FRANGOS, UMA REFLEXÃO. E A TRILHA SONORA POSSÍVEL: CHICKEN SHACK, ATOMIC ROOSTER, E OS ROLLING STONES

Eu adoro! Assado, grelhado, cozido, a passarinho, numa bela canja, por aí… É bicho gordurento, mas tanto faz: humanos dão conta disso…
Pensando bem, que pobre bichinho! Há bilhões e bilhões deles espalhados pelo mundo. Valem nada; e crescem para os nossos prazeres e alimentação. Vivem sob nossos desígnios e poderes. São, metaforicamente, os chineses e os hindus, os africanos e os miseráveis do mundo… Custam barato.
O nascimento é uma sentença de morte: 60 e poucos dias e ponto. Sem história, e nem glória. São precários por necessidade e condicionamentos que o homem lhes impõem… Talvez sejam os maiores oprimidos do reino animal! São devastados e repostos continuamente…
Esses dias, comprei um peito para fazer canja. Não reparei, mas o bicho estava crescido: era um galo quando foi abatido. E se vingou de mim e minha panela de pressão: carne dura, e sem sabor…
Poucas vezes reclamei deles. Mas achei um descaso o bicho estar tão sem gosto. Então, eu o algoz do bicho, pensei comigo: nunca mais! Toda a vez em que for buscar o pobre galináceo vou dar uma geral, e ver se tem o tamanho máximo; e se tenro para o meu deleite.
Eu, você e o mundo somos cruéis com criatura tão útil e indefesa. Hoje, hipocritamente faço orações quando meu prato chega. E, quem sabe, ele reencarne homem ou bicho menos vulnerável.
Para se ter uma ideia do “quê” somos basta verificar a nossa posição na cadeia alimentar.
O resultado não é lisonjeiro.
Ah, fui buscar na coleção alguns discos e artistas que tenham relação com o nobre e supliciado bichinho, estão na foto:
CHICKEN SCHACK ( galinheiro ); ATOMIC ROOSTER (galo atômico), e os ROLLING STONES no clássico ‘LITTLE RED ROOSTER”, de Willie Dixon.
Có, có, có, cocoreco, có, có!!!!!!!!!
POSTAGEM REVISTA: 31/05/2025
Pode ser uma imagem de 9 pessoas e texto

QUEENS LOGIC – TRILHA SONORA – 1990 MÚSICAS LEGAIS E UMA PÉROLA ESCONDIDA

O FILME não é grande coisa. Foca em jovens nem tão jovens, de classe média bem média do BROOKLIN, em NOVA YORK.
Mostra suas pequenas aventuras e amores, a mediocridade esperada; a vida comum.
Vez por outra, passa nas TVS.
A TRILHA SONORA é, digamos, sociologicamente interessante. Mistura SOUL, com MARVIN GAYE, EMOTIONS e DELPHONICS. Estão lá, R&B e “DISCO”, sucessos de EARTH WIND AND FIRE, SLY & FAMILY STONE, EDDIE MONEY, WILD CHERRY, CHERYLL LYNN. E o toque fino do bolo: VAN MORRISON e sua absoluta distinção artística.
Não faltam ROCKS presentes com ARGENT, CHEAP TRICK e MOTT THE HOOPLE.
Tudo bem legal, dançável e emblemático. Era o que a turma ouvia em rádios, e dançava em clubes e bailes; o som POP do meio pro final da década de 1970, início dos 1980.
Nem tudo aqui é bem gravado, mas é gostoso de ouvir. Animado sem ser esfuziante.
Porém, há um grande sucesso inesperado: “FOOLED AROUND AND FELL IN LOVE”. A composição e gravação original é de ELVIN BISHOP, excelente guitarrista, que participou do lendário PAUL BUTTERFIELD BLUES BAND.
Quando foi completar seu sétimo disco solo, STRUTTIN´MY STUFF, 1975, o produtor de nome impronunciável, BILL SZYMCYZK , percebeu que tinha espaço para mais outra faixa.
Revira daqui, busca ali, e BISHOP sugeriu essa música, muito longe do estilo e repertório que ele fazia.
Porém, “FOOLED AROUND AND FELL IN LOVE” é um grande e marcante POP/ SLOW DANCE; delicioso, jovial, com um quê de macho pegador; e o final inevitável, quando o “mocinho” cai de quatro por uma … “presa”. A letra combina com a música.
Mas, ainda havia mais um problema: para ele cantar não dava. Sua voz é algo BLUESY/INSOSSA e inadequada. E ficou para um dos membros da banda, MICKEY THOMAZ – bom cantor que, depois, substituiu com sucesso MARTY BALIN, no STARSHIP. E assim, BISHOP obteve o maior HIT de sua carreira bem construída e ainda ativa.
O curioso é que a trilha abre com “FOOLED AROUND AND FELL IN LOVE”, em versão feita pelo obscuro HENRY LEE SUMMER, mas com JOE WALSH , na guitarra. Só! Diferencial berrante!
E, se você bobear, acaba confundindo com a original tal a proximidade entre os vocais e o arranjo! “É igual, mas é diferente”, hum…. epistemologicamente definindo…
Há outras versões. ROD STEWART fez uma AO VIVO, adequadamente boa, dentro daquele estilo dele, que combina falta de capricho com despretensão. E a cantora COUNTRY / POP MIRANDA LAMBERT também gravou, e pôs seu pitaco… sei lá…
Eu adoro ouvir esse POP extraordinário, um clássico nas FMS americanas de OLDIES. E sigam o conselho de ELVIN BISHOP: cuidado para não pular a cerca e se apaixonar..
POSTAGEM ORIGINAL: 29/05/2022
Pode ser uma imagem de 6 pessoas

ELTON DEAN – DOIS MOMENTOS DO JAZZ INGLÊS DE VANGUARDA, ANOS 1970 / 1980

TIO SÉRGIO está envelhecendo, e continua resguardando.
Uso máscaras, tenho antitérmicos e caixas de “Parabucetamol”, oooopppsss. Tudo pra fugir do COVID 19.
Agora, estou à espreita da VARÍOLA DO MACACO. Mas já estou vacinado (contra o MACACO, não, pô…).
Só falta a antirrábica, pra aguentar a vida e a política.
Porém, uns anos 40 anos atrás, TIO SÉRGIO esteve todo pimpão com a patroa no “TEATRO CULTURA ARTÍSTICA, em SÃO PAULO, que passou por incêndio destruidor, e lá assistimos a um show do mito inglês do SAX, ELTON DEAN, e sua banda de craques! O ticket do ingresso está na foto.
Detalhes marcam a memória: ELTON subiu no palco com chinelos tipo havaianas, em quente noite de março. Foi em 1986.
Na banda, o incrível e complexo BATERISTA, JOHN MARSHALL, exposto fielmente por Fernando Naporano, em artigo na FOLHA de SÃO PAULO, como a “MÁQUINA PERCUSSIVA”. Ele é, mesmo, um espetáculo, e mostrou os porquês!
Meninos, meninas e intervalos de orientação sexual entre um polo e outro: esteve por aqui a VANGUARDA JAZZÍSTICA INGLESA daquele momento! EMPOLGANTES e ANTI-ÓBVIOS deram aula sem monotonia. Sensacional!
Aqui, estão exemplos da arte incrustada em discos por ELTON DEAN. Experimentos PÓS-FREE JAZZ, mas com suas tradições e cacoetes:
O quarto álbum do SOFT MACHINE, de 1971. E outro de seus filhotes, o quarteto composto pelo baixista HUGH HOPPER; ELTON DEAN; o pianista de vanguarda KEITH TIPPETT; e o baterista JOE GALLIVAN, em “CRUEL BUT FAIR”.
Ambos discos recomendáveis de montão para a turma que transita pelas aerovias siderais da FUSION RADICAL.
Aos que assistiram ao filme-biografia do “REGINALDO” DWIGHT, também conhecido por ELTON JOHN, vou esclarecer: seu nome artístico é homenagem ao xará ELTON DEAN, de quem é fã e com ele tocou. E o JOHN é referência ao “BLUESMAN” inglês LONG JOHN BALDRY, e não ao BEATLE “LENNON”, como foi insinuado.
Referências refinadas, heim pessoal?
Então, mergulhem de cabeça na obra de ELTON DEAN! O arrependimento vai matar quem não fizer…
POSTAGEM ORIGINAL: 30/05/2020
Nenhuma descrição de foto disponível.

LORD SUTCH – ENTRE O ENIGMA E O CULT COLECIONÁVEL!

MAL SEI POR ONDE COMEÇAR.
ENTÃO, VOU PELO CAMINHO ESCORREGADIO PERCORRIDO POR FARSANTES, OPORTUNISTAS OU SIMPLESMENTE PERSONAGENS ESQUISITOS, IMPROVÁVEIS E CLAUDICANTES QUE LOTAM AS VEREDAS DO SHOW BUSINESS.
EM MEUS “ALFARRÁBIOS” ENCONTREI UMA ENTREVISTA DO REFINADO PRODUTOR CHRIS THOMAZ (PROCOL HARUM, ENTRE VÁRIOS ARTISTAS ), SOBRE A SESSÃO DE GRAVAÇÃO QUE O EMPRESÁRIO “MALCOLN MC LAREN” CONTRATOU PARA FAZER O PRIMEIRO DISCO DOS “SEX PISTOLS”, “NEVER MIND THE BULLOCKS”, EM 1976.
AUDIÇÃO E VEREDITO:
THOMAS: “TÁ LEGAL! A BANDA DEIXA PRA LÁ. EU TENHO O MEU TIME NO ESTÚDIO E A GENTE FAZ TUDO ISSO AÍ COM UM PÉ NAS COSTAS”. MAS O CANTOR ( JOHNNY ROTTEN ) NÃO TEM JEITO! ARRUMA OUTRO, PORQUE NÃO HÁ CONDIÇÕES DE FAZER ESSE CARA CANTAR!”
E DEPOIS DISSERAM QUE “LORD SUTCH” NÃO SABIA CANTAR!!!!
NÃO SABIA. MAS, E DAÍ?
DAVID SUTCH sempre foi muito pobre. Trabalhou como auxiliar de mecânico de automóveis; foi encanador; e desenvolveu outra obsessão: o ROCK AND ROLL.
O LORD era híbrido mal feito de “quase – cantor” de ROCK; “quase – ator” ;- e performer aloprado. Contradição explícita para um sujeito “quase tímido”, reservado, e que não saía do quarto durante as turnês. Ele nunca tomou drogas ou passou dos limites. E morava com a mãe e a cachorra.
Por suas bandas, sempre efêmeras, passaram alguns históricos: RITCHIE BLACKMORE, depois guitarrista do DEEP PURPLE; o pianista NICKY HOPKINS; e o organista MATHEW FISHER
( PROCOL HARUM ). Ele gravou alguns SINGLES produzidos pelo histórico doidivana e produtor JOE MEEK. Mas, sem qualquer sucesso.
LORD SUTCH já conhecia SCREAMING JAY HAWKINS, “BLUES-SINGER” e performer americano, que entrava no palco dentro de um caixão junto com uma cobra de borracha… Mas legou ao mundo “I PUT SPELL ON YOU”, 1956, clássico do R&B gravado por muitos, como NINA SIMONE e o CREEDENCE CLEARWATER RIVIVAL…
Baseado nas performances de HAWKINS, em 1961 SUTCH, acompanhado por uma banda de ROCK, começou a desenvolver JACK THE RIPPER, um “GRAND GUIGNOL” sobre o famoso estripador e serial killer inglês. De certa forma, ele tornou-se o antecessor de ALICE COOPER, IGGY POP, ARTHUR BROWN e outros malucos “histórico/histéricos” do ROCK. O show do LORD era anarquia e non – sense puros. As fotos do público assistindo testemunham a paralisia frente ao caos!
É argumentável que seu “espectro de insanidade” e contestação também influenciaram o PUNK-ROCK! Afinal, seus “não – atributos” artísticos tornaram-se a essência do LOW-FI ALTERNATIVO; que ditou regra, em vários casos, de meados dos 1970 em diante…
Em meio a tudo isso, LORD SUTCH meteu-se em política e ajudou a bagunçar o REINO UNIDO com o inacreditável partido que fundou, em 1963:
O “NATIONAL TEENAGE PARTY” tinha um lema: “VOTE FOR INSANITY. YOU KNOW, IT MAKES SENSE”, frase típica dos movimentos “político – nefelibatas”, que desaguaram em 1968…
O partido cativou os mais jovens, porque propunha voto aos 18 anos; e descriminalizar as rádios clandestinas, que desafiavam o monopólio da estatal B.B.C.
LORD SUTCH participou de incontáveis eleições e jamais foi eleito. Ele e seu partido foram escorpiões no sapato da elite inglesa.
O nosso “Lorde de araque” atazanou – e muito – a vida da futuro Primeiro – Ministra MARGARETH THATCHER.
Por caminhos não bem explicados começa o foco maior de nosso interesse nele. No início de 1969, LORD SUTCH andava esquecido no mundo do ROCK, e resolveu tentar carreira nos Estados Unidos. Claro, não deu certo!
Mas gravou um disco contestado, de popularidade e aceitação ciclotímica, mal compreendido – ou muito bem compreendido, alegam outros… Horroroso, ou… e inevitavelmente CULT?
LORD SUTCH & THE HEAVY FRIENDS, produzido por JIMMY PAGE, foi eleito o pior disco da história pela BBC, quando lançado em 1970! E ganhou o GUINESS como um “BRILHANTEMENTE INAUDÍVEL CLÁSSICO”. A maioria dos participantes tentaram “esquecer” que lá estiveram, tal o julgamento que à época foi feito…
Porém, TIO SÉRGIO pergunta: como pode ser ruim um disco em que a banda tem a seguinte formação básica?
Estão preparados? JIMMY PAGE e JEFF BECK, nas guitarras; NICK HOPKINS, no piano; JOHN BOHNAN, na bateria; e NOEL REDDING (JIMI HENDRIX ) no baixo; e sem falar em outros músicos de estúdio experientes, e todos no auge da forma artística e técnica?
Vamos em frente:
O segundo álbum, gravado ao vivo em estúdio pelos HEAVY FRIENDS, em 1971, “HANDS OF JACK THE RIPPER”, traz uma sequência esfuziante de ROCK AND ROLL CLÁSSICO, como “ROLL OVER BEETHOVEN”, “GREAT BALLS OF FIRE”, e similares…
Está lá, inclusive, a hilária e estravagante “performance integral ” ao vivo de “HANDS OF JACK THE RIPPER”, com mais de dez minutos de gritos, assassinatos, urros e flatulências. E a inestimável contribuição na algazarra de KEITH MOON ( AHHH vocês sabem quem é ) berrando insanamente ao fundo!
Mais um complemento, a banda que foi ao palco era: RITCHIE BLACKMORE, na guitarra; KEITH MOON, na bateria; NOEL REDDING, no baixo e MATHEW FISHER, no teclado. E mais uns 6 músicos profissionais de estúdio e de outras bandas…
É algazarra beirando a música. É muito legal, sim, majestades!
Eu acho que a má recepção do primeiro disco deveu-se a ele estar totalmente fora do contexto artístico da época. Em 1970, o nascente ROCK PROGRESSIVO ditava as regras. Portanto, o esmero na produção já era indispensável.
Mas os dois álbuns são de ROCK´N`ROLL PESADO PURO E SIMPLES, sem alusões vanguardistas ou vanguardeiras. Não são HARD ROCK; e nem HEAVY METAL E sem quaisquer firulas ou produção mais acurada. Quase LOW-FI! ROCK, e ponto!
De alguns tempos para cá, foram resgatados grupos das décadas de 1960/1970, à época desconhecidos, com a marcante característica de serem básicos, chão duro. Ouçam um deles, o hoje “CULT”: JOSEPHUS!!!!
No primeiro disco dos HEAVY FRIENDS, a banda toca completa em duas faixas, e a dobradinha BECK/PAGE é inesquecível. Nas demais, JIMMY PAGE testa mil coisas, como wah-wahs, delays e câmaras de eco, com liberdade total. Eu diria que são preâmbulos de futuro muito próximo!
Há, também, “BOHNAN” e “REDDING” além do parâmetro básico. E participações excelentes com BECK na guitarra e KENT HENREY, guitarrista do BLUE IMAGE e do STTEPPENWOLF, tocando o fino pesado, também.
Sou suspeito para dizer. Mas este é um dos MELHORES DISCOS DE ROCK QUE OUVI NA VIDA! E a cotação digamos… artística… vem subindo ao longo do tempo.
No último relançamento, há uns dez anos, a RECORD COLLECTOR já deu quatro estrelas para o álbum. E vários elogios, também… Há uma foto histórica nessa postagem: JEFF BECK e JIMMY PAGE no estúdio juntamente com o LORD SUTCH.
Para complicar, observem um aspecto intrigante sobre a “pessoa” do LORD: Os companheiros de banda contavam que se houvesse alguma encrenca, a simples presença dele acalmava os ânimos dos policiais. Os ingleses, sempre formais, o respeitavam por aquilo que ele “representaria”…
DAVID SUTCH foi encontrado morto pela namorada, em junho de 1999. Ele havia se enforcado em casa. Era bipolar, e não aguentou a morte da mãe e da cachorra. Morreu de solidão…
No seu funeral, em LONDRES, estavam centenas de pessoas. E foi a primeira e última vez que se cantou “ROLL OVER BEETHOVEN”, na SAINT PAUL CHURCH.
REST IN PEACE – ou “PIECES”? – LORD DAVID SUTCH!
POSTAGEM ORIGINAL: 29/05/2021
Nenhuma descrição de foto disponível.

JANIS SIEGEL – A CULTIVADORA DE PÉROLAS

Ela é parte do excelente JAZZY/POP sofisticado e talentoso grupo vocal americano MANHATAN TRANSFER.
Quatro cantores capazes de elevar em nível máximo COLE PORTER, JONI MITCHELL, DJAVAN, SLY & THE FAMILY STONE, TOM JOBIM, e tantos outros: sabem cantar tudo!
JANIS tem carreira solo tão virtuosa e versátil quanto em grupo. Vai muito bem com trios, quartetos e outras formações. E ajusta em estado da arte sua voz expressiva e controlada, bela e quente, ao piano de FREDDIE HERSCH.
Aliás, tenham o prazer em conhecê-lo. FREDDIE é músico e artista de altíssima qualidade. Arranjador de bom gosto, capaz de realçar repertórios extensos e inusitados, dando-lhes a tintura jazzística adequada e imprescindível aos que procuram seu talento e competências.
Os discos aqui postados são todos recomendáveis. Relaxantes sem serem vulgares; e melodiosos sem pieguices. São gravações em alto nível artístico e técnico – seguramente!
O meu predileto é “SLOW HOT WIND”, de 1989, em que SIEGEL & HERSCH iluminam compositores modernos como JAMES TAYLOR, JULIA FORDHAN, JUDY COLLINS outros vários. Escolheram músicas e repertório pouco usuais. E muito interessantes. TIO SÉRGIO garante.
Um instigante bálsamo para esses tempos vorazes e doentios. Descubram e curtam! Valem a pena!
POSTAGEM ORIGINAL: 29/05/2021
Nenhuma descrição de foto disponível.

HORACE SILVER , ENTRE O BE-BOP E O HARD BOP, ENXARCADO POR FUNK E BLUES

Estão aqui talvez uns 30% do que HORACE TAVARES DA SILVA produziu. Não se percam por este nome. Ele era americano, nasceu em 1928,e morreu em 2014. Seu pai era de CABO VERDE.
JOHN MAYALL em uma de suas passagens pelo Brasil, comentou que cruzou com HARACE SILVER nos bastidores do festival que participaram. Eram velhos conhecidos. E, claro, o BLUES os aproximava.
SILVER passou 28 anos na BLUE NOTE RECORDS . Muito tempo para um jazzista de sua geração. E muitos o consideram compositor melhor do que pianista.
Sei, lá. É notório seu capricho no lado melódico, daí ter composto uma série de STANDARDS, “DOODLING”, OPUS THE FUNK e PEACE, entre vários.
HORACE SILVER influenciou pianistas como RAMSEY LEWIS e LES McCANN, notórios cultores de ritmos e coisas mais funkeadas. Mas, também vanguardistas como CECIL TAYLOR.
Gosto dele; o lado BLUESY meio festeiro, tingido por algo meio DARK e GOSPEL e um toque seco, o tornam muito agradável e divertido.
Aqui está uma seleção bem substancial de discos do mestre. Esse box 12 CLASSIC ALBUMS 1953/1962, cerca bem a franga no terreiro, e é barato: uns R$ 140,00 MANDACARUS, na POPS DISCOS.
Mas, escutem antes de comprar.
Eu vou continuar comprando.
POSTAGEM ORIGINAL: 23/05/2023
Nenhuma descrição de foto disponível.

NINA SIMONE e DEE DEE BRIDGEWATER: DUAS ÉPOCAS E DUAS FACES DO R&B

O tempo esvai, e as modas vão e vêm.
É sempre bom observar como as coisas se deram, e os conceitos de JAZZ, BLUES, ROCK e vasto etc… se formaram ao longo da década de 1950, para serem mais bem definidos na década dos 1960.
Mas o assunto, agora, não é este.
Foi lançada, por aqui, uma ilustrativa COLETÂNEA de NINA SIMONE abrangendo o que ela fez antes do enorme e merecido prestígio.
Coisas entre 1959 e 1963. E apenas SINGLES. Não são de JAZZ, mas de RHYTHM AND BLUES. Aliás, Nina sempre foi cantora de R&B; e foi trazida para o “conceito de JAZZ: nos anos 1960 e 1970.
Erradamente, diga-se. Cantoras monumentais como SARAH, ELLA, BILLIE, DINAH WASHINGTON, e etc… são todas POP e basicamente R&B.
NINA é única! Por sua formação sofisticada e erudita, opção de carreira, atitudes, e a voz especialíssima! Hoje em dia, o que se ouve nesta COLETÂNEA DUPLA é o que está sendo chamado de “VINTAGE”. O conceito de “OLDIES”, parece ter migrado para coisas de 1967 para frente…
É COLETÂNEA belíssima e barata! Para os não preconceituosos eu recomendo. MAS, cautelosamente, euaviso aos mais jovens que talvez estranhem o que ouvem…
DEE DEE BRIDGEWATER é outra representante da linhagem. Boa cantora; flerta dos STANDARDS do “JAZZ” ao POP/R&B sofisticados. Antenada.
Este álbum foi gravado no MALI, em 2007 e, como a imensa parte do que vem da ÁFRICA, tem sua força principal na percussão e no ritmo. Neste caso, não somente.
RED EARTH é um cross-over, simbiose de culturas. Quem aprecia muita percussão vai adorar. Os mais calmos talvez dispensem.
E se vocês cruzarem com esses discos pelaí, tentem. TIO SÉRGIO garante; valem a pena!.
POSTAGEM ORIGINAL: 27/05/2019
Nenhuma descrição de foto disponível.

FRANGOS, UMA REFLEXÃO

Eu adoro! Assado, grelhado, cozido, a passarinho, numa bela canja, por aí… É bicho gordurento, mas tanto faz: o bicho homem dá conta disso…
Pensando bem, que pobre bichinho! Há bilhões e bilhões deles espalhados pelo mundo. Valem nada, crescem para os nossos prazeres e alimentação. Vivem sob nossos desígnios e poderes. São os chineses e os hindus, africanos pobres do mundo… Custam barato.
O nascimento é uma sentença de morte: 60 e poucos dias e ponto. Sem história, sem glória. São precários por necessidade e condicionamentos que o homem lhes impõem… Talvez os maiores oprimidos do reino animal! São devastados e repostos…
Esses dias comprei um peito para fazer canja. Não reparei, mas o bicho estava crescido, era um galo quando foi abatido. E se vingou de mim e minha panela de pressão: a carne era dura, e sem sabor…
Poucas vezes reclamei deles. E achei um descaso o bicho estar tão sem gosto; então, pensei comigo, seu algoz: nunca mais! Toda a vez em que eu buscar o pobre galináceo vou dar uma geral, e ver se tem o tamanho máximo; e se tenro o meu para meu deleite.
Eu, você e o mundo somos cruéis com criatura tão útil e indefesa. Hoje, hipocritamente faço orações quando meu prato chega. E, quem sabe, ele reencarne homem ou bicho menos vulnerável.
Para se ter uma ideia do “quê” somos basta verificar a nossa posição na cadeia alimentar. O resultado não é lisonjeiro.
POSTAGEM ORIGINAL:28/05/2021
Todas as reações:

Carlos Mendes Lupa, Paulo Faciola e outras 8 pessoas

MOODY BLUES – DAYS OF FUTURE PASSED – 1967 – 50 ANOS! – O ÁLBUM CONCEITUAL QUE INAUGUROU O ROCK PROGRESSIVO SINFÔNICO

A TURMA DA MÚSICA SABE QUE É OBRA HISTÓRICA E SEMINAL DO ROCK . O DISCO INAUGURAL DO “ROCK PROGRESSIVO SINFÔNICO”, E O PREGO DEFINITIVO NO CAIXÃO DA “ERA BEAT”.
“THE MOODY BLUES” PRA QUEM NÃO SABE, FOI (É?!?!) BANDA INGLESA CRIADA EM 1964, QUE MUDOU RADICALMENTE DE ESTILO COM A ENTRADA DO GUITARRISTA “JUSTIN HAYWARD”, E DO BAIXISTA “JOHN LODGE”.
FLERTOU, TAMBÉM, EM ALGUNS SINGLES COM A PSICODELIA. E À PARTIR DESTE ÁLBUM, QUE FOI GRAVADO EM DOIS ESTÚDIOS, ASSUMIU DE VEZ O ROCK PROGRESSIVO.
A PARTE ORQUESTRAL, INSPIRADA EM VARIAÇÃO DE SINFONIA DE “DVORAK” , FOI CAPTADA EM UM DELES. E A PARTE COM A BANDA DE ROCK EM OUTRO. FORAM JUNTADAS FORMANDO ESTA OBRA SINFÔNICA POP MONUMENTAL.
A IMPRESSÃO QUE SE TEM, EM ALGUMAS VERSÕES E MIXAGENS, É DE QUE HÁ UMA “JUSTAPOSIÇÃO” ENTRE AS DUAS PARTES, MAIS DO QUE INTEGRAÇÃO. DE QUALQUER FORMA, O TEMPO E AS RECONSTRUÇÕES DA MASTERIZAÇÃO SOLUCIONARAM O PROBLEMA.
O RESULTADO É MEMORÁVEL E PONTUA DETALHE IMPORTANTE: FORMOU DISCO CONCEITUAL, QUE DESCREVE UM DIA NA VIDA DE UM INDIVÍDUO COMUM…
A EDIÇÃO AQUI POSTADA, LANÇADA EM 2017, COMEMORA OS 50 ANOS DO ORIGINAL. A GRAVAÇÃO É “DERAM”, GARANTIA DE QUALIDADE E COM STATUS DE “CULT” ENTRE OS COLECIONADORES E A CRÍTICA. ESTE BOX VEM COM 2 CDS E 1 DVD, DISTRIBUÍDOS ASSIM:
DISCO 1) A MIXAGEM ORIGINAL ESTÉREO, DE 1967, QUE ESTAVA INÉDITA EM CD POR TER SIDO DANIFICADA. AGORA, FOI RECUPERADA PARA ESTA EDIÇÃO.
DISCO 2) CD COM A MIXAGEM TRADICIONAL DE 1972. E FAIXAS BÔNUS COM TODOS OS SINGLES DERIVADOS DA SESSÃO DE GRAVAÇÃO, E APRESENTAÇÕES NO MIDEM E NA B.B.C DE LONDRES.
DISCO 3) DVD COM A MIXAGEM EM “QUADRAFÔNICO”, AGORA RECOMPOSTA EM DVD 5.1. FICOU LEGAL! E TRAZ LIVRETO EXPLICATIVO, E ACOMPANHA POSTER COM FOTO DE VÁRIOS SINGLES DA ÉPOCA.
EXISTEM OUTRAS EDIÇÕES DO ÁLBUM MAIS OU MENOS SOFISTICADAS. INCLUSIVE EM VINIL, LANÇADOS NO MUNDO INTEIRO, BRASIL INCLUÍDO. E HÁ DIVERSAS EDIÇÕES EM CD NO DECORRER DO TEMPO, MAIS ADEQUADAS AO PÚBLICO EM GERAL.
GOSTO TANTO DO ÁLBUM E DA BANDA QUE TENHO O VINIL ORIGINAL AMERICANO, E MAIS INÚMERAS VERSÕES EM CDS.
A MELHOR ENTRE ELAS FEITA NO JAPÃO, EM SHMCD, EM QUE A INTEGRAÇÃO BANDA-ORQUESTRA SOA PERFEITA. ELES CONSEGUIRAM, FINALMENTE!
PARA MIM, É MAIS DO QUE UM DISCO. É OBJETO CULTURAL RELEVANTE; BONITO, MUSICALMENTE REFINADO E IMPRESCINDÍVEL!
DETALHE QUASE ÍNTIMO: “TUESDAY AFTERNOON” É MINHA MÚSICA PREDILETA EM QUAISQUER GÊNEROS, E EM TODOS OS TEMPOS! E VAI TOCAR EM MEU VELÓRIO, QUANDO A BOLA SETE ESTIVER INDO PRA CAÇAPA!!!
TENHAM “DAYS OF FUTURE PASSED” EM SUAS DISCOTECAS E COLEÇÕES.
É MANDATÓRIO, E SEM CONTRAINDICAÇÕES DE PÚBLICO, ÉPOCAS OU IDADES!
POSTAGEM ORIGINAL: 28/05/2018
Nenhuma descrição de foto disponível.
Todas as reações:

Weldon Wayne de Lima, Luiza Angélica Guerino e outras 47 pessoas

KRAUT ! – COLEÇÃO ESPETACULAR E IMPRESCINDÍVEL DO ROCK PROGRESSIVO FEITO NA ALEMANHA

Comprei os BOXES no espaço de uns 4 meses, porque bastante caros! Preços muito mais altos do que a média, por causa do excepcional trabalho para a sua realização.
A BEAR FAMILY RECORDS é a mais perfeita pesquisadora, preservadora e editora de quaisquer coisas relevantes do passado musical gravado. Não tem pra ninguém: não há produtos mais perfeitos, amplos, relevantes e bem feitos na indústria discográfica mundial. Obras de arte, sempre!
Os quatro BOXES, cada um com 2 CDS, foram baseados nas regiões geográficas da antiga “ALEMANHA OCIDENTAL”. E trazem livretos excepcionais com fotos, históricos, etc… em qualidade gráfica suprema. Mas pecam por um absurdo: o TEXTO É EM ALEMÃO. E ler “ozalemão” vamos combinar que não dá! Cadê a tradução para o inglês, PÔ!
Mesmo assim, as biografias completas de cada uma das 87 bandas e artistas que aparecem nas coletâneas, são diagramadas de forma que se ter acesso direto ao nome dos integrantes, e a fotos espetaculares de tudo o que gravaram. Ou seja, permite uma comunicação visual direta e imediatamente compreensível.
Os artistas escolhidos são incontestáveis. Mas, incompleto: não há nada dos 3 principais e mais famosos representantes do KRAUTROCK: KRAFTWERK, CAN e AMON DUULL- 2. Questões contratuais, essas coisas, impediram…
Fazem falta? Certamente; porém são bandas e discos de fácil acesso internacional, e a opção adotada é plenamente supletiva e vitoriosa.
Entre as 87 faixas, todas remasterizadas, há várias com mais de 6 minutos. Estão aí 24 de bandas muito conhecidas, como TANGERINE DREAM, EMBRYO, GURU-GURU, PASSPORT, TRIUNVIRAT, LUCIFER FRIENDS, NOVALIS, BIRTH CONTROL, JANE, FRUMPY, ELOY, NEKTAR e KHARTAGO. Não vou citar todos.
As restantes 63 músicas são igualmente representativas, relevantes, e fazem uma cartografia do KRAUTROCK inédita, abrangente e integradora. Por enquanto, não escutei a tudo. Vou fazê-lo aos poucos. É audição difícil, truncada; é “alemão e racionalista” demais para um velhinho já não tão da pesada, feito eu…
A BEAR FAMILY lançou mais dois “BOXES” DUPLOS, com os grupos e artistas da EX-ALEMANHA ORIENTAL! Portanto, mapeamento concluído! CHUCRUTE para todo lado…
É preciso relembrar a espetacular e ainda subestimada participação de BRIAN ENO na consolidação da vertente. Ele tangencia a tudo isto, mas é inglês, portanto…
A concepção de ENO na FASE BERLIM de DAVID BOWIE, 1977/1980; audível nos LPs: LOW, HEROES, LODGER, STATION TO STATION, STAGE – é enunciadora dos novos tempos. Ou alguém ainda duvida que a MÚSICA DE BASE ELETRÔNICA domina progressiva e inexoravelmente, o cenário musical dos últimos quase 50 anos?
Ahnnn, hoje o CONCEITO DE KRAUTROCK é mais abrangente. Então, “aproveito o ensejo” para também recomendar o BEAT e o ROCK PSICODELICO ALEMÃO.
Ouçam THE BOOTS, e principalmente THE LORDS – PSICODELIA de alto nível, mais para o estilo INGLÊS do que para o AMERICANO.
A coleção KRAUT! é matéria para MESTRADO em ROCK ´n´ ROLL. E quem não buscar acesso não ganha o título de “MESTRE”.
Vá atrás. É imprescindível!
POSTAGEM ORIGINAL: 27/05/2021
Pode ser uma imagem de texto