EU LI SEUS LIVROS E COMPREENDO SUAS POSIÇÕES POLÍTICAS.
MAS, É EXTREMAMENTE AGRESSIVO E INTIMIDADOR.
ELE VAI ALÉM DA POLÊMICA. AGRIDE ANTES DE ARGUMENTAR,
TÁTICA APRENDIDA COM PAULO FRANCIS.
CHAMOU DEMÉTRIO MAGNOLLI DE BOLSONARISTA!!! UM ABSURDO!
original 20/02/2020
Arquivo mensais:fevereiro 2024
SIMON & GARFUNKEL – COLUMBIA YEARS – 1964/1970
Seis anos foram suficientes. Apenas seis. Como, aliás, era comum em meados da década de 1960.
O FOLK URBANO INTELECTUALIZADO feito por dois garotos de alta classe média de NOVA YORK, tomou conta do imaginário POP.
Letras bem escritas e sofisticadas. Algo BEATNICK e CULT. Vocais bem arranjados e cantados com arte e graça; e tudo complementado pela sonoridade única, bem produzida e marcante da “COLUMBIA RECORDS”.
Talvez ART GARFUNKEL e PAUL SIMON estivessem na gênese da tendência que se consolidou nos anos 1970, a dos SINGERS/SONGWRITERS (cantores/compositores).
Sim, eles anteciparam o que viria a ser a opção por carreiras solos de gente como CARLY SIMON, CAROLE KING, LENNON, PAUL McCARTNEY. E por que não citar CHICO, CAETANO e GIL, contemporâneos e vizinhos de cara e coragem?
SIMON & GARFUNKEL fizeram sucesso. Muito sucesso!
O primeiro da série é o FOLK ROCK algo PSICODÉLICO de “THE SOUNDS OF SILENCE”, 1966. É música memorável com arranjo inovador do pretão TOM WILSON, que acresceu guitarras elétricas do jeito que fizera, em 1965, com “LIKE A ROLLING STONE”, de BOB DYLAN, e criando o conceito de FOLK ROCK.
E, dali a dupla evoluiu até a monumental “BRIDGE OVER TROUBLED WATERS”, mega HIT em 1970, e uma das mais lindas CANÇÕES POP de todos os tempos!
Caminho adentro, não vou esquecer “MRS. ROBINSON”. Tema do filme adulto e iconoclasta dirigido por MIKE NICHOLS, em 1966, “THE GRADUATE” ; vertido inadequadamente para o português do Brasil como “A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM”…
ART e PAUL eram o fino do fino… Na época, formavam uma casal. Depois, separaram-se; voltaram vez por outra, e seguiram carreiras solo de sucesso e reconhecidas até hoje.
Eu recomendo, claro! mas, não é preciso. Muita gente ainda gosta, e faz muito bem!
Texto original 18/02/2020

A ESCOLA DE SAMBA BEIJA FLOR E O NEGÃO DO MAL!
Não gosto de carnaval e toda a vez que ele chega – e como chega! – eu me asilo entre cervejas, discos, filmes, leituras e programas de economia e política. Encho a paciência ( ou impaciência ) dos meus amigos, também. Algumas visitas, ameaças, telefonemas e facebook. Então, quando bate o bumbo eu revido com um sax, guitarras, pianos, muito rock, jazz e tudo o que possa contrapor a minha barbárie à barbárie alheia. Acaba empatado. Ninguém foge de si próprio e nenhum brasileiro foge da essência nacional. O grito primal do nosso povo é o foguetório na largada da escola de samba na Marquês de Sapucaí.
Nada contra a MPB ( não confundir com PMDB, PSDB e menos votados ) nas mais variadas formas. Eu gosto, curto, compro e coleciono. Não sou do samba, mas ninguém é perfeito como eu, então libero meu software de tolerância e procuro ser feliz como todos os meus compatriotas. Mesmo quando, depois das duas da madrugada, um misto de batuque de samba com tecno e o escambau, perfura o meu ouvido até as 6 da matina. Minha geladeira de ódios é insuficiente para brindar a esses caras.
Aqui, no Guarujá, tem chovido muito. São Pedro´s dádiva. Ele manda, a gente acolhe. Precisamos e ele sabe disso; e, apesar de avaro que é, torço para o bom velhinho e porteiro de céu liberar nossos banhos, aliviar a sede, pó, aflição, mesmo que para isso livre a rabiola do Alckmin e da Dilma, contra um estupro institucional que a nação gostaria de lhes, ahnnn, aplicar…
Mesmo assim, ontem a noite assisti parte da performance da Beija Flor. Não entendo disso, mas pareceu-me muito criativo e bem feito. A turma da Globo comentou que a exibição foi perfeita, o timing rigoroso, o samba legal e, do início ao fim, exibiram essa obra de arte efêmera, que é o desfile, com a sabida competência numa atividade lúdica na qual somos mestres.
A Globo não disse nada, mas todos ficamos sabendo que o ditador da Guiné Equatorial, um tal de Teodoro impronunciável não sei das quantas, doou 10 milhões de dólares para a Beija Flor fazer um desfile-homenagem ao país dele. Quem acompanhou a festa foi o filho, um tal de Teodorim…nominho henfil-pasquinesco, que se engraçou com uma morena da Escola e acabou descolando a grana para a “comunidade” homenageá-lo.
A imprensa, em geral, não gostou desse método. A imprensa em geral está coberta de razão. Negão do Mal I está no poder por lá desde 1979. Seu filho, o Negãozinho do mal II, tem “investimentos” por aqui. Algo em torno de UM BARUSCO – cem milhões de dólares aplicados em imóveis.
O Brasil não lava dinheiro. Nosso sistema bancário é sofisticado demais e bem controlado… Por aqui a turma “enterra” dinheiro. Nossas construtoras e imobiliárias são bem mais, ahnn, liberais e discretas. Ninguém pergunta ao cliente onde ele descolou a grana, não é mesmo…
Então, para quando o carnaval findar restará saber se o voo da Beija Flor encantou os jurados, aves do paraíso e bichas conexas. E talvez fique uma perguntinha também “pasquinesca”: obra de arte feita com dinheiro sujo é tão bela quanto outra qualquer, e merece ganhar concurso?
Aché para vocês todos aí!
Postagem original 17/02/2015
“ROCK AND ROLL” RAIZ E SUAS ADJACÊNCIAS!
TIO SÉRGIO vai contar. Mas, só um pouquinho:
Sabe aqueles artistas e discos de caras que você ouviu falar, e um monte de outros que nem imaginava existirem?
É o pessoal hoje classificado como “VINTAGE”, gente que veio antes dos BEATLES, do METAL, do PUNK… e história posterior…
Estão aí branquinhos, brancões, pretinhas e pretões. E meninas brancas não exatamente tímidas ou recatadas. Mas, às vezes sim! E as pretinhas e pretonas que punham os “Yas,Yas” e os vozeirões pra fora em igrejas e outros recintos não tão consagrados…
Sabe não? Sabe mais ou menos?
Pois, é! Este problema está resolvido.
Se quiser conhecer mesmo há uma série fabulosa lançada no decorrer dos tempos pela honorável BEAR FAMILY RECORDS. Meticulosa, audaciosa, e incrivelmente eficiente gravadora alemã, que mapeia à exaustão OLDIES e VINTAGES do ROCK e da BLACK MUSIC, principalmente americana.
A SÉRIE ROCKS traz 68 CDS produzidos e soando no ESTADO DA ARTE. Vêm com LIVRETOS, FOTOS e TEXTOS, em design soberbo e matador! Coleção exuberante!
Está todo mundo lá. Menos o ELVIS, de quem já lançaram e continuam lançando dezenas de Vinis, CDs e Vídeos. E se fizessem uma coletânea espetacular como essas todas aqui, sempre com no mínimo 30 músicas, seria pura e espetacular autofagia!
Por enquanto, tenho esses. Históricos! No próximos meses chegarão FATS DOMINO e BRENDA LEE. Depois, virão de CARL PERKINS aos EVERLY BROTHERS. E de BOB LUMAN a CONNIE FRANCIS, a óoopppsss! SLEEPY La BEEF, GLEN GLEN e WANDA JACKSON, e + e + e até cumprir e dobrar a meta… ( oi, presidenta DILMA! A senhora gosta de ROCK AND ROLL? )
Mas, TIO SÉRGIO, quem são esses dois caras aí no final do parágrafo?
Sei lá! Nunca ouvi falar deles e de mais uns vinte que fazem parte da coleção!!!
Mas, se estão aí é porque são legais e importantes.
Procurem!!!! Porque eu já encontrei.
Publicação original 17/02/2023

DAVID SYLVIAN & ROBERT FRIPP – 1993\1995 – CONJUNÇÃO ESPETACULAR!
Seria impossível contar a HISTÓRIA DO ROCK sem considerar o que fizeram e fazem esses dois cavalheiros.
ROBERT FRIPP, a essência do KING CRIMSON, talvez a mais emblemática entre as bandas de MUSICA DE VANGUARDA dos últimos cinquenta e tantos anos. Eles percorreram, e permanecem ousando por veredas conhecidas, ou não, do que se pode chamar de o vasto BIG-BANG DO ROCK PROGRESSIVO.
FRIPPP é um guitarrista de múltiplos talentos. É músico dos músicos; um general do bem orientando invasões, estranhamentos, e pacificações musicais por onde passa e toca.
Esteve por aqui no Rock in Rio, 2019, onde fez show memorável! Quase sacrifiquei a minha preguiça para vê-lo!
Para se ter uma ideia aproximada, quando CURT COBAIN do NIRVANA morreu, ele estava escutando o disco “RED”, do KING CRIMSON, um primor estranho lançado em 1974!
CURT considerava o “maior disco de ROCK de todos os tempos”. Elogio que alguns consideravam improvável de um “GRUNGE” a obra que se pode considerar de “ART ROCK”, ou sei lá o quê… Porque é muito mais do que isso!
DAVID SYLVIAN percorreu outro caminho. Fez sucesso nos anos 1980 com o JAPAN, grupo “NEW WAVE”… hummm!…. algo vanguardesco, portanto diferenciado.
A carreira solo de SYLVIAN é magnífica! Imperdível! A voz dele é belíssima! Um timbre diferenciado entre o tenor e o barítono; um colorido sempre identificável à primeira audição, que DAVID usa emoldurado por arranjos entre o ETHEREAL, o NEW AGE e o AMBIENT MUSIC. Deslumbrante!
SYLVIAN é um seguidor de outra vanguarda desenvolvida por BRIAN ENO, que junta MINIMALISMO, EXPERIMENTAÇÕES COM MÚSICA DE VANGUARDA EUROPEIA, e KRAUTROCK. E, digamos, pitadas de “NÃO MÚSICA”, na definição escorregadia do próprio ENO!
Os discos de DAVID SYLVIAN são aconchegantes, intrigantes, agradáveis e sempre tangenciando o desconhecido… Servem para quem gosta de MEDITAÇÃO. Encanta quem “CURTE UM SOM” viajante. Artista raro e precioso!
Se você juntar SYLVIAN e FRIPP terá o melhor do ROCK PROGRESSIVO em compósito ao ELETRÔNICO DE VANGUARDA CONTEMPORÃNEO!
A primeira colaboração entre os dois foi em “GONE TO EARTH, disco solo de SYLVIAN, em 1986, onde um time de craques participa. É música para sensibilidades, gostos variados e sofisticados. Tio SERGIO recomenda.
Baseado na experiência, FRIPP convidou DAVID para entrar no KING CRIMSON, em 1991.
Não fizeram isso; mas juntaram o CRIMSON com a voz e criatividade de SYLVIAN em QUATRO DISCOS na foto. Entre eles um BOOTLEG raríssimo e fantástico: “THE DAY BEFORE”; e um disco de remixes, DARSHAN, 1993.
Quando “THE FIRST DAY” saiu, em 1993, houve um “susto pop”. Eu recordo do meu grande amigo, o falecido jornalista JEAN YVES DE NEVILLE, chegando em minha casa com o CD e exigindo que eu escutasse imediatamente!
Achei e acho obra imprescindível!
Também na postagem uma COLETÂNEA DUPLA espetacular da carreira de SYLVIAN, EVERYTHING AND NOTHING, lançada me 2000, mas bastante pertinente. E um sensacional SHOW AO VIVO, “LIVE IN THEATRE, 1988, BOOTLEG raríssimo. e de qualidade perfeita, em que toda a verve, técnica e riqueza musical de DAVID ficam expostas.
São discos que servem de resumo para outros discos que tenho dele.
Quem não escutar e não correr atrás para conseguir, não passa de ano em música.
É currículo básico em ROCK e outras VANGUARDAS!
Publicação original: 17/02/2019

CRITÉRIOS PARA ANALISAR BOA OBRA POP/ROCK
Este é o melhor conjunto de critérios que conheço para analisar o que é uma boa música POP ou ROCK.
É uma tabela com vários critérios:
Na coluna vertical, à esquerda as características de cada música a ser analisada. Na horizontal, acima e no alto, as músicas e intérpretes.
Talvez seja algo mecânica. Mas, existem achados como ” se IRRITA OS ADULTOS”, se é “ESTÚPIDA””, “se é SUPERFICIAL” e um impagável: ARTSY-FARTSY: algo tipo “PEIDA ARTE” .
Peguem os exemplos e orientem suas análises. E depois apliquem para coisas mais atuais.
Fica bem interessante!
POSTAGEM ORIGINAL: 14/02/2017

THE BEATLES – WHITE ÁLBUM – REMIX 2018
Gostei muito da nova mixagem feita por GILES MARTIN, filho de GEORGE MARTIN, que produziu originalmente o disco, em 1968.
O espaço entre os instrumentos, o recorte, a intenção dos artistas, e a nitidez sonora deram vida nova ao disco que, para o meu gosto, ainda é obra menor na discografia dos BEATLES.
Mesmo assim, é obra perfeitamente identificável com a PSICODELIA , naquela época já no entardecer, mas em transição para o ROCK PROGRESSIVO.
É bom notar que o WHITE ALBUM é o sucessor temporal, mas não estilístico, do SGT PEPPERS. Este, sim, um marco do ROCK PSICODÉLICO e, para muitos, o melhor disco POP todos os tempos.
Observem, também, que naqueles tempos já havia obras mais avançadas em experimentação, como THE PIPER AT THE GATES OF DAWN, ou A SAUCERFULL OF SECRETS, ambos do PINK FLOYD E outros diversos trazendo novidades, incluindo o CREAM, HENDRIX, MOODY BLUES, PROCOL HARUM, JEFFERSON AIRPLANE, e algum etc…
Em todos há propostas sonoras e artísticas além do que fizeram os BEATLES no WHITE ALBUM.
O disco é agradável. No entanto, para quem estava em luta para manter a hegemonia da VANGUARDA POP, soa como estático para os standards no primeiro time.
Seja como for, a reconstrução melhorou muito o disco original, e é legal de se ter na coleção.
Não percam!
postagem original: 16/02/2019

A BENDITA CHUVA SOBRE SÃO PAULO
Aqui, na Praça da Árvore, bairro de MIRANDÓPOLIS, em São Paulo, nesse 13 de fevereiro de 2014, à 14 horas, está chovendo pra caramba!
São Pedro eliminou a burocracia e liberou o alvará para mandar água pra valer em cima da gente! Nós precisamos, e todos merecemos! Calor insuportável!
Eu moro aqui desde o início de janeiro de 2014, e é a primeira vez que chove o necessário. Deu uma ligeira arrefecida e eu abri janela para ventilar um pouco. O calor é bravo, incontido, meio que transformado em abafamento – se é que é assim que a coisa se processa.
Existem duas árvores magníficas em minha frente. Uma delas sacode tanto que parece uma ala de escola de samba mal ensaiada: todo mundo bêbado. Talvez lembre, também, um bando de manifestantes frente à polícia – que seria a outra árvore, contida, vigilante, meio impávida, até ser provocada…
Depois, tudo parou; e só água nelas, sem o vento para dar o clima, a beleza e o movimento. O fato é que choveu e muito – e ainda está chovendo. Um bom indício para que a cidade retome o seu lado mais aprazível, seu quê civilizado. Que seja bem vinda essa água benta. Mas, sem o dilúvio destrutivo que, vez por outra, nos atinge.
Rezar, torcer, e conformar-se. Água é vida.
Texto original, 13/02/2014
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CONSCIÊNCIA POLÍTICA E POLARIZAÇÃO
Em política raramente alguém é convencido através de argumentos racionais. A pessoa se torna de esquerda, ou direita, por um insight, um impulso, uma tendência pessoal.
Tem pouco a ver com o caráter, ou construção bem pensada sobre as ideias “lógicas e conscientes”, de quem assume posição entre as diversas posições políticas possíveis. Acho isso bem possível,
principalmente em tempos de polarização e radicalização, como atualmente.
Há santos e canalhas em quaisquer espectros e visões políticas.
Quando eu era jovem, achava impossível alguém de esquerda ser canalha!
Pura ingenuidade! Eu estava errado. A canalhice abunda, porque humana e incrustada no caráter do individuo.
Os bandidos tendem a existir em maior número militando à direita, pelo fato simples de que o individualismo e a eventual defesa dos próprios interesses podem aparecer mais nitidamente.
O que nem sempre é uma posição desonesta, mas pode ser facilmente confundida com falta de compostura e outras mazelas.
Na esquerda, a manipulação feita pelos pulhas é menos distinguível, porque a mística da defesa dos mais fracos, da solidariedade, e do combate à injustiça social atrai quase todo mundo; e principalmente os mais jovens. Já que, por definição, é causa eticamente correta, e idealista.
Em épocas de crise ou radicalização política, cada um procura o seu ninho, e o aconchego das certezas pré – estabelecidas. Quem apoia a esquerda, vota no mal menor à esquerda porque simplesmente está à esquerda. E isto vale para a direita, também. Ou será que os votos dados ao MALUF, no COLLOR e recentemente no BOLSONARO existiram porque os três são flores que perfumam nossos jardins?
O diabo, claro, se abriga nos detalhes.
No Brasil, tentou-se igualar o PSDB ao PT, alegando que nos dois há corruptos (o que é verdade), mas esquecendo o fato de que, pela primeira vez na história brasileira, houve uma conspiração para manter o partido (PT) e sua ideologia, através de DILMA ROUSSEFF, no poder a qualquer custo.
A sentença que condenou os réus do mensalão fala disso. Talvez se encontre em alguma investigação atos subversivos do PSDB nesse sentido. Até agora, não!. E é aí que o PT coabita com os demônios e não o PSDB.
Venho escrevendo, respondendo, debatendo com muita gente aqui, na rede. Para cada fato citado há um contra-argumento geralmente baseado em adjetivos, tangenciando o fato principal.
Ou seja, contra fatos não há contraposição de argumentos, mas uso de versões criadas para negar a existência ou a legitimidade dos fatos puros.
É comum respostas como ” O mensalão não existiu” ; “o PSDB fez a mesma coisa”. “É da política, não tem jeito”. Tudo sempre eivado por ideologia – o que é legítimo e até desejável.
Mas, no caso revela o quanto o subjetivo habita o nosso dia-a-dia, principalmente na política e na economia, onde precisamos de mais objetividade para um consenso mínimo necessário para administrar o país.
Porém, como a REGRA no BRASIL é a EXCEÇÃO ÉTICA; em 2022 vimos a EXTREMA DIREITA fazer a mesma coisa que fez o PT: fraudar, prevaricar, roubar para manter o poder.
E com agravante inédito nos últimos 45 anos: a tentativa de GOLPE DE ESTADO, em 8 de janeiro de 2023.
Sim, existem pecados mortais no SUL DO EQUADOR! E não basta rezar, para evitar a extrema unção…
Enquanto a polarização política determinar o cotidiano da atuação política não haverá solução…
Texto original 13/02/2023
CHICK COREA: MEMÓRIAS, DISCOS E MUITO MAIS
Aconteceu em uma tarde qualquer perdida na década de 1980.
Fui visitar a BARATOS & AFINS, loja cult e imprescindível em SAMPA, conhecida por quase todos que curtem música, gostam ou colecionam discos. Estão por aqui faz quase meio século!!!!
O Luiz Calanca talvez não se recorde, mas conversamos um pouco sobre discos variados. Ele fez um comentário que, penso, sintetiza a posição da loja e do próprio Luiz sobre o quê vale a pena ter em estoque e vender.
Esquecido na fluidez da memória e na imprecisão que a idade “conserva”, o LUIZ disse algo assim: “Há discos que eu compro além do que sei que irei vender de imediato. É porque confio no produto. São obras para o tempo julgar!”
E pegou o disco amarelo na foto, CIRCLE – PARIS CONCERT, o terceiro na segunda fileira, e mostrou como exemplo.
Eu já havia comprado a edição brasileira da ECM, álbum duplo, qualidade gráfica e industrial de primeira ordem, lançada por aqui na década de 1970. Tenho orgulho disso!
Era ousado demais para um roqueiro embebido em cervejas e HARD BLUES. Mas, eu já em travessia para outras galáxias musicais! Então…
Pois bem, o tal disco me perseguiu; e me intriga até hoje! Era e permanece VANGUARDA. É Pós FREE JAZZ perscrutando o FUSION JAZZ. Talvez além disso. É intrincada OBRA DE ARTE!
Mas, quem está lá?
Claro, CHICK COREA, piano; DAVID HOLLAND, contrabaixo; BARRY ALTSCHULL, bateria; e ANTHONY BRAXTON, sax e outros apetrechos roncadores e sonantes.
É gente do primeiro time do “porvir”!
Não foi a primeira vez que dei de cara com o CHICK. Eu já conhecia o BITCHES BREW, de “MILES DAVIS”, 1970. E, também, o grupo “RETURN TO FOREVER”, que fez grande sucesso juntando JAZZ a elementos de música LATINA e de MPB. Um reflexo da revolução que a BOSSA NOVA e o guitarrista CARLOS SANTANA fizeram no mercado musical e nas sensibilidades.
Mudando de pato a sapato, o Tio SÉRGIO, aqui, gosta muito de SPACES, álbum lançado em 1974, onde COREA e o guitarrista LARRY CORYELL, organizam FUSION soberba encostando no ROCK PROGRESSIVO. O disco foi um “must” naqueles tempos – e é até hoje!!!!
CHICK COREA nasceu em 1941, fez carreira em alto nível; e na maior parte do tempos desafiando VANGUARDAS, inovando. Gravou de tudo e um pouco mais. É de competência incontestável!!!!
De certa forma, ele retornou para o JAZZ CONTEMPORÂNEO de feitio “mais tradicional” – se isto for possível.
COREA foi um craque na elaboração de melodias, e sempre capaz de tocar confortavelmente solo, em grupos, duos, ou quaisquer outras formações que ouvi.
Ele e seu contemporâneo também genial, HERBIE HANCOCK, nascido em 1940, desenvolveram o MODERNO PIANO JAZÍSTICO ao limite.
E, ao longo de suas carreiras, incluíram teclados elétricos, sintetizadores e outros brinquedinhos da modernidade. Ambos flertaram com o FUNK e o ROCK em seus discos. Aliás, todos de nível estético superior.
HERBIE e CHICK são duas são lendas e ritos, que dialogaram quase o tempo todo, e por décadas, como se disputassem entre si para ver quem era o mais antenado, competente, gênio e influente.
Estavam empatados, quando CHICK morreu de um câncer raro, em 2021.
Como legado artístico, gravaram em dueto disco cult e colecionável, COREA/HANCOCK, de 1978. Um testamento de afeto e respeito que seguramente sobreviverá.
Postei aqui os discos que tenho de CHICK COREA. Ouvi alguns, hoje; e estou terminando com LIVE IN MONTREUX, gravado em 1994; Um primor de modernidade melódica. Um disco Imprescindível e até fácil de encontrar.
Com a morte de CHICK sei que fiquei um pouco mais pobre interiormente. A falta de CHICK é mais um prego no caixão existencial de minha geração. Houve e sei que haverá outras perdas. Infelizmente. É do existir…
Talvez algum dia lancem BOX coligindo a obra completa dele; e à altura do que a SONY fez com HERBIE HANCOCK.
CHICK COREA merece artefato mais eloquente, completo e respeitoso. E definitivo, quem sabe?
Se e quando acontecer, espero que o preço não emascule os homens e nem estupre as mulheres, em suas respectivas contas bancárias.
Artistas como CHICK COREA são sempre provedores de arte. E também de afetos!
Brindes ao CHICK, e com a reverência que ele merece!
Texto original 13/02/2021
