PAULA TOLLER, ALÉM DE UM “Q.I. DE ABELHA”!

Lá por 1997, eu era sócio de três lojas, em São Paulo, que vendiam CDs: a CITY RECORDS e a CITY MUSIC. Um dia, apareceram algumas meninas que estudavam na USP. Aliás, era normal. Música atrai os mais jovens – ou joviais.
E lembro de uma delas, uruguaia, bolsista, e fascinada pelo KID ABELHA e os ABÓBORAS SELVAGENS; nome que pronunciou de maneira tão peculiar que precisei da “tradução/versão” de outra colega que, rindo e mais acostumada com gandeia brasileira, condescendeu com o gosto da amiga.
Comprou o disco; mas aproveitou e pediu para eu escrever a letra de “GAROTA DE IPANEMA”, em português, porque ela adorava. Eu e o BETÃO, meu amigo e sócio, fizemos em conjunto.
Minha mulher gosta da PAULA. E já vou admitindo que também gosto!
Ela estudou canto. Aos poucos, percebi que PAULA canta “adequadamente bem”: ela é, “tipo assim”, pra fixar expressão dos jovens da época, aprendiz de NARA LEÃO e FRANÇOISE HARDI – exagerei, galera? A voz é postada com técnica e charme; mas, é pequena como o de sua coetânea, VIRGINIE BOUTAUD, vocalista do METRÔ – grupo POP brasileiro, um pouco anterior ao KID. E perscruto se FERNANDA TAKAI, do PATO FU, a segue; mas abastecida por conteúdos musicais mais densos…
PAULA TOLLER faz o POP usual, bem ajustado, e longe de experimentações; desvela discreto astral elevado, e sensualidade reservada aos namoradinhos, ao amor adolescente – daqueles eternos enquanto duram…
Moça de classe média alta, estudou Design, mas não se formou; e fala o alemão. É reconhecida por sua notória “pulcritude”. Talvez seja a mais bela cantora de sua geração! Ela foi criada por avô “anfíbio de cirurgião e historiador”, um crossover muito interessante; e por sua avó proprietária de clínica para idosos. Li que o pai dela morava com os três. Da mãe, eu sei nada. PAULA está casada como o cineasta LUI FARIA há uns 40 anos. O que pode indicar a realização afetiva cantada em suas composições ingênuas e juvenis.
Nesta madrugada eu assisti à sua turnê comemorativa dos 40 anos de carreira: “AMOROSA”. O repertório abrange do KID ABELHA em diante. E, claro, tem a profundidade que se pode esperar de artistas que compunham para adolescentes até pouco antes de transitarem para jovens adultos. Funcionou;
Mas vamos combinar que são canções datadas justamente porque os autores envelheceram sem acompanhar o amadurecimento do público. Não construíram a carreira na cronologia emocional que mais ou menos acompanha a todos nós. Este show juvenil estendido por quase duas horas, ficou meio “estrábico”, existencialmente falando…
A banda é integrada – e vamos combinar novamente: não há motivo para não ser; já que são músicos de muito bom nível executando canções e arranjos bastante simples.
E, finalmente, PAULA TOLLER não é “boa de palco”; não sabe se locomover durante o show; parece muito tímida, e talvez cansada. Ela não tem desenvoltura e nem carisma para enfrentar uma plateia. E, talvez por isso, a gravação tenha sido feita neste lugar acanhado e com pouca gente. O bis foi curto demais.
Mesmo assim, é agradável. Mas, faltou gás para aquecer a frigideira.
POSTAGEM ORIGINAL: 04/05/2024
Pode ser uma imagem de 3 pessoas e multidão

A INCRÍVEL HISTÓRIA CONTADA POR ALICE COOPER SOBRE BRIAN WILSON E JOHN LENNON

 

Não fui eu quem escreveu. Apenas coligi, porque fantástica!
Esta é uma história que Alice Cooper contou sobre John e Brian Wilson. “Eu estava sentado nos bastidores depois do Grammys de 1974 com Bernie Taupin (letrista de Elton John) e John Lennon. Isto foi quando o Brian estava realmente a ter alguns problemas mentais”, disse Cooper. “Durante o curso da conversa, continuei a ver o Brian pelo canto do olho, apenas a olhar para nós de diferentes ângulos. ” “Finalmente, ele subiu à mesa, inclinou-se e sussurrou ao meu ouvido ‘Ei Alice, apresenta-me a John Lennon. ’ Eu não podia ACREDITAR que estes dois homens nunca se tinham conhecido! Eles estavam virtualmente pescoço a pescoço nos anos 60 como as maiores bandas do planeta, e tenho a certeza que eles devem ter-se cruzado em algum momento. Mas então pensei para mim mesmo: ‘Uau, vou ser eu a apresentá-los e fazer parte da história do rock! ’” “Então eu apenas disse, ‘Brian Wilson, este é John Lennon. John Lennon, este é o Brian Wilson. ’ Lennon foi muito cordial e educado, dizendo coisas como ‘Olá Brian, eu sempre quis te conhecer. Sempre admirei o seu trabalho, e Paul e eu consideramos Pet Sounds um dos melhores álbuns já feitos. ’ Brian agradeceu-lhe e foi-se embora, altura em que Lennon voltou para a sua conversa como se nada tivesse acontecido. ” “Cerca de dez minutos depois, o Brian passou pela nossa mesa novamente, inclinou-se e sussurrou algo ao Bernie, e de repente, Bernie estava a dizer ‘Brian Wilson, este é o John Lennon. John Lennon, Brian Wilson. ’ Lennon foi tão cordial e educado como a primeira vez, dizendo essencialmente a mesma coisa sobre querer sempre conhecê-lo. Logo que Brian se afastou, John olhou para nós dois e disse casualmente no seu sotaque típico de Liverpudliano: “Eu o conheci centenas de vezes. Ele não está bem, sabe? ’” Ficámos impressionados com a empatia e gentileza de John ao lidar com o Brian e agradecidos por o Brian ter encontrado alguma estabilidade mental após tempos tumultuosos. Obrigado ao Boris pela história, foto e vejam a T-Shirt da Alice. É tão Alice Cooper.
POSTAGEM ORIGINAL RECOLHIDA EM 04/08/2021
Nenhuma descrição de foto disponível.

“DESPIORAR”: O VERBO QUE INVENTEI!

A expressão “DESPIORAR” foi inventada por este aqui que vos fala.
Foi em 1997, e dita para um super advogado, dr OCTAVIO UCHO DA VEIGA, e a um consultor de alto nível, JOSÉ AUGUSTO MINARELLI, com escritórios na Avenida Paulista.
Ambos gostavam de música e eram meus clientes na CITY RECORDS, a loja de CDS que tive na década de 1990.
O papo rolou em conversa no café que havia na galeria e no prédio onde todos tocávamos nossos negócios. Um deles perguntou sobre como andavam as vendas, em meio da recessão do governo FHC, necessária para garantir o plano real.
Eu respondi que nada melhorava, mas estava “DESPIORANDO”.
Fui eu quem inventou na hora e VIRALIZOU.
Há testemunhas.

ERIC CLAPTON & ROBERTO MENESCAL TIO SÉRGIO EM CAMPANHA EXPLÍCITA



DIZ A LENDA, OU FORAM BOATOS, QUE ERIC CLAPTON QUERIA GRAVAR COM JOÃO GILBERTO, MAS NÃO ROLOU.
FAZIA SENTIDO. JOÃO É UM ESTILISTA SUPREMO DO VIOLÃO; É O PRINCIPAL CRIADOR DA BOSSA NOVA, E ARTISTA INFLUENTE SEMPRE QUE SE FALA NO INSTRUMENTO, E NO JEITO DE CANTAR.
ERIC CLAPTON É MESTRE DO BLUES E DO ROCK. TOCOU OU GRAVOU COM QUASE TODOS QUE IMPORTAM, QUANDO O ASSUNTO É VIOLÃO E GUITARRA. E FLERTOU MUITO COM O “JAZZ POP” EMULANDO A BOSSA NOVA, EM BOA PARTE DOS ÚLTIMOS 25 ANOS.
ENTÃO, SE FALTOU JOÃO! O QUE FAZER?
PARA MIM FICOU ÓBVIO? QUE TAL O “ROBERTO MENESCAL”?
ISSO MESMO! É OUTRO GRANDE MESTRE HISTÓRICO RECONHECIDO, AQUI E LÁ FORA. ALÉM DE CONTINUAR EM BOA FORMA E PRODUZINDO.
UM DISCO JUNTANDO CLAPTON E MENESCAL FACILITARIA UM CROSSOVER BOSSA-POP CHEIO DE SWING; E MODERNÍSSIMO COMO SEMPRE AMBOS FORAM: UM BLUES – BOSSA QUASE JAZZÍSTICO!
O QUE VOCÊS ACHAM?
VAMOS AGITAR? ORA, POR QUE NÃO?
POSTAGEM ORIGINAL: 04/08/2020
Nenhuma descrição de foto disponível.

NELSON RODRIGUES: “BONITINHA, MAS ORDINÁRIA” – EU NÃO GOSTO!

Insone nada virtuoso que sou, vez por outra a macaca preta me pega e fico mais aceso do que forno de pizzaria.
Tá bom, em língua de gente o sono some; não rola; e o tio aqui se estatela sob influência das criaturas da noite: antigos fracassos, situações não resolvidas, agenda não concluída; e medos variados que assolam em hora imprópria.
Solução? Se houvesse, alguém já teria ficado bilionário.
Em tempos de televisão no quarto ou internet no computador, a solução que substitui a leitura é dilatar o cérebro frente às novas luzes – que ofuscam a mente; nos preenchem de azul-escritório; e nos remetem ao café, que elimina o dormir necessário, mantendo o cansaço e o torpor no dia seguinte.
Não caras, meninas, e quaisquer orientações por bem houvessem: não sejam insones na vida! É projeto altamente destrutivo…
Mas tio Sérgio é bem humorado e, vez por outra, topa com filmes que gostaria de ter visto, ou ver. Essas coisas de sub – intelectual criado nos 1970…
E dei de cara com “BONITINHA, MAS ORDINÁRIA”, dirigido ( muito mal, diga-se ) por BRAZ CHEDIAK, em 1984.
Tentei ler alguma coisa do NELSON RODRIGUES fora as frases de efeito que o tornaram famoso. Antes de tudo, Nelson escreve bem, jornalisticamente falando. É claro, conciso.
Seus folhetins, crônicas diárias do Brasil anos 1950, se tornaram famosos. Em minha opinião, ele é raso e possivelmente ignorante sobre os assuntos que aborda.
No sentido de que a psicologia de seus personagens é pobremente definida, muito embaralhada; gratuitamente torpe e forçadamente sexualizada, para criar algum tesão nos reprimidos e nada pudicos brasileiros da época – principalmente os homens…
NELSON era, antes de tudo, machista e reflexo de seu tempo na limitação do indivíduo que se pretende artista. Mas é um ótimo cronista e observador dos costumes. Porém, sem o instrumental de análise para categorizá-los e mais bem explicá-los. O que TIO SÉRGIO, AQUI acha imprescindível para erguer texto artisticamente mais refinado…
Claro, escrevi o que está longe de ser consenso mínimo. É mera opinião pessoal. Intelectuais importantes e de vários espectros políticos o adoravam. PAULO FRANCIS, RUY CASTRO e ARNALDO JABOR gostavam de NELSON, porque viam nele uma escrita teatral, oral o suficiente para ser filmada ou encenada.
Sem falar dos incontáveis artistas, diretores e perpetuadores do mito. Entre eles, os que acham sexo gratuito liberdade artística. Mas não se aprofundam na leitura de um texto. Em tudo cabe opinião.
No entanto, há quem não goste.
O jornalista SÉRGIO AUGUSTO, por exemplo. Homem culto, crítico cultural e de cinema até hoje em atividade. Com educação e refinamento, ele faz ressalvas ao talento de NELSON. Estou com ele: aprendo nada, percebo nada toda a vez em que me defronto com uma criação de ou baseada em RODRIGUES.
Em BONITINHA…, tudo é inverossímil e pouco estruturado. Você pode imaginar o JOSÉ WILKER sendo grosseiro com mulher; gritando e ameaçando estuprar a VERA FISHER – que, no filme, gostou…? Basta pensar em sua atuação em “DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS”…Não rola. WILKER era bom na coisa; gostava das moças…
JORGE AMADO era um realista. Entendeu a extensão sexo – vida – e a brasilidade talvez promíscua.
NELSON RODRIGUES, não! E talvez tenha sido um dramaturgo precipitado, e mediocremente definido pela prática e leitura diária de um certo tipo de jornalismo, que usa como matéria prima escândalos e taras.
O enredo, no filme, é lamentável e as tomadas de cena, mais ainda. Os atores emulando um SHAKESPEARE na vizinhança de escolas de samba, gritam, expõem taras, dizem coisas incompreensíveis…Mas, não convencem.
A sequência e o final são improváveis, costurando a história sem propósito que dá em nada. Se alguém quiser ver o que é traduzir a linguagem do teatro para o cinema é só pegar filmes de INGMAR BERGMAN, nos
1960/70 . Lá não tem bordão incompreensível no contexto como “mineiro só é solidário no câncer”…
Enfim, moralismo à parte, a sociedade brasileira tentou, e na época até conseguiu erguer uma indústria cinematográfica através do incentivo estatal. Os temas eram “transgressivos e os filmes transgressores”; e a imensa maioria enfocando “valores e repressão comportamental”, mas querendo no fundo fazer um protesto político.
Financiar a Boca do Lixo, ou o luxo perdulário, tipo “BONITINHA , MAS ORDINÁRIA” , com dinheiro público foi um escárnio que mereceria uma “Operação Lava a Boca “.
E, só pra não esquecer: CELSO AMORIM, o ex-ministro das Relações Exteriores, nos governos petistas, foi um dos PRESIDENTES DA EMBRAFILME, na época da ditadura FIGUEIREDO…
Uma das frases mais lúcidas que ouvi nos tempos dos milicos dizia mais ou menos o seguinte: “AS DITADURAS FECHAM A POLÍTICA; E RECOMEÇAM ABRINDO PELOS COSTUMES”.
Inclusive por arte subsidiada e medíocre
POSTAGEM ORIGINAL: JULHO 2017

UM SÁBADO A TARDE, EM 1973… SEGUNDA OPINIÃO

Eu me lembro com bastante nitidez de certo sábado à tarde, em 1973. Eu recordo a luminosidade daquele dia, e suponho que tenha sido entre e abril e maio.
Por motivo que não identifico claramente, eu estava tranquilo e feliz. Não alegre, eu sei. Mas, desfrutando momento de rara completude.
Quase 50 anos se foram, mas aquele sábado reteve-se em mim.
Em 1973, ainda não existiam a WOOP BOP e a BARATOS AFINS, as duas lojas que fizeram história por conseguir congregar um certo público que curtia o UNDERGROUND, o ROCK e arredores.
Informações do exterior existiam, mesmo poucas e truncadas, e aguçavam desejos.
Estavam condensadas em publicações como a ROLLING STONE, já circulando por aqui, e jornais alternativos onde esforçados jornalistas, como LUIZ CARLOS MACIEL, nos informavam sobre o novo “perenizado” pós a suposta revolução trazida por HIPPIES e a NOVA ESQUERDA INTELECTUAL.
Claro, não durou o suficiente, mas deixou marcas não removidas, feito tatuagens.
Existiam grandes lojas que importavam, traziam discos e novidades. Eram tão caros como hoje é, e sempre foram.
Não consigo visualizar claramente se foi na BRUNO BLOIS, na BRENO ROSSI, onde naquela tarde inesquecível comprei dois entre os discos de que mais gosto até hoje.
Eu já conhecia o BOB SEGER. Cantor potente, BLUESY e pesado. Teve dois SINGLES lançados por aqui, “2+2” e “RAMBLING GAMBLIN MAN”, estilingadas certeiras!
SEGER é uma espécie de antecessor de BRUCE SPRINGSTEEN, naquela coisa do americano solitário contra o sistema, sempre “ON THE ROAD”, e torturado pela imprecisão psicológica, feito um JAMES DEAN ou JIM MORRISON, que os antenados de minha geração conheceram. E daí o fascínio que me causou.
BOB chegou ao real sucesso alguns anos depois, 1977/1978, Mas, jamais fez álbum tão bom e consistente quanto “BACK IN 72”.
O disco foi gravado no “MUSCLE SHOALS STUDIO”, onde a elite do SOUL e R&B gravava. Gente como ARETHA FRANKLIN, por exemplo.
Ele é acompanhado por craques como J.J.CALE, JIMMY JOHNSON, BARRY BECKETT, DAVID HOOD e ROGER HAWKINS, para ficar no primeiro time. E mescla SOUL, R&B e ROCK com eficiência e sofisticação. É um grande e desconhecido disco. Brilhando no fundo do poço do ROCK. Experimente.
Também me recordo de ter visto o disco de BOB SEGER e separado. Enquanto isso, rolava no PICK UP disco chegado naquele momento, o primeiro álbum do BLUE OYSTER CULT. Impacto fulminante. Um míssil direto no cérebro e no corpo!
Para mim, é o melhor disco que fizeram.
Está entre o HARD ROCK e o PROGRESSIVO. Tem pegada BLUESY, algumas novidades tecnológicas, como delays e outros “babados”, faixas interligadas e sem espaço, que dão sensação de continuidade, não importando as músicas que se sucedem.
É um disco bastante original de ROCK PESADO americano.
Sim, claramente americano, como um CAPTAIN BEYOND e o KANSAS; ou o DUST e o GRANDFUNK RAILROAD.
O BLUE OYSTER CULT foi grande sucesso, na década de 1970. E tem outros discos bastante bons.
Um pouco antes, em 1972, eu havia comprado o HUMBLE PIE – ROCK ON, de 1971. Este eu lembro bem: estava aberto e foi no MUSEU DO DISCO. Eu estava com meus amigos SILVIO DEAN e FRED FRANCO JR. Talvez o ALDAHYR RAMOS, também.
A capa bizarramente americana não descreve o conteúdo magnífico. E a sequência matadora: começa com SHINE ON, prossegue em altíssimo nível, em repertório variado, que expõe habilidades instrumentais e vocais de STEVE MARRIOTT e PETER FRAMPTON; e as performances corretas do baterista JERRY SHIRLEY e de GREG RIDLEY, no baixo.
É um dos melhores discos da década de 1970. Só isso! E você jamais ouvirá ROLLING STONE, de MUDDY WATERS, em gravação tão precisa, empolgante e explosiva como aqui. Obra de arte vibrante, incomparável!
O álbum vai do BLUES ao HARD ROCK em fogo crescente; explodindo feito vulcão. Não tem jeito de não empunhar um AIR GUITAR quando, no final, FRAMPTON E MARRIOTT duelam e se complementam.
Se você está ou esteve com uns 19 anos; e acha que a vida pode sorrir para sempre, observará que certas coisas e momentos marcam profundamente.
Discos como estes são parte e motivos de a memória daquele inesquecível sábado me sequestrar até hoje.
Desejo a todos que tenham ou venham a ter experiência tão cativante…Justificam viver!
POSTAGEM REDEFINIDA: 03/08/2022
Pode ser arte pop

GARY MOORE, E O “ESPAÇO E O SILÊNCIO NA MÚSICA” PARA TOCAR UM BLUES

Sexta Feira, meio da tarde, trabalhos profissionais concluídos, quase setenta anos de idade, e posso me dedicar ao que quiser. (a tudo, é claro; mas, ressalvando que sou um cavalheiro, e bom e fiel marido!)
Abro a geladeira e vejo que as cervejas acabaram. Fato raro. Eu cuido pessoalmente para que a minha cumplicidade “idílico-etílica” seja razoavelmente suprida e mantida.
Bebo cervejas e vinhos. São leves e, para o meu gosto, mais palatáveis. E se “bode e porre houver, fica mais administrável”.
Não fico bêbado. Aprendi a evitar, mesmo tomando várias desde adolescente…
Estou de WHISKY. Prefiro copos “HIGH BALL”, os longos, e com muito gelo.
Na definição de VINÍCIUS DE MORAIS, o WHISKY é o mais fiel e melhor amigo do homem. “O WHISKY É CACHORRO ENGARRAFADO”. Eu respeito o AU-AU, e pego leve – pero no mucho!!! Evito, mas estou gostando…
E lembrei do GARY MOORE.
Em poucas palavras, MOORE era excelente guitarrista, aplicado e perfeccionista. E cantor adequado para o repertório. Fez carreira um tanto sem rumo, porém produtiva e constante. Entre 1968 e 2011, quando morreu, havia testado e tentado várias hipóteses, até desaguar no BLUES, no início da década de 1990.
Pretendo focar pelo que sei dele, os discos que tenho, ouvi, e até agora mantive.
Em meus “ALFARRÁBIOS” escreveram que ele era o único guitarrista, “nas IRLANDAS”, páreo para o RORY GALLAGHER, do TASTE, de quem foi amigo e fã.
É muito interessante ouvir o “segundo disco” dele com o SKID ROW, 34 HOURS, 1971 – e jamais confundam com a banda, sei lá, quasi-metal americana do mesmo nome, onde um certo SEBASTIAN BACH despontou na década de 1990, e até hoje anda por aí…
O SKID ROW, onde esteve GARY MOORE, foi um grupo na transição do BLUES para a PSICODELIA e, quem sabe, algum hálito de ROCK PROGRESSIVO. Atuou entre 1969 e1971.
O disco postado é curioso, mas coisa de principiante entusiasmado.
Dali em diante, GARY criou fama como guitarrista, e gravou com gente forte, GEORGE HARRISON e GREG LAKE, e outros. Esteve no estúdio com vários grupos, tipo o colecionável DR. STRANGELY STRANGE, de 1972.
MOORE iniciou carreira solo gravando discos no estilo do HARD ROCK corrente, como seus contemporâneos; mas, simultaneamente participando de outras bandas e projetos.
Ciscou, por exemplo, na FUSION BLUES/JAZZ com o COLOSSEUM II, do baterista JON HEISEMAN. Gravaram 3 LPS, entre 1975 e 1976, hoje desejados por colecionadores.
E culminou gravando o LP BLACK ROSES, com o THIN LIZZY, que já caminhava para o auge, lá por 1977/1978.
Durante a década de 1980, GARY MOORE foi paulatinamente crescendo nesse lusco-fusco entre o HARD ROCK, pitadas de METAL, e algumas experimentações, como fizeram ROBERT PLANT e o FOREIGNER, por exemplo. Aperfeiçoou-se.
É possível argumentar que GARY fez o caminho inverso de seus contemporâneos chegados ao BLUES.
A sua última e mais bem sucedida fase transitou do HARD ROCK, para cair no BLUES de clássicos como B.B.KING e ALBERT KING, que também participaram de seu disco ao vivo de grande sucesso, BLUES ALIVE, de 1992.
Eu postei além do CD ao vivo, que também existe em DVD, dois SINGLES fantásticos exarados da íntegra do show, em edição limitada.
O BLUES que MOORE desenvolveu tem o toque fino aprendido com ERIC CLAPTON e PETER GREEN, em discos clássicos gravados entre 1965 e 1968, quando tocavam com JOHN MAYALL e os BLUESBREAKERS..
Ele conta que aprendeu com ALBERT KING a necessidade e o papel do “espaço” e do “silêncio”, para mais bem tocar e refletir a intenção primeira do BLUES, que é despertar emoção e atenção do ouvinte. Tocar nota por nota, respeitar intervalos, trabalhar com o silêncio.
Talvez alguém recorde THELONIOUS MONK, pianista inigualável, e administrador do silêncio e do espaço, muito bem utilizados em suas músicas.
O “turning point” de GARY MOORE foi em 1990, com seu CLÁSSICO e grande sucesso, “STILL GOT THE BLUES”, que inaugura sua fase áurea.
Tive o LP e lembro da capa impactante: na frente aparece GARY bem criança, com a guitarra e os LPS de MAYALL: um com CLAPTON e outro com PETER GREEN. Na contracapa, ele já adulto com a mesma foto, mas em CDS.
É uma aula sobre a expressividade que uma capa pode transmitir sobre o conteúdo de um disco e sua época, e no espaço entre duas gerações.
Eu ainda comprarei o CD para mantê-lo.
GARY MOORE é um guitarrista muito versátil. Em 1994, juntou-se com JACK BRUCE e GINGER BAKER, formaram o B.B.M, E gravaram AROUND THE NEXT DREAM, obviamente emulando a sonoridade do CREAM, portanto do CLAPTON elétrico da década de 1960.
É quase uma ressurreição, com pontos claros e observáveis, de algumas músicas do CREAM. Porém lógica, do ponto de vista da evolução da carreira deles, e a notória vontade de “clonar” o passado..
Ele fez, também, BLUES FOR GREENY, CD tributo a seu outro ídolo, e onde o toque sutil e detalhado de PETER GREEN é representado pelo MOORE aprendiz de ALBERT KING.
São dois discos-homenagem muito bem vindos mais por serem aulas do que por trazerem visão alternativa de craques consagrados.
E por último, mas sem foto porque não encontrei o meu DVD, um fantástico show ao vivo, em DUBLIN, em homenagem a PHILL LYNOTT, o cantor e baixista e criador do THIN LIZZY, também já falecido.
Juntaram os membros originais do grupo quando no auge, e MOORE participou como um dos guitarristas e cantor principal.
É uma sensacional exposição do HARD ROCK seco, duro e marcante que o LIZZY fazia. MOORE dá um show inesquecível, em disco de imagem e som perfeitos. Achem por aí!
Depois que morreu, a cidade de DUBLIN homenageou PHILL LYNOTT com escultura no centro da Capital.
Espero que tenham feito o mesmo com GARY MOORE, em BELFAST. Ele merece muito.
POSTAGEM ORIGINAL: 29/07/2022
Pode ser uma imagem de 2 pessoas, catraca e texto

TROGGS e OUTSIDERS, AS PRIMEIRAS BANDAS QUE COMPREI COM MEU PRÓPRIO DINHEIRO!

O Brasil tem órbita própria, e costuma siderar pelo céu e o inferno. Claro, as coisas mudam. Mas, sempre mantêm aquele gostinho de “NINGUÉM MERECE”, que cruza a existência de todos nós.
Eu comecei a trabalhar no dia 9 de junho de 1967. Decorrência de dupla circunstância: a minha sofrível performance enquanto aluno do segundo grau, com notas baixas, insuficiência de aprendizado e insegurança pessoal. Mesclados a uma educação restritiva, mesmo que muito bem intencionada.
Eu senti muito o baque ao entrar no “ginásio” (sei lá, o nome hoje. Não consigo guardar. ) Trauma? Algum, talvez. Não sabia como relacionar-me com o ensino e o ensinado em aulas. Por isso, fui reprovado duas vezes…perdi dois anos preciosos e irrecuperáveis. Antes, era assim; desgastante assim…
Quem testemunhou isso foi meu novo/velho amigo@Renato Cesar Curi, contemporâneo no RUI BLOEM, cerca 1965/66; e companheiro em infindáveis jogos de futebol de botão…e agruras com a professora de matemática, dona MARÍLIA; rígida, e algo impaciente.
Resumindo, meus pais implantaram vigilância irrestrita; fui estudar à noite, e … ai de mim se não me virasse, e não me dedicasse pra valer a estudar.
Melhorei.
Fui trabalhar no BANCO NOVO MUNDO, e por isso compreendo o meu velho conhecido e contemporâneo KID VINIL:
EU FUI BOY! BOY, BOYYY…
Naqueles tempos, a consciência social da elite brasileira oscilava do reprovável ao repugnante. Eu girava a cidade de SAMPA levando correspondências, fazendo “coisas”, e trabalhava de segunda a sábado ( “só meio período”… ), das 8,30 às 17,00 horas…
Ganhava o formidável e justo “SALÁRIO MÍNIMO DO MENOR”, equivalente a meio, repito, meio – vou repisar: MEIO SALÁRIO MÍNIMO por mês!
O meu primeiro “PIXULÉ OFICIAL” eu gastei quase todo comprando dois LPS e dois compactos simples ( lembro de 96 TEARS, com QUESTION MARK & THE MISTERIANS, o outro???). Os LONG PLAYS foram “IN”, com THE OUTSIDERS, e TROGGLODYNAMITE, THE TROGGS!!!
Nota fundamental: eu não tinha toca-discos, ou seja lá o que fosse. Mas, comprei os discos e ouvia na casa de minha tia DIVA, ou com meu eterno “amigoirmão” SILVIO LUCIANO.
Era o bálsamo e a motivação para trabalhar, sei lá… Acho que no dia de meu enterro o correio vai entregar alguma encomenda retardatária…Eu já “DE CUJUS”, e a fatura apontando no Cartão de Crédito…
Hummm!!!
Começo pelos OUTSIDERS, banda americana algo obscura, mas criadora de um SINGLE imprescindível para os que curtem ROCK de garagem: “TIME WON´T LET ME”. É clássico vez por outra ainda tocado pelas rádios do mundo.
Eu os adorava; e tive acesso ao primeiro LP também lançado no BRASIL, em 1966; um misto agradável de BEAT E R&B americanos. E, por isso, comprei “IN”, terceiro álbum deles lançado aqui, em 1967; mescla alguns COVERS e material original. A coletânea que postei é suficiente, já que VINTAGE, para o gosto da maioria.
E vamos aos TROGGS. Caso interessante no POP/ROCK inglês. Foi uma das bandas que não evoluíram do BEAT para a PSICODELIA e de lá – os que conseguiram – para o ROCK PROGRESSIVO.
Não eram primários, mas básicos. Fizeram o conhecido percurso do BEAT/R&B, que os BEATLES, SEARCHERS, STONES, HOLLIES, e outros percorreram entre 1962 e 1965. Foram retardatários, e mantiveram-se mais ou menos por ali.
Mas tinham guitarrista adequado em CHRIS BRITTON; um pulsante e pesado baixista, PETE STAPLES; e baterista redundante, porém eficiente e integrador: RONNIE BOND, também bom e vigoroso cantor. Procure ouvi-lo.
De certa forma, RONNIE esteve para os TROGGS como DON BREWER, também baterista, foi para o GRANDFUNK RAILROAD, quando arrebatou e arrebentou cantando “WE´RE AN AMERICAN BAND”…
Se os americanos tinha em MARK FARNER, um vocalista galináceo, digamos; REG PRESLEY era o marcante “filhote” do PATO DONALD. E sempre foi o principal cantor e compositor dos TROGGS, e pelo qual serão lembrados.
Como parte das bandas inglesas da época, os TROGGS tinham um quê copiado dos KINKS e/ou do WHO. Mas desenvolveram estilo marcante, em parte pela tentativa de repetir o já feito com êxito. E deram de cara com a sorte grande ao gravar “WILD THING”, em 1966, que os catapultou ( a expressão é essa mesma ) para o sucesso e a fama.
Os TROGGS estavam além: a música é um prenúncio do PUNK ROCK em sua concisão e irreverência. E traz um dos mais lembrados RIFFS DE GUITARRA da história. E outro mais inusitado feito com – pasmem! – OCARINA!!!! Nem preciso comentar sobre o que fizeram JIMMY HENDRIX e vários outros, com a música…
Os mais atentos quem sabe notem que “WILD THING” é claramente inspirada em “SATISFACTION” dos… ahhh, vocês sabem … lançada um anos antes. E a semelhança é tão pungente que os TROGGS também a regravaram!
Em seguida, como a banda era quase totalmente voltada para os SINGLES – fizeram 39!!! – ; ainda em 1966 gravaram a adorável “WITH A GIRL LIKE YOU”, com seu clássico refrão, o “Scatting Singing” dos pobres: BAH,BAH,BAH,BAH, BAH!… BAH, BAH, BAH, BAH, BAH… foi repetido ad-nausean POP ROCK AWAY…
Os TROGGS costumavam “compor músicas reiterativas”; quer dizer: oscilavam do plágio indiscreto – CHUCK BERRY e BO DIDDLEY, que o digam!!! -; à “autocópia notória”, como em “NIGHT OF THE LONG GRASS”, e a sua “inspiração” direta, “I CAN´T CONTROL MYSELF”, 1967; que foi expulsa das rádios inglesas por tímida alusão à “nudez pornográfica”!!! Mesmo assim, chegou ao topo da parada, e foi substituída “só” por “REACH OUT, I´LL BE THERE”, clássico dos FOUR TOPS.
O auge dos TROGGS foi em 1968, com “LOVE IS ALL AROUND”, SUNSHINE POP romântico e delicioso; o último sucesso do grupo. A canção curiosamente voltou consagrada na versão feita pelo grupo WET,WET,WET para o filme “QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL”, em 1994. E REG PRESLEY virou celebridade. Foi a shows de TV e, dizem, enriqueceu com os royalties.
A legitimidade dos TROGGS chegou a ponto de tocarem no “casamento/evento” do STING. Os que gostam do POLICE certamente descobrirão o germe inoculado pelos TROGGS – que sempre estiveram por aí.
Os LPS não são lá essas coisas. Mas, a pletora de SINGLES, juntados na coletânea de 3 CDS e 80 faixas, aqui postada, são todos fieis ao princípio básico do BEAT inglês dos 1960, e refletem obra construída e consistente. Há muita coisa vibrante, pesada e divertida!
Os TROGGS tornaram-se CULT a partir de meados da década de 1980, quando a nova geração do ROCK alternativo despontou com a volta ao básico. É notória a admiração do pessoal do R.E.M, cultores do ROCK tradicional modernizado e não simplista. E juntos com os TROGGS fizeram um álbum emblemático, ATHENS ANDOVER:
ATHENS fica na GEÓRGIA, nos E.U.A., onde nasceu o R.E.M; e ANDOVER é a cidade natal dos TROGGS, na INGLATERRA.
No início da carreira dos BEATLES, um repórter perguntou: POR QUE THE BEATLES? E LENNON respondeu: E POR QUE, NÃO?
REG PRESLEY quando lhe perguntavam “por onde andavam os TROGGS”? , respondia: “E VOCÊ, POR ONDE ANDOU?
“Memories are made of this”.
POSTAGEM ORIGINAL: 31/07/2022
Pode ser uma imagem de 11 pessoas, pessoas em pé e texto que diz "THE TROGGS NAMITE Colaghan THE TROGGS ಕOGGS Trogglodynamite From Nowhere Celloph Mixed Bag THE TROGGS"

THE “BLUE HORIZON” STORY 1965/1970 – SENSACIONAL!

GRAVADORA BOUTIQUE INGLESA ESPECIALIZADA EM BLUES, E CRIADA PELO PRODUTOR “MIKE VERNON”.
FORAM 5 ANOS DE VIDA, MAIS DE 70 SINGLES, E 60 ALBUNS COM GENTE HISTÓRICA. COMEÇANDO PELO BLUES AMERICANO. GRAVARAM POR LÁ “CHAMPION JACK DUPREE” ; “BUCKA WHITE”, ” B.B.KING”, “HUBERT SUMLIN”; E VÁRIOS.
PORÉM, O MAIS IMPORTANTE FOI A CAPACIDADE QUE VERNON DEMONSTROU PARA TRAZER E PROMOVER OS FUTUROS ÍDOLOS DO BLUES INGLÊS.
DESPONTARAM COM ELE “PETER GREEN & FLEETWOOD MAC”; “JOHN MAYALL” & “ERIC CLAPTON”; “CHICKEN SHACK”; “AYNSLEY DUNBAR”; E PLETORA ULTRA SIGNIFICATIVA…
“MIKE VERNON” ERA ARROJADO; EMPREENDIA. VOCÊ SABE QUEM É A PORTORIQUENHA “MARTA VELEZ”? ENTÃO, PROCURE SABER. PORQUE A BANDA QUE GRAVOU O LP. COM ELA TINHA “CLAPTON”, “JACK BRUCE” E “MITCH MITCHELL”, NO MEIO DE CRAQUES DESTACADOS. O CD EXISTE POR AÍ; E É MUITO LEGAL!
A “BLUE HORIZON” É UM PRODÍGIO DE ABRANGÊNCIA! “VERNON” XERETOU PRA VALER! ENXERGOU ONDE HAVIA TALENTOS POTENCIAIS. E FORAM RELANÇADOS VÁRIOS DESSES LPS NA VERSÃO EM CD; ENRIQUECENDO A COLEÇÃO DE QUEM CONSEGUIU IR DESCOLANDO. “TIO SÉRGIO”, AQUI, TEM ALGUNS….
“CHRISTINE McVIE”, POR EXEMPLO, ENTROU PARA O “FLEETWOOD MC”, DEPOIS DO SUCESSO ARTÍSTICO E COMERCIAL COM A VERSÃO DE “I’D RATHER GO BLIND”, CLÁSSICO DO R&B DE “ETTA JAMES”, QUE A LEVOU AO TOPO DA PARADA INGLESA.
EM POUCAS PALAVRAS, ESTE É UM BOX PRA LÁ DE COLECIONÁVEL E IMPRESCINDÍVEL. PELA CAPA, SERIA O PRIMEIRO DE UMA SÉRIE. EU NÃO CONHEÇO OUTROS.
RECOMENDO DE OLHOS FECHADOS E GARRAFAS ABERTAS!
VÁ ATRÁS; VALE A PENA DE VERDADE!
POSTAGEM ORIGINAL:01/08/2020
Nenhuma descrição de foto disponível.