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NEIL YOUNG – SERÁ QUE ELE VALE ALGUMA COISA?
LERAM O VERBETE? NÃO?!!!? NEIL YOUNG VENDEU, RECENTEMENTE, 50% DOS DIREITOS SOBRE SEU CATÁLOGO – PASSADO, CLARO – DE MÚSICAS E GRAVAÇÕES PARA UMA FIRMA DE INVESTIMENTOS, A HIPGNOSIS.…
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12Nelson Rocha Dos Santos, Ayrton Mugnaini Jr. e outras 10 pessoas
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PURE BOSSA NOVA – “A VIEW ON THE MUSIC OF…” SÉRIE COM 12 CDS LANÇADOS PELA UNIVERSAL EM 2005.
Você gostou?
Eu “gostou”, também – mas em termos….
Quando foram lançados custavam uma “baba forte” em reais! Próximo de uma curra financeira! É coisa pra pescar “nossa gente” e a “gringolândia”, que já experimentava o final da “NEW WAVE BOSSANOVISTA” nas “estranjas”…ooops…
TIO SÉRGIO, o iconoclasta POP da terceira idade, rides again…
“Tudo muito bem; tudo muito bom…mas, realmente …, nos ensinou a “BLITZ,” na década de 1980, faltou algo mais que o chope e as batatas fritas.
É coleção com artistas da BOSSA NOVA e suas adjacências, provindos de várias gravadoras, como PHILIPS e a VERVE. Mas, para esse projeto foram juntados sob outro selo original, a MERCURY RECORDS. Já naquela época e até hoje estão todos sob controle da UNIVERSAL MUSIC.
São DOZE CDS, cada qual coligindo gravações de um artista importante, e nem sempre as mais conhecidas e, de certa maneira, garante um diferencial enriquecedor para o ouvinte não iniciante.
Estão aqui, e foram lançados separadamente, CARLOS LYRA, LÚCIO ALVES, NARA LEÃO, ANTONIO CARLOS JOBIM, SYLVIA TELLES, TAMBA TRIO, SERGIO MENDES, ROBERTO MENESCAL, WALTER WANDERLEY, OS CARIOCAS, E VINÍCIUS DE MORAES. E mais outro CD ‘MISCELÂNEA’, chamado “THE BEST OF BOSSA”, destacando canções de cada artista, algumas interpretadas por outros também conhecidos.
A produção gráfica é muito bonita. O Rio e sua enormidade sempre evidente, sexy e belo.
Há letras reproduzidas? Claro; e finalmente…
Mas, cadê os textos, as explicações e o contexto? Onde está o derramar orgástico dos devotos?
Nem um ” textículo ” para nos fecundar o cérebro e o espírito?
Estará bom pra você?
Pra mim, como bem sintetiza o meu amigo Silvio Dean, é pouco e veio algo tarde… Ainda assim, é colecionável, bonito e agradável de ter. E serve de complemento a outros discos na coleção de BOSSA NOVA.
Eles vão permanecer na discoteca.
POSTAGEM ORIGINAL: 23/04/2020PURE BOSSA NOVA –

THE PERFUMED GARDEN – COLETÂNEA BOX SET – 5 CDS. 83 RARIDADES DO UNDERGROUND INGLÊS – 1965 / 1973
Muito legal!
SINGLES obscuros e faixas de LPs desconhecidos de bandas com gente luminosa, tipo CARL PALMER, PHIL COLLINS, AYNSLEY DUNBAR… É, também, um vasto etc… de “NO ONE HIT WONDERS”.
Misto de cartilha e mapa da mina, com som de ótima qualidade técnica. Talvez o melhor possível. Tem BOOOOKLET contando a história geralmente breve de pequenas maravilhas perdidas no SUBMUNDO POP. E de gente que se deu melhor.
Vou citar poucos e CULTS: JULY; ERIC BURDON & THE ANIMALS; SYN; SMOKE; BIRDS; CRAIG, FLEUR DE LYS; BLONDE ON BLONDE; e até JOHN McLAUGHLIN!…
Você conhece a caterva?
A maioria não? Então, melhor ainda!
Há clones e inspirados por THE WHO, PINK FLOYD, BYRDS, STEPPENWOLF, YARDBIRDS… Multidão de bandas exterminadas pelo eterno “CORONAVÍRUS” que sempre assolou o POP. Tipo aquelas músicas legais que você ouviu, não esqueceu e perdeu a referência para sempre?
Podem estar por aqui.
De quebra, há produções de JIMY PAGE e muitos outros bem conhecidos.
Uma verdadeira XEPA do ROCK. É bom e talvez ainda barato.
POSTAGEM ORIGINAL: 23/04/2020

SEO BENEDITO, O MOTORISTA DO ÔNIBUS 570
As profissões têm abrangência além delas mesmas. Observem os motoristas de ônibus. Foram um dos fascínios da minha infância, lá pelo final dos anos 1950, junto com os carros de bombeiros e aviões….
Guiar um ônibus foi brincadeira que tomou conta de minha imaginação. Um dia, debaixo de protestos quase armados das TIAS DIVA e NORMA, que me criaram por uns 4 anos, “instalei” uma roda de carrinho de bebê que achei na rua, numa velha mesa “inútil”, na casa de minha avó.
Virou a direção do “busão”! O câmbio era um pedaço de cabo de vassoura enfiado na terra de um vaso velho – mais encrenca…
Eu dirigi adoidado, depois da voltar da escola e fazer a lição de casa…
Até meados da década de 1960, os motoristas de ônibus tinham status e respeito na sociedade ( na paulistana, ao menos ). Era comum as mães embarcarem os filhos, e pedirem a eles que os deixassem num determinado ponto do caminho.
E eles faziam; era parte da responsabilidade comunitária e da vida social cotidiana daqueles tempos.
A primeira vez que “viajei” sozinho de ônibus foi em 1959 – eu acho! Eu tinha uns 6/7 anos, Meu pai conversou com o motorista e me colocou dentro do ônibus.
Quando entrei, estava tocando no rádio música da CELI e do TONY CAMPELLO, sucessos de nosso POP ROCK. Jamais esqueci; e um dia, na mesa de um bar, na Avenida Paulista, contei minha aventura para o TONY, de quem me tornara amigo.
O ônibus partia do LARGO DE MOEMA, em frente à Igreja; subia a Avenida Indianópolis e entrava na “Moreira Guimarães”, hoje margeando a “Avenida Rubem Berta”; seguia em direção a SANTO AMARO, passando pelo Aeroporto de Congonhas, parou onde hoje é o JUMBO, já perto de onde eu morava.
O percurso demorou uns 20 minutos…
O motorista parou, minha mãe já estava aguardando e me recebeu no ponto.
Era gente confiável; e a vida era mais segura, lá em “PATÓPOLIS”, vulgo cidade de SÃO PAULO.
Motoristas de ônibus e taxis; e motorneiros de metrôs e trens; são personagens do imaginário social.
Expressam o mito da liberdade, movimento e da libertação pessoal, que todos anseiam viver.
Claro; não é exatamente isto! E, talvez seja o contrário.
A “guia” até pode ser longa e a “coleira” menos apertada; mas existe o trajeto pré-definido, a desgastante rotina por dias, meses, anos, décadas…
Mas, se o cara dirigir um trem é pior: caminha sobre trilhos imutáveis. Se for metrô, piora mais ainda: o condutor caminha dentro de túneis, embaixo da terra, lugar feio, insalubre, claustrofóbico.
Os três enfrentam o tédio repressivo e sem alternativa…
Com o taxi é diferente. Um taxi-driver, antes dos aplicativos, tinha vida imprevisível; a maioria andava a esmo. Pegava gente que nunca viu, e não sabia para onde levaria. Dirigia de um lado para o outro da cidade meio sem destino… Podia começar na MOOCA, ir para SANTANA, de lá para SANTO AMARO… a não-rotina de doidos, em hospício aberto…
O motorista de táxi tem quase aventura existencialista diariamente; é viver o aqui e agora, e sem um porquê; iniciar um papo sem conclusão; ouvir comentários sem participar, ou saber os motivos…
Muitos gostam; afinal, podem pintar aventuras legais, etc, dizem alguns…
Mas e o SEO BENEDITO?
Pois, é; era o motorista da linha 570. Na década de 1960, o busão barulhento saía do Vale do Anhangabaú e chegava na Praça da Árvore, na zona sul de São Paulo, cruzando parte do centro, a Vila Mariana, Vila Clementino, dezenas de ruas, e finito. Depois, voltava…
Ele esteve lá por anos a fio, décadas, talvez. E por muito tempo carregou a mim e a incontáveis famílias, quando morávamos na rua LOEFGREN, em Vila Clementino.
SEO BENDITO era um senhor amável, conversava e brincava com a garotada – o que já era proibido; esperava os velhos, mulheres e crianças subirem e se ajeitarem dentro do veículo; era conhecido dos pais por todo o trajeto, e garantia da entrega segura dos passageiros em seus destinos.
Ele e o cobrador ( trocador? ) eram profissionais respeitados e que se autorrespeitavam; elos indispensáveis da interação social urbana. Exemplos da civilidade que perdemos, e da harmonia que achávamos que manteríamos, mas esvaiu-se na cachoeira dos tempos e da violência.
POSTAGEM ORIGINAL 23/04/2021
3)
ODE AO GURU PRABHUNDA BABANAGLANDE
Neste final de tarde, estou recordando os ensinamentos do grande GURU dessa PATÓPOLIS TROPICAL, o ZEN – KARDECISTA “PRABHUNDA BABANAGLANDE”.
O monge PRABHUNDA, “PRABHS” para os iniciados, é profundo conhecedor da obra de ALAN KARDEC, que por uns tempos foi centroavante do PALMEIRAS, e ensinou na boa ao BABANA, que “tudo o que retorna é porque uma hora foi”; “o que sobe, desce – quando não murcha”; e aprofundou a máxima “em volta do buraco tudo é beira”. Aulas magnas e meditação constante se tornaram cartão de visitas deste sábio tropicalizado.
Perguntaram ao BABANAGLANDE se Ele abençoaria o nosso inefável e sábio Presidente JAIR, O TROGG. O GURU respondeu que fez um monte de ritos e meditações embaixo da goiabeira… Mas, quando a Ministra Damaris chegou acompanhada por um dos filho zero-zero do Presidente, concluiu que a única benção possível será dada nas urnas, em outubro.
No dia em que as urnas falarem, haverá uma espécie de exorcismo da pesada: Um babalaô “Indu-kardecista -tibetano-tropicalista”, para enviar o nosso líder às órbitas de NETUNO.
Se o PRABHS conseguir, usando sua festejada sabedoria, vou propor que Ele receba as chaves da nossa PATÓPOLIS TROPICAL, mais conhecida como SÃO PAULO.
Os nossos vereadores serão iluminados e recitarão mantras. E vão pedir ao GLANDE para também iluminar a cabeça de um montão de esquerdistas pátrios.
Tão duras, que não há JUCA KFOURI!
DE um Pato-Cidadão em transe perpétuo: Eu.
POSTAGEM ORIGINAL: 23/04/2022
PENSAMENTOS ESPARSOS
LULA NÃO INDULTOU CESARE BATTISTI, MAS RECUSOU-SE A EXTRADITA-LO.
É DIFERENTE DO CASO DANIEL SILVEIRA, MAS EFEITO É IGUAL!
Tudo verdade sobre o Bolsonaro! O tal DANIEL cometeu crime contra a democracia e foi muito bem condenado. Mesmo que o tamanho da pena talvez seja discutível .
Mas, no caso do Battisti também foi um absurdo:
LULA gerou uma crise internacional com a Itália, que tinha o direito de reivindicar a extradição de um assassino julgado e condenado legalmente.
LULA não o fez por questões político ideológicas, a pedido do PT que julgava BATTISTI um preso político.
Houve, sim, revolta da sociedade italiana por isso! E teve repercussão geopolítica em desfavor do BRASIL. Estremeceu as relações com a Itália.
Em resumo, amigão, um episódio similar onde LULA também só pensou em política e em seus aliados.
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Sérgio de Moraes o caso Battisti foi muito mais complexo pq envolvia questões ideológicas, concordo. Mas vejamos a coisa pelo lado jurídico. 1) Os crimes de Battisti já haviam prescrevido, isto é, a pena estava extinta na Itália. A insistência em extraditá-lo foi uma bandeira ideológica levantada por políticos italianos de extrema direita, inclusive o vice-primeiro ministro conhecido por seus discursos antimigração. 2) o direito brasileiro proíbe a extradição de alguém que irá cumprir mais de 30 anos de pena em seu país de origem. 3) Foi o próprio Supremo quem decidiu que seria o presidente da República que bateria o martelo sobre a extradição de Battisti e, no ano seguinte, confirmou a decisão presidencial. 4) E por fim, Battisti morava no Brasil desde 2004, trabalhava, era casado com uma brasileira e com filhos. Não quero nem mencionar os vários problemas jurídicos do seu julgamento, todo fundamentado em delações premiadas (que, para variar, favoreceram os delatores) e sem nenhuma prova material

BUBBLEGUM, ROCK DE GARAGEM, BEATNICKS… E OS ENSINAMENTOS DE DOSTOIÉVSKI PARA ANTROPÓLOGOS E MUSEÓLOGOS
Para mim, parte da década de 1960 trouxe dias menos sombrios. Mesmo que imersos na DITADURA MILITAR.
Motivo?
Eu era jovem, perambulava entre a consciência política ainda não adequadamente despertada, e o interesse ascendente em coisas culturais. E a prospectar e colecionar discos de ROCK!
E, quanto mais difíceis e improváveis de conseguir melhor!
No início dos 1970, resolvi melhorar o meu inglês e comecei a procurar curso para fazer com seriedade.
Fui em duas escolas de referência, em São Paulo: a CULTURA INGLESA e a UNIÃO CULTURAL BRASIL – ESTADOS UNIDOS.
Assisti aulas promocionais em ambas. Escolhi a CULTURA INGLESA.
Pois bem, foi quando se deu o que vou descrever e, por consequência, a minha “inflexão” e posterior “reflexão” ética (nossa, TIO SÉRGIO, manera, fru – fru, manera!).
Eu tive em vinil a maioria dos discos da postagem. Todos são legais: Dos FUGS, grupo FOLK BEATNIK ALTERNATIVO, inaudível para os mais sensíveis; até os HUMAN BEINZ, PROTO-PASICODÉLICOS e dançantes, criadores, em 1968, de um dos maiores clássicos dos bailes, na década de 1960: Quem não ouviu ou não dançou NOBODY BUT ME, não foi jovem naqueles tempos!
Há, também, dois discos contidos no CD dos BUCKINGHAMS, excelente banda, gravados na COLUMBIA RECORDS, em 1967 e 1968. São pequenas joias POP; e a primeira intervenção de JAMES WILLIAN GUERCIO, produtor requintado, e o criador do “JAZZ – ROCK”, o antecessor da FUSION.
O que ele fez foi muito contestado na época, principalmente pelos JAZZISTAS e JAZÓFILOS mais clássicos. GUERCIO foi um inovador da linguagem musical POP; até hoje viva e sólida!
Com os BUCKINGHAMS, ele esboçou e produziu o que desenvolveu, depois, com o BLOOD, SWEAT & TEARS, e o CHICAGO TRANSIT AUTHORITY, dois sucessos retumbantes. Procure ouvir!!
Na contramão, há os SHADOWS OF KNIGHT e a CHOCOLATE WATCH BAND, bandas do mais perfeito ROCK DE GARAGEM da História!
Porém, dois LPS, aqui, foram alvo de salvamento da “extinção por maus tratos e tortura”:
“THE MUSIC EXPLOSION”, gravou um LP, e vários SINGLES: “A LITTLE BIT OF SOUL”, 1967, estourou! Curiosamente, o LADO B do , “I SEE THE LIGHT” é garageira radical e matadora. Eu, até hoje, de vez em quando escuto! Só que nem lembro como consegui o SINGLE!!!???! E lembro, também, do LONG PLAY, e conta a história do “salvamento” logo mais…
“THE MUSIC EXPLOSION” foi uma das invenções da dupla de empresários, JERRY KASSENTEZ e JEFFREY KATZ, que produziram e venderam como chicletes músicas comerciais dançáveis, do final dos 1960 até meados dos 1970.
Eles foram um dos criadores do chamado “BUBBLEGUM”, sub-gênero meio fake, festeiro e juvenil, que legou “artistas montados por encomenda”, que transitavam entre as bandas e projetos da dupla, e no entorno.
Ficaram quase famosos “1910 FRUITGUM COM” e “OHIO EXPRESS”, entre os vários e notórios frequentadores das trilhas sonoras dos bailinhos e paradas de sucesso da época. Gravaram muitos SINGLES. E o primeiro disco da “OHIO”, é pura garagem!!!
Certamente, o maior sucesso da era do BUBBLEGUM foram os ARCHIES, criados por “DON KIRSCHNER”, um concorrente forte.
Mas, “KASSENETZ & KATS” eram os caras! Depois, se envolveram em outras formas de ARTE POP, CINEMA, e etc…
Outro disco que “salvei” foi KICKS, com PAUL REVERE & THE RAIDERS, banda que andava mais ou menos por ali. Eram muito melhores, mais bem produzidos, e fizeram muito sucesso entre 1965 e 1972!
Transitavam do POP radiofônico ao ROCK DE GARAGEM, com tudo o que uma… digamos… “BOYS BAND DA PESADA” poderia fazer de melhor! Tinham imenso FAN CLUB, e um grande “TEEN IDOL” , MARK LINDSAY, nos vocais. Tocavam bem; e a sonoridade e produção da COLUMBIA RECORDS garantia o restante!
PAUL & RAIDERS gravaram mais de 30 SINGLES de sucesso, e alguns álbuns que ficam bem em qualquer coleção de BEAT e GARAGE ROCK. Está em KICKS, a cheia de pique CORVAIR BABY, que vale o disco.
Durante um mês eu frequentei a UNIÃO CULTURAL, mas “não a escolhi”.
Por lá, havia uma discoteca gerenciada por uma senhora que tratava os discos como o BOLSONARO trata os opositores; e LULA cuida da lógica.
Olhando a pequena estante, eu vi os dois LPs jogados, sujos, capas vilipendiadas; claramente manuseados com o desdém estúpido dos desinteressados. Para eles, eram lixos descartáveis…
Uma tarde houve o “descolamento e, ao mesmo tempo, o deslocamento” desses LPS daquela discoteca. Acho que por desmaterialização que só o CAPITÃO KIRK, da nave ENTERPRISE, fazia na época…
Naquele tempo não havia a “INTERNET DAS COISAS”…Acho que a combinação de magia e tecnologia fez os discos migrarem para a minha coleção…hummm!
Eu tratei bem deles. Foram lavados, curados, capas recompostas, entre atos de afeto diversos. Hoje, tenho quase certeza de que sobrevivem por aí.
O que leva aos ensinamentos da ARQUEOLOGIA, da ANTROPOLOGIA e de DOSTOIÉVSKI:
Um ANTROPÓLOGO americano respondeu a colega ARQUEÓLOGO mexicano, que lhe havia questionado sobre os “males do imperialismo, e o desvio das riquezas culturais de seu país…”
Ele simplesmente disse:
“Você está certo. Nós, e outros, tiramos daqui suas relíquias e as levamos para Museus. Foram, também, para coleções particulares metade do patrimônio arqueológico “removido”.
“Mas, eu pergunto: E com a outra metade, o que aconteceu?
E o professor mexicano respondeu:
“pois, é; perdeu-se ou foi destruída…”
E um grande problema ético se instalou:
Roubar, mas preservar. Ao invés vez de “respeitar” e perder um passado relevante e precioso? Uma escolha de Sofia?
Por muito tempo, senti-me um transgressor, pela materialização daqueles discos em outro lugar…
Depois, li CRIME E CASTIGO, de DOSTOIÉVSKI.
É sobre a racionalização de um crime hediondo cometido pelo personagem principal contra uma criatura nefasta e deletéria.
Com as devidas proporções consideradas, eu sou o RASKOLNIKOFF do colecionismo.
Eu e muita gente, né pessoal?
POSTAGEM ORIGINAL: 22/04/2022

BAILES E PARADAS DE SUCESSO, ALGUNS “BRANQUELOS” QUE DOMINARAM A CENA ENTRE 1966 E 1972.
Acho que fui a bailes e bailinhos até 1971. Foi rito de passagem obrigatório na minha geração. E não só nela, claro. Era o ponto de encontros e descobertas entre jovens meninos e meninas…
Aqui está parte dos artistas americanos branquelos mais frequentes em bailes por aqui, e também lá fora.
Alguns não vingaram no BRASL, mesmo sendo populares nas paradas do exterior:
FOUR SEASONS, por exemplo, foram enorme sucesso. Concorriam em prestígio com os BEACH BOYS que, aliás, em termos de vendas não chegavam aos pés deles!
Duas bandas de pouco sucesso no BRASIL, mas grandes vendedores de discos, e “Reis das rádios “AM” americanas, foram os GRASS ROOTS e os RASCALS. Os TURTLES nem tanto, mas “HAPPY TOGETHER” é tocada até hoje em rádios de OLDIES. E os COWSILLS, uma FAMILY BAND seguindo a trilha aberta pelo JACKSON FIVE, manteve o seu espaço com a linda “Sunshine Pop” “THE RAIN, THE PARK AND OTHER THINGS”.
No Brasil, não havia bailes ou bailinhos, sem MONY, MONY e CRIMSON AND CLOVER, gravadas por TOMMY JAMES AND THE SHONDELLS. Boa e popular banda, EXPLORADA pela Máfia italiana de Nova York, que ficava com a parte do leão do trabalho dos caras.
THE MAMAS & THE PAPAS rolavam muito com MONDAY, MONDAY; DEDICATED TO THE ONE I LOVE e CALIFORNIA DREAM…E também o excelente THE ASSOCIATION, criador das belíssimas CHERISH e NEVER MY LOVE. Ambos foram grupos famosos pelo VOCAL HARMÔNICO e PERFEITO!
E houve o CLASSICS IV, com TRACES e SPOOKY. E jamais faltavam músicas do CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL, e de JOHNNY RIVERS. Além de outros, como BILL DEAL & THE RONDELLS, em “I’VE BEEN HURTED”; e “JUDY IN DISGUISE”, de JOHN FRED & HIS PLAYBOYS BAND. E o maior sucesso de todos, THE HUMAN BEINZ, com “NOBODY BUT ME”, marcou época e toca até hoje em “festinhas geriatricas”. Entravam, também alguns franceses e italianos, ainda fortes na audiência aqui do HOSPÍCIO DO SUL….
Ahhh, quase ia esquecendo a música pra “Roer Pescoço” da mulherada…. e o “Mela-Cuecas” supremo: “JE T’AIME”, com JANE BIRKIN e SERGE GAINSBOURGH. Era obrigatório! E havia o esperado set com o BREAD, e outras doçuras mortais para “melômanos diabéticos!
Vez por outra, rolavam coisas da JOVEM GUARDA, ROBERTO CARLOS, principalmente. E, eu ainda peguei RAY CONNIFF, JOHNNY MATHIS (PHODIS ?) e EARL GRANT sinônimos de música para dançar, naqueles tempos e um pouco antes…
Claro, baile nenhum dava certo sem a turma não americana, BEATLES e BEE GEES. Mas, se faltasse a inescapável VENUS, com os SHOCKING BLUES; ou coisas dos brasileiros “SUNDAY” não tinha festa! Então, podem ir lembrando aí…
Eu não trouxe para o salão a Música Negra, capítulo vasto e delicioso para ser tratado à parte. E não havia D.Js mais criativos intervindo na festa…
A música brasileira era muito pouco tocada em bailes, naquele tempo. Os jovens mais politizados se rebelaram politicamente contra a música estrangeira, que dominava parte significativa das programações nas rádios brasileiras. Um dos motivos foi a oposição à ditadura, tida como entreguista, também.
O SAMBA entrou pra valer na moda, por volta de 1970. Foi introduzido principalmente por universitários. O chamado “SAMBÃO”, bares especializados em samba e MPB ao vivo, para ouvir e dançar, “viralizaram” rapidamente. E se mantêm até hoje, em rodas e mesas de SAMBA, numa infinidade crescente de botecos pátrios.
O BRASIL prefere a MPB. É um dos poucos países onde a “música americana” não domina o mercado.
E ainda bem!
Um dado histórico curioso: na CONFERÊNCIA DE POTSDAN, reunião diplomática para decidir algumas regras no pós – Segunda Guerra Mundial, a delegação soviética protestou contra a expansão cultural dos ESTADOS UNIDOS no mundo.
Um diplomata disse claramente: “se a coisa continuar desse jeito, daqui uns tempos só vamos ouvir música americana nas rádios de nossos países!”
E não deu outra!
POSTAGEM ORIGINAL 22/04/2023

QUENTIN TARANTINO,”ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD”, CRÔNICA DAS DISTOPIAS E DISTORÇÕES DA DÉCADA DE 1960. E A TRILHA SONORA DO “LADO B” DA CULTURA AMERICANA
A discografia aqui postada é mínima perto do que aparece no filme, e para ser mais claro, em quase todo filme de TARANTINO. Porém é reluzente…
No atual, “ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD”, estão mais de trinta músicas. Há joias dos MAMAS & THE PAPAS, PAUL REVERE & THE RAIDERS, CLASSICS IV e CREEDENCE CLEARWATER. Vêm mescladas com HITS menores e onipresentes, mas quase desconhecidos fora dos E.U.A , como “THE ROYAL GUARDSMAN em “SNOOP X RED BARON; a versão esfuziante de “SUMMERTIME”, com BILLY STEWART; músicas dos BOX TOPS; e “BLACK IS BLACK”, grande sucesso internacional dos espanhóis LOS BRAVOS. Estão lá OHIO EXPRESS, clássicos do “BUBBLEGUM” MUSIC, e THE GRASS ROOTS…E até mais sofisticadas, tipo VANILLA FUDGE e THE ASSOCIATION.
Os interessados na contracultura precisam assistir ao filme de TARANTINO, que vez por outra rola nos canais H.B.O. É uma crônica do lado B dos tempos da “PAZ e AMOR”, na década de 1960. É surpreendente, muito instrutivo, sarcasticamente crítico! Imperdível!
O grande escritor inglês, GRAHAN GREENE, dizia que os americanos são interessantes porque capazes de cometer as maiores atrocidades com leveza e inocência na alma! Esta frase é um clássico em definição precisa. E qualquer indivíduo antenado neste mundo em eterno purgatório percebe isto.
As caras de “bolacha” dos americanos LEONARDO di CAPRIO e BRAD PITT, os atores principais, escondem a imensa disposição para perpetrar violências em legítima defesa, ou porque simplesmente foram provocados. Não há limite ou contenção.
É tipicamente americano, concordo com GREENE. E isto permeia as obras de SPIKE LEE e TARANTINO ( que sobrenome expressivo, heim…), por exemplo.
Mas, está nos filmes de BANG – BANG; sobre a MÁFIA; nos clássicos de guerras; em séries policiais; ou simplesmente nos conflitos juvenis, e nos tiroteios e massacres gratuitos nas escolas!
Pode-se comentar sobre pesquisas e criação de armas para destruição em massa; sempre realizadas em nome da ciência e das melhores causas e intenções. Ou lembrar dos Estados recalcitrantes que ainda aplicam a pena de morte…
A “AMÉRICA” é um país de competição, mesmo quando atenuada pela cooperação e o comunitário, também bases da construção da sociedade americana, segundo o filósofo ALEXIS DE TOCQUEVILLE.
QUENTIN TARANTINO nos revela um “Show Room Sociológico” que entrega o torpe e o sublime misturados em fascinação constante. Ele filma sobre isso. Mescla referências culturais, como a ideia de liberdade e autonomia do indivíduo, em roteiro recheado por metalinguagens, que vão de BRUCE LEE ao POP-ROCK; das rádios AM aos programas deTVs.
Mostra o clima e ambiente de gente em decadência na indústria cinematográfica.
Aborda a contracultura hippie desfigurada em simples vagabundagem; mas desaguando no líder de seita e assassino CHARLIE MANSON.
E nos recorda o cineasta ROMAN POLANSKY e sua vida sexual de completa falta de limites, usando usando como personagem SHARON TATE, mulher de ROMAN – que foi assassinada pela seita de MANSON, em 1969. Personagens e pessoas reais que viraram referência mundial dessa galopante metamorfose doentia.
A “Geleia Geral Cultural” flagrada pelo cineasta desvela o lado B americano. E, no filme, explode em violência exagerada pateticamente levada a extremos “cômicos”. Ou será que defender-se de alguém quase inoperante usando um lança-chamas, e depois tomando algumas com os vizinhos, pode ser considerado legítima defesa?
No contexto americano, lembrando GRAHAN GREENE, TARANTINO e SPIKE LEE, é perfeitamente possível.
Com o filme temos uma trilha sonora bastante original. O bom e o ruim lado a lado. Estão lá, também, o DEEP PURPLE psicodélico do final dos 1960; um HIT menor de NEIL DIAMOND; os ingleses CHAD AND JEREMY e JOE COCKER; a SOUL MUSIC de ARETHA FRANKLIN; e o FOLK REFINADO e COSMOPOLITA de SIMON AND GARFUNKEL.
Postei aqui um BOX mexicano barato, e meio TABAJARA, com 6 CDS abarcando o universo sonoro utilizado nos filmes de TARANTINO. Mas, quase nada neste filme…
É interessante, mas contém “tabajarices obscenas” , como versões das versões dos originais e outras raridades, descoladas sabe-se onde…
Para finalizar, dá pra escutar “BUFFY SAINT MARIE”, boa cantora FOLK, mas digamos uma sub-JUDY COLLINS. Ela canta versão famosa e deliciosa da belíssima “THE CIRCLE GAME”, de JONI MITCHELL.
Mas, depois de ouvir, a gente fica desconfiado, e com uma pulga de uns 2 quilos atrás da orelha: é que a conhecida “AQUARELA”, versão de TOQUINHO e VINÍCIUS DE MORAES para a música de um compositor francês, parece “inspirada” demais nela…
Será que fiquei intoxicado por TARANTINO e seu universo?
POSTAGEM ATUALIZADA DE ORIGINAL EM : 22/04/22
