LAMONT DOZIER – INSIDE SEDUCTION – 1991

COM ERIC CLAPTON E PHIL COLLINS

 

LAMONT DOZIER era parte do trio que levantou a MOTOWN RECORDS, na década de 1960, escrevendo e, no caso dele, arranjando para artistas como “THE SUPREMES”, “FOUR TOPS”, “ISLEY BROTHERS”, entre incontáveis .

Ele conhece por dentro SOUL, R&B, e tudo o que se refere a fazer música negra de sucesso, como prova a grife HOLLAND – DOZIER – HOLLAND, a base do MOTOWN SOUND.

Nesse disco, LAMONT trouxe dois amigos e fãs para ajudar. CLAPTON na guitarra – é óbvio! – e PHIL COLLINS na bateria. O restante foi com ele mesmo: teclados eletrônicos em profusão.

E o problema é precisamente esse. Tentou de alguma forma atualizar sua “griffe”…

Publiquei o disco porque exemplo típico do pior, mais irritante e brega foi feito nos anos 1980/1990, com SINTETIZADORES e PARAFERNÁLIA ELETRÔNICA. Acho que não ornou, digamos assim…

Músicas e arranjos melosos a ponto de levar diabéticos ao coma. E feito quando a eletrônica já estava sendo mais bem utilizada. É disco datado, mesmo que “COLECIONÁVEL “.

E quanto a CLAPTON e COLLINS? O trivial.

Ouçam e constatem.

Ou, não?
texto original: 09/02/2020

 

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QUERIDA E AMADA TIA DIVA GARINI:

“A vida é o que acontece com você, enquanto você faz planos para ela”. Encontrei esta frase, atribuída a John Lennon, em um cartão de aniversário, enquanto procurava documentos para providenciar o enterro de tia DIVA. Ela morreu, dia 29 de agosto de 2015; foi-se muito rapidamente aos 88 anos. Não sofreu.

Toda vida é completa por si mesma. Não é, geralmente, o que cada um pensa a respeito de sua própria. Mas, ela é.

Quando a vida se acaba e a energia que nos mantêm solares cessa, a feição de luas pálidas sobrevém e se mantém, até nos auto-consumirmos e voltarmos ao nada. Pelo menos o corpo que a suporta…

Sobre o espírito especulamos e desejamos que seja eterno. Não pedimos para nascer e a maioria de nós vai embora compulsoriamente.

Somos assim, segmentos de reta, finitos num universo impensável; inesquecíveis para um círculo pequeno de amigos e parentes – enquanto não nos esquecem…definitivamente.

Tia DIVA era pessoa de fé. Católica por formação e quase espírita por aprendizado; como boa brasileira não resistiu aos apelos por algo a mais que lhe tornasse inteligível o viver.

Diva tinha um quê de budista no comedimento, na recusa às grandes emoções, às paixões súbitas e a quaisquer arroubos ou cenas.

Viveu bem, mas a meio-pau. Não exacerbou, não sofreu intensamente por nada ( que se saiba ), mesmo tendo sido constantemente solidária com os que convivia e gostava. Era amada por todos e certamente nos amou, também.

Foi professora, era solteira, independente, e algo severa e rígida.

Jamais soubemos de algum alguém que a tivesse tirado do sério. Duílio, um dos irmãos, que também já cumpriu a tabela no jogo da vida, certa vez brincou perguntando se ela pretendia morrer “invicta”.

Ninguém sabe, ninguém viu e, em família, pouco se especulou sobre isso – eu acho. DIVA viveu como quis e às próprias custas. Foi feliz?

Na juventude e na maturidade foi mulher bonita e atraente. Era simpática, educada e fina. E ALDAHYR, amigo de todos nós, que também já percorreu os dezoito buracos do “green”, quando adolescente nela reparava atributos que, para nós sobrinhos, não seria, digamos, legal observar.

Acho que ela jamais soube. Mas, o que acharia disso na intimidade?

Eu e os primos mais próximos convivemos com ela a vida inteira. Quando criança morei em sua casa e com os outros tios solteiros – Tonico, Norma, Juliano e a vó Maria, também. Foi um período interessante, de formação, que deixou em mim detalhes de caráter marcantes. Recentemente, eu soube que, de certa maneira, “os meus direitos federativos” foram “emprestados” para que DIVA e irmãos dessem um jeito em mim.

Parece que minha mãe não me aguentava, que eu dava trabalho além da conta. Eu jamais me vi assim. Vai saber…

Por essas e outras – muitas outras – sou grato à DIVA GARINI pela convivência que ela a mim e a todos propiciou.

Na semana derradeira, como sempre eu e Angela estivemos presentes quase todos os dias. Os primos próximos, também.

Um dia antes de entrar em coma, conversamos bastante e ela me agradeceu por estar lá. Não precisava. Todos fizemos por afeto e gratidão.

DIVA se foi tão discretamente quanto viveu. E nós permanecemos feridos e saudosos dos capítulos que escrevemos juntos. Deixou memórias no profundo da alma dos conviveram juntos a ela.
TEXTO ORIGINAL 01/09/2015

ERIC CLAPTON, DAVE BROCK & HAWKWIND LIVE – NOVEMBRO 2019

Quanto mais rezamos, mais despertamos fantasmas que nos habitam. E isso é muito bom!

E ficou melhor ainda quando ERIC CLAPTON subiu ao palco do ROYAL ALBERT HALL, em Londres, para tocar em show comemorativo de 50 anos do HAWKWIND!

Era para ele ter feito duas ou três músicas, mas permaneceu o CONCERTO inteiro por iniciativa própria. Pode significar que está melhorando da doença degenerativa que o impedia de andar normalmente e tocar guitarra.

Graças ao universo e suas divindades; à medicina, aos médicos; e à torcida organizada urbi et orbi! ERIC merece e nós precisamos!

Mas, dirão vocês e o TIO SÉRGIO concordará: “WHAT PORRA WAS THAT?” Tocar com HAWKWIND?

Precisamente, madames e cavalheiros: CLAPTON e DAVE BROCK são amigos desde os anos 1960. São amantes do BLUES.

Aliás, é a simplicidade formal do BLUES que orienta a pauleira brava do HAWKWIND. Um compósito MÚSICA AMBIENTE, KRAUTROCK, e ROCK PROGRESSIVO algo meio MOODY BLUES, nesta poção mágica pesada e inusitada conhecida por SPACE ROCK.

O HAWKWIND está e permanece na área junto com os 78 anos de DAVE BROCK, na época! A banda é, também, ponto de encontro da modernidade pesada do ROCK. Jamais esqueçam que O MOTORHEAD saiu dali. O PROTO-PUNK METAL do trio é fatia indigesta desse bolo sonoro. LEMMY KILMINSTER tocou por 4 anos no “WIND”, antes de partir para a gandaia total…

E onde entrou CLAPTON no enredo? Nos slides de guitarra e HARD BLUES de base da banda. Foi certamente inesquecível ver ERIC solando “ASSAULT AND BATTERY”, e outras iconoclastias. Uma festa de RITMOS, ELETRÔNICA e ROCK PESADO.

LEMMY deve ter gostado. E o público, disseram os críticos, amou! Mas, faltamos eu, vocês e uns PINTS de cerveja naquela noite talvez histórica!
Texto original: 08/02/2020

MEMÓRIAS DO MEU SEGUNDO ESCOMBRO DIGITAL

 

Estou em guerra de extermínio contra o meu computador. Este é o segundo de safra antiga, porque o primeiro simplesmente aniquilou com um livro que tentava escrever, e desfigurou outro que Angela vinha fazendo.

Aliás, estamos ele e eu mutuamente num ciclo de agressão e intolerância progressiva. Ele está velho e eu também. Ele é teimoso e eu idem.

A Angela tem me dito, há tempos, para aposentar essa ruína pós-moderna e comprar outro melhor, mais prático, mais tudo. Ela tem razão, mas eu venho adiando o inevitável em parte por comodismo, e também, planejamento de prioridades. Grana é sempre facilitador ou empecilho…

Acontece que substitui-lo é essencial. Porque como todo mundo, não consigo viver sem computador. Eu preciso dele – um locutor silencioso de minha voz escrita (Vige!!!). Ultimamente, ele me declarou “personna non grata”. E eu o condenei como satã que trunca minhas ideias, impede os trabalhos, subserve a meus planos, e conspira contra a minha paciência.

O computador-escombro acaba ganhando todas. Afinal, a raiva é minha. Mas, a vingança é dele… O impasse é total. A engenhoca não manda em mim, e eu não a comando mais. Está na hora do divórcio; quem sabe litigioso e com baixaria. Talvez eu seja preso pela atitude medíocre de agredir um “quê” inanimado.

Em fúria, mas com calor ( e quê calor! ) e afeto, subscrevo-me, em pé de guerra!!!

Ah, já o substituí faz anos e, por enquanto, estou me dando bem com este aqui! Até sei lá quando!!!!!
Postagem original 2014

ROD STEWART, O “RODESTRUDE”, E SUA CARREIRA LONGA E OSCILANTE

Sim! Certa vez um amigo que trabalhava em distribuidora de discos mandou o pedido feito por um cliente:

Ele queria, entre vários, os novos discos do “RODESTRUDE”, do “MAICON DIAKSON”, do “JOLENO” e do “JOCOQUI”…

Vou traduzir para vocês, gente maldosa: ele encomendou ROD STEWART, MICHAEL JACKSON, JOHN LENNON e JOE COCKER. Pedido feito e confirmado na fonte, o lojista recebeu tudo direitinho…

Sei lá por quais maremotos, encontrei sobre o meu rack esta “preciosidade”: ROD cantando o “THE AMERICAN SONGBOOK”, em um dos volumes que gravou. É uma fratura exposta em algum escaninho de casa.

“Ponhei” pra rodar!

Santo Colombino!, é pior do que pareceu quando escutei faixas em rádios, e até em CDs, pelas andanças da vida!

Os fãs de ROD STEWART vão odiar. Mas, tenho opinião nada abonadora sobre o moço, nos últimos ( glup? glub? cof, cof! ) mais de 45 anos!

A turma do ROCK geralmente gosta muito de seus 3 primeiros LONG PLAYS solos: “THE ROD STEWART ALBUM”, 1969; “GASOLINE ALLEY”, 1970; e “EVERY PICTURE TELLS A STORY”, 1971. São, realmente, diferenciados e originais; FOLK-BLUES-ROCK vanguardeiro para aqueles tempos, e destacando a voz única de ROD.

Para os completistas, saiu por aqui, uns 15 anos atrás, uma coletânea de SINGLES RAROS, gravados na década de 1960, lançados pela COLUMBIA, IMMEDIATTE, e outros descartes. É disco que mapeia o ROD antes da fama.

Mas, sempre se deve ir além e aquém, claro. São imperdíveis os dois clássicos LPS com o “JEFF BECK GROUP”, TRUTH, de 1968; e “OLA”, 1969.

E os esfuziantes e tipicamente HARD ROCK feitos com os FACES, a banda MOD/BEAT espetacular e famosa antes conhecida por SMALL FACES.

ROD STEWART assumiu no lugar do lendário vocalista e guitarrista STEVE MARRIOTT. Lá já estavam o guitarrista RON WOOD, hoje nos ROLLING STONES; e músicos craques como IAN McLAGAN, nos teclados; RONNIE LANE, baixo; e o baterista KENNY JONES, que depois foi para THE WHO, no lugar de KEITH MOON.

Aqui estão os melhores discos lançados por eles: “LONG PLAYER”, cujo LP original vinha em capa transparente para destacar o vinil; “A NOD IS AS GOOD AS WINK…”; e “OOH, LALA”. Todos legais, e feitos entre 1972 e 1974.

Eu concordo e afirmo que ROD STEWART estava no auge da forma, entre 1968 e talvez 1975. E com prolongamento bem menos criativo até o início dos 1980. Ele ainda cantava bem, e foi acompanhado condignamente em músicas comerciais e de qualidade aceitável. A passagem de ROD pelo BRASIL, em um grande festival, foi um merecido e enorme sucesso de público.

Sua voz, bastante original, emulava FRANK VALLI, dos FOUR SEASONS, e a quase rouquidão dos grandes do R&B, como OTIS REDDING, SAM COOKE e JIMMY WITHERSPOON. Era um diferencial nítido que, à partir dali, foi usada e abusada no POP usual e grande apelo popular.

Com o tempo, a voz e o canto de ROD STEWART foram decaindo acentuadamente. Se há muito tempo não havia discos artisticamente relevantes, o seu POP já medíocre despencou de qualidade espiral abaixo; “SAILING”, drifting away…

E deu nisso:

A série “THE AMERICAN SONGBOOK”, em 4 volumes, tem o repertório de STANDARDS DO POP CLÁSSICO de sempre. E é filha de modismo do final dos anos 1980, e início dos 1990. Artistas POP gravando a “GRANDE CANÇÃO AMERICANA”, como se “quase – jazzistas” fossem. Tentavam ressuscitar repertório na linha de ELLA FITZGERALD, BILLIE HOLIDAY, SARAH VAUGHN, SINATRA, TONY BENNETT, etc.

O experimento em geral ficou abaixo do padrão. Mesmo assim, dá para escutar “LINDA RONSTAND”, e “ROBERT PALMER”, por exemplo…

Porém, o RODESTRUDE, não rolou! A voz pequenina não consegue dar conta do desafio com a indispensável afinação. Eu acho os discos ruins, mesmo! E os duetos? Deixa prá lá… bem prá lá…

No entanto, o ROD STEWART do início de carreira vale a pena retomar, escutar e curtir.
Texto original de 06/02/2022

MILES DAVIS – BLACK BEAUTY – 1970

O disco foi gravado AO VIVO no FILLMORE WEST, em São Francisco, o “planetário” do ROCK PSICODÉLICO e PROGRESSIVO do início dos anos 1970.

E traz MILES DAVIS acompanhado por CHICK COREA nos teclado; DAVID HOLLAND tocando baixo; JACK De JOHNETTE, baterista; STEVE GROSSMAN, sax soprano; e o brasileiro AIRTO MOREIRA, na percussão.

É JAZZ FUSION ELÉTRICO da melhor qualidade, e bem no clima dos grandes concertos de bandas americanas de ROCK PROGRESSIVO PSICODÉLICO, como o GRATEFUL DEAD, JEFFERSON AIRPLANE, CHASE, MADURA e outras daqueles tempos.

É o MILES da fase BITCHES BREW “ENROQUECENDO” o “FREE JAZZ” e as experimentações de vanguarda.

Como de hábito, é um show de bola com músicos em via de consagração. Alguns por aí ainda hoje!

Os que acusaram o JAZZ de haver decaído, não se deram conta do quanto o ROCK se sofisticara e evoluíra!

Hoje, fusões de todos os tipos são o MAINSTREAM do POP. Só que MILES DAVIS é vanguarda em quaisquer de suas fases, e em qualquer tempo, C.Q.D…

Não percam, este álbum faz parte de alguns ” quase piratas ” do imenso acervo que a COLUMBIA RECORDS preserva, e foi lançando no decorrer dos tempos…
postagem original em 05/02/2019

SERRA ABAIXO: GUARUJÁ

Aeroportos, estações rodoviárias e ferroviárias … locais de envio para outros micro-mundos. Ritos de passagem, esperas, demoras. Eu tenho calafrios; ansiedade.

Gosto de chegar, ver chegar… Viajar? Talvez. Partir? Não. Talvez porque signifique abandono. Deixar quem amamos. O desconforto do desapego. Desaconchego?

O terminal Jabaquara fica perto de onde quase acaba São Paulo, num dos pontos de expulsão para o litoral serra abaixo. É limpo como a maioria dos terminais. Mas é simples, algo lúgubre e com o barulho dos aviões que chegam e partem do Aeroporto de Congonhas.

O ônibus para o Guarujá saiu às 20,20 horas. Vizinhos de bancos cansados. Dia longo para todos, certamente… E chegar cada um sabe onde. Nenhuma comunicação. Humanos interrompidos.

Cheguei às 19,50. Vim de um restaurante recôndito, num bairro nobre agradável. Lugar somente curtido pelos moradores e ou quem lá trabalha. A exceção foi o dia em que entrou Aécio Neves. ..

Gosto do lugar. Comida quase boa, bebida gelada e garçons simpáticos. O ônibus saiu na hora; é quase confortável. Ordem : colocar o cinto de segurança. Partimos. E paro por aqui. Os buracos impedem escrever no celular. Minha garrafa de água sumiu.

OTIS REDDING – “PAIN IN MY HEART”, E NINA SIMONE, : I’M NOT A BLUES SINGER”. AMBOS EM VINIL, 180G.

Pois, é!

Cada um deles chegou no apto do tio SÉRGIO bonitinho, lacradinho, por algo em torno de $ 10 BIDENS, uns R$ 53,00 MANDACARUS! Uma baba!!!!

Por preços baixos eu compro. Os discos caros normalmente eu deixo pra quem quiser… Para mim, apenas pelo prazer de tê-los.

Este é o primeiro LP de OTIS, 1964. Não reproduz a primeira edição original que, claro, a gravadora reteve os direitos para uso futuro.

E, também, uma coletânea de EUNICE KATHLEEN WAYMON, ooooppss, a grande NINA SIMONE, lançada faz pouco tempo. E, que eu saiba, não reproduz nenhum original. Mais uma vez, comprei por gosto e oportunidade…

Não tenho pick up, portanto não posso ouvi-los. Espero que tenham qualidade técnica suficiente para fazer jus aos dois. Se não, valeu pelas capas, curiosidade e minha admiração pelos dois.

É isso!

OTIS REDDING – “PAIN IN MY HEART”, E NINA SIMONE – I’M NOT A BLUES SINGER”. AMBOS EM VINIL, 180Gr.

Pois, é!

Cada um deles chegou no apto do tio SÉRGIO bonitinho, lacradinho, por algo em torno de $ 10 BIDENS, uns R$ 53,00 MANDACARUS! Uma baba!!!!

Por preços baixos eu compro. Os discos caros normalmente eu deixo pra quem quiser… Para mim, apenas pelo prazer de tê-los.

Este é o primeiro LP de OTIS, 1964. Não reproduz a primeira edição original que, claro, a gravadora reteve os direitos para uso futuro.

E, também, uma coletânea de EUNICE KATHLEEN WAYMON, ooooppss, a grande NINA SIMONE, lançada faz pouco tempo. E, que eu saiba, não reproduz nenhum original. Mais uma vez, comprei por gosto e oportunidade…

Não tenho pick up, portanto não posso ouvi-los. Espero que tenham qualidade técnica suficiente para fazer jus aos dois. Se não, valeu pelas capas, curiosidade e minha admiração pelos dois.

É isso!

P.I.L. – PUBLIC IMAGE LTD, COM 3 FAIXAS, DUAS AO VIVO, GRAVADAS EM 2010. E HARMONIA: LIVE, 1974. AMBOS EM VINIL!

Eles chegaram na porta do TIO SÉRGIO por $ 22,00 BIDENS, uns R$ 110,00 MANDACARUS.

O P.I.L , BANDA EXPERIMENTAL DE JOHN LYDON, o inefável JOHNNY ROTEN, ícone com os SEX PISTOLS, custou abaixo de R$ 40,00 MANDACARUS! E o HARMONIA… façam as contas.

Eu só compro VINIL na marmita das almas.

HARMONIA é banda de KRAUTROCK, formada por três luminares da cena: MICHAEL ROTHER, HANS-JOACHIM ROEDELIUS e DIETER MOEBIUS.

O disco foi gravado na fase áurea, 1974.

Os caras são tão importantes que BRIAN ENO, criador da AMBIENT MUSIC, e um dos pioneiros do experimentalismo contemporâneo, gravou discos junto com eles.

Aqui, dois vinis caprichados, 180g, etc..

O que tem dentro eu não tenho a menor ideia! Não tenho PICK-UP!

Texto original 04/02/2023

Pode ser uma imagem de texto que diz "Harmonia live 197 PiL"

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MILES DAVIS – DARK MAGUS – 1974

Esse disco é a base do concerto que MILES DAVIS e banda fizeram quando passaram pelo Brasil pela segunda vez, em 1974.

Eu estava lá, no TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, e vi aquele gênio original, ousado e vanguardista, tocando seu TROMPETE acoplado a uma pedaleira de guitarra, wah-wah, eco e tudo o que a tecnologia da época permitia!

Devastador!

Para um rocker como eu e amigos que estavam lá comigo, foi um bacanal sonoro iconoclasta.

Na metade da apresentação houve intervalo; e os mais velhos se retiraram protestando. Não era o MILES que por aqui estivera em fins dos anos 1950!

Ao contrário, havia aderido ao JAZZ FUSION. E trouxe uma banda jovem, com 3 guitarristas, baixo, bateria, dois percussionistas, e mais dois nos sopros. Foi tamanco sem couro: pau puro!

Quanto chegamos ao MUNICIPAL passamos por um preto magrinho e COOL, usando enorme echarpe; e postado nas escadarias fora do teatro. Era MILES DAVIS observando as potenciais vítimas ou futuros e reverentes cultores.

O que fizeram MILES e músicos é vanguarda até hoje, passados perto de 50 anos! Música livre, entrosada, mas sem roteiro muito definido. Na prática, um ROCK DA PESADA e sem piedade ou concessões. O concerto abalou o conservador, histórico e recatado principal teatro da cidade!

O repertório saiu pela primeira vez em disco no Japão, nos anos 1990 do século passado, após a morte de MILES DAVIS, em 1991. Depois, uma avalanche de discos inéditos, shows e vasto escambau foi despejado mundo afora!

Eu calculo que mais de 120 discos/CDs foram lançados ou relançados. Uma universidade sonora para estudo e curtição dos fãs, e todo o mundo.

Na edição limitada acima, o saxofonista e flautista DAVID LIEBMAN, que estava na banda, escreve um livreto expondo como o trabalho e os arranjos foram organizados.

Ele cita a criatividade, conhecimento musical e intuição de MILES DAVIS para fazer tocar a enorme máquina sonora que forjou. MILES dava organicidade ao caos domando a liberdade dos jovens músicos da banda.

Mas, não é disco para todos. É duro, multirrítmico, percussivo, e mescla o FREE JAZZ ao FUNK, algo entre SUN RA, JAMES BROWN e SLY & THE FAMILY STONE, em cima de um sub-reptício e recorrente ROCK (JAZZ?) MINIMALISTA.

E, claro, há os sopros, madeiras e metais, também nada convencionais. A começar por DAVIS, e sua engenhoca barulhenta: um trompete soando a galáxias do BE-BOP e de qualquer racionalidade tradicional!

Como disse um integrante da banda, à época, “MILES IS MILES AND MILES AWAY!” Um vulcão arrasador!

Verifique – se aguentar ou duvidar!!!! É para joviais e inconformistas. E, principalmente, para os que não perderam o humor e a curiosidade.
Original publicado em 04/02/2019