INSÔNIA 2 – CRÔNICA

 

A cabeça é o cockpit do meu corpo. Nave parada e sem repouso.

Muitas vezes embarco nela e viajo parado e tenso. Sem relaxar, visito problemas, agendas, projetos, dejetos, medos e poucos desejos.

Passo por abismos, cores, dores, ideias, enganos e, mais ao fundo e não tão profundo, percebo a tortura da trilha sonora de zumbidos no ouvido, ou de música qualquer repetitiva e irritante. Sou vítima das músicas que ouvi, ruins ou boas, que se reproduzem em meu “COCKPIT” incessantemente…

Dormir bem é o HIGH-END da vida que poucas vezes eu consigo. Um estado da arte que procuro sem convicção ou método. Minha consciência é tranquila. A minha cabeça, não.

Eu sei que advogo contra mim mesmo; maltrato minha nave, não desço do cockpit.

Mas vou dar um jeito nisso, escancarar minha adega recheada por demônios que não mereço – mesmo que os tenha criado e com eles convivido, ou venha “confalecendo” por causa deles!

Eu perco por esperar. Não espero mais.

INSÔNIA1 – A MEGERA SILENCIOSA – POESIA

 

MEGERA SILENCIOSA, TORTURADORA IMPÁVIDA, SINGRA CONFUSA NO MAREMOTO SURDO

DE MEU DESESPERO

NESSE AFOGAR ETERNO,

PARA ACORDAR INCOMPLETO E VIVER AUSENTE,

NA CALMARIA ABÚLICA DE UM CORPO EXANGUE.

QUASE MORTE:

EXTENSA, PERENE, INCONCLUSA;

QUASE VIDA:

LENTA, DESATENTA, INERME.

O COTIDIANO INSONE EU PEREGRINO EXAUSTO

FEITO NAU SEM MÁQUINAS, UM TAXI PERDIDO,

NO MÓRBIDO ENTARDECER DE MAIS UM DIA ROUBADO

MADRUGADAS, INCERTEZAS E OBSCUROS MEDOS;

FRUSTRAÇÕES E REMORSOS DISTORCENDO IMAGENS, AGENDA, PENSAMENTOS E AFAZERES TRÔPEGOS,

DESFILAM PROJETADOS NO INTERIOR DA MENTE,

NA TELA IMPERFEITA QUE A NOITE GUARDA.

ADAGA INVISÍVEL, FERRO IMPLACÁVEL

QUE VIOLA MEU CORPO E APAGA O ÂNIMO,

FLUXO IMPRECISO QUE DESCARRILHA O DIA,

CONSTROI NO VÁCUO QUE EM MIM HABITA

O ALAMBIQUE DE PESARES QUE DESTILO.

PARA TI, INSÔNIA,

MINHA ADEGA DE ÓDIOS EU ESCANCARO!
15/02/2009

MEUS TIMES DE FUTEBOL DE BOTÃO – OS 41 QUE SOBRARAM!!!

Quanta louça tive de lavar, para conseguir um timinho vagabundo vendido em papelarias e lojas de brinquedos!!!!

O retrospecto é mais ou menos o seguinte: antes de colecionar discos, a fixação era o JOGO DE FUTEBOL DE BOTÕES!

Foi dedicação total e a minha primeira inserção na fracassada carreira de vagabundo. Perdi a primeira série do ginásio, hoje FUNDAMENTAL, por causa do jogo!

Eu ficava doido!

Quando eu tinha uns nove, dez anos de idade não pensava em outra coisa!!!! Fiz milagres para conseguir as tampas transparentes, que protegem o mostrador de horas dos relógios. Perambulei e mendiguei a relojoeiros para conseguir as “capinhas” usadas, excelentes “jogadores” e formar os times.

Não havia transeunte que eu deixasse de notar o formato ou tamanho do relógio que usava! Se daria bom jogador, ou não!

Olhei com lascívia para despertadores, relógios pequenos de parede, e tudo o mais que vislumbrasse a hipótese para moldar mais um jogador!

Eu observava futuros zagueiros, volantes, laterais, pontas e outros bichos de meio de campo, defesa, sei lá…

E, principalmente, se tinham formato e tamanho adequados para jogar como atacantes, os “atletas” mais difíceis de “serem formados nas divisões de base”…

Essa minha tara infanto-juvenil foi aplicada com método e muita catimba e safadeza.

Certo dia, apareceu em casa um relógio de bolso. Era do meu pai. Olhei para a lente e não tive dúvida: seria o meu novo MENGÁLVIO, o grande e errático meia-direita do SANTOS, nos tempos de PELÉ, COUTINHO, PEPE, lá por 1963/64!

MENGÁLVIO era Jogador de alto nível técnico, e perdeu posição para outro craque inesquecível, LIMA, espécie de coringa do time, pois jogava em várias posições com proficiência.

Mas, nos meus times o craque era o MENGÁLVIO: chutava bem, encobria, passava. O relógio do meu pai “escondia” o BOTÃO perfeito para o meio de campo, e o jeito como eu jogava.

O meu craque original andava “contundido”, já não fazia o que minha mão determinava, estava rachando e precisava ser substituído…

Um dia, tomei coragem e fui procurar em frente a relojoeiros alguma lente usada que coubesse no relógio do SEO MORAES…

Achei outra mais ou menos parecida… Voltei pra casa, desmontei o relógio, substituí e… deu tudo errado!

Na primeira “olhada” o velho matou a charada, e letal feito um vulcão: espalhou lavas e berros com sua voz de baixo-barítono!

E sequestrou definitivamente o meu futuro meia direita!

Frustração irrecorrível!

Com o tempo, migrei para times feitos artesanalmente, com esmero, técnica, profissionalismo e materiais adequados.

E passei a jogar sob as regras oficiais da Federação. Fizemos vários pequenos campeonatos no belíssimo campo oficial do Toninho Paes , meu cunhado.

Hoje, não tenho mais vontade de jogar.

Uns vinte e cinco anos atrás, fiquei questionando sobre o quê fazer com o meu acervo de infância?

Decisão: colei-os todos em pranchas de Eucatex, viraram quadros decorativos.

O tempo os deixou feios.

Então, decidi retorná-los ao estado original. Procurei a SILVANA, dona de uma excelente loja de molduras e tintas, onde comprava pincéis, telas, etc…, durante o tempo que cometi umas pinturas. Enjoei daquilo, também…

A SIL desmontou com muito cuidado e quando fui buscar, dei de cara com o meu passado remoto.

Olhando time por time, percebi que tenho 6 do SÃO PAULO!!!! 4 do PALMEIRAS e 3 do CORINTHIANS!

E, também, os times do JABAQUARA, GRÊMIO, GUARANI, entre vários outros… E dois times do FLUMINENSE, VASCO e do FLAMENGO. E até uma raridade, o time completo com fotos do CANTO DO RIO cerca 1965. Lá jogava “DIEICIL”, na meia direita!!!

E notei que tenho apenas dois times do SANTOS! E, por isso, recordei: eu torcia para o time do MORUMBI, o SÃO PAULO, mais ou menos até os 8/9 anos de idade!

Na minha infância – e até hoje – mudar de time, virar casaca, era crime de traição e lesa-pátria. Atitude abominável, inaceitável. O quê me deixou sem esteio por muito tempo, e sob a crítica de amigos, etc… mas, foi libertador.

Os meus sobrinhos ao nascerem ganharam camisas dos times que os pais torciam: meus dois cunhados, um palmeirense e outro corintiano, impuseram e preservaram a dinastia; seguidas fielmente pela garotada!

Mas, eu não.

Mudei por conta própria. Acho que, na época, cansei de ver o SÃO PAULO perder. ..

E sei lá quantas vezes eu me arrependi de ter feito aquilo! Afinal, o sobe-desce nos esportes é parte da brincadeira. Torcer fica entre o cruel e o lúdico. Então, não adianta mudar…

Mas, apaixonados pelo jogo feito eu, quando criança nem sempre têm a resiliência pra suportar…

São memórias fundamentais na minha formação. Inclusive, com a derradeira compra que fiz: solitário BOTÃO de “baquelite”, adquirido numa feira de antiguidades, em PETRÓPOLIS, anos atrás.

O Santos vai mau, obrigado. Mas não o trocarei de jeito nenhum…

SERRA ABAIXO: GUARUJÁ

Aeroportos, estações rodoviárias e ferroviárias … locais de envio para outros micro-mundos. Ritos de passagem, esperas, demoras. Eu tenho calafrios; ansiedade. Gosto de chegar, ver chegar… Viajar? Talvez. Partir? Não. Talvez porque signifique abandono. Deixar quem amamos. O desconforto do desapego. Desaconchego?O terminal Jabaquara fica perto de onde quase acaba São Paulo, num dos pontos de expulsão para o litoral serra abaixo. É limpo como a maioria dos terminais. Mas é simples, algo lúgubre e com o barulho dos aviões que chegam e partem do Aeroporto de Congonhas.O ônibus para o Guarujá saiu às 20,20 horas. Vizinhos de bancos cansados. Dia longo para todos, certamente… E chegar cada um sabe onde. Nenhuma comunicação. Humanos interrompidos.Cheguei às 19,50. Vim de um restaurante recôndito, num bairro nobre agradável. Lugar somente curtido pelos moradores e ou quem lá trabalha. A exceção foi o dia em que entrou Aécio Neves. ..Gosto do lugar. Comida quase boa, bebida gelada e garçons simpáticos. O ônibus saiu na hora; é quase confortável. Ordem : colocar o cinto de segurança. Partimos. E paro por aqui. Os buracos impedem escrever no celular. Minha garrafa de água sumiu.

ORIGINAL 04/02/2020

HISTÓRIAS DA GLOBALIZAÇÃO QUE TIO SÉRGIO SABE E VIU

1) Uns cinco anos atrás, a tradicional RÁDIO BANDEIRANTES fez matéria longa no “AMPARO MATERNAL”, hospital público famoso, antigo e peculiar da cidade de São Paulo, que trata de gestantes, mães solteiras, e quem mais o procurar.

Pois, bem; A repórter entrevistou uma CIDADÃ de ANGOLA, JORNALISTA DE EMPRESA DE SEU GOVERNO que, pela segunda vez, veio ao BRASIL para ter o filho em nosso Hospital!

Ela estava satisfeitíssima com o atendimento, serviço e etc… Na mesma entrevista, a repórter identificou outras várias estrangeiras em situação semelhante…

Quer dizer, o nosso tão criticado SUS, que anos depois demonstrou enorme valia e competência durante a pandemia de COVID, era desfrutado gratuitamente por gente com posses vindas de outros países, que eram aliados políticos dos governos petistas.

Quer dizer, falta verba para a saúde da população do Brasil, mas sobrava para fazer populismo externo.

2) Grande amigo meu foi passar 3 meses na Inglaterra e hospedou-se em casa de família cadastrada para receber estudantes em intercâmbio. A ração diária era regulada. E tudo muito apertado com o contratado.

Certo dia, ele deixou um dedo de leite no copo. Nos dias seguintes, a mesma quantidade foi descontada de seu copo diário…Voltou magérrimo e a primeira coisa que pediu quando chegou foi carne e massa em quantidade…

3) Casamento. A noiva, de família abastada de São Paulo, casou-se com rapaz inglês de classe média. Vieram os pais do noivo, gente simpática e trabalhadora de Londres… faltava visivelmente um dente na boca da mãe do noivo… e com toda a tradição de serviço de saúde pública dos ingleses…

O BREXIT teve a ver com isso, também: faltavam recursos para a população local, enquanto o país globalizava seu mercado interno de trabalho, e recebia imigrantes e refugiados de guerras e tragédias humanitárias na ÁFRICA e no ORIENTE MÉDIO …

4) Esposa de outro amigo é dentista e tem consultório na periferia de São Paulo. Contou que tem dois ou três clientes que vêm dos EUA para tratar os dentes com ela… No mundo rico isso é caríssimo, e também não tem para todos…

5) Conhecida minha emigrou legalmente para a Alemanha para estudar. Casou-se e teve filhos por lá. Mora em padrão bem abaixo do que desfrutava por aqui.

Ela vem ao Brasil e traz os filhos para cuidar dos dentes e outros procedimentos mais sofisticados. Na social-democracia alemã as coisas são mais difíceis…

Tudo isso para tentar entender um pouco os que acham o globalismo um problema para suas sobrevivências. E alguns porquês do nacionalismo e da xenofobia.

A vida em países mais igualitários é medida em conta-gotas. Os serviços públicos são enxutos e o mais exatos possível. Não há sobras para serem distribuídas.

É impensável ocorrer por lá o que há por aqui, como no caso do AMPARO MATERNAL e outros. Somos pobres e nada frugais com os poucos recursos que detemos. O que faz faltar para os “nossos” pobres e necessitados.

O globalismo é uma ideia humanista e humanitária sofisticada. Um ideal desde os tempos da expansão das navegações, no século XVI. E é correto que continue se expandindo.

Receber imigrantes e refugiados é uma questão de civilidade e ética.

Mas, quais os limites que o bom senso impõe? Claramente é problema que a ONU deveria ter obrigação de organuzar e até intervir. Mas…

Vocês entendem o por quê político desse “contra-fluxo civilizatório”? Compreendem melhor o significado do TRUMP, e de outros governos conservadores, despóticos ou não?
POSTAGEM: 05/02/2020

MEMÓRIAS DO MEU PRIMEIRO ESCOMBRO DIGITAL

Estou em guerra de extermínio contra o meu computador.

Aliás, estamos ele e eu mutuamente num ciclo de agressão e intolerância progressiva. Ele está velho e eu também. Ele é teimoso e eu idem.

A Angela tem me dito, há tempos, para aposentar essa ruína pós-moderna e comprar outro melhor, mais prático, mais tudo. Ela tem razão, mas eu venho adiando o inevitável em parte por comodismo, e também, planejamento de prioridades. Grana é sempre facilitador ou empecilho.

Acontece que substitui-lo é essencial. Porque como todo mundo, não consigo viver sem computador. Eu preciso dele – um locutor silencioso de minha voz escrita (Vige!!!). Ultimamente, ele me declarou “personna non grata”.

E eu o condenei a inominável satã, que trunca minhas ideias, impede os trabalhos, subserve a meus planos, e conspira contra a minha paciência.

O computador-escombro acaba ganhando todas. Afinal, a raiva é minha. Mas, a vingança é dele… O impasse é total. A engenhoca não manda em mim, e eu não a comando mais.

Está na hora do divórcio; quem sabe litigioso e com baixaria. Talvez eu seja preso pela atitude medíocre de agredir um “quê” inanimado.

Em fúria, mas com calor ( e quê calor! ) e afeto, subscrevo-me, em pé de guerra!!!

Ah, já o substituí faz anos e, por enquanto, estou me dando bem com este aqui! Até sei lá quando!!!!!
ORIGINAL 06/02/2014

JONI MITCHELL – A MELHOR DE TODAS

“There’s an old saying. It says: If you make a good marriage, God bless you. If you make a bad marriage, become a philosopher. So I became a philosopher.”

On this day in 2015, this philosopher was photographed for the cover of New York Magazine.

Read the article in full here: nym.ag/1C9slGx

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1Daniel Armas

QUERIDA E AMADA TIA DIVA GARINI E A VIAGEM PELA “CACHOEIRA DOS TEMPOS”. ELA SE FOI EM 29 DE AGOSTO DE 2015.

“A vida é o que acontece com você, enquanto você faz planos para ela”. Encontrei esta frase, atribuída a John Lennon, em um cartão de aniversário, enquanto procurava documentos para providenciar o enterro de tia DIVA. Ela morreu, dia 29 de agosto de 2015; foi-se muito rapidamente aos 88 anos. Não sofreu.

Toda vida é completa por si mesma. Não é, geralmente, o que cada um pensa a respeito de sua própria. Mas, ela é.

Quando a vida se acaba e a energia que nos mantêm solares cessa, a feição de luas pálidas sobrevém e se mantém, até nos auto-consumirmos e voltarmos ao nada. Pelo menos o corpo que a suporta…

Sobre o espírito especulamos e desejamos que seja eterno. Não pedimos para nascer e a maioria de nós vai embora compulsoriamente.

Somos assim, segmentos de reta, finitos num universo impensável; inesquecíveis para um círculo pequeno de amigos e parentes – enquanto não nos esquecem…definitivamente.

Tia DIVA era pessoa de fé. Católica por formação e quase espírita por aprendizado; como boa brasileira não resistiu aos apelos por algo a mais que lhe tornasse inteligível o viver.

Diva tinha um quê de budista no comedimento, na recusa às grandes emoções, às paixões súbitas e a quaisquer arroubos ou cenas.

Viveu bem, mas a meio-pau. Não exacerbou, não sofreu intensamente por nada ( que se saiba ), mesmo tendo sido constantemente solidária com os que convivia e gostava. Era amada por todos e certamente nos amou, também.

Foi professora, era solteira, independente, e algo severa e rígida.

Jamais soubemos de algum alguém que a tivesse tirado do sério. Duílio, um dos irmãos, que também já cumpriu a tabela no jogo da vida, certa vez brincou perguntando se ela pretendia morrer “invicta”.

Ninguém sabe, ninguém viu e, em família, pouco se especulou sobre isso – eu acho. DIVA viveu como quis e às próprias custas. Foi feliz?

Na juventude e na maturidade foi mulher bonita e atraente. Era simpática, educada e fina. E ALDAHYR, amigo de todos nós, que também já percorreu os dezoito buracos do “green”, quando adolescente nela reparava atributos que, para nós sobrinhos, não seria, digamos, legal observar.

Acho que ela jamais soube. Mas, o que acharia disso na intimidade?

Eu e os primos mais próximos convivemos com ela a vida inteira. Quando criança morei em sua casa e com os outros tios solteiros – Tonico, Norma, Juliano e a vó Maria, também. Foi um período interessante, de formação, que deixou em mim detalhes de caráter marcantes. Recentemente, eu soube que, de certa maneira, “os meus direitos federativos” foram “emprestados” para que DIVA e irmãos dessem um jeito em mim.

Parece que minha mãe não me aguentava, que eu dava trabalho além da conta. Eu jamais me vi assim. Vai saber…

Por essas e outras – muitas outras – sou grato à DIVA GARINI pela convivência que ela a mim e a todos propiciou.

Na semana derradeira, como sempre eu e Angela estivemos presentes quase todos os dias. Os primos próximos, também.

Um dia antes de entrar em coma, conversamos bastante e ela me agradeceu por estar lá. Não precisava. Todos fizemos por afeto e gratidão.

DIVA se foi tão discretamente quanto viveu. E nós permanecemos feridos e saudosos dos capítulos que escrevemos juntos. Deixou memórias no profundo da alma dos que com ela conviveram Maria Cristina Anacleto GariniMaria José Garini Freitas Maria Cristina Anacleto Garini@Maria Alcides FreitasThais LemeCristiane LemeAna Beatriz DiasRosane Garini Angela Paes de Moraes Olga Garini Cesar Garini Angela Paes de Moraes
POSTAGEM ORIGINAL : 30 /08/2015

RECORDAÇÕES: O ENGAVETADOR GERAL DA REPÚBLICA E A REELEIÇÃO DE FHC, EM 1998

GERALDO BRINDEIRO e sua equipe de procuradores, na época do governo FHC, eram “SUMIDADES JURÍDICAS”: Sumidades porque, antes de tudo, “SUMIAM” bastante do trabalho. Viajavam, iam a congressos muitos vezes a cada ano e, certamente por causa disso, não tinham tempo de limpar as gavetas, dar andamento aos processos e inquéritos, essas coisinhas cotidianas que se espera de um bom burocrata. A REVISTA VEJA, em reportagem que se pode buscar no Google, publicada em 6 de junho de 2001, CONTABILIZOU 4514 PROCESSOS parados na PROCURADORIA GERAL DA UNIÃO. Geraldo era um democrata radical e não fazia distinção ideológica entre os políticos. Dos 626 inquéritos que tinham IMPLICAÇÕES CRIMINAL, 242 casos Brindeiro acomodou em vinha d`alhos e deixou temperando. Havia 27 INQUÉRITOS CONTRA O DEPUTADO HERNANDES AMORIM, que se tornou hóspede do Estado em local muito seguro.E 19 CONTRA A EX-DEPUTADA PETISTA ANGELA GUADAGNIN, aquela da dança da pizza, lembram? Havia, também, um contra o FERNANDO GABEIRA, acusado de plantar maconha. Para resumir, dos 242, 194 eram contra deputados, 31 contra senadores, 11 contra ministros e ex-ministros, e 4 CONTRA o PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE . E tudo isso ficou bem guardadinho; dúvidas existenciais de sua excelência, claro… O governo FHC certamente se beneficiou deste servidor ninja.Mas, como a vida sempre anda, até que a gente tropeça e segue para o crematório, vamos revisitar a reeleição do FERNANDO HENRIQUE CARDOSO:Existe um vídeo na internet, em que o excelente jornalista FERNANDO RODRIGUES, da FOLHA de SÃO PAULO, conta sobre a matéria feita pelo jornal em 1997, e que demorou 45 dias para ser concluída. DESCREVIA A COMPRA DE DEPUTADOS para que votassem a favor da REELEIÇÃO do FHC. Dois deputados com certeza receberam grana. Os caras renunciaram e ninguém mais sabe deles. Foram comprados? Sim. Quem os comprou? Não se sabe. Isso interferiu ou interferiria na aprovação da emenda que autorizou a reeleição? Não, nadica de nada! Ela foi aprovada no Congresso por 399 congressistas que votaram a favor. A NAÇÃO QUERIA, PRECISAVA e CONCORDAVA COM A REELEIÇÃO de FHC.O governo abafou o caso e não houve CPI e nem nada. Isto talvez explique porquê o PSDB E ALIADOS NÃO INSISTIRAM NO IMPEACHMENT do LULA, no escândalo do mensalão. FICARAM ELAS POR ELAS. Depois, veio o petrolão e o jogo é outro.Mas, por que estou escrevendo dessa maneira tão autocrítica? É para colocar DEFINITIVAMENTE o debate no seu devido lugar. E deixar muito claro as diferenças entre cada um dos escândalos, e de que jeito cada partido entrou neles. O PT e aliados conspiraram contra as Instituições, no caso do MENSALÃO e também no Petrolão, usando dinheiro público para financiar atividades políticas. E, também para reconhecer e deixar claro, que ninguém é santo, mas há graus de comprometimento e diferenças de atitudes republicanas: OS PETISTAS JAMAIS ASSUMIRAM QUAISQUER RESPONSABILIDADES, apesar das evidências, provas e prisões.


POSTAGEM ORIGINAL: 15/02/2022