “donos” de outras agendas políticas definem como “correto”.

Perversamente, acabam contribuindo para a consolidação da percepção de que atores importantes da “mídia tradicional” se tornaram perpetuadores da miséria e da ignorância no país, pois, assim, obteriam vantagens empresariais.

Abraçados a seu deplorável equívoco, esquecem ainda que a imensa maioria dos brasileiros está cansada do radicalismo obtuso e primitivo que hoje é característica inegável do ambiente virtual.

Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do linchamento —nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé— querem nos tirar.

Prostrar-se diante deles significa não só desperdiçar uma oportunidade de elevar o nível de educação política e do debate, mas, pior ainda, contribui para exacerbar o clima de intolerância e cerceamento às liberdades –nas palavras, a quem tanto agradeço, da ministra Cármen Lúcia, em aula na PUC de Belo Horizonte, ao se referir ao episódio.

Aproveito para agradecer o imenso apoio que recebi de muitas pessoas que, mesmo bravas com a piada que fiz, entenderam que disso apenas se tratava, não de uma manifestação racista.

Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento.

Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.

Termino com um saber consagrado: um homem se conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui.

WILLIAM WAACK, 65, é jornalista profissional desde os 17; trabalhou em algumas das principais redações do país e foi correspondente internacional por 21 anos na Europa e Estados Unidos

FELIX CAVALIERI – RASCALS – & SOLO YEARS

Os RASCALS entre 1965 e 1970 foram sucesso enorme! Venderam SINGLES e LPS aos montes, com o largo espectro de criatividade que desenvolveram.

Do BEAT à PSICODELIA, há sucessão de HITS de alta qualidade mesclando POP, R&B, SOUL, e até uma “chanson française”, a magnífica “HOW CAN I BE SURE”, 1968. Reinaram, e competiram com BEATLES e outros contemporâneos.

De repente, tudo mudou radicalmente. Em 1970, gravaram “SEARCH AND NEARNESS”, o último álbum para a ATLANTIC, um fracasso de vendas. Em seguida, saíram da banda EDDIE BRIGATI, cantor, e GENE CORNISH, guitarrista.

Muitos acham, eu inclusive, que o centro dos RASCALS sempre foi o cantor e organista FELIX CAVALIERI. A característica BLUE EYES SOUL era nitidamente marcada pela voz e jeito de cantar dele.

Certo dia, o magnífico OTIS REDDING estava gravando na ATLANTIC, em estúdio ao lado ao dos RASCALS. E foi lá conhecê-los. Simplesmente não acreditava que fossem brancos! São!

Mas em 1971 tudo mudou. FELIX e DINO DANELI, o baterista remanescente, levaram o nome RASCALS para a COLUMBIA RECORDS.

Fazia total sentido. A FUSION R&B – JAZZ – SOUL encaixava com o portfólio onde brilhavam o JAZZ ROCK do CHICAGO, BLOOD SWEAT & TEARS, MILES DAVIS, ELECTRIC FLAG e a fusão Latina de SANTANA.

Os RASCALS de “PEACEFUL WORLD”, 1971, e “ISLAND OF REAL”, 1972, são outra coisa. Muito mais sofisticados. O lado JAZZ/R&B foi acentuado. E time de craques, como HUBERT LAWS, ALICE COLTRANE, o guitarrista BUZZ FEITEN, DAVID SANBORN, RON CARTER e vários outros colaboraram.

São dois discos notáveis, e sem grande sucesso, mas prestígio entre os crítico. De certa forma, antecipam o veio a fazer o STEELY DAN. Acho que a turma da boa BLACK MUSIC e da FUSION vai; e gostar muito!

A saga dos RASCALS terminou aí.

Mas, FELIX CAVALIERI continuou. Pretendia fazer uma “ÓPERA ROCK”. Não conseguiu. Os tempos eram outros; iniciou carreira solo sem grande brilho, mas com discos bem conceituados.

Aqui, os dois primeiros, gravados para BEARSVILLE. FELIX CAVALIERI, 1974, produção esmerada de TODD RUNDGREN, mantém um certo hálito SOUL e a bela voz de FELIX. Porém, enfeites excessivos de produção, pouco peso nos baixos, e quase ausência de metais o tornaram datado. O baixo precisa pesar na música POP, principalmente no R&B…

O segundo álbum, DESTINY, 1975, é o retorno ao R&B, inclusive alguma “DISCO MUSIC”. E outra constelação de cobras voltou à cena, inclusive LESLIE WEST e LAURA NIRO. É mais ao estilo de FELIX, que gravou outros discos…

STEVE CROPPER estava procurando ideias, em 2008, para gravar mais um álbum. Alguém sugeriu FELIX como parceiro que, dizem, é um cara legal parar se conviver e trabalhar.

Também pra lá de adequado! Se BOOKER T. lançou CROPPER, guitarrista dos guitarristas, porque não fazer dupla com um tecladista e, ainda por cima, cantor de R&B reconhecido, bom de palco, contemporâneo a ele – e ainda em ótima forma?

Fizeram o excelente “NUDGE IT UP A NOTCH”, R&B de qualidade para ouvir, onde ambos dão show de competência. E bastante dançável, como recomenda a BLACK MUSIC.

Funcionou!

E lançaram MIDNIGHT FLYER, em 2010. Ambos discos notados por público e crítica. Excursionaram, fizeram shows e a vida seguiu.

FELIX CAVALIERI não conseguiu carreira e notoriedade como outros contemporâneos dele. Mas, é defensável que seja o criador do BLUE EYES SOUL. Estilo de HALL & OATES, MICK HUCKNALL e o SIMPLY RED, E ETC…variado. Ele Continua ativo, cantando bem e com a voz preservada.

Há disquinhos por aqui pra lá de recomendáveis, e muito colecionáveis. Tente!

DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA:

UMA INICIAÇÃO AO PATRIOTISMO FASCISTOIDE IDIOTIZANTE.

Não sou um patriota. Pelo menos no sentido em que o encerrado governo liderado por JANJO ( JAIR + ANJO ), agora autoexilado na DISNEYLÂNDIA, pregou incentivando incautos a segui-lo.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA a grande maioria dos habitantes desse planetinha desvirtuado, de alguma forma têm relação ou alguma identificação.

Mas, a inteligência dos significados fica nos detalhes. E aí MANÉS crédulos e “LOSERS” , a minoria dos votantes no TROGG, se extraviam dos conteúdos.

Vamos lá:

DEUS? QUAL DEUS?

O ALAH dos muçulmanos? As centenas de deuses do hinduísmo?

As concepções cristãs evangélicas? Católica? Ortodoxa?

Sem falar as diversas deidades africanas. E os budistas, xintoístas, e vasto etc? E outros inclassificáveis, aqui esquecidos porque minoritários planeta adentro?

Só de início já está claro que não se pode escolher um ídolo, ou signo, ou mesmo utilizar um putativo conceito para englobar a todos no BRASIL e, menos ainda estendê-lo ao mundo.

Então, sejam modestos e respeitosos. E RETIREM DEUS DA POLÍTICA!

PÁTRIA: todos têm, mas são diversas e com substâncias variadas e variáveis.

E, no BRASIL, temos um baita empecilho GEOPOLÍTICO: somos o maior país da América do Sul, o único que fala português, cercado por vizinhos diversos, a imensa maioria falando espanhol, com origens e interesses culturais comum entre eles, mas não necessariamente conosco.

São vizinhos, têm o próprio país e pátria, e não vão sair de lá… Têm de ser respeitados.

BARÃO do RIO BRANCO, o negociador e consolidador das fronteiras do BRASIL atual, com sua vasta sabedoria teve o descortino de inaugurar uma POLÍTICA EXTERNA que, por quase dois séculos, evitou de nos envolver em conflitos com nossos vizinhos.

O barão foi um enorme brasileiro!

Então, é lógico: se você incentiva o conceito de PATRIA por ESSA FORMA EXCLUDENTE COMO BOLSONARISTAS PREGAM, vamos ter problemas!

Aliás, tivemos problemas com outros países desde o início do BOZONATO. Quase todos da América do Sul, sem falar da Europa, China e até os EUA. Tidos se opõem e se opuseram à Política Externa do TROGG.

E isso não atende aos interesses do BRASIL, necessariamente vocacionado para integrar-se ao MUNDO, e não o contrário.

Resumindo, ficar vomitando xenofobia e supremacia do BRASIL é péssima ideia. UM FASCISMO RETARDATÁRIO REQUENTADO POR UM EXCLUÍDO PELO BOM SENSO…

FAMÍLIA: Ora, é concepção tão variada, hoje em dia, que é bom não coloca-la acima de tudo o mais.

Sem falar que amigos diversos podem ou não integra-la. E que não necessariamente seus membros de entendem…

E nem vou comentar sobre as variações possíveis, e que nem dão bola para a família tradicional…

Portanto, erigir uma bandeira em cima de PROPÓSITOS TÃO VOLÁTEIS, não pode ser boa ideia.

O que nos leva aos COMUNISTAS.

Na “METALINGUAGEM BOZOPOLÍTICO-EXISTENCIAL” quer dizer gente malvada, corrupta, ateia, ladra e usurpadora de propriedades. E que negaria o conceito de PÁTRIA…

Quer dizer, comunista seria internacionalista, e apátrida por definição.

Só que não!

Lembrem-se do STALINISMO, ultra “multipatriótico”, matando os que discordassem internamente. Ou dos chineses e norte- coreanos!!! Comunistas que cuidam exclusivamente de seus próprios interesses! E os cubanos? E sem lembrar o inefável e agressivo PUTIN, e sua neo-Rússia nacionalista…

Então, é bom entender que governos sociaisdemocratas, mais ou menos à esquerda; ou socialistas em graduações variadas não são comunistas.

É óbvio, mas a Bozolândia ( em inglês Bozoland…) não aceita isso…

Chamar LULA de comunista é fazer gente como o TIO SÉRGIO, aqui, rir a ponto de ser candidato à camisa de força…

Até já contei sobre a reação de amigos meus, quando uns trêfegos me chamaram de comunista: começaram a rir até chorar!

Eu sou tão comunista quanto o REINALDO AZEVEDO, o CARLOS ALBERTO SARDENBERG, o FERNANDO SCHULER e a ZEINA LATIFF.

E, como todos eles, sou a favor de uma sociedade plural, mais justa e aberta, que usa os instrumentos necessários para trazer a maioria da população para um país mais equânime e progressista.

Isso tudo é para dizer que JANJO BOLSONARO não é de direita. Mas, um ignorante reacionário com deficiência de formação, e que não tem a menor noção do que este país realmente precisa. Por isso, foi um péssimo presidente, e espero que seja adequadamente processado.

JANJO BOLSONARO É UM RETARDATÁRIO DO PIOR QUE HOUVE NAS IDEIAS DO GOLPE DE 1964.

Então, BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS, não seduz brasileiros verdadeiramente preocupados com o país. Porque PATRIOTISMO RUDIMENTAR, BOÇAL, IDIOTIZANTE, e que deve ser jogado no espaço que sobrou na ENORME LIXEIRA DA HISTÓRIA.

UMA INICIAÇÃO AO PATRIOTISMO FASCISTOIDE IDIOTIZANTE.

Não sou um patriota. Pelo menos no sentido em que o encerrado governo liderado por JANJO ( JAIR + ANJO ), agora autoexilado na DISNEYLÂNDIA, pregou incentivando incautos a segui-lo.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA a grande maioria dos habitantes desse planetinha desvirtuado, de alguma forma têm relação ou alguma identificação.

Mas, a inteligência dos significados fica nos detalhes. E aí MANÉS crédulos e “LOSERS” , a minoria dos votantes no TROGG, se extraviam dos conteúdos.

Vamos lá:

DEUS? QUAL DEUS?

O ALAH dos muçulmanos? As centenas de deuses do hinduísmo?

As concepções cristãs evangélicas? Católica? Ortodoxa?

Sem falar as diversas deidades africanas. E os budistas, xintoístas, e vasto etc? E outros inclassificáveis, aqui esquecidos porque minoritários planeta adentro?

Só de início já está claro que não se pode escolher um ídolo, ou signo, ou mesmo utilizar um putativo conceito para englobar a todos no BRASIL e, menos ainda estendê-lo ao mundo.

Então, sejam modestos e respeitosos. E RETIREM DEUS DA POLÍTICA!

PÁTRIA: todos têm, mas são diversas e com substâncias variadas e variáveis.

E, no BRASIL, temos um baita empecilho GEOPOLÍTICO: somos o maior país da América do Sul, o único que fala português, cercado por vizinhos diversos, a imensa maioria falando espanhol, com origens e interesses culturais comum entre eles, mas não necessariamente conosco.

São vizinhos, têm o próprio país e pátria, e não vão sair de lá… Têm de ser respeitados.

BARÃO do RIO BRANCO, o negociador e consolidador das fronteiras do BRASIL atual, com sua vasta sabedoria teve o descortino de inaugurar uma POLÍTICA EXTERNA que, por quase dois séculos, evitou de nos envolver em conflitos com nossos vizinhos.

O barão foi um enorme brasileiro!

Então, é lógico: se você incentiva o conceito de PATRIA por ESSA FORMA EXCLUDENTE COMO BOLSONARISTAS PREGAM, vamos ter problemas!

Aliás, tivemos problemas com outros países desde o início do BOZONATO. Quase todos da América do Sul, sem falar da Europa, China e até os EUA. Tidos se opõem e se opuseram à Política Externa do TROGG.

E isso não atende aos interesses do BRASIL, necessariamente vocacionado para integrar-se ao MUNDO, e não o contrário.

Resumindo, ficar vomitando xenofobia e supremacia do BRASIL é péssima ideia. UM FASCISMO RETARDATÁRIO REQUENTADO POR UM EXCLUÍDO PELO BOM SENSO…

FAMÍLIA: Ora, é concepção tão variada, hoje em dia, que é bom não coloca-la acima de tudo o mais.

Sem falar que amigos diversos podem ou não integra-la. E que não necessariamente seus membros de entendem…

E nem vou comentar sobre as variações possíveis, e que nem dão bola para a família tradicional…

Portanto, erigir uma bandeira em cima de PROPÓSITOS TÃO VOLÁTEIS, não pode ser boa ideia.

O que nos leva aos COMUNISTAS.

Na “METALINGUAGEM BOZOPOLÍTICO-EXISTENCIAL” quer dizer gente malvada, corrupta, ateia, ladra e usurpadora de propriedades. E que negaria o conceito de PÁTRIA…

Quer dizer, comunista seria internacionalista, e apátrida por definição.

Só que não!

Lembrem-se do STALINISMO, ultra “multipatriótico”, matando os que discordassem internamente. Ou dos chineses e norte- coreanos!!! Comunistas que cuidam exclusivamente de seus próprios interesses! E os cubanos? E sem lembrar o inefável e agressivo PUTIN, e sua neo-Rússia nacionalista…

Então, é bom entender que governos sociaisdemocratas, mais ou menos à esquerda; ou socialistas em graduações variadas não são comunistas.

É óbvio, mas a Bozolândia ( em inglês Bozoland…) não aceita isso…

Chamar LULA de comunista é fazer gente como o TIO SÉRGIO, aqui, rir a ponto de ser candidato à camisa de força…

Até já contei sobre a reação de amigos meus, quando uns trêfegos me chamaram de comunista: começaram a rir até chorar!

Eu sou tão comunista quanto o REINALDO AZEVEDO, o CARLOS ALBERTO SARDENBERG, o FERNANDO SCHULER e a ZEINA LATIFF.

E, como todos eles, sou a favor de uma sociedade plural, mais justa e aberta, que usa os instrumentos necessários para trazer a maioria da população para um país mais equânime e progressista.

Isso tudo é para dizer que JANJO BOLSONARO não é de direita. Mas, um ignorante reacionário com deficiência de formação, e que não tem a menor noção do que este país realmente precisa. Por isso, foi um péssimo presidente, e espero que seja adequadamente processado.

JANJO BOLSONARO É UM RETARDATÁRIO DO PIOR QUE HOUVE NAS IDEIAS DO GOLPE DE 1964.

Então, BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS, não seduz brasileiros verdadeiramente preocupados com o país. Porque PATRIOTISMO RUDIMENTAR, BOÇAL, IDIOTIZANTE, e que deve ser jogado no espaço que sobrou na ENORME LIXEIRA DA HISTÓRIA.

RUA OLHO D’AGUA DO BORGES – CONHECE?

 

Várias vezes recebemos um jovem casal de amigos, PAULO e MICHELLE, meninos ótimos – literalmente. Trabalhadores, esforçados e muito simpáticos e afetivos.

Pois, bem: eles moravam em CANGAÍBA, num bairro chamado VILA SILVIA, que você acessa pela Avenida Assis Ribeiro, a caminho do extremo leste da cidade.

É um lugar alto, com vistas para o PARQUE do TIETÊ, ruas adequadas e asfaltadas; algumas bem largas, cheias de casas e condomínios de classe média e média baixa. Um desses lugares que melhoraram demais nos últimos 35 anos, graças a investimentos sociais, e gradativa e progressiva implantação da infra-estrutura urbans e transportes.

Pois, bem: junto à rua onde moram, a Prefeitura há uns dois anos preparou um terreno enorme para implantar casas dos programas sociais.

Tudo muito justo e adequado, cadastrou futuros moradores, e começou a fazer o que se espera dos poderes públicos.

Aí, veio um desses movimentos por moradia, liderado por pseudo-filósofo, na verdade um necrófilo social, e invadiu tudo, implantou uma favela xexelenta, com a criançada vagando pelas ruas sem qualquer orientação ou cuidado dos pais.

O que era muito bom, começou a se degradar, a insegurança aumentou e tudo o mais. A ordem feita pela Prefeitura para dar aos pobres moradia foi totalmente rompida por usurpadores criando um baita câncer social onde já havia melhoras óbvias.

Eu pergunto: o que se faz com quem lidera isso? Que medidas contra estão sendo tomadas para que futuros moradores e seus vizinhos tenham o que é seus por direito, legalmente garantido e com perspectivas de valorização?

Assim não é possível. Nem o Pato Demêncio – o adequado prefeito FERNANDO HADDAD – e nem o Quelônio Alckmin conseguiam governar daquele jeito.

Que tal uma CPI desses movimentos cancerígenos que destroem as cidades e impedem uma governança mais justa? Que tal o judiciário mandar desocupar no ato, e não importam as consequências? Que tal entendermos de uma vez por todas que ordem também faz parte da democracia.

Pois, hoje, 2023, meus amigos já não moram lá. Mas, o local e seu entorno permanece em deterioração e desvalorização contínuas, fraudando expectativas e direitos humanos óbvios.

É por essas e outras que não votei e jamais votarei em Gulherme Boulos.

DAVE CLARK 5 – ALL THE HITS – JANEIRO 2020

O mais esperto entre os ídolos POP, raciocínio rápido, frieza e ousadia o tornaram o primeiro entre os grandes a tomar conta da própria vida, catálogo e negociações.

DAVE CLARK enriqueceu rápido. Saiu do mercado na hora certa – 1970 -, e permaneceu rico, ídolo e mito nos últimos 50 anos.

E o que ROBERT FRIPP, do KING CRIMSON, demorou dez anos para perceber, CLARK conseguiu antes de assinar contratos. A parte do leão sempre foi deles. Entre vários motivos porque financiaram os próprios discos, que venderam mais de 100 milhões de unidades no período áureo 1965/1970. Eram, de fato, os únicos concorrentes sérios para os BEATLES, nos EUA.

Em 2020, lancaram outra super coletânea. E, depois dela, virá toda a discografia, em Lps, CDs e BOX SET. Os fãs vão corresponder, certamente. Vejam aqui a entrevista dele na “RECORD COLLECTOR DE JANEIRO 2020”.

“O PIOR HOMEM DO MUNDO”… COMÉDIA

Não, não, pessoas!

Não sou eu, nem o seu namorado, patrão, Bolsonaro, Temer, Lula ou quaisquer outros potenciais candidatos que a mente recordar .

É apenas o nome de uma COMÉDIA ROMÂNTICA VENEZUELANA, dirigida por EDGAR ROCCA, em 2016. E se refere ao que pensa sobre si mesmo o personagem principal, JUAN ANDRES ( Alexander Silva ), em crise existencial e na casa dos trinta anos.

ANDRES é um pretendente a escritor, algo intelectualizado, mas pegador serial. Um latino cool, fora do estereótipo, bom de papo e bebedor, com quem um contêiner de mulheres bonitas e também resolvidas, livres e civilizadas se envolvem.

O “passa rodo” transcorre geral. Mas, com charme… E, no final, há um mea culpa e redenção feliz.

O interessante é que o filme acontece na moderna Caracas, bela, aprazível, de classe média, tudo funcionando, boas escolas, hospital modelo e bares descolados.

E gente instruída, que reconhece filmes de “ANTONIONNI”, BERGMAN, KUBRICK, WOODY ALLEN, no melhor estilo anos 60\70.

Tudo muito verossímil, como a gente pode observar…

Não há qualquer referência à política. E nem vestígio da truculência ditatorial de CHAVES, ou do bigode do MADURO.

E muito menos do empobrecimento criminoso de um país econômica e geopoliticamente viavel.

Na trilha sonora, um LATIN-JAZZ LEGAL e NÃO-CUCARACHA. A única cena destoante é de um motorista de taxi solidário, mas que pragueja um pouco…

Quer dizer, tudo o que sabemos sobre os nossos irmãos ao norte é que são felizes e têm como referência Madrid. E tudo tende a dar certo – como deu no final.

Assisti de madrugada, nos canais da Net, enfrentando a minha insônia. Foi bom, diversão agradável: continuei sem dormir. E por que escrevi isto aqui? Porque somos todos chatos, incompetentes e não sabemos viver ou fazer filmes que reflitam o “MELHOR DE NOSSA GENTE”.

Eu acho que o financiador foi a Embrafilmes deles – talvez “VENEZUFILMES”…

DAVID BOWIE: A METAMORFOSE PERIPATÉTICA, EM PROGRESSÃO PARA O ROCK SOFISTICADO (1)

TEXTO ALTERNATIVO

A primeira vez que prestei atenção no DAVID BOWIE foi em 1972.

Vi algumas fotos e reportagens sobre aquele rebento franzino, com voz de galinha sendo currada no terreiro, exibindo um visual um tanto apalhaçado. Ele levava Londres à loucura!

Então, comprei o LP. “ZIGGY STARDUST, AND THE SPIDERS FROM MARS”, que estava sendo lançado no Brasil.

Confesso que não gostei. Achei tudo meio fraquinho. Uma banda que não chegava aos pés dos meus ídolos da época. Mas, está no disco SUFRAGETTE CITY, um ROCK vigoroso, e até hoje muito empolgante.

Eu não sou muito chegado ao GLITTER-ROCK, o sub – estilo da época que, em minha opinião, nos legou poucos artistas relevantes.

O melhor de todos foi o ROXY MUSIC, banda do genial BRYAN FERRY; que, no primeiro disco, teve a participação essencial de BRYAN ENO, também.

Break!

Em 1978, fui a um bar excelente e muito em moda, aqui em São Paulo, chamado “LEI SECA”. Era um final de tarde; certamente uma sexta feira, e ainda com pouca gente por lá.

Eu e um amigo bebíamos chope, enquanto rolava um som extremamente interessante! Fiquei fascinado, e perguntei ao DJ o que era?

É o DAVID BOWIE, ele respondeu!

Mal acreditei! Em nada lembrava o BOWIE galináceo que eu conhecia! Outro papo, e gravado ao vivo!!!!

A voz, renovada, atingia registros entre o tenor e o barítono. E um jeito de cantar lembrando “nosso” ídolo – meu e de BOWIE!! – SCOTT WALKER. O repertório teinha músicas mais densas, pesadas, eivadas por arranjos e instrumentação modernos. Foram-se mais de 45 anos…

E, para consolidar, BOWIE estava acompanhado por uma das melhores bandas que eu havia escutado! E olha que eu já colecionava discos, E mais ou menos acompanhava os lançamentos…

O disco era (é) o “STAGE”, o show ao vivo de 1978, que repassa a chamada FASE BERLIN, acontecida entre 1975 e 1977.

Para mim, ainda é o melhor disco ao vivo de BOWIE. A banda voa no palco, e o som é totalmente vanguarda, juntando resquícios do GLAM ao KRAUTROCK. É inspirado, no KRAFTWERK, TANGERINE DREAM, NEU, e outros, da vertente europeia continental, mais precisamente alemã, do chamado ROCK PROGRESSIVO. E, claro, incorporando parte da nascente AMBIENT MUSIC, invenção de BRIAN ENO!!!

É disco obrigatório e ainda atual.

Foi a catarse que consolidou minha atenção para universos musicais fora do BLUES, do HARD ROCK , do HEAVY METAL e do PROGRESSIVO.

Eu já flertava com o JAZZ e alguns CLÁSSICOS. Estava incorporando, ao meu cotidiano, artistas e ideias diferentes.

Certa vez o jornalista PAULO FRANCIS, um elitista consumado, escreveu que “um colega da FOLHA DE SÃO PAULO, o havia convidado para assistir a um SHOW de BOWIE, em Nova YORK”. Ferino, engraçado e cortante como era, disse que não acreditou!

E comentou ter visto o gnomo mutante em um programa de televisão. Notou que DAVID trajava roupa de balé masculino, com uma espécie de repolho no rabo. E avisou ao colega que não iria de jeito nenhum. Nem se fosse torturado pela GESTAPO….

NELSON MOTTA, na Globo, observou que chamar DAVID BOWIE de “Camaleão” era impreciso.

Eu concordo. Ele não se disfarça. Sua proposta estética sempre foi passar pelo que rolava no POP ROCK de sua época. E compreender, redefinir, e melhorar o que ouviu. BOWIE é um Instigador de RUPTURAS. Desafiador do estabelecido.

É ouvir e constatar.

Talvez?

Vamos revisitar um pouco a carreira de BOWIE, começando pela antessala de outra quebra radical de paradigmas do MODERNO POP:

STATION TO STATION, 1976, foi gravado no EUA, e já traz alguns elementos e tecnologias que mudaram a imagem e a carreira de BOWIE, no ano seguinte.

É disco precursor da chamada FASE BERLIM, a cult e altamente influente trilogia, que teve também BRIAN ENO na concepção: em 1977 saíram LOW e HEROES; e LODGER, foi lançado em 1979. No meio do caminho, 1978, o representativo SHOW ao vivo STAGE.

A importância dessas gravações fica nítida com o pedido feito pelo grande compositor clássico contemporâneo, PHILIP GLASS, o criador do minimalismo, para transformar em “SYMPHONYS” os discos “LOW”, 1993, e “HEROES”, 1996. E depois, “LODGER”, lançada em 2022. A SINFONIA número 12, de GLASS.

DAVID BOWIE e BRIAN ENO aceitaram, claro. E os resultados são grandiosos. Procurem conhecer.

A trilogia BERLIM original foi concebida à partir das propostas e inovações do KRAUTROCK – nome genérico dado a diversos tipos de ROCK PROGRESSIVO de base eletrônica feitos na Alemanha, desde o final dos anos 1960.

A participação de ENO é indissociável do resultado da trilogia. E de tal forma que, a “AMBIENT MUSIC” que ele havia criado, proliferou de outras formas em associação com artistas alemães de música eletrônica. E dali expandiu-se; e está presente na modernidade musical na obra artistas como ENYA, KATE BUSH, e inúmeros “esvoaçantes” que flutuam na NEW AGE, ELETRONIC LOUNGE, WORLD MUSIC, RAVES, duplas de TECHNO POP, e vasto etc…

Há um monte de discos e propostas interessantes, à disposição de quem se dispuser a pesquisar o KRAUTROCK e seu incomparável legado.

Mas, BOWIE, como ENO, também não cessou. De certa forma, a experiência de BERLIM orientou sua produção para o restante da vida.

Aos que se interessam por vanguardas heterodoxas, recomendo ir à caça de JOHNNY ROTTEN, durante a sua produção na década de 1980, e procurar as inovações PUNK/ METAL / VANGUARDA ELETRÔNICA criadas pelo PILL, sua banda. Por lá passou a fina flor do lodaçal…

E, no disco LODGER, BOWIE incorpora ROTTEN, em “IT´S NO GAME”.

Dois músicos de vanguarda! Rótulos à parte; dois inovadores.

E assim prosseguiu BOWIE. Gravou UNDER PRESSURE, em dueto com FREDDIE MERCURY, em 1982. Redefiniu o falecido “guitar hero”, STEVE RAY VAUGHAN, craque do BLUES, trazendo-o para disco pop dançante, juntamente com NILE RODGERS, do CHIC – importante e memorável grupo R&B/DISCO. E os três deram cores ao álbum “LET´S DANCE”, de 1983.

DAVID convidou, em 1985, PAT METHENY, guitarrista espetacular de JAZZ FUSION, e gravaram juntos “THIS IS NOT AMERICA”, hit pop clássico e memorável.

Em1993, RODGERS produziu outro clássico dançante e sofisticado: BLACK TIE, WHITE NOISE, onde estão as sensacionais “NITE FLIGHTS”, de SCOTT WALKER; e “I FEEL FREE”, clássico do CREAM!

Aos poucos adentrou a década de 1990, já em simbiose com a nova MÚSICA ELETRÔNICA DE VANGUARDA, as técnicas de mixagens, participação em trilhas sonoras, e atuação em filmes.

Em BASQUIAT, por exemplo, ele interpretou de ANDY WHAROL.

Também em 1994, BOWIE lançou outro disco magnífico, OUTSIDE. Ousado CROSSOVER de ELETRÔNICA DE VANGUARDA e ROCK PESADO e lúgubre. Um dos subprodutos é um SHOW AO VIVO, de 1995, com a presença de TRENT REZNOR, do NINE INCH NAILS – talvez a banda símbolo daqueles tempos.

Eu acho DAVID BOWIE artista quase tão completo e instigante quanto MILES DAVIS.

E, certamente é comparável a CAETANO VELLOSO, o artista mais versátil do Brasil – que ziguezagueou da PSICODELIA AO INFINITO, passando por quantas “brasilidades” se imaginar – por enquanto…

DAVID BOWIE trabalhou dialogando, tangenciando, penetrando, ou ultrapassando as vanguardas com as as quais cruzou.

Viver e ser contemporâneo a ele foi um privilégio indiscutível.

Lágrimas eternas para o DAVID.

ROLLING STONES – LIVE – ATRAVÉS DOS TEMPOS

Claro, quem mais clássico, esperado, visto e revisto do que eles?

Mais do que o ROBERTO CARLOS, e mesmo ELVIS PRESLEY ou FRANK SINATRA.

E nem cito os BEATLES, também fenômeno global, mas que já não se apresentavam em público, quando a mídia visual tomou conta dos mercados musicais.

Os ROLLING STONES têm vários CDS, LPS, DVDS, e “ESCAMBAUÊS” AO VIVO…

Se fazem turnês, aparecem ao vivo nas tvs. mundiais. Ou, no mínimo, lançam ÁLBUM, VÍDEOS e o vasto aparato visual que todos conhecem, esperam… E não se cansam de ver, e nem de ouvir aquele monte de HITS imortais.

Devo dizer quais?

Não, não precisa. A turma sabe de cór, salteado, assaltado; e todo mundo se cansa de dizer que não aguenta mais!

E assiste a tudo outra vez…”Sucesso” tem nome, endereço e tradição…

Postei alguns artefatos que tenho, mas não importa. Eu quero, mesmo, é que vocês atentem para a foto dos quatro, bem ao centro, em “live” que fizeram no meio da pandemia. Saiu mundo afora, inclusive na VEJA.

Dá o que pensar: temos O RONNIE WOOD, o bom e velho RON. Adequadíssimo para a banda. Entrosou-se ao time e não concorre com MICK JAGGER e nem KEITH RICHARDS. Mantém o som e o pick. E é suficientemente maluco para suprir a mística sem atrapalhar o conjunto.

MICK? É o de sempre. Concentrado, auto-referente, auto-suficiente. Alguém encara? De jeito nenhum!

Olhei melhor e vi o Luiz Calanca. Cerveja do lado, pose “joãogilberteana”, com o violão… OOOOOOOOOOOPPPS! Era, não! É o KEITH RICHARDS, PÔ!!!!!!!!!!!!

Mas saquei, mesmo, foi um cavalheiro discreto, e sempre elegante e bem vestido, diga-se. Um dândi com baquetas nas mãos: CHARLIE WATTS. CHARLIE está em frente à estante de LPS que, juro, já conversei com o meu futuro ectoplasma e decidimos, juntos, assombrar o local aconchegante, depois que eu me tornar DE-CUJOS!

Fiquei imaginando, o que teria lá? JAZZ, muito JAZZ, e BLUES, e sabe-se o quê mais!

Vi rabicho de livros. O nosso dândi adora e coleciona sobre arquitetura e cavalos.

De tão magro e discreto ele certamente aparece o tempo inteiro por causa de sua personalidade intrigante. CHARLIE; eternamente um “sider em linha de frente” – existe isso? Compôs com outro eterno que se mandou, BILL WYMAN, uma das melhores cozinhas do ROCK.

Publiquei por causa disso. Vão além de 60 anos de atividade e profissionalismo. Estão próximos à “expulsória”, mas suportam; e para todos nós ainda importam. E muito!

Mas, observem melhor: será que não é, mesmo, o Luis Calanca?