COLIN VALLON: RRUGA, 2011 & ELINA DUNI QUARTET, 2015: DALLENDYSHE

As mulheres albanesas criaram metáfora poética para definir o amado que partiu, ou aquele cara que veio ao primeiro encontro e nunca mais apareceu: ARCO-ÍRIS. Porque é bonito, desaparece nas brumas, no céu, esvaece no horizonte, e deixa imagem longínqua e, às vezes, saudades…

É um jeito belo e triste para definir algo que todos já vivenciaram. Poético e criativo.

Quem fala isto sobre homens que partiram é ELINA DUNI, mulher atraente e excelente cantora de FOLK-JAZZ, que saiu da ALBÂNIA para estudar na SUÍÇA, onde começou a cantar MÚSICA FOLCLÓRICA de seu país, canções de exílio eivadas por saudades. E acabou evoluindo para uma forma de FUSION – JAZZ COM ELEMENTOS TRADICIONAIS DOS BALCÃS.

Funciona. Acredite!

Para mim, a comunicação entre universos tão distintos tem de ser feita através de alguma forma compreensível e universal a outras culturas.

Penso que o JAZZ e a MÚSICA CLÁSSICA são as mais sofisticadas maneiras contemporâneas de combinar e transmitir vivências únicas. Têm legitimidade e tradição para intermediar e inspirar outras gentes a conhecer o diferente.

Lembre-se de VILLA LOBOS, no Brasil; BELA BARTÓK, na Hungria; e GERSHWIN, na América.

Mirem TOM JOBIM e a BOSSA NOVA levando o SAMBA brasileiro ao mundo; ou EGBERTO GISMONTI cantando o interior do Rio; e MILTON NASCIMENTO expondo Minas de forma inteligível a outros povos.

Mas, não esqueçam ELOMAR criando a simbiose entre o SERTÃO o e a MÚSICA DE CÂMARA ( ARMORIAL? ), sonoridade simultaneamente POPULAR e CLÁSSICA. Um quase “JETHRO TULL DO SERTÃO”. Linguagens originais e comunicáveis.

ELINA DUNI E COLIN VALLON ( pronunciem o nome do moço, pianista excelente em ascensão, como um francês ) ambos fazem isto.

COLIN fez parte do soberbo quarteto de ELINA. Desenvolveu um fraseado pianístico que capta a emissão do cantar, e põe em relevo o jeito de falar dos povos dos Balcãs. O efeito é belíssimo. É um JAZZ com sotaque único.

VALLON inspira-se nas fronteiras de outros povos; tem influência da MÚSICA TURCA e da MÚSICA dos povos lindeiros à Rússia. Ele é um suíço que perscrutou a Europa Oriental.

A produção da ECM é a base comum a ambos. A fluidez e o som etéreo da FUSION que a gravadora de MANFRED EICHER injeta em seus artistas garante essa comunicabilidade universal. Mas, sem a perda do vigor da cultura regional.

Se vocês querem algo novo em perspectiva instigante, então procurem os discos da foto, gravados por esses dois quase jovens.

TIRANA, hoje, é cidade integrada ao mundo, exemplo de recuperação urbana e soluções arquitetônicas baratas.

E o caminhar do centro ao periférico, dentro da Europa, é estrada curta. Entre a SUÍÇA e a ALBÂNIA, são pouco mais que 1.150km! Algo como ir da SÃO PAULO a PORTO ALEGRE.

No CD player ou no YOUTUBE é mais rápido ainda.
Postagem original: 03/03/2021

BATERISTAS: DOIS MÚSICOS IMENSOS!!! EARL PALMER E BILLY HIGGINS!!!

 

São contemporâneos, estiveram no auge mais ou menos ao mesmo tempo. E não poderiam ser tão diferentes um do outro!

EARL PALMER, nasceu em 1924 e morreu em 2008. Foi o primeiro músico de estúdio a entrar para o ROCK AND ROLL HALL OF FAME, em 2000. Um honra enorme!

A sua noção de ritmo, drive, tempo e andamento eram magistrais! Usava um kit de bateria de poucos componentes, e os dominava à perfeição. Fez parte do histórico WRECKING CREW, grupo meio mutante de músicos de estúdio que dominou o cenário POP da costa leste americana, à partir do início dos anos 1960…

Por lá passaram LEON RUSSELL, GLEN CAMPBELL, NEIL DIAMOND, CAROL KAYE e outros que sabiam tocar de verdade.

Há um vídeo de PALMER com a grande baixista CAROL KEYE, os dois ensaiando no estúdio e combinando como fazer atuar em uma gravação. É uma aula de “DRUM AND BASS”… ooopppsss, estou antecipando o futuro em algum tempo… Ali se percebe a leveza da batida de EARL combinada com o “PUNCH” de CAROL!!!!

Os dois tocaram com com Deus, Shiva, e todo mundo . Ela fez mais de dez mil sessões de gravação, e ele certamente outro tanto.

Vou citar alguns poucos entre os artistas que PALMER acompanhou, sem mencionar a longa lista de CLÁSSICOS e HITS em que participou: FRANK SINATRA, DUANE EDDY, BOB VEE, JULIE LONDON, RICK NELSON, THE BYRDS, MAMA´S AND THE PAPAS, BEACH BOYS, NEIL YOUNG, TOM WAITS, B.B.KING, SUPREMES, IKE AND TINA TURNER, ELVIS COSTELLO, DR. JOHN, RAY CHARLES…

Ele também está em versão de LOU RAWLS fazendo “GAROTA DE IPANEMA”. E em “YOU´VE LOST THAT LOVIN FEELING”, dos RIGHTEOUS BROTHERS; e “SUMMERTIME BLUES”, de EDDIE COCHRAN, clássicos supremos. Além de incontáveis gravações com a turma do JAZZ!!!

Para os BYRDMANÍACOS, há um REMIX fantástico de GENE CLARK na lindíssima “THE SAME ONE”, acompanhado por PALMER, LEON RUSSELL, e GLEN CAMPBELL. É imperdível!

EARL PALMER era a precisão incorporada, estilizada e aplicada. O baterista craque supremo nas gravações de POP, ROCK e R&B de sua época.

É possível argumentar que BILLY HIGGINS tenha sido o “inverso”, artisticamente falando, de EARL PALMER. Ele foi um dos criadores do idioma da BATERIA no JAZZ EXPERIMENTAL, NO FREE e na AVANT GARDE.

O grande clássico de ORNETTE COLEMAN e outros, “FREE JAZZ”, de 1961, tem HIGGINS em uma das baterias. Ele tocava com muito SWING, batida precisa, e capacidade de interagir de maneira complexa com os solistas.

Músico sofisticado, ele deu aulas na UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA. Participou em mais de 700 sessões de gravação, e foi um dos mais ocupado músico de seu tempo. Sabia acompanhou do HARD BOP ao POST BOP.

O portfólio gravado em que BILLY participou inclui DONALD BYRD, DEXTER GORDON, GRANT GREEN, HERBIE HANCOCK, THELONIOUS MONK, JOE HENDERSON, MAL WALDRON, e muita gente da BLUE NOTE RECORDS.

E, também, PAT METHENY, JOSHUA REDMAN, TONINHO HORTA, e o compositor vanguardista meio maluquete LaMONTE YOUNG.

Aqui estão dois LPs solo que o TIO SÉRGIO descolou a preços em torno dos $ 13 BIDENS, cada. Uns de 70 MANDACARUS, entregues na porta de casa:

THE SOLDIER, é onde BILLIE HIGGINS expõe sua classe, técnica e verve. E, “DRUMSVILLE” é o disco onde PALMER faz versões de CLÁSSICOS em participou das gravações originais. Fica nítida a sua veia para o POP.

São duas pedradas muito bem arremessadas! Procure no YOUTUBE.

EARL PALMER e BILLY HIGGINS foram dois monumentos extra-classe em seus instrumentos, a serviço da melhor música popular produzida em seus tempo!

Arrisque!
Publicação original 03/03/2024

RENATO TEIXEIRA & ALMIR SATER: E A MÚSICA BRASILEIRA CAIPIRA DE RAIZ

Certa vez, o GLOBO RURAL, ótimo jornal da TV GLOBO sobre pecuária, agricultura e coisas do campo, fez matéria sensacional, aproveitando o cantor e compositor RENATO TEIXEIRA.

Foi um primor TÉCNICO, ARTÍSTICO e JORNALÍSTICO, realizado pelo veteraníssimo repórter HAMILTON RIBEIRO, profissional ícone da imprensa brasileira, ex-correspondente de guerra que perdeu a perna pisando em mina, no VIETNÃ, em 1968, quando cobria o conflito pela revista “REALIDADE”.

HAMILTON levou RENATO TEIXEIRA para um giro na região de PIRAPORA do BOM JESUS, em São Paulo. E passaram por diversas cidades, filmadas na essência CAIPIRA do interior do Estado.

O texto intercalava citações da clássica “ROMARIA”, gravada por sabe-se lá quantos, mas consagrada na voz de ELIS REGINA, revelando a unidade entre poesia, imagem e sabedoria popular de um jeito emocionante, preciso.

Raras vezes se viu a exposição de alma da gente simples de nosso interior com tanta profundidade, compreensão e humanismo, e ainda conjugados e transmitidos em apenas DEZ minutos!

Para complementar, a revista VEJA também publicou resenha elogiosa sobre o último disco de RENATO TEIXEIRA em parceria com ALMIR SATER. E mais uma vez constatou o óbvio: RENATO escreve soberbamente e compõe a melhor MÚSICA RURAL, CAIPIRA e, vá lá, eu concedo, SERTANEJA! – a definição errada que pegou.

Eu sou insuspeito para escrever sobre isto e dizer para vocês assistirem ao programa no NETFLIX ou GLOBOPLAY (é esse o nome?) . E, claro, lerem a matéria da VEJA.

Digo, também, para vocês comprarem o disco dos caras.

Não é a minha praia, mas poucas vezes fiquei tão comovido e admirado.

RENATO TEIXEIRA está entre os grandes de PINDORAMA!
POSTAGEM ORIGINAL 03/03/2021

CONGRESSO NACIONAL E A DEMOCRACIA

Cercado e coberto é misto de CIRCO e HOSPÍCIO. Se colocado sobre rodas vira CAMBURÃO, e leva a grande maioria dos habitantes direto para a delegacia.

E boa parte ficaria por lá mesmo…

Falar mal dos políticos é ESPORTE RADICAL em qualquer país. A torcida os vaia; eles fazem por merecer. E a gente nunca erra quando os coloca sob suspeitas. Eles aprontam demais! É só observar…

Mas, o que se há de fazer?

Sem eles a DEMOCRACIA não aflora. E a política bruta estupra a maioria de nós, em vez de…uma suave e sedutora defloração… ( Vai dizer bobagem assim lá no sambódromo, TIO SÉRGIO!)

Porém, o CONGRESSO é o ESPELHO da DEMOCRACIA e da BRASILIDADE. Não duvide, é fato comprovado.

Lá convivem santos e decaídos; prostitutas e padres; boçais e intelectuais; burros e casmurros; os ideológicos, os lógicos e os antológicos…

E todos misturados a parlamentares que são “verdadeiros” pâncreas, rins, fígados e estômagos…, de tão FISIOLÓGICOS… Aliás, a maioria…

E lá se ouvem gritos, suspiros e ssssussurros; e as falas dos mentirosos, dos falaciosos, dos justos e dos brutais…

É LUGAR DE GENTE LIVRE COMO UM PÁSSARO, SEM RUMO FEITO PARDAL e IRRESPONSÁVEL COMO… UM DEPUTADO FEDERAL! OOOPA!!!!!!!!!!

E, assim, onde passa um boi, passa a boiada… ou a gente monta uma churrascaria. Fiquemos, pois, com o CONGRESSO.

O tipo humano que você não encontra nesse CONDOMÍNIO PECULIAR – nem procurando com telescópio ou microscópio – é o INGÊNUO. Desses o céu e o inferno estão cheios! No CONGRESSO NACIONAL os síndicos barram na porta. E eles não resistem a um mandato e nem à próxima eleição… É uma das regras do jogo, e do CONDOMÍNIO…

A perfeição prática da DEMOCRACIA é admitir a imperfeição constatável em cada cidadão, e das próprias INSTITUIÇÕES. Ela é a salvação; sempre.

O segredo, tentamos aprender, mas adianta pouco, é não ter ilusões; e tomar conta dessa boiada marota.

Ainda assim, é melhor garantir os direitos e obrigações cidadãs, em vez de lutar por SALVADOR DA PÁTRIA, ou por uma PUTINIZAÇÃO, BOLSONARIZAÇÃO, ou autoritarismos “pseudo-salvadores”.

Como vai, vai ruim. Mas, sem democracia e seu representante maior, o CONGRESSO, pode ter certeza de que vai piorar.
postagem 01/03/2024

NINA SIMONE: GENIOSA, ERRÁTICA, TALENTOSA E INCONFUNDÍVEL!

 

DEVEMOS RECONHECER NOS ALEMÃES UM EFETIVO PRECIOSISMO TÉCNICO; E PACIÊNCIA PARA RESGATAR, ATÉ ANTROPOLOGICAMENTE, A MÚSICA DO PASSADO.

ELES TROUXERAM À TONA A HISTÓRIA DO “COUNTRY WESTERN”, DO “RHYTHM BLUES ” E DO “ROCK AND ROLL” . EDIÇÕES ALEMÃS SÃO PRIMOROSAS! DEFINIDORAS E DEFINITIVAS.

AOS JAPONESES SOMOS DEVEDORES PORQUE FIZERAM O MESMO COM A MPB, E O SAMBA DE RAIZ.

E, SEM FALAR DO “APROACH” DELES COM O ROCK INTERNACIONAL, EM SUAS VÁRIAS ACEPÇÕES OU ESTILOS.

OS IRMÃOS DE OLHINHOS PUXADOS SÃO PRIMOROSOS NO RESGATE, NA ACUIDADE, E NA OBSERVAÇÃO DOS DETALHES MUSICAIS. A PERFEIÇÃO COMO MÉTODO, E META, SEMPRE RONDA POR AQUELAS ILHAS!

MAS, AOS FRANCESES O MUNDO DEVE RECONHECER O RESGATE E O ACOLHIMENTO DE ARTISTAS COMO “EXILADOS CULTURAIS”, E DETENTORES DE ARTE RELEVANTE, MUITAS VEZES DESDENHADA ONDE SURGIRAM. ALIÁS, GRANDE PARTE DAS VEZES…

A MÚSICA MODERNA AFRICANA É ETERNA DEVEDORA DOS FRANCESES. ASSIM COMO A MPB E A BOSSA NOVA; E SEM MENCIONAR OUTROS RITMOS BRASILEIROS E LATINOS, QUE SEMPRE ENCONTRARAM NA FRANÇA MUITO ALÉM DA VISÃO EXÓTICA QUE TALVEZ CARREGASSEM.

OS FRANCESES “ASILARAM”, TAMBÉM, MÚSICOS NORTE-AMERICANOS. E AJUDARAM UMA GALÁXIA DE ARTISTAS NEGROS DETENTORES DE HISTÓRIA, VIVÊNCIA E CULTURA DO POVO DOS E.U.A.

O QUE SERIA DO JAZZ SE OS FRANCESES NÃO PRESTIGIASSEM DE “THELONIOUS MONK” A “CHARLIE PARKER”; DE “NINA SIMONE” A “DEXTER GORDON”? E O IMENSO COMPÊNDIO E CULTURA, QUE SOBREVIVEU ATÉ NÓS PORQUE PASSARAM, E SE ESTABELECERAM POR LONGO TEMPO NA FRANÇA?

A LISTA É IMENSA, VARIADA, GRATA E IMPRESCINDÍVEL. E AINDA BEM!

VOCÊS SE LEMBRAM DE UM FILME CHAMADO “ROUND MIDNIGHT”, E SUA TRILHA SONORA IMPECÁVEL?

POIS É, ONTEM ASSISTI A FILMINHO TIPO VINHO E AÇÚCAR, COM “ETHAN HAWKE E JULIE DELPI”; PASSAVA EM PARIS.

EM CERTO MOMENTO, ENTRA NINA SIMONE NO CD PLAYER. E JULIE A IMITA EM SUA PRESENÇA DE PALCO, ICONOCLASTIA, E TODA A CARGA EMOCIONAL DA LUTA PELA IGUALDADE RACIAL, FEMINISMO E IGUALITARISMO, EM QUE OS JOVENS FRANCESES QUASE SEMPRE SÃO VANGUARDA! IMPRESCINDÍVEIS!

NINA SIMONE ERA UM FENÔMENO RARO E PRECIOSO. SUPERDOTADA MUSICAL, APRENDEU A TOCAR PIANO NA IGREJA, ONDE A MÃE ERA PASTORA.

ESTUDAVA E TRABALHAVA COMO EMPREGADA DOMÉSTICA, QUANDO OS PATRÕES A VIRAM TOCAR, E A MANDARAM PARA UM PROFESSOR DE PIANO CLÁSSICO! VERDADEIROS MECENAS!!!!

DEPOIS, ORGANIZARAM VAQUINHA PARA ENVIA-LA À “JULIARD SCHOOL”, EM NOVA YORK, ONDE RECEBEU BOLSA DE ESTUDOS PARA ESTUDAR PIANO CLÁSSICO. UM PÉRIPLO DE GIGANTES PARA UMA GAROTA NEGRA, NOS ANOS 1950!

“NINA” ERA O NOME DE UM BICHINHO CRIADO PELO IRMÃO DELA. E O SIMONE VEIO DA ATRIZ FRANCESA “SIMONE SIGNORET”, UM MITO, NA ÉPOCA. COMBINAÇÃO AFETIVA SENSACIONAL, VAMOS CONVIR! E QUE NOME ARTÍSTICO “MARQUETÁVEL”, VOCÊS CONCORDAM?

EUNICE WAYMON VIROU NINA SIMONE PARA DESPISTAR DOS PAIS QUE FATURAVA ALGUM TOCANDO NA NOITE, EM NOVA YORK. MULHER IRASCÍVEL, DETERMINADA, ESBANJANDO POTENCIAL, FOI SE TORNANDO CONHECIDA.

MAS, PARA CONTINUAR TOCANDO BLUES, FOLK, R&B, E OS TOQUES DE MÚSICA CLÁSSICA QUE SEMPRE INTRODUZIA EM SEUS ARRANJOS, FICOU NÍTIDO QUE ALÉM DA NOTÁVEL PIANISTA QUE ERA, DEVERIA TAMBÉM CANTAR!

E POTENCIAL NÃO LHE FALTAVA! TINHA UM VOZEIRÃO ALTO, NÃO MUITO EXTENSO, MAS ÚNICO, EMOCIONANTE E IMPONENTE!

PORÉM, VOZ É INSTRUMENTO NATURAL, UM DIFERENCIAL. MAS USA-LA BEM, DESENVOLVER TÉCNICA, REQUER APRENDIZADO CONTÍNUO E CONCENTRADO.

É COMUM EM GRAVAÇÕES DE NINA MOMENTOS DESAFINADOS. SEMPRE EMOCIONANTE, PRINCIPALMENTE QUANDO AO VIVO, ERA INTÉRPRETE CARISMÁTICA. MAS BOA CANTORA NEM SEMPRE…

E DAÍ?

POIS,É! DO SEU JEITO E AO LONGO DO TEMPO CRIOU ESTILO PESSOAL. E UM REPERTÓRIO ABRANGENTE DEMAIS, QUE IA DO POP AO BLUES; E AO FOLK DE RAIZ. CANTOU DE BOB DYLAN A BURT BACHARACH; PASSOU POR EDITH PIAF, LEONARD COHEN, E SANDY DENY; GRAVOU SALADA MISTA SABOROSA, MAS ALGO DISSONANTE,…QUEM SABE?

NINA PRODUZIU MUITO, ENTRE 1957 E 1993. INÚMEROS SHOW E GRAVAÇÕES AO VIVO, E, QUASE SEMPRE, O BLEND ENTRE A POLÍTICA MILITANTE E A PERFORMANCE EXUBERANTE.

ERA ÍCONE DE MOVIMENTOS DE CONTESTAÇÃO E AFIRMAÇÃO RACIAL; O ESPERADO DE QUEM VAI À ESCOLA, E GERALMENTE ASSUME ATITUDES CONSCIENTES. (MUITOS DE NÓS!)

OS DISCOS AQUI POSTADOS DÃO UMA GERAL NA CARREIRA DELA. PARA MIM, É O SUFICIENTE.

“TO BE FREE: THE NINA SIMONE STORY”, É UM ÓTIMO E MUITO BEM DESENHADO BOX COM 3 CDS E 1 DVD, QUE GARANTE AUDIÇÃO ABRANGENTE.

AQUI, TAMBÉM, MAIS DUAS COLETÂNEAS E UM DISCO DE SÉRIE.

NINA ESTEVE NO BRASIL. FOI SUCESSO ABSOLUTO, COMO ERA POR ONDE PASSASSE. ESTEVE NO MUNDO E NA MODA. VIVEU SEU TEMPO; E ,CRIOU E MOSTROU SUA ARTE. CANTOU, TAMBÉM, EM 1989, NA PEÇA MUSICAL ESCRITA POR “PETE TOWNSHEND”, DO “THE WHO”, CHAMADA IRON MAN. ELA ERA DE ECLETISMO OPERANTE E CONFIRMADO.

METEU-SE EM MUITA CONFUSÃO. A ÚLTIMA, DISSERAM, FOI DISPARAR UNS TIROS NO VIZINHO COM QUEM SE DESENTENDERA. FOI, ENTÃO, DIAGNOSTICADA COMO BIPOLAR – JÁ NÃO ERA SEM TEMPO! ELA ERA DE ESQUERDA E DA FUZARCA. E ANDAVA ARMADA – COMO FICOU SABENDO O VIZINHO!

NINA SIMONE É ÍCONE DE VÁRIAS GERAÇÕES. E TER ALGUMA COISA DELA NA DISCOTECA É “MANDATÓRIO”!

MISSÃO DADA, PORTANTO…

postagem original 01/03/2021