LI ALGUÉM DA BANDA CONTAR O ENCONTRO QUE O “FREE”, NO INÍCIO DE CARREIRA, E “THE WHO” JÁ FAMOSO, TIVERAM EM UM FERRY BOAT, NA INGLATERRA. ELE DISSE QUE OS QUATRO DO “WHO” VIERAM ELOGIAR “ALL RIGHT NOW”, A MAIS DESTACADA MÚSICA FEITA PELO FREE, E QUE BOMBAVA NAS PARADAS DAQUELES TEMPOS. É UM BAITA ELOGIO, QUE “TIO SÉRGIO” CONCORDA PLENAMENTE. NO ENTARDECER DA PSICODELIA E NO RAIAR DO HARD ROCK SURGIRAM GRUPOS COMO O “FREE”, O “SPOOKY TOOTH” E O “HUMBLE PIE”. TODOS FAZIAM “HARD ROCK” AINDA NÃO TÃO PESADO, COM O ANDAMENTO LENTO DO BLUES E TOQUES DE VANGUARDA DOS CONTEMPORÂNEOS DO ROCK PROGRESSIVO. NÃO TIVERAM GRANDE SUCESSO. MAS, CRIARAM ESTILOS, SONS DIFERENCIADOS E MUITO APRECIADOS ATÉ HOJE PELO PESSOAL, QUE OSCILAVA ENTRE OS DOIS ESTILOS. ALIÁS, ERA MUITO COMUM: “TIO SÉRGIO”, Claudio Finzi FoáNelson Rocha Dos Santos E MAIS UM PEQUENO MONTE DE GENTE ESTAVA NESSA. A DISCOGRAFIA COMPLETA DO “FREE” É INDISPENSÁVEL PARA COLECIONADORES DE ARTISTAS DAQUELES TEMPOS. EU GOSTO DE TUDO, PRINCIPALMENTE “HEARTBREAKER”, QUE É DISCO DE ANDAMENTOS MAIS RÁPIDOS, E TRAZ UM CULT INESQUECÍVEL: “WISHING WELL”. NO ENTANTO, POR MERO GOSTO PESSOAL, ACHO AS PERFORMANCES AO VIVO UM “TANTO QUANTO… SOBRE UM TANTO QUANTO”. NÃO EMPOLGAM. PARA MIM, DÃO SONINHO…. O “FREE” FOI O LABORATÓRIO QUE LANÇOU UM DOS MAIORES CANTORES CONTEMPORÂNEOS, “PAUL RODGERS”. VOCALISTA EXUBERANTE DE REPERTÓRIO MEIO “QUADRADO” E… HUMMMM… RECORRENTE, REPETITIVO… NO FREE TAMBÉM ESTEVE “PAUL KOSSOFF”, GUITAR HERO CULT, E ESTILISTA RECONHECIDO, QUE MORREU MUITO JOVEM…. O BAIXISTA ERA , “ANDY FRASER”, QUE TEVE CURTA PASSAGEM PELO “BLUESBREAKERS”, DE “JOHN MAYALL”. E O BATERISTA “SIMON KIRK”, FUNDADOR COM “RODGERS” DA “BAD COMPANY”. ESTA, SIM, BANDA DE MUITO SUCESSO COMERCIAL, NA DÉCADA DE SETENTA E INÍCIO DOS OITENTA, MAIS DINÂMICA E RITMADA, QUE VEZ POR OUTRA AINDA RENASCE PARA TURNÊS, E ETC… PARA A MAIORIA, HÁ EXCELENTE COLETÂNEA DUPLA, LANÇADA NA DÉCADA DE 1990, COLIGINDO MAIS DE TRINTA MÚSICAS. É O SUFICIENTE. CURTAM O FREE. A SONORIDADE PERMANECE ATUAL, E MUITA COISA INTERESSANTE TEVE O INÍCIO LÁ.
TEMPOS ANTIGOS, VIDA MAIS ESPERANÇOSA E ARTE DE PRIMEIRA ORDEM!
GERMANO MATHIAS É ARTISTA URBANO E POPULAR. LEVAVA A PERFORMANCE DO SAMBA A LIMITES DA ARTE. TIMBRE VOCAL PECULIAR, RITMO CONTAGIANTE E A BANDA QUE O ACOMPANHA NESSE DISCO DE 1961 É EXUBERANTE.
VEJAM A CONJUGAÇÃO ENTRE O TECLADO E O RESTO DO GRUPO, MODERNÍSSIMO ATÉ HOJE. TOCARIA NOS CLUBES DE LONDRES, NO INÍCIO DOS ANOS 1960, FÁCIL, FÁCIL!
SE HOUVER EM CD EU VOU ATRÁS. COLECIONÁVEL PRA CASCALHO!!!! POSTAGEM 31/03/2020
Em 31 de março de 1964, eu estava recebendo aula de piano da PROFESSORA LYDIA.
Excelente mestra, senhora conservadora e recatada, e não só do lar: lecionava para meninos e meninas que pudessem pagar e aprender.
Eu não podia pagar. Eram tempos dificílimos para os meus pais, e muita, muita gente mesmo. Algum tempo depois, desisti das aulas…que tentei retomar uns 38 anos atrás.
Porém, a minha falta de determinação e pouco tempo disponível boicotaram a iniciativa…A música me persegue e fascina. Mas, tocar um instrumento, ou cantar, não fazem parte da coreografia da minha “ópera” existencial….
Em 1964, eu tinha onze anos de idade. E ideia nenhuma do que seria a política, a vida, e essas coisas todas que vieram quando tornei-me adolescente. A POLÍTICA nunca mais deixou de ser preocupação cotidiana: Eu vivo intensamente a movimentação, transformação, e aflições decorrentes. Estou sempre discutindo, opinando e propondo com amigos, adversários e até gente que não gosta de mim…
Na antevéspera do GOLPE, recordo muito bem o clima de tensão nas pessoas, rádios e televisões, com o movimento de tropas e a iminência de algo já esperado…
Ansiedades sibilavam no ar feito serpentes.
Na minha família, que oscilava entre a classe média e a média baixa, a maioria estava a favor do golpe, pelo que depreendi algum tempo adiante.
A inflação, instabilidade e nenhum diálogo político preenchiam o vácuo de poder existente no governo JANGO – resultado da fracassada tentativa de auto golpe do ex-presidente JANIO QUADROS, um palhaço sinistro, despreparado e autoritário…
Meus pais trabalhavam muito e lutavam para sobreviver na fronteira da pobreza. Eu suponho que não tivessem opinião formada sobre aquilo tudo…
Certamente queriam estabilidade, emprego e inflação controlada – algo fora de foco naqueles tempos doentios, mas interessantes.
A exceção visível, dentro da minha família, era o TIO TONICO, Antonio Garini, jornalista que teve seu destaque do final dos anos 1950, até os 1970.
TONICO foi dos primeiros que orientaram e despertaram o meu interesse em política, uns quatro anos depois do golpe. Ele era de esquerda, autodidata, lia muito, e também fazia traduções. Era interessado em assuntos culturais. Principalmente literatura.
Os INTELECTUAIS NÃO ACADÊMICOS foram personagens atuantes dos anos 1920 até meados da década de 1970. Depois, foram ultrapassados pelo conhecimento legitimado pelas universidades. No entanto, o jargão acadêmico e metalinguagens, por princípio e necessidade, são não-jornalísticos. Se ampliam perspectivas para o conhecimento, simultaneamente restringem acesso a público maior.
As resenhas de livros, artes e discos, feitas por não acadêmicos que sabem sobre o quê escrevem, são mais gostosas e interessantes de ler. Prenhes de humanismos e opiniões enriquecedoras.
O acesso à cultura geral pelos grandes jornais era muito possível, aos alfabetizados interessados, até o final dos anos 1970. Eu e meus amigos SILVIO DEAN e NAIEFF HAIDAR éramos leitores costumazes da caudalosa EDIÇÃO DE DOMINGO do ESTADÃO. Formou a base humanista que nós jamais renunciamos.
Agora, volto ao rugido dos leões cutucados com a vara curta: os militares – sempre assediados pelas elites e a classe média de direita. A sanha golpista não começou com BOLSONARO. Ela é falha geológica na cultura e no “caráter” político brasileiro.
Entre 1961 e 1964, todas as tendências políticas tinham os seus planos de golpe. Da extrema esquerda à extrema direita, todos pregavam insurgências.
Até que os militares deram o esperado golpe; e acabaram com a democracia, defenestraram os liberais, e reprimiram a esquerda. E destruíram as INSTITUIÇÕES POLÍTICAS, com reflexos até o presente…
O golpe não era necessário. Haveria eleição presidencial em outubro de 1965. Os candidatos que lideravam a disputa eram JUSCELINO KUBISTCHEK e CARLOS LACERDA, direita notória!
E a desculpa de que os COMUNISTAS tomariam o poder não se sustentava. Nas eleições anteriores, o P.C.B jamais ultrapassara 3% dos votos!
E poderia ter sido evitado se personagens como ROBERTO CAMPOS e CELSO FURTADO, por exemplo, intelectuais bem preparados, mantivessem enfrentamentos pelos jornais, e mídias em geral. Na FRANÇA, RAYMOND ARON e SARTRE polemizaram pelas vias institucionais o tempo inteiro. E essa válvula de escape, via fala e escrita, reduz sim, as tensões mantendo o diálogo e os desacordos políticos nas vistas do público.
Sempre pensei sobre isso.
Nos tempos de JOÃO GOULART, personagem politicamente inábil e sem legitimidade, as coisas estavam difíceis. E continuaram durante os primeiros três anos do novo regime.
Depois, estabilizada a economia, iniciou-se período de crescimento que foi até o final da ditadura Medice, em 1973.
Nossa família e muitas e muitas outras aproveitaram esse momento para equilibrarem-se e continuar em frente.
A eficiência econômica passou a ser perseguida; houve progresso e empregos. O Brasil estava sendo modernizado.
Já a política, a evolução institucional e os direitos humanos, tiveram retrocessos que sentimos até hoje!
Em 1967, dei de cara com a ditadura meio sem querer.
Eu estudava em uma escola estadual à noite, e as instalações não eram das melhores. Comentei com o GARINI, que perguntou se eu daria uma entrevista para a televisão onde ele trabalhava, acho que a RECORD. Não tive dúvidas e fiz. Apareci na TV.
De noite, fui chamado à diretoria da escola, repreendido e até sutilmente ameaçado. Lá, também estava um colega de classe, bem mais velho, ao lado do diretor.
Bidú! O cara era informante da ditadura. Sim, sempre existiram, e não só nas UNIVERSIDADES. A coisa deu em nada, mas eu amadureci. E passei me interessar por política.
Mas, essa é outra história, que uma hora eu conto melhor… POSTAGEM ORIGINAL 31/03/2022
Sei lá se aconteceu por volta de 1971, pouco antes ou algo depois. Mas, por aqueles tempos eu e meu “amigoirmão” SILVIO DEAN ainda colecionávamos discos juntos.
Começou por volta de 1967, quando nós dois, adolescentes e completamente duros, decidimos comprar discos diferentes para saciar nossas curiosidades. Ambos adorávamos ROCK, e mais ou menos na mesma direção.
Por exemplo, se ele comprava os SEARCHERS, o DAVE CLARK FIVE e os SWINGING BLUES JEANS; eu procurava TROGGS, TRAFFIC, STEVE MILLER BAND, PROCOL HARUM… O SILVIO comprou o primeiro dos DOORS, e eu o DISRAELI GEARS do CREAM… E, às vezes, batíamos cabeça com os YARDBIRDS, e o MANFRED MANN, bandas que nós dois adorávamos.
Numa dessas e certo dia, olhamos para a coleção e reparamos que tínhamos acervo pouco variado…Muita coisa dos mesmos artistas…O que fazer?
O negócio era ampliar, mas os nossos gostos aos poucos deambulavam por caminhos diferentes. Ainda assim, fomos “together” por mais algum tempo, abastecendo a discoteca. E, quando separamos os acervos, continuamos a frequentar as lojas, e a trocar/emprestar os discos entre nós, o que fazemos até hoje.
Mas, TIO SÉRGIO, por que você fez esse “prolegômeno” para resenhar um disco do RICK ASTLEY?
É o seguinte: nenhuma discoteca, biblioteca, ou quaisquer coleções se sustentam sem outros artistas, e propostas. E, principalmente, sem o SEGUNDO e o TERCEIRO TIME. Porque artistas menores formam a imensa maioria, e produzem variedade incomensurável, e também fazem bons discos bons. São eles que irrigam o mercado com novidades. Preservam, e muito, o lado lúdico e a continuidade do HOBBY. Alternativas renovam o gosto e o prazer, ao longo do tempo. Eu acho.
RICK ASTLEY é a cara do meu amigo, o quase DECANO do ROCK NACIONAL, TONY CAMPELLO! RICK tem 58 anos, e foi um cantor de sucesso. Faz parte de uma geração “NEM-NEM-NEM”: nem SOUL, nem DISCO, nem R&B.
Ele está longe de ser um JOE COCKER; ou um TOM JONES – mesmo tendo alguns trejeitos do MACHO ALFA “number one” da música popular inglesa… E também não tem o talento quase específico de MICK HUCKNALL, ou o charme para o SOUL e o R&B de SEAL.
Mas, RICK ASTLEY é artista eficiente, com uns 40 milhões de discos vendidos, e músicas que até hoje orbitam as RÁDIOS FM: “NEVER GONNA GIVE YOU UP” escalou as paradas mundiais, em 1987. E o mesmo aconteceu com “TOGETHER FOREVER” e “HOLD ME IN YOUR ARMS”. Depois da fase áurea, tentou novas fórmulas, como seus contemporâneos. Não rolou muito…
Mas, por que eu comprei essa coletânea com dois discos?
Em primeiro lugar, o preço. Chegou às portas do TIO SÉRGIO por $ 10 BIDENS, uns R$ 50,00 MANDACARÚS, incluído frete, impostos, etc…
Quando se faz um pequeno mergulho na obra de RICK ASTLEY, o primeiro diagnóstico é colocá-lo no TERCEIRO TIME.
No primeiro CD estão os HITS, e poraí. O segundo, é uma tentativa dele posicionar-se em um mercado para gente mais madura – os seus fãs do passado, claro. Gravou alguns clássicos de décadas passadas; e coisas e versões algo insossas dele mesmo…
O segundo motivo, eu confesso, é que desde os tempos da CITY RECORDS, uma das lojas de CDS que tive, quando escutava “CRY FOR HELP”, sucesso de ASTELY em 1991, pensava com as minhas latinhas de cerveja:
Essa música é linda! ele canta bem; o arranjo é bem equilibrado; e as meninas do “backing vocal” são perfeitas. Mas, não tem a pegada necessária. Está faltando BAIXO! Principalmente na BRIDGE final, quando entra a bateria. E um ataque mais incisivo seria o grande diferencial para se tornar um clássico POP. Tá; a tia CAROL KAYE não participou das gravações…
Com o tempo, eu ouvi o “BLUR” na magnífica TENDER; um GOSPEL de arranjo pesado, e se acentuando à medida em que a música progride. Pensei: é isso que faltou ao ASTLEY!
Hoje, escutei atentamente “CRY FOR HELP” algumas vezes. E amenizo um pouco minha opinião inicial. No todo, a música funciona… Mas, poderia ter sido um clássico se tivesse havido luta mais aberta contra o “RAQUITISMO POP” habitual, forjado pelos produtores.
Ah, o meu amigo “SÉRGIO” CAMPELLO era muito mais bonito do que o RICK ASTLEY. Por isso virou TONY; porque parecido com o ator TONY CURTIS! Postagem original: 30/03/2024
No final dos anos 1980 e princípio dos anos 90 o BLUES, no Brasil e no mundo, reviveu de várias formas e jeitos.
Em mesclas com RYTHYM ´N ´BLUES e SOUL, ROBERT CRAY, por exemplo. E fusões com outros gêneros, também.
Vejam ERIC CLAPTON e sua levada tangenciando a BOSSA NOVA, juntando-se a músicos de JAZZ, e tornando-se mais acústico e FUSION. Tendências claras.
ARI BORGER é um ORGANISTA, PIANISTA e MULTI-TECLADISTA que faz grande aproximação da música negra com ela própria, suas vizinhanças e outras fronteiras.
Em seus discos vai de HORACE SILVER a HERBIE HANCOCK. Dá um alô a PINETOP PERKINS; cruza com HERBERT VIANA; e teve a ousadia na criativa “NEM VEM, MILES”, de fundir “SO WHAT”, de MILES DAVIS com “NEM VEM QUE NÃO TEM”, sucesso “SEMI-RAP” de WILSON SIMONAL, nos anos 1960!
Deu Certo!
Fez o mesmo com “NORWEGIAN WOOD”, a música daqueles caras de LIVERPOOL. E “sugeriu” que um pouquinho de LUIZ GONZAGA era FUSION possível e consistente – e é!
Digo apenas mais, (oooops!), que músico e banda capazes de tocar clássicos do R&B, do FUNK – JAZZ , e de toda a modernidade pós BE-BOP, acrescidos por um “retrogosto” à brasileira, é legal de ser ouvido.
ARI BORGER não é JIMMY SMITH e nem WALTER WANDERLEY, mas orbita. Tem estilo e caráter. E há riqueza na escolha do repertório, também!
TIO SERGIO recomenda: pode e deve tocar em quaisquer festas ou reuniões de amigos. Funciona – e muito!
Para terminar eu conto para vocês que ele é compositor. E de jeito tão interessante que JIMMY JOHNSON, pianista do CHUCK BERRY e uma das referências do piano no ROCK e no R&B, fez uma apresentação para o BORGER, no disco “BLUES DA GARANTIA”:
Lá pelo meio escreveu: “Do jeito que você toca atualmente, está muito bom! Apenas tem que melhorar à medida em que fica mais velho!”
Elogio e conselho melhor eu não imaginaria!
Eu gosto; e tenho certeza de que vocês gostarão. E não é difícil de achar por aí!
É só um cara legal, espontâneo, e comedido; mas prenhe de bom senso.
Tinha até um apartamento pra comer gente! E olha que ele não é antropófago!
O importante é que ele é um sujeito de família; mas tão de família, que conseguiu eleger três filhos, montar uma dinastia mambembe, e todo mundo entendeu a mensagem.
É um predestinado: Deus, pátria, família e um apartamento- alçapão pra debulhar moçoilas não tão incautas assim, né!
E tem mais, o moço tem um exército oficial, que ele chama de ” o meu exército”, mas parece que os “milicares” não são muito afins de servirem de bucha de canhão pra ele dar tiro na sociedade…
O JAIR aprendeu a dançar, a se ajeitar. E, como o seu antípoda também peçonhento, o LUIZ INÁCIO, tudo o que acontece não é culpa dele. Não era o que ele queria. É a elite; o Judiciário; o Congresso; esse malditos jornalistas comunistas e as minorias: estas sim, culpadas pela decadência moral da sociedade.
Este é o JAIR; mais esperto do que parece. E muito mais inadequado para o cargo de Presidente do que todo mundo já sabe…
Deus tá vendo. Não toma providência nenhuma, mas está vendo…
Espero que tenha votos suficientes para ficar em terceiro lugar no primeiro turno da próxima eleição!
Obs: acabou em segundo, e quase empatado com Luiz Inácio. Tempos difíceis permanecem.
O biógrafo e escritor RUY CASTRO é um jornalista cultural conhecedor de artes e cinema. É sabedor e contador de histórias saborosas sobre artistas, diretores, e vasto etc…
RUY CASTRO é, principalmente, amante e colecionador de discos. Há mais de vinte anos, começou um artigo desse jeito: “Quando eu morrer vou assombrar e morar na discoteca do CARLOS CONDE”!
Pois é, CONDE foi grande colecionador de LONG PLAYS desde os anos 1950. Durante muito tempo produziu e apresentou um delicioso programa sobre JAZZ, na rádio Cultura de São Paulo. CARLOS quase sempre colocava a própria discoteca para tocar. Quem gostasse de JAZZ uivava feito coiote pra lua! E éramos, e ainda hoje somos muitos. talvez mais ainda!
Eu conheci o CONDE em uma circunstância curiosa. Nos encontramos em um acanhado SEBO DE DISCOS abarrotado, escondido em porão no centro do bairro da PENHA, em SÃO PAULO. Lugar implausível. Vou dizer o porquê, depois de contar uma história real, objeto de matéria no extinto JORNAL da TARDE, daqui de Sampa. Eu sei um pouquinho mais…
No final dos anos 1990, faleceu um banqueiro da pesada; era da família Simonsen. Ele tinha um hobby sensacional: desde a década de 1940, o cara comprava discos em quantidades industriais! Ele tinha grana, muita grana!
Parou de comprar no início dos anos 1990, já muito velho. O cara gostava de tudo, e acompanhou tempos, estilos e eras. Edições e renovações de tecnologias. Colecionou, guardou, acumulou. Em última análise, PRESERVOU um acervo inacreditável!!!!
Descreveu a reportagem que, na mansão dele, havia um pequeno teatro completamente montado com o fino em equipamentos de som! Coisa para os muito ricos
Pois, bem; o cara morreu e a família começou o inventário e a “prospecção” dos acúmulos e coleções. Encontraram milhares e milhares de discos, e nos lugares mais inusitados. Havia pacotes ainda fechados enviados pela BRENO ROSSI e BRUNO BLOIS, lojas em que a elite comprava música de qualidade, dos anos 1950 ao início dos 1990 – e que os enviava aos montes para o sujeito, e outros clieentes selecionados. Era quase tudo importado, claro.
Bom, o que fazer com aquilo?
Eram tempos de vinil em baixa e sendo sucateado.
Primeiro, procuraram um SHEIK ÁRABE que, dizia-se, era o maior colecionador do mundo, com mais 400 mil itens à época. Mas, ele não se interessou porque possuía a maioria dos discos…
Acabaram se aproximando de uma famosa loja de discos usados, em São Paulo, que existe até hoje Mas, não chegaram a um acordo.
Porém, o filho do dono topou abrir uma loja só para vender o acervo. Houve cisão na família…
Pois bem, com essa “Meca Vinílica” solta por aí, colecionadores babões engalfinharam-se como hienas. E, tempos depois, o que sobrou foi parar no sebo subterrâneo da Penha.
Em uma tarde de sábado, eu fui até lá dar uma olhada. Era o ano 2000. Estava lá CARLOS CONDE ajudando um amigo a comprar alguns “lixos”: ELLA FITZGERALD, MILES DAVIS, SARAH, ELLINGTON e outros “menos votados”… O sujeito estava iniciando no colecionismo. Conversamos e trocamos telefones.
Havia mais gente garimpando JAZZ. Eu comprei alguns discos que estavam sendo vendidos a R$ 4,00 cada um. Não era pouco tão pouco dinheiro, mas valia a pena. Eu peguei um original da BLUE NOTE, do HORACE SILVER, o que está postado aqui; eu o mantenho até hoje. E manterei vida afora… OOOPPPSSS. E, também, o BOX com 10 long plays de KEITH JARRET, a edição japonesa do ‘THE SUN CONCERTS” – estava incompleta, mas e daí!!! Encontrei, também, um original americano da cantora de BLUES inglesa, JO ANNE KELLY. Custam uma baba, hoje!
Anos depois, eu me desfiz de tudo junto com mais uns 500 discos de vinil de MÚSICA CLÁSSICA que ainda tinha, conseguidos como descrevi em outra postagem – que qualquer hora eu acesso…
Troquei a coleção toda por um equipamento de som HIGH END de entrada. Na época, o Up grade valeu a pena para mim…Hoje, eu não teria feito…
Pois, é! Ninguém prevê as voltas e piruetas que a história e a vida fazem…
SIM! E ACHO A MAIS CRIATIVA BANDA DE ELETRÔNICO DE VANGUARDA DA ÉPOCA. NO JARGÃO POP: TRIP-HOP. É ACHO MAIS CATIVANTE DO QUE O ‘PORTSHEAD”, MORCHEEBA, E OUTROS CONCORRENTES…
AQUI, ESTÁ UM BOX COM 11 SINGLES E EPs, REUNINDO O FINO DO ESTILO.
EU O ENCONTREI CASUALMENTE, E POR ÓTIMO PREÇO, HÁ MAIS DE 20 ANOS.
ELE RESUME O QUE INTERESSA, ATÉ E INCLUSIVE O ÁLBUM “MEZZANINE”, LANCADO EM 1998.
ALIÁS, É O ÚNICO CD ORIGINAL DE CARREIRA DO “MASSIVE ATTACK” QUE MANTENHO NA DISCOTECA. EM MINHA OPINIÃO, É O MAIS CONSISTENTE, DO PONTO DE VISTA ESTILÍSTICO E ARTÍSTICO FEITO PELO GRUPO – DUPLA, À VEZES TRIO, ÀS VEZES…
O TEMA DE ABERTURA DA CULT SÉRIE DE TV. “DR. HOUSE” , FOI FEITO POR ELES, E CAPTA TODO O CLIMA “NOIR” DOS PERSONAGENS. É SENSACIONAL!
OUÇO SEMPRE “MEZZANINE” POR CAUSA DOS BAIXOS E GRAVES, IDEAIS PARA POSICIONAR E TESTAR CAIXAS ACÚSTICAS. É O FINO!
TIO SÉRGIO RECOMENDA GERAL! PUBLICAÇÃO ORIGINAL: 29/03/2019
DE REPENTE, O PAI DAS MOÇAS RESOLVEU FINANCIAR A GRAVAÇÃO DE UM DISCO PARA ELAS.
E POR QUE NÃO?
NO INTERIOR DA AMÉRICA, NEW HAMPSHIRE, LÁ POR 1969, ELE DAVA DE BARATO QUE A TURMA QUE TOCAVA NAS RÁDIOS ERA LIXO FÁCIL DE FAZER. ENTÃO, POR QUE NÃO ELAS?
DIZ O MITO QUE O DISCO ORIGINAL FOI GRAVADO E PRENSADO. MAS, O DONO DA GRAVADORA SUMIU COM O PRODUTO. ERAM 900 CÓPIAS, SOBRARAM 100! E, CLARO, A QUANTIDADE ÍNFIMA GARANTIU A RARIDADE, INDEPENDENTEMENTE DA QUALIDADE…
LÁ NA DÉCADA DE 1980, COMEÇARAM A NOTAR SINGULARIDADES NO DISCO – OS QUE SOBRARAM, CLARO…
FRANK ZAPPA, COM SEU “PECULIAR BOM SENSO”, DISSE QUE AS MOÇAS ERAM MELHORES DO QUE OS BEATLES!!!!
QUEM ESCUTA “PHILOSOFY OF THE WORLD” DO, DIGAMOS TRIO POP “THE SHAGGS”, FICA CHOCADO E CONFUSO FRENTE AO QUE OUVE.
E NÃO PODERIA SER DIFERENTE. O ÁLBUM LANÇADO DE 1969, É UM PRODUTO ESPONTÂNEO DA MAIS ABSOLUTA IGNORÂNCIA MUSICAL. PORÉM, REALIZADO COM PERSISTÊNCIA; E TALVEZ ALGUM MÉTODO IMPOSSÍVEL DE IDENTIFICAR.
AFIRMA O MITO QUE, DURANTE AS GRAVAÇÕES, ELAS PARAVAM PARA DISCUTIR E REPASSAR PONTOS COMBINADOS. EU DUVIDO QUE ELAS SOUBESSEM O QUÊ “ESTAVA COMBINADO”!
EM MINHA OPINIÃO, É PRECISAMENTE ISSO: ELAS DEFINITIVAMENTE NÃO SABEM TOCAR, CANTAR OU ARRANJAR. MAS – E O “MAS” É O CENTRO DA QUESTÃO – SUAS IDÉIAS, MELODIAS, ETC., GRAVADAS NUM ÚNICO “TAKE” QUANDO ESTAVAM “QUENTES” – NAS PALAVRAS DO PAI DELAS – DÃO À OBRA UM CONTEÚDO, UM CLIMA DE ALEATORIEDADE. E, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, DE CONCISÃO. O QUE ESTÁ LÁ É IMPOSSÍVEL DE SER REPRODUZIDO, COPIADO OU RECRIADO. É OBRA DE ARTE LEGÍTIMADA…
AS MÚSICAS QUE AS MENINAS FIZERAM NEM MESMO PODERIAM TER SIDO TOCADAS AO VIVO: PORQUE UMA SEQUÊNCIA DE SHOWS TERIA FEITO AS “SHAGGS”“MELHORAREM”. E, SE ISTO TIVESSE ACONTECIDO, A MÚSICA SE REVELARIA O QUE “ERA” DE VERDADE: ESPONTANEIDADE INFANTIL EXPLÍCITA.
ELAS NÃO TINHAM TALENTO. COM FICOU PROVADO NO PRÓXIMO E FINAL DISCO QUE TENTARAM. E, PARADOXALMENTE, FIZERAM UMA OBRA DE GÊNIO!
EXPLIQUEM!
CADA UMA DAS TRÊS TOCA O QUE DÁ NA TELHA DE MANEIRA ESPONTÂNEA, PRIMÁRIA E CONFUSA. NÃO HÁ, TAMBÉM, SINCRONIA ENTRE LETRA, MÚSICA E CANTO. A GUITARRA É JUDIADA POR UMA INICIANTE COM POUQUÍSSIMOS “QUASE RUDIMENTOS”; A BATERIA É MONOCÓRDICA, FORA DE TEMPO, INDESCRITÍVEL E IMPLACAVELMENTE RUIM.
E O BAIXO? BEM, O BAIXO NÃO DÁ PARA OUVIR, TALVEZ NEM TENHA SIDO MIXADO. SOBRE A PARTE VOCAL… BEM, EM NÍVEL DA XUXA ANTES DE “APRENDER A CANTAR”! A OBRA JÁ FOI DEFINIDA COMO “TRABALHO DE ARTE BRUTA E INTUITIVA”. CONCORDO.
NO DISCO NÃO HÁ INFORMAÇÃO MUSICAL ARTICULADA E MUITO MENOS IMPROVISAÇÃO – A MÚSICA É EXECUTADA, NO SENTIDO DE ASSASSINADA MESMO, DENTRO DE PARTITURA PRÉ-DEFINIDA…
FRANK ZAPPA DISSE QUE, EM ALGUNS MOMENTOS DO TRABALHO DE GUITARRA, PARA CADA SÍLABA ELAS PUNHAM UMA NOTA DIFERENTE”!!!! MAS, TERIA SIDO AQUILO MESMO QUE ELAS QUISERAM REALIZAR?
ACHO QUE NÃO! O QUE CERTAMENTE PRETENDIAM ERA TER GRAVADO UM DISCO POP CONVENCIONAL, PARA ADOLESCENTES, COMO TUDO O QUE OUVIAM NA ÉPOCA.
MAS, PARA SORTE DELAS E DA CULTURA POP EM GERAL, “É” O QUE SABIAM E PODIAM TER FEITO.
PORÉM, COMO BOAS AMERICANAS, CAPRICHARAM NO QUE FIZERAM; OU SEJA, DEDICARAM-SE COM AFINCO E DE MANEIRA ACRÍTICA, A REALIZAR UM OBJETIVO. UMA DAS CARACTERÍSTICAS DOS AMERICANOS É FAZER BESTEIRA, BURRAGENS E PRODUTOS RUINS COM MUITA COMPETÊNCIA E TRABALHO…
MAS, ENTÃO, QUAL É O MISTÉRIO?
POR QUE GENTE COMO O “FRANK ZAPPA”, E A PIANISTA E COMPOSITORA “CARLA BLEY” – MÚSICOS DE ENORME COMPETÊNCIA, TALENTO E ORIGINALIDADE OUVIRAM NO “PHILOSOFY OF THE WORLD”?
EU ACHO QUE ESCUTARAM TUDO O QUÊ UM ARTISTA PODERIA ALMEJAR: INOCÊNCIA, ESPONTANEIDADE E ORIGINALIDADE CULMINADAS NUM EXPERIMENTALISMO JAMAIS CONSEGUIDO EM UM DISCO POP!
TANTO ZAPPA COMO CARLA TRABALHAM COM ASSINCRONIAS DE TEMPOS, RITMOS E ANDAMENTOS. MAS, COMO ARTISTAS “DE VERDADE”, DÃO FORMA À MÚSICA QUE FAZEM.
PORTANTO, PERDEM EM ESPONTANEIDADE; AO CONTRÁRIO DAS SHAGGS, CRIADORAS DO NOVO POR ABSOLUTO ACASO! “KURT COBAIN” – AHHH, VOCÊS SABEM QUEM FOI… – TAMBÉM AS IDOLATRAVA!
EM SÍNTESE, O QUE SÃO AS SHAGGS?
PARA MIM ESTÁ CLARO, SÃO ADOLESCENTES BRINCANDO DE TOCAR, COMPOR E ARRANJAR. EM CERTO SENTIDO É POSSÍVEL LEMBRAR DOS MAMONAS ASSASSINAS: FIZERAM TUDO O QUÊ QUAISQUER JOVENS GOSTARIAM DE FAZER. MAS, SÓ ELES GRAVARAM E LANÇARAM; E COM ENORME SUCESSO
MAS, “TIO SÉRGIO”, AQUILO É MÚSICA, MESMO?
SEM DÚVIDAS! O PRODUTO FINAL É UM DISCO IMPACTANTE E ORIGINAL. E CONCISO TAMBÉM. PORQUE DEPOIS DE COLOCADO EM VINIL, TORNADO PERMANENTE E IMUTÁVEL, REVELA-SE OBRA COMPLETADA ÚNICA E IRREPETÍVEL. UM ESPANTOSO E BEM SUCEDIDO IMPREVISTO!
E SERIA MÚSICA DE QUALIDADE?
ISTO É IRRELEVANTE. O QUE IMPORTA, REALMENTE, É A ESPONTANEIDADE, A ORIGINALIDADE, A GARRA E A IMPOSSIBILIDADE DE ALGO ASSIM SER REPETIDO, EM QUALQUER TEMPO, OU POR QUALQUER OUTRO ARTISTA.
ELAS REALIZARAM UMA OBRA PRIMA POP! E O FIZERAM ANTES QUE ALGUÉM TIVESSE A IDÉIA E A CORAGEM DE PERPETRAR ALGO DO TIPO. ESTÁ PARA AS ICONOCLASTIAS DE “JOHN CAGE”, “EINSTURZEND NEUBAUTEN”, E POUCOS OUTROS…
AHHH, NOSSO AMIGO Ayrton Mugnaini Jr. TEM UMA VERSÃO DE “MY PAL FOOT-FOOT”, ADEQUADAMENTE VERTIDA PARA O PORTUGUÊS COMO “MEU AMIGO TOTÓ”, QUE ESCANCARA NA LATA A MÚSICA DELAS. PROCUREM NA NET!!
“PHILOSOFY OF THE WORLD” É UM DOS DISCOS MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DO ROCK.
E, DO PONTO DE VISTA DA “ATITUDE” E DO “LOW-FI”, O MAIS DESTACADO E INCRÍVEL DE TODOS OS TEMPOS! É ARTEFATO INIGUALÁVEL PARA COLECIONAR PELA VIDA TODA.
MAS, “TIO SÉRGIO”, VOCÊ VAI OUVIR DE NOVO? EUUUUU???? NEM PENSAR! POSTAGEM ORIGINAL: 29/03/2020
A HISTÓRIA é um cemitério de horrores coalhado por ZUMBIS. Que renascem, nascem e se reproduzem ininterruptamente. Então, mesmo os supostos momentos de hipotética tranquilidade são desconfortantes.
Os anos 1960 terminaram no final do ano de 1970. JOHN LENNON & PLASTIC ONO BAND foi lançado em janeiro de 1971. Portanto, saiu no primeiro ano da década de 1970…
Emblemático;
Vamos falar em destinos e predestinados – se é que ambos existem…
A década de 1970, foi cheia de revoltas e redefinições. Foi lá que surgiram o ROCK PROGRESSIVO, desenvolveu-se o HARD ROCK e o HEAVY METAL. Foi período de instaurações e restaurações políticas. Houve o progressismo e o reacionarismo, todos juntos e ao mesmo tempo ao longo do… “tempo”. Como sempre…
E, tudo isso foi contestado por PUNKS, a turma do REGGAE, e outros esquecidos pela “revolução” de costumes, a mais típica da década de 1960. Aliás, uma pauta muita cara à classe média…
Esses opositores, contestadores ou requisitantes de um lugar ao sol, é gente que veio da base da sociedade para dizer alguma coisa diferente . Ou não?
Esta é mais ou menos a moldura.
JOHN LENNON & PLASTIC ONO BAND é disco emocionalmente autobiográfico. Estão, nele, constatações grandiosas como a famosa frase “THE DREAM IS OVER”, um libelo emocional em que LENNON encerra o que foi vivido pelos BEATLES, por ele e seus contemporâneos. Estaria fora da realidade objetiva.
E estava mesmo!
Então, JOHN volta-se para dentro de si e a vida com YOKO; para um outro jeito de redefinir verdades. Então, mais temperadas pela maturidade pessoal. Mas não pela ausência de atitude ou militância.
Seria?
Este é um disco de ROCK BÁSICO. Pós BEAT e pós PSICODÉLICO, e quase sem guardar qualquer relação com o quê ele vinha fazendo ou fez depois.
JOHN montou uma banda enxuta. Evidentemente, sem PAUL McCARTNEY. Mas, também, sem GEORGE HARRISON. Dois companheiros do passado que definiam – e como! – a sonoridade e a parceria/sociedade nos BEATLES.
Mas, trouxe RINGO STARR. O baterista previsível, mas ultra confiável, capaz de refazer e repetir o que JOHN propusesse com absoluta eficiência e fidelidade. E, também, o baixista KLAUS VOORMAN, velho amigo de todos, preciso, obediente, alemão…
E fizeram um álbum simples, e de sonoridade algo suja. Um trio pós BEATLES, sem ser POWER, como amigos e contemporâneos deles fizeram…
E mesmo com a participação de HARRISON, em “GIVE PEACE A CHANCE” – quase uma resposta a MY SWEET LORD – não perdeu o fio da meada do que pretendia…
PHIL SPECTOR também deu um polida, mas não muita. Sem essa de WALL OF SOUND… Produziu LENNON, e para LENNON.
Não, não; o disco não é um precursor do PUNK. Que ainda estava longe. Mas, começou na AMÉRICA, perto de NOVA YORK, com os RAMONES, e outros desvalidos…tudo muito perto, muito próximo…
A sequência da carreira de LENNON merece visita mais elaborada, porque rumo a outro tipo de “superstardom”. Fica pra outra hora…
Mas, por falar em predestinado, outras heterodoxias e esoterismos, JOHN LENNON foi assassinado em oito de dezembro de 1980. Quer dizer, no final da década de 1970!
Para porcamente resumir: transitou por duas décadas de revoluções, inquietações, descobertas.
Mas, nenhuma paz!
GRANDE E SOFRIDO JOHN!!!!
Teve vivências semelhantes, e era muito parecido conosco!