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ERIC CLAPTON – SHOW EM VÍDEO, DVD, E UM CD ESPECIAL: “JUST ONE NIGHT” – 1980, AO VIVO EM TÓQUIO, BUDOKAN THEATRE

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CLAPTON É FACIL COMENTAR.
É O SEGUINTE: QUANDO A REUNIÃO ENTRE AMIGOS OU A FESTA NÃO ESTIVER ANIMADA, VAI LÁ E PÕE DISCOS DO CLAPTON. PRINCIPALMENTE GRAVADOS AO VIVO.
ERIC É CRAQUE EM DAR UM TOQUE POP AO BLUES, MESMO AQUELES MAIS TRADICIONAIS. E SEU LADO POP RARAMENTE É AÇUCARADO, GRANTINDO TAMBÉM AOS DIABÉTICOS DESFRUTE SAUDÁVEL.
COM REPERTÓRIO VASTÍSSIMO, COBRINDO SUA PORTENTOSA FASE COM O “CREAM” E O “BLIND
FAITH” RESVALANDO NO POP-ROCK, EM UM GOSTINHO DE BOSSAJAZZ, E MIL ARTIFÍCIOS QUE SUA VOZ CURTA, MAS ORIGINAL E BEM TREINADA CONSEGUE ATINGIR.
FALAR DE SUA GUITARRA NÃO É PRECISO. JÁ QUE PRECISO É O MÚSICO E SEU ESTILO, DESDE QUE PARTICIPOU DOS YARDBIRDS, ENTRE 1963/1964.
E QUANDO OS TROCOU PELO “JOHN MAYALL & THE BLUESBREAKERS, EM 1965, PARA GRAVAR DISCO SEMINAL, IRRENUNCIÁVEL – E IMPERDOÁVEL PARA QUE OUSAR PERDÊ-LO.
AQUI POSTO VÁRIOS DISCOS AO VIVO: CLAPTON E BANDA; ACÚSTICO; EVENTUALMENTE COM ORQUESTRA, E PARTICIPAÇÕES TÃO MÚLTIPLAS QUANTO EXTENSAS, QUASE INCATALOGÁVEIS. TEM DE TUDO.
AQUI HÁ DE TUDO, A DESPEDIDA DO CREAM, A TENTATIVA QUE FOI CORTADA AO MEIO DE REEDITAR O “BLIND FAITH”, MAS ETERNIZADA EM SHOW DELE E STEVIE WINWOOD, E OUTROS ÉPICOS.
E HÁ MAIS, MUITO MAIS!!!!
MAS, VOU FOCAR NO SHOW QUE ACHO MELHOR, MAIS COMPLETO E “CLAPTONIANO”. “JUST ONE NIGHT” É PRA ROLAR EM FESTAS. DISCO QUE LEVANTA TUDO O QUE PUDER FICAR DE PÉ, DANÇAR, CURTIR. É, TALVEZ, O EXEMPLO DE SHOW PERFEITO.
“GOD” ESTÁ EM FORMA, COM BANDA INTEGRADA E MATADORA. E, PRA COMEÇAR, UMA DAS SET-LISTS MAIS ADEQUADAS QUE UM SHOW DE ERIC CLAPTON PODERIA OFERECER.
AS 4 PRIMEIRAS MÚSICAS, EMENDADAS COM MESTRIA E BALANÇO, FORMAM EXEMPLOS MAGNÍFICOS DO REPERTÓRIO DELE: UMA INTRODUÇÃO ELETRIZANTE, POP ROCK, BLUES, COUNTRY-BLUES-ROCK, E A IMORTAL BALADA “WONDERFUL TONIGHT”.
O DISCO TODO FUNCIONA MUITO BEM E, DE CERTA MANEIRA, ESTABELECE UM PADRÃO DOS SHOWS DE CLAPTON VIDA AFORA.
PRA CHANCELAR, NO DISCO 2 ESTÁ A MELHOR GRAVAÇÃO DE “COCAINE”. AQUELA MÚSICA ANTI-DROGAS QUE O MUNDO TODO, E ATÉ A JAPONESADA CONTIDA NA PLATEIA, CANTA POR MOTIVOS ERRADOS E ANIMADAMENTE.
DESENFERRUJA O CORPO E A ALMA. VAI BEM COM BEBIDAS LEVES. FAZ TODO MUNDO DANÇAR.
SEM EXAGERO, E REPETINDO O QUE O MUNDO JÁ SABE: ERIC CLAPTON É UM GÊNIO!
POSTAGEM ORIGINAL  08/07/2022
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“LITTLE STEVEN VAN ZANDT”, O “DISCÍPULO”: UM SUPERDOTADO PECULIAR, CRIADOR DO “JERSEY SOUND” E SUAS CONEXÕES

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ASSISTI ESSES DIAS NO CANAL “HBO”, DA NET, A LONGO DOCUMENTÁRIO SOBRE “LITTLE STEVEN”. ELE É UM DESSES CARAS QUE A GENTE “CONHECE” DESDE SEMPRE, MAS “NÃO SABE EXATAMENTE” QUEM FOI! ESTOU SURPREENDIDO! ELE É UM SUPERDOTADO MULTI-TALENTOSO!
NA MÚSICA, “VAN ZANDT” FOI CRIADOR E CATALISADOR DO CHAMADO “JERSEY SOUND”: “FUSION”, ENTRE O “ROCK AND ROLL TRADICIONAL”, “RHYTHM´N´BLUES” E “SOUL MUSIC”; COM PITADAS DE “JAZZ”, MUITO BALANÇO, E USO DE METAIS.
CLARO, NÃO É UMA REVOLUÇÃO. MAS A RECUPERAÇÃO DA TRADIÇÃO DO VELHO “RHYTHM´N´BLUES” ANTES DA SUBDIVISÃO EM “GÊNEROS”, CONSUMADA NO INÍCIO DA DÉCADA DE 1960. TUDO CONSIDERADO, “MIAMI STEVEN” TROUXE PARA AQUELE MOMENTO, MEADOS DA DÉCADA DE 1970, A “BLACK MUSIC” REDEFINIDA BASICAMENTE POR BRANCOS QUE REVERECIAM OS GRANDES ARTISTAS PRETOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA AMERICANA.
NÃO É POUCA COISA! “LITTLE STEVEN” PRODUZIU DISCOS, E CRIOU ARRANJOS PRINCIPALMENTE PARA OS “METAIS” NAS DUAS BANDAS DE “NOVA JERSEY” EM QUE TOCOU. EM CADA UMA DELAS, ELE CAPTOU A “ESSÊNCIA MANIFESTA”; E FORJOU GRUPOS INTEGRADOS E ORIGINAIS.
“LITTLE STEVEN” TOCOU GUITARRAS COM “BRUCE SPRINGSTEEN & E-STREET BAND” DESDE 1975, E FICOU LÁ ATÉ 1984. PARTICIPOU, E AJUDOU A MOLDAR UM ROCK PESADO DISTINTO. MANTEVE AQUELA SONORIDADE DO ROCK AMERICANO TRADICIONAL, MAS O REPOSICIONOU PARA A “ATUALIDADE” NAS DÉCADAS DE 1970/1980.
DE CERTA MANEIRA, BRUCE É UM “HÍBRIDO BLUESY E EXPLÍCITO”, COM SUA VOZ DE TENOR “ABARITONADA”, TALVEZ SEMELHANTE A “BOB SEGER”; EM QUEM SE INSPIRA – EU ACHO – NO “DRIVE” E NA “FÚRIA” . MAS, SE DISTINGUE POR UM LIRISMO, QUE MUITOS ACHAM PRÓXIMO A UM “BOB DYLAN” MAIS TERRA-A-TERRA E ALGO VISCERAL!
LÁ, PORTANTO, O SAX DE “CLARENCE CLEMONS” SUPRE A RUSTICIDADE TALVEZ HERDEIRA DE “DANIS PAYTON”, DO DAVE CLARK FIVE – CUJOS DISCOS APARECEM NO DOCUMENTÁRIO. É ROCK/R&B CONCATENADO NA DÉCADA DE 1950/60, MAS SOANDO COMO NOS ANOS 1970: INSPIRADO PELO “RHYTHM´N´BLUES”, E PELO “BLUES”.
MUITOS NÃO SABEM, MAS FORAM OS INGLESES “THE HOLLIES” OS PRIMEIROS A GRAVAR MÚSICA DE “BRUCE SPRINGSTEEN”. “SANDY” SAIU EM 1973. E A “MANFRED MANN EARTH BAND” TAMBÉM GRAVOU “SPIRIT IN THE NIGHT” E “BLINDED BY THE LIGHT”, CONTINUANDO A SAGA DE CANÇÕES AMERICANAS COM BOAS LETRAS, COMO FIZERA O “MANFRED MANN” ORIGINAL COM “THE MIGHT QUEEN” E OUTRAS DE BOB DYLAN, NA DÉCADA DE 1960.
“MIAMI STEVEN” ARRANJOU E PRODUZIU PARA “SOUTHSIDE JOHNNY AND ASBURY JUKES”, TALVEZ A BANDA “PROTÓTIPO” DO “JERSEY SOUND”, QUE INTEGROU DESDE 1976, E FORJOU A IDENTIDADE SONORA GRAVANDO INCLUSIVE ALGUMAS MÚSICAS DE “SPRINGSTEEN”. PROCUREM OUVIR “THE FEVER” – R&B IMPERDÍVEL E SENSACIONAL!
ELE ORGANIZOU O NAIPE COMPLETO DE METAIS, COM DOIS TROMPETES, DOIS SAXES E TROMBONE, SUPRINDO VIGOR IRRESISTÍVEL PARA AS DUAS GUITARRAS, TECLADO E BATERIA. E ESTE ENORME ARCABOUÇO SEGURANDO A PERFORMANCE VOCAL “BLUESY, BLACK, ROCKER” DE “SOUTHSIDE JOHNNY” – NAQUELES TEMPOS CANTOR ARREBATADO E DA PESADA. POSTEI TRÊS DISCOS COMPROVANDO.
LÁ POR 1976/1979, HOUVE NO BRASIL FESTIVAIS DE JAZZ E BLUES, ONDE OS “JUKES” TERIAM ARREBENTADO! E, SE “TIM MAIA E A BANDA “VITÓRIA RÉGIA” TIVESSEM FEITO ABERTURA OU SHOW DE FUNDO, GARANTO QUE TERIAM SIDO NOITES HISTÓRICAS E MUITO DIVERTIDAS. “TIM MAIA” E O “JOÃOZINHO ZONA SUL” JOGAM NA MESMA TENDÊNCIA. SÃO “RHITHM´N´BLUES” NA GARAGANTA E NA VEIA.
“BRUCE”, “SOUTHSIDE JOHNNY” E “STEVEN VAN ZANDT” SÃO AMIGOS E PARCEIROS DESDE O INÍCIO. TRÊS BRANCOS “PROFUNDAMENTE INFLUENCIADOS PELA MÚSICA DOS PRETOS, E PELA TRADIÇÃO DO “ROCK AND ROLL”, TANTO NA CONCEPÇÃO COMO NA ORIENTAÇÃO SONORA. “FUSIONS”, DE JEITOS MUITO PARTICULARES…
“STEVEN” CERTAMENTE ENCONTROU INSPIRAÇÕES NOS “FOUR SEASONS”, DE “FRANK VALLI”, TAMBÉM DE NEW JERSEY, E PIONEIROS DO “AMÁLGAMA” QUE GEROU ESTE “CROSSOVER – POP – R&B – DOO-WOP – E ROCK AND ROLL”, E COM ENORME SUCESSO NA DÉCADA DE 1960/70/80 E ATÉ ALÉM…
ELE TEVE CARREIRA SOLO, TAMBÉM: “LITTLE STEVEN VAN ZANDT AND DISCIPLES OF SOUL”, GRAVOU CINCO LPS. ELE TOCAVA, ARRANJAVA E CANTAVA, COMO FIZERA EM SEU PASSADO COM OS DOIS CARAS DE QUEM JAMAIS SE DESLIGOU…. DIZEM QUE DEIXOU “THE BEST FOR LAST”, OU SEJA, PARA ELE MESMO. SERIA?
“LITTLE STEVEN” COMO TODOS POR LÁ, ERA FÃ DOS “RASCALS”, NOVAIORQUINOS, E RECONHECIDOS COMO A PRIMEIRA BANDA DO CHAMADO “BLUE EYED SOUL” – OUTRO “AMÁLGAMA” – QUE FEZ ENORME SUCESSO NA DÉCADA DE 1960. A PROXIMIDADE GEOGRÁFICA E CONCEITUAL TAMBÉM OS INCLUI NA CARACTERIZAÇÃO DE TUDO AQUILO.
É CURIOSO, “HOBOKEN”A CIDADE ONDE NASCEU “FRANK SINATRA”, O ÍCONE SUPREMO DO CANTO POPULAR NORTE AMERICANO, FICA EM “NOVA JERSEY”, NA “ESQUINA FLUVIAL” COM “MANHATTAN”, SEPARADAS PELO RIO HUDSON.
ELE CERTAMENTE TERIA A VER COM OS DOIS AMBIENTES MUSICAIS. ESTÃO TODOS POR PERTO. E SINATRA É DE VERSATILIDADE IMENSA, E INFLUENCIOU O UNIVERSO SÓCIO-MUSICAL DOS BRANCOS E DOS NEGROS. ENTÃO…EU SEI LÁ!
O”JERSEY SOUND” É UMA VERTENTE AMPLA QUE TANGENCIA O “BON JOVI” E SUA ATUALIZAÇÃO DO “POP-ROCK”. HÁ MÚSICOS QUE TOCARAM TANTO NOS “JUKES” – “BOB BANDIERA”, POR EXEMPLO -; COMO NA “E-STREET BAND”, DE SPRINGSTEEN. E TODOS SE CONHECEM. JON BON JOVI ESTÁ NO DISCO “BETTER DAYS”, 1991.
ALÉM DE MÚSICO, “STEVEN VAN ZANDT” TORNOU-SE ATOR. ELE POSSUI O TIPO FÍSICO E UM JEITO QUASE CARICATURAL DE ANDAR E SE PORTAR. SEU SOBRENOME VERDADEIRO É “LENTO”, O QUE DENUNCIA A ORIGEM:
ELE É UM “ITALIANINHO AMERICANO”; PORTANTO, TORNAR-SE PERSONAGEM NA SÉRIE “OS SOPRANOS” INTERPRETANDO UM MAFIOSO LHE CAIU “NATURALMENTE”. STEVEN FOI MUITO BEM, APESAR DE”CANASTRÃO”- QUE NÃO SIGNIFICA SER “MAU ATOR”; MAS AQUELE TIPO DE ATOR QUE SEMPRE “INTERPRETA A SÍ MESMO”, E QUE NOS FAZ RECORDA-LO ENQUANTO PESSOA, MAS NÃO OS PERSONAGENS…
OUTRA FACETA CURIOSA E QUE DEFINE SUA PERSONALIADE REALIZADORA E CORAJOSA, É TER-SE TORNADO MEIO POR ACASO UM AGITADOR POLÍTICO-CULTURAL RELEVANTE. ELE FOI UM DOS RESPONSÁVEIS PELA DERRUBADA DO APARTHEID, NA ÁFRICA DO SUL.
NÃO É EXAGERO!
EM VIAGEM PARA A LÁ, STEPHEN DEU DE CARA COM O “APARTHEID”, E SIMPLESMENTE SE METEU NO ASSUNTO, POR PURO HUMANISMO, SENSO DE JUSTIÇA, E GRATIDÃO PELA MÚSICA QUE AMAVA E FEZ. QUASE ACABOU PRESO! ELE FOI UM “CASE” DIPLOMÁTICO.
EM 1985, CHAMOU OS AMIGOS: PAUL McCARTNEY, RINGO STARR, HERBIE HANCOCK, BONO, GEORGE CLINTON, RONNIE WOOD, MILES DAVIS, BRUCE SPRINGSTEEN, DYLAN… E VÁRIOS OUTROS; E JUNTOS GRAVARAM O PROJETO “SUN CITY”, QUE DEU ORIGEM AO PRIMEIRO GRANDE CONCERTO CONTRA O RACISMO E O APARTHEID. STEPHEN É UM CARA DE MUITA CORAGEM MORAL E FÍSICA!
ELE DE FATO AJUDOU A DESMONTAR O SISTEMA… E ANTES DO “U.S.A. FOR AFRICA”, POR EXEMPLO.
DEPOIS, TORNOU-SE D.J. DE SUCESSO. O QUE ELE SABE DE DISCOS, MÚSICA POP E ADJACÊNCIAS, É INVEJÁVEL!
MAS,
MAS, TIO SÉRGIO, O QUE FAZ POR AQUI O “GRAHAN PARKER & THE RUMOUR”, QUE SÃO INGLESES E A CAMINHO DO “PÓS-PUNK”?
EU EXPLICO: LÁ POR 1976/1977, PARKER E BANDA AGREGARAM NAIPE DE METAIS NOS DISCOS E NOS SHOWS. SEMPRE ESTIVERAM MAIS PARA O “PUB ROCK”, AQUELE REVIVAL BRITÂNICO DO ROCK CLÁSSICO; E UMA DAS RESPOSTAS AO “ROCK PROGRESSIVO” E OUTRAS… DIGAMOS… FRESCURAS SONORAS SEM VIGOR E PUNCH”…
E MUITOS COMEÇARAM A COMPARAR “PARKER” A “SPRINGSTEEN”, DOIS BONS LETRISTAS E CANTORES DE ROCK ROCK VIGOROSOS.
E, OBSERVEM O “RUMOUR” E OS “JUKES”, DE “SOUTHSIDE JOHNNY”… NA ÉPOCA, HAVIA PROXIMIDADES CLARAS. OUÇAM, POR EXEMPLO, O ÁLBUM “HEAT TREATMENT”, DE “GRAHAN PARKER”, E COMPAREM COM OS DISCOS NA FOTO DO “JOÃOZINHO ZONA SUL”. ESTAVAM MAIS OU MENOS NA MESMA LINHA. OS DOIS GRUPOS INCLUSIVE EXCURSIONARAM JUNTOS.
NA DÉCADA DE 1980, PARKER MUDOU MUITO, TORNOU-SE MAIS AUTORAL, “SINGER/SONGWRITER”, E FICOU MAIS CHATO. E JOHNNY AOS POUCOS CAIU NO OSTRACISMO…
ADEMAIS, TIO SÉRGIO É UM INVETERADO VETERANO VETOR DE ABOBRINHAS E HIPÓTESES DISCUTÍVEIS…
POSTAGEM OPode ser uma imagem de 1 pessoaRIGINAL 06/07/2024

DAVID BOWIE, BRIAN ENO & PHILLIP GLASS – E AS SINFONIAS BASEADAS EM THE BERLIN YEARS – 1977/1979

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PERIGEU E APOGEU DE TRÊS GÊNIOS QUE ALINHARAM ÓRBITAS
A intuição também é instrumento de trabalho para gênios e superdotados. Do palmilhar sobre as ideias até pensa-las como transcendentes, há grande caminho a percorrer.
Tudo é plural. Ao enxergar magnitudes é preciso criar estratégias e perspectivas para realizá-las. O que é intuído pode esconder – e sempre esconde – armadilhas que observadores menos sagazes não conseguem ver.
Em quaisquer artes, e na música talvez principalmente, ouvir, pensar, compreender, dissecar e recompor fragmentos pode trazer diferenças. E grandes compositores fazem isso.
Paul McCartney, talvez o maior compositor popular vivo, também compôs música clássica, trilhas e música eletrônica. Seara complexa. Mas, a dele é fazer música POP.
A chamada FASE BERLIM de BOWIE, 1977/1979 que, aliás, não foi gravada só em BERLIM, traz os discos em estúdio “LOW”, 1977; “HEROES”, 1978; e “LODGER”, 1979. E, também, o SHOW ao vivo de BOWIE, no espetacular álbum duplo STAGE, de 1978.
Este momento na carreira dele foi antecedido e sucedido por discos próximos aos que fez com ENO.
O álbum “STATION TO STATION”, 1976, tem algo do KRAUT e da vanguarda eletrônica daqueles tempos. E “SCARY MONSTERS” ressoa ao PUNK antecipando o P.I.L., banda experimental de JOHN LYDON.
Seriam?
O ROCK criativo e mutante de BOWIE ao juntar-se com a música eletrônica “AMBIENTE”, e ao
,”KRAUTROCK” – hoje, nome genérico para o ROCK PROGRESSIVO ALEMÃO E SUAS ADJACÊNCIAS E ANTECEDÊNCIAS – , que BRIAN ENO vinha desenvolvendo, gerou a TRILOGIA.
Nem DAVID BOWIE ou BRIAN ENO tinham a intenção de compor música clássica; em compensação apareceu PHILLIP GLASS, o grande compositor minimalista contemporâneo, que ouviu e intuiu na obra elementos para três grandes sinfonias. E pediu para compor em cima da FASE BERLIM.
BOWIE adorou a ideia e a primeira das SINFONIAS, LOW, veio a lume em 1993; depois saiu HEROES, 1996. E, por último, em 2022, foi lançada LODGER, a Sinfonia No. 12 do catálogo de GLASS.
Para dizer o mínimo, são três álbuns espetaculares, essenciais inclusive para a produção erudita contemporânea.
Estas Sinfonias não são simplesmente “músicas orquestradas baseadas nos temas propostos pelas canções”. PHILLIP GLASS não é o maestro GEORGE MELACHRINO, nem RAY CONNIFF, ou PAUL MAURIAT.
Uma sinfonia é outra “escritura” original baseada nos temas componentes que, em certos momentos, mal lembram as músicas que lhes deram vida. É obra muitíssimo mais complexa.
GLASS colheu os vários temas, todos ROCKS, de cada um dos discos originais e os retrabalhou.
As sinfonias individualmente são obras coesas em si próprias, mas que se comunicam e abrangem cada uma das outras seguintes. As três sinfonias, foram regidas pelo maestro DENNIS RUSSEL DAVIES, e são, na verdade, estágios de um “TRÍPTICO”.
Não apenas pelos temas principais selecionados, mas também as “pontes” compostas por GLASS amalgamando e expandindo cada tema até gerar um novo “Movimento” singular.
As duas primeiras obras são totalmente orquestrais. Porém a terceira, “LODGER”, além da primorosa composição, traz CHRISTIAN SCHMIDT no órgão de tubo, um artista grandioso! E principalmente a sensacional cantora ANGELIQUE KIDJO. Preta do BENIN, e ganhadora de três GRAMMYS, é considerada a “PRIMEIRA DIVA DA ÁFRICA”.
Sua arte é combinar a voz e interpretação, que ressoam aos cantos tribais com influências do JAZZ e do R&B. Sua emissão potente, “libertária, explícita e aberta, lembra VAN MORRISON em sua emoção derramada.
A participação de ANGELIQUE expõe o lado limite quase PUNK de algumas canções de LODGER – e de SCARY MONSTER, o disco seguinte e fora da FASE BERLIM e da sinfonia. Tudo se casa com a sofisticação moderna dos arranjos.
As composições minimalistas de GLASS envolvem, desenvolvem e destacam os elementos componentes em um todo orgânico e abrangente. O resultado é belíssimo, tenso, empolgante. Inesquecível!
As três sinfonias alinham o talvez apogeu criativo de ENO e BOWIE, com o perigeu de GLASS. Órbitas que se justapuseram em viagem cósmica rara. São discos imprescindíveis!

Procure ouvir e, se possível, ter.

POSTAGEM: 05/07/2023
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MEMÓRIAS: HORRORES DA ESCOLA COM TIO PATINHAS, E O PATO DONALD!

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DO PRIMÁRIO AO SEGUNDO GRAU FUI ALUNO MEDÍOCRE, COM EXCEÇÃO NAS MATÉRIAS LIGADAS ÀS CIÊNCIAS HUMANAS.
FIZ ESFORÇO ENORME PARA MANTER-ME NA ESCOLA À NOITE, PASSAR DE ANO; EU TRABALHAVA DE DIA DESDE OS 14 ANOS, E JÁ COMENTEI O SALÁRIO DO MENOR: TRADUZINDO, MEIO SALÁRIO MÍNIMO CURRANDO QUEM TRABALHAVA 8 HORAS POR DIA!!! .
OS MEUS PROFESSORES, NESTA FASE, LÁ POR 1966/67, ERAM TODOS INSÍPIDOS E ESQUECÍVEIS. ALGUNS, NADA INODOROS…O CÉREBRO CHEIRAVA MAL! POUCO ME RECORDO DE QUAISQUER DELES.
PORÉM, NAS DUAS FACULDADES QUE FIZ FUI EXCELENTE ALUNO. AINDA ASSIM, VEZ POR OUTRA EU ACORDO SUANDO, TRAUMATIZADO, POR SONHAR COM PROVAS, EXAMES, INSEGURANÇAS E COISAS DO GÊNERO.
PASSEI DÉCADAS LUTANDO CONTRA MIM MESMO EM SONHOS E QUASE VIGÍLIAS… VÁRIAS VEZES SÓ RELAXEI QUANDO LEMBREI O ÓBVIO: EU ESTAVA FORMADO… JOGO DURO.
EM HOMENAGEM AOS QUE ME SUCEDERAM, E SOFREM NAS MODERNAS MADRASSAS DE HOJE, VAI AQUI A PERGUNTA QUE O PATO DONALD E O TIO PATINHAS TIVERAM DE RESPONDER EM UM VESTIBULAR PARA ENTRAR NA UNIVERSIDADE, EM PATÓPOLIS:
“FAÇA UMA DISSERTAÇÃO COMPARANDO A CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA PRIMITIVA, E A ESTRUTURA CONTEMPORÂNEA DO CARNAVAL ALEMÃO”.
E PODEM IMAGINAR OS DOIS ARRANCANDO AS PENAS E “UIVANDO” GRASNADOS!!!!
EU SOBREVIVI: QUÁ, QUÁ, QUÁÁÁÁÁÁ´!!!!!
POSTAGEM ORIGINAL: 05/07/2021

ERIC CLAPTON AO VIVO – VISÃO PARCIAL DE UM GÊNIO PRODUTIVO E “JUST ONE NIGHT” – 1980 AO VIVO EM TÓQUIO, BUDOKAN THEATRE – O SEU CONCERTO MAIS COMPLETO.

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ESTE É FACIL COMENTAR.
É O SEGUINTE: QUANDO A REUNIÃO ENTRE AMIGOS OU A FESTA NÃO ESTIVER ANIMADA, VAI LÁ E PÕE QUALQUER DISCO DO CLAPTON. PRINCIPALMENTE OS GRAVADOS AO VIVO.
ERIC É CRAQUE EM DAR UM TOQUE POP AO BLUES, MESMO ÀQUELES MAIS TRADICIONAIS. E SEU LADO POP RARAMENTE É AÇUCARADO, GARANTINDO TAMBÉM AOS DIABÉTICOS DESFRUTE SAUDÁVEL.
COM REPERTÓRIO VASTÍSSIMO, COBRINDO SUA PORTENTOSA CARREIRA DESDE O “CREAM” E O “BLIND FAITH”. MIGRANDO AO BLUES ROCK NA CARREIRA SOLO, ERIC DEU PITACOS NO REGGAE, RESVALANDO NO POP-ROCK O TEMPO INTEIRO.
COM O TEMPO, PASSOU A DAR UM GOSTINHO DE BOSSA-JAZZ, ATÉ UNS DEZ ANOS ATRÁS. FEZ DISCOS EM PARCERIAS E TRIBUTOS E, MESMO HOJE BASTANTE COMBALIDO, AINDA EXPÕE SEU ESFUZIANTE TALENTO!
ERIC CLAPTON É UM “TRIPLE THREAT” DE PRIMEIRA LINHA: “COMPÕE”, “TOCA” ESTILÍSTICA E GENIALMENTE; E “CANTA”.
A SUA VOZ CURTA, AFINADA, ORIGINAL E BEM TREINADA CONSEGUE ATINGIR VASTOS RECANTOS DA MODERNA MÚSICA POPULAR. ELA PODIA CANTAR DE TUDO.
FOI PENA QUE O ZUM-ZUM-ZUM DE ANOS ATRÁS, DE QUE ELE PRETENDIA GRAVAR COM JOÃO GILBERTO NÃO TENHA ROLADO. CLAPTON TAMBÉM MIGROU COM ENORME SUCESSO PARA A SEARA DO BOM BAIANO. É DE CERTA FORMA UM “JOÃO GILBERTIANO” INCOMPLETO.
FALAR DE SUA GUITARRA BLUESY, SUTIL, NÃO É PRECISO. JÁ QUE PRECISOS SEMPRE FORAM A SUA TÉCNICA E O BOM GOSTO; E DESDE OS YARDBIRDS,1963/1964, E QUANDO OS TROCOU PELO “JOHN MAYALL & THE BLUESBREAKERS, EM 1965. E, DALI AO INFINITO, AINDA NÃO COMPLETAMENTE MAPEADO.
É IMPERDOÁVEL OUSAR PERDER “JOHN MAYAL & THE BLUESBRWAKERS WITH ERIC CLAPTON”, DISCO SEMINAL, LANÇADO EM 1965!
EU POSTO AQUI VÁRIOS DVDs E DOIS DISCOS AO VIVO. NÃO COUBERAM MAIS ALGUNS QUE TENHO.
MESMO ASSIM, CLAPTON FEZ DE TUDO. COM BANDA, ACÚSTICO OU ELÉTRICO, SOLO, EVENTUALMENTE COM ORQUESTRA; OU EM PARTICIPAÇÕES TÃO MÚLTIPLAS QUANTO EXTENSAS, E QUASE INCATALOGÁVEIS.
PARA MAIS BEM COMENTAR, FOCO NO SHOW QUE ACHO MELHOR, MAIS COMPLETO E “CLAPTONIANO”:
“JUST ONE NIGHT”, 1980, É PRA ROLAR EM FESTAS. É DISCO DUPLO QUE LEVANTA TUDO O QUE PUDER FICAR EM PÉ, ( oooooooooooopppp!!!! ) OUVIR, DANÇAR, CURTIR. TALVEZ SEJA O EXEMPLO PERFEITO!
“GOD” ESTÁ EM FORMA, COM BANDA INTEGRADA E MATADORA. E, PRA COMEÇAR, UMA DAS “SET-LISTS” MAIS ADEQUADAS QUE JÁ OUVI EM QUALQUER SHOW! O SUPRA SUMO QUE UM CONCERTO DE ERIC CLAPTON PODERIA OFERECER.
AS 4 PRIMEIRAS MÚSICAS, EMENDADAS COM MESTRIA E BALANÇO, FORMAM EXEMPLOS MAGNÍFICOS DO REPERTÓRIO DELE: UMA INTRODUÇÃO ELETRIZANTE, POP ROCK, BLUES, COUNTRY-BLUES-ROCK, E A IMORTAL BALADA “WONDERFUL TONIGHT”. É PERFEITO. PONTO.
O DISCO TODO FUNCIONA MUITO BEM E, DE CERTA MANEIRA, ESTABELECE UM PADRÃO PARA OS SHOWS DELE VIDA AFORA. PRA CHANCELAR, NO DISCO 2 A MELHOR GRAVAÇÃO DE “COCAINE”, AQUELA MÚSICA ANTI-DROGAS QUE O MUNDO TODO, E ATÉ A JAPONESADA CONTIDA NA PLATEIA, CANTA POR MOTIVOS ERRADOS E ANIMADAMENTE!
O SHOW DESENFERRUJA O CORPO E LIBERA O ESPÍRITO! VAI BEM COM BEBIDAS LEVES – E OUTRAS. FAZ TODO MUNDO DANÇAR.
SEM EXAGERO, E REPETINDO O QUE O MUNDO JÁ SABE: ERIC CLAPTON É UM GÊNIO!
GRANDE E IMENSAMENTE SOFRIDO ERIC CLAPTON! QUANDO MORRER, CAUSARÁ COMOÇÃO ITENSA; E DEIXARÁ SAUDADES; MUITAS SAUDADES.

HEAVEN DIRETO E SEM ESCALAS!

POSTAGEM ORIGINAL:04/07/2023

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Sérgio de Mo

BJORK: AVENTURA SINGULAR DO GELO AO COSMOS

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O Tio Sérgio aqui foi ótimo office boy.
E desde os 14 anos desenvolvi senso de direção, adquirido por resolvida intuição, e que me levava e trazia dos confins da cidade, de e até onde horizontes fossem vistos, buscando coisas, pacotes, processos, e o escambau determinado pelas secretárias da diretoria.
A remuneração, em um grande banco da época, o NOVO MUNDO, era um atentado aos direitos humanos. Eu ganhava, em 1967, o chamado “Salário Mínimo do Menor”. Metade do mínimo de um adulto, para trabalhar o dia inteiro, de segunda a sexta feira!!!!
Se hoje vivemos tempos de abusos, há 54 anos era “proto-escravidão” impingida.
Valeu a pena por um aspecto: eu girava São Paulo, vez por outra parava em lojas de discos, minha eterna paixão!
Mas, também fui péssimo jogador de futebol. Não tinha orientação espacial para jogar em espaços curtos, e muito menos habilidade motora para dribles, marcação, essas coisas que definem um garoto até, digamos, uns 16 anos.
Perdi um ano no antigo ginásio tentando aprender a jogar bola. Aprendi? Claro que não.
Então, fui mesmo em direção aos discos, e depois aos livros.
Acho que foi por isso tio Sérgio enxergou fácil BJORK, mas deixou de lado BRUCE SPRINGSTEEN – mais afeito à vida de garoto pobre em metrópole incipiente do terceiro mundo. Eu deveria ter estado mais para “BORN TO RUN”, do que para “HEART FULL OF SOUL”, dos YARDBIRDS. Mas, não foi.
BJORK, eu descobri no final dos anos 1980, com os SUGARCUBES, que pouco me diziam.
Mas, ela saiu do gelo para o mundo; olhar de laser, talvez lince, enxergou seu diferencial até agora não transposto: um cantar único auxiliado por um timbre soprano raro, mesclado com a estranheza do sotaque “islandês”, imposto como regra e não exceção. Entrou no mundo pop, submeteu-o, colocou-se.
Tio Sérgio, apesar da idade, tem o estranho orgulho de conhecer mais HITS da nórdica excêntrica do que do BRUCE SPRINGSTEEN.
E por que seria? Fácil. O americano é óbvio, mesmo que talentoso. Então, tio Sérgio atentou-se mais para ela.
A moça islandesa autotransplantada para o REINO UNIDO espanta! Como alguém vinda do gelo interessou-se por gente tão tropical como MILTON NASCIMENTO e ELIS REGINA, e convocou EUMIR DEODATO para produzi-la? E, talvez mais de seu tempo, incorporou e digeriu DJs do mundo inteiro para amplia-la? Pois, é!
E, pasme, como não se desfigurou sob influências tão exóticas? Eu não sei. Só sei que de alguma forma assimilou, foi em frente.
Você sabia que BJORK coleciona discos de ELIS REGINA? E que ISOBEL foi composta em homenagem a ela? Não notou? Não tem importância; mas, certamente, tem substância…
Ela é moderníssima, multiartista e multimídia. Quando assisti a “DANCING IN THE DARK”, filme do…ahnn psicopata LARS VON TRIERS, grande cineasta do mal – desculpem se não concordam -, fiquei mais fascinado ainda por ela. E principalmente pela crueldade do epílogo, em que acaba sendo executada injustamente por enforcamento. Está no filme CATHERINE DENEUVE – musa recorrente de minha adolescência anarcointelectualizada.
A reação que tive em seguida ao filme foi desfazer-me da trilha sonora, tal a repulsa por aquilo tudo! Não consegui escutar mais, ou sequer manter na coleção! Faltará sempre.
Conclusão lateral inescapável: BJORK é, além de grande, criativa, e sempre mutante compositora e arranjadora, uma ótima atriz! Conclusão lateral número dois: sou fascinado por VON TRIER, assisti e assisto a todos os filmes que ele faz; mas o quero preso em algum hospício. Ele não é humano.
Porém, BJORK é diferenciada. Não repete coisas; compõe melodias, todas dark, tristes, com síncope de filme de terror, e arranjos de mistério de filmes “noir”. Tudo o que faz é relevante e de qualidade artística indiscutível.
A voz de BJORK determina o andamento de suas músicas, é simbiótica às suas criações, composições, sei lá o quê! O senso melódico da moça é meticulosamente ajustado à sua voz e ideias. É única!
É minha opinião que DAVID SYLVIAN, BJORK e o RADIOHEAD são os mais importantes artistas de relevância da MÚSICA DE VANGUARDA, surgidos nos últimos 40 anos. Seriam?
Fui atrás do que pensam sobre a música dela. A quantidade de fusões que são nela identificadas é imensa, talvez a maior que vi por aí. Cito poucas: MÚSICA CONCEITUAL, TRIP-HOP, ETHEREAL, DREAM POP, e tantas mais e tão bonitas que tanto faz…
Nem vou concentrar-me em seus CONCERTOS! Diferentes, com banda organizando outras sonoridades; visualmente intrigante. Matador! É onde mais bem exerce o lado teatral, de atuação.
Como sempre, escrevo sobre impressões pessoais. São nove discos de estúdio, várias coletâneas. Muita gente estranha e nem tanto dela gosta.
BJORK é um pequeno gênio nórdico? Superdotada? Seguramente. Ah, sim! A hoje madura senhora é um sucesso também de público. Também por isso pouco tempo atrás, colocou à venda um apto, em Nova York, por $ 4,2 milhões dólares.
Saiu na RECORD COLLECTOR, que também baba-ovo por ela, como o tio Sérgio aqui.

Já deve ter sido vendido….

POSTAGEM ORIGINAL: 18/12/2020Nenhuma descrição de foto disponível.

PINK FLOYD – ATOM HEART MOTHER – 1971

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CAPA EXTRAORDINÁRIA, INOCENTEMENTE TRANSGRESSORA, E IMPOSSÍVEL DE NÃO SER NOTADA!
EU JÁ “PINKFLOYDEAVA”, EM 1970. TINHA ACESSO DIRETO AO COMPACTO NACIONAL “SEE EMILY PLAY” , QUE MEU AMIGO SILVIO DEAN COMPRARA, EM 1967.
O PINK FLOYD ERA E CONTINUA MITO POP-UNDERGROUND ATÉ HOJE, MURMURADO AOS QUATRO CANTOS ENTRE O PESSOAL DO ROCK.
CERTO DIA, BABANDO NO “MUSEU DO DISCO” , LOJA ÍCONE DA ÉPOCA, DEI DE CARA COM A “MIMOSA BOVINA”, E COMPREI O LP IMPORTADO.
MEUS AMIGOS QUISERAM ME EXPULSAR DA TURMA, E PASSAR NA MAQUINA DE FAZER SALSICHAS! MAS EU RESISTI, E TOQUEI O DISCO SOB PROTESTO GERAL!
É UM ETERNO PREDILETO, AO QUAL RETORNO E RETORNO…
CURIOSAMENTE, A PAZ E A “SABEDORIA” QUE “EMANA” DA “MANA DE LEITE” DE ALGUMA FORMA REFLETE A MÚSICA.
MAS, CALMA: O ANJO ESTÁ NOS DETALHES. PINK FLOYD, À SEMELHANÇA DE MILES DAVIS, TRANSMITE INTRANQUILIDADE CONTROLADA. NÃO É LOUNGE OU NEW AGE. É PEÇA DE VANGUARDA INCONTESTÁVEL! FOI A PRIMEIRA ICONOCLASTIA DE LONGA DURAÇÃO QUE TOCOU INTEIRA EM RÁDIO, NA INGLATERRA, NO INESQUECÍVEL ANO DE 1970, E PARA ESPANTO GENERALIZADO!
DE CERTA FORMA, O DISCO REFLETE COM PRECISÃO O VERDADEIRO SOM DA BANDA: EXPERIMENTAL E MELÓDICO AO MESMO TEMPO. PERFEITO DO PRIMEIRO AO ÚLTIMO ACORDE.
É ATREVIDO COM ELEGÂNCIA. NA PARTE FINAL DA SUÍTE SINFÔNICA, A FAIXA TÍTULO “ATOM HEART MOTHER”, HÁ UMA TRANSA SEXUAL COMPLETA FEITA COM TECLADOS, QUE VAI DAS PRELIMINARES AO ORGASMO; AVEC ELEGANCE!
O DISCO INICIA EM SINFONIA E TERMINA EM CATARSE PSICODÉLICA.
E O LADO B DO ÁLBUM É AULA DE ESTILO E SOMATÓRIA DAS SONORIDADES QUE RONDAVAM O ROCK, NAQUELES TEMPOS: DO FOLK AO PROGRESSIVO, PASSANDO POR EXPERIMENTAÇÕES DIVERSAS. E ATÉ A MÚSICA INTRODUTÓRIA PARA PROPAGANDA VEICULADA NO “JORNAL NACIONAL” DA GLOBO: A ESPETACULAR “SUMMER 68” EXPÔS ESSE MITO GRAVADO AO PÚBLICO BRASILEIRO!
GOSTO E CIRCUNSTÂNCIAS GERACIONAIS ENGENDRAM PREFERÊNCIAS. COMO NO “SOFT MACHINE 4”, EU SINTO O CLIMA DA ÉPOCA EM QUE ELE FOI COMPRADO A TODA A VEZ QUE OUÇO. E O MESMO ACONTECE OUVINDO “DEEP PURPLE” IN ROCK”, E OS “MOODY BLUES” IN SEARCH OF THE LOST CHORDS”.
ESTE É O MEU “PINK FLOYD” PREDILETO. FAZ PARTE DOS DISCOS DE MINHA FORMAÇÃO. E MERECIDAMENTE SOBE DE PRESTÍGIO ENTRE PÚBLICO E CRÍTICA CADA VEZ MAIS!

NÃO É PRECISO RECOMENDAR. MAS, É IMPRESCINDÍVEL TER.

PUBLICAÇAO: 03/07/2018
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NOTAS SOBRE A VIOLÊNCIA NO BRASIL

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A JÔ SOARES O QUE É JUSTO PARA O JÔ! E ONDE FICO NISSO TUDO!
NESSES TEMPOS INGLÓRIOS, PLENOS DE PARANÓIAS E INTOLERÂNCIAS, EU PROCURO CERTO EQUILÍBRIO AO FAZER CRÍTICAS. NÃO SIGNIFICA OMISSÃO, OU FICAR EM CIMA DO MURO, MAS CONSIDERAR QUEM NÃO CONCORDA COMO CIDADÃO COM DIREITOS, ACERTOS E ERROS, E SEI QUE MUITA COISA NÃO PASSA DE PONTO DE VISTA; PORTANTO, PRECISA SER RESPEITADO.
EU NÃO APRECIEI QUANDO CRITICARAM O JÔ SOARES, NO LIMITE DO QUE ELE PODE NOS OFERECER, CONSIDERANDO SEU HISTÓRICO E IDEOLOGIA. ELE FOI CONTRA O “IMPEACHMENT” DA EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF.
DISCORDO, MAS É A OPINIÃO DELE!
JÔ SEMPRE SE COMPORTOU COM ADEQUADO EQUILÍBRIO ENTRE A REALIDADE OBJETIVA DOS FATOS, E O IMAGINÁRIO QUE SUAS CONVICÇÕES IDEOLÓGICAS COMPORTAVAM; PORTANTO JUSTIFICANDO SUAS POSIÇÕES POLÍTICAS DENTRO DESSE LIMITADOR – QUE, ÀS VEZES O REMETIAM AO ENGAJAMENTO NECESSÁRIO PARA DEFENDÊ-LA CONTRA EXAGEROS E TENTATIVAS DE “EXTERMÍNIO”, DE “ANULAÇÃO” E OUTROS ESTRATAGEMAS MODERNOS DAS REDES SOCIAIS.
TUDO ENTROU EM MUDANÇA, EM NEGAÇÃO TOTAL. MAS, NÃO SE PODE E NEM SE DEVE MUDAR TUDO.
NÃO HÁ DÚVIDAS DE QUE A PROPOSTA HUMANISTA DA ESQUERDA MELHOROU O RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS E A S INSTITUIÇÕES. PROCUROU O ELEMENTO IGUALDADE EM NÍVEL DA LIBERDADE PARA BUSCAR MAIOR EQUIDADE.
E, O QUE É MUITO IMPORTANTE, TROUXE À PAUTA SOCIAL CONTEMPORÂNEA O RESPEITO ÀS MINORIAS, À IDEIA DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E PODER, À MELHORIA GERAL DA CONDIÇÃO DE VIDA DOS MAIS POBRES. ALGUÉM HONESTAMENTE DUVIDA?
PARA MIM, SIGNIFICOU OPÇÃO ALTERNATIVA. TER ESTADO NA USP, NOS ANOS 1970, VALEU MUITO. FEZ-ME SAIR DA ESQUERDA SEM CAIR NO DIREITISMO VULGAR E REACIONÁRIO; E FICAR AO LADO DO QUE É LEGITAMENTE POPULAR, E DA NECESSÁRIA PAUTA DA EDUCAÇÃO E SAÚDE EQUÂNIMES; MAS, SEM RENUNCIAR À MINHA CONVICÇÃO DE QUE O CAPITALISMO E A LIVRE INICIATIVA SÃO AS OPÇÕES MAIS ADEQUADAS PARA O BRASIL.
A MINHA DISCORDÂNCIA É QUANTO AOS MÉTODOS – A MAIORIA APAVORANTEMENTE ERRADOS, IGNORANTES, ESTATISTAS E INCOMPETENTEMENTE GERENCIADOS E SUPERADOS. PORTANTO, EU NÃO CONCORDO COM A ESQUERDA E COM O ANTICAPITALISMO VISCERAL E IDIOTIZANTE.
MAS, OS SEUS OBJETIVOS NÃO ME SÃO ANTIPÁTICOS – MESMO QUE UTOPICAMENTE PROPOSTOS, PORTANTO, INAPROVEITÁVEIS, POPULISTAS E ENGANADORES.
ESTOU POLITICAMENTE NO CENTRO – E À DIREITA.
A POLÍTICA NÃO PARA E, NA MINHA VISÃO, DEVEMOS PARTICIPAR INTENSA E COMEDIDAMENTE, MAS SEMPRE DE OLHO NO REAL, NO VIÁVEL DENTRO DA ESTABILIDADE MACROECONÔMICA, PARA ATINGIR O QUASE UTÓPICO.
POR ISSO, APOIEI O “FORA DILMA”, JÁ!
ELA ATRAPALHA EM NOME DELA MESMO E DE UM JOGO DE PODER PÉSSIMO PARA O PAÍS.
POSTAGEM ORIGINAL 01/07/2013

BEACH BOYS – NOTAS SOBRE A GRAVAÇÃO DE “PET SOUNDS”, 1967

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30/06/2022: BEACH BOYS
CAROL KAYE, BAIXISTA: “BRIAN, VOCÊ ESCREVEU ERRADO! COMEÇA EM UMA CLAVE E TERMINA EM OUTRA?!?”
BRIAN: ” É ASSIM QUE ESTOU OUVINDO”, CAROL…
30/06/2022: BEACH BOYS 2: NO ESTÚDIO A CONSTRUÇÃO DE “PET SOUNDS”: A NATA DOS MÚSICOS DA ÉPOCA. BRIAN WILSON, UM GÊNIO E OS QUE CONSEGUIAM COVERTER SUAS IDEIAS EM MÚSICA!
30/06/2022:BRIAN WILSON ADORA UM ACORDE. E LARRY KNCHTELL, O PIANISTA DISSE QUE ERROU.
BRIAN: “QUE NADA, REPITA O ERRO CINCO ACORDES SEGUIDOS QUE VIRA ACERTO”!!!
NÃO DEU OUTRA!
30/06/2022: CURIOSO: FILME SOBRE OS BEACH BOYS.
BRIAN WILSON LEVOU GAROTA PARA ASSISTIR A SHOW DOS MOODY BLUES…

VIOLÊNCIA, VALORES E PRIORIDADES – MINHAS OPINIÃO EM 2013

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Tá bom! O que vou comentar talvez não o fizesse sob essa perspectiva, alguns anos atrás. Eu sei; em qualquer sociedade moderna INSTITUIÇÕES, CARÊNCIAS, PROBLEMAS, etc, se intercomunicam. Portanto, em tese devemos ter visão global para compreender o que está acontecendo.
Mas, a impermanência é a regra número um da vida. Tudo se altera, inclusive as visões e versões sobre a existência e a sociedade. No trajeto se acrescentam informações, conhecimentos; e talvez com o fluir da idade, a experiência e a sabedoria.
Bem, já cheguei aos 60 anos. E, apesar de minha formação humanista – sou formado em ciências sociais e comunicações -, tendo a enfatizar entre os inúmeros problemas que o Brasil …desfruta…, o mais grave e premente é a violência!
Pois, é. Conheço pouquíssimas pessoas que não sofreram algum assalto, roubo ou agressão; e nenhuma que não conheça alguém vítima dessa quebra de regras de convivência social. Eu mesmo já fui assaltado inúmeras vezes – calculo umas oito! É pavoroso e covarde – e olha que eu sou um animal de grande porte!
Há causas provenientes de nossas carências sociais – sem dúvida; mas elas já deveriam estar algo mitigadas, já que investimentos no social, na distribuição de renda e na melhoria nas condições gerais de vida são visíveis, nos últimos 20 anos. Então, por que a flagrante percepção de que a insegurança é permanente, algo perene e até insolúvel?
Eu acho que tem a ver com a quebra geral de valores que experienciamos em nossa sociedade. Eu identifico isto com as mudanças na estrutura familiar. Hoje, um casal para sobreviver com dignidade não pode prescindir do trabalho dos dois. E incluo como digno o direito de homens e mulheres exercerem profissão, desenvolver carreira e ter metas pessoais dentro e fora de casa.
Mas, considerem: os filhos, hoje, necessariamente ficam mais sós e são menos orientados. E principalmente nas classes mais baixas, ficam sujeitos a pressões do ambiente que estimulam o desvio das regras, incentivam o consumo de bens que a maioria não pode pagar, e não percebem como valor fundamental a educação – tanto familiar como formal.
As crianças estão jogadas ao vento, e junte-se a isto uma ideologia que enfatiza direitos em detrimento das obrigações – de ambos, pais e filhos! -, e a permissividade e tolerância por parte de todos e, pronto: está criado caldo de cultura que relativiza o certo e o errado, não estabelecendo parâmetros e limites para os indivíduos. Quando um garoto diz que a sua profissão é ser bandido, algo está profundamente errado. Parear o conceito de trabalho com atividades criminosas – que são parasitárias – é uma inaceitável inversão de valores. Então, o que fazer?
Eu também não sei. Mas suspeito que o caminho correto é dar absoluta prioridade para o combate à violência.
Em ambientes mais seguros o professor e o médico vão à periferia; os serviços públicos atingem morros, favelas; e os necessitados em geral serão mais bem atendidos. Sem considerar que os negócios florecem e até se descentralizam, tendendo a criar novos polos de desenvolvimento.
E, de quebra, será possível estancar, também, a decadência dos valores mais bem reconhecidos em nossa sociedade. Entre todos os nossos males – e são vários -, eu acho a violência o mais nocivo. Porque é, também, uma das bases da corrupção.
Pronto, “bloguei” de novo!