WALL STREET – TRILHA SONORA de DAVID BYRNE e BRIAN ENO – 2010

E aí, TIO SÉRGIO, gostou?
Vou pelo começo. Uns tempos atrás, eu estava caçando pela INTERNET- LOJAS, essas coisas, e dei de cara com esse disco a preço da honra de certos políticos…
Parei, olhei, procurei saber.
E soube que é uma trilha composta por DAVID BYRNE, o cara dos TALKING HEADS, e o BRIAN ENO… Hummm, pensei, cogitei, separei. Comprei.
Depois, percebi uma coisa interessante. A trilha, na verdade, foi literalmente exarada de um disco dos dois chamado “EVERY THING THAT HAPPENS WILL HAPPEN TODAY”, e uma faixa de outro disco; mais outra dos TALKING HEADS; e uma composição do produtor CRAIG ARMSTRONG. Quer dizer, vale por uma coletânea de BYRNE e ENO.
Então tá!
Mas TIO SÉRGIO, você gostou? É bom?
Bom, é tipo assim. Eu gosto muito do ENO; mas pro BYRNE e os TALKING HEADS jamais dei bola…
Ahhh, não é ruim, não é desinteressante, não é intragável, não é cativante, vou deixar na estante, mas não é … pra mim.
As faixas são algo recorrentes… meio repetitivas. Achei o disco longo… E mais ao estilo BYRNE do que ENO. Tem aquela levada vocal do BYRNE, manjada; a gente sabe que é ele. Mas, no fundo, e daí…
Foi uma compra que não senti no bolso. E nem na alma…
Sei lá, entende…
POSTAGEM ORIGINAL: 20/09/2025
Pode ser uma imagem de 3 pessoas, terno e texto

OS EFEITOS DO “GOLPE DE 1964” TERMINARAM COM AS CONDENAÇÕES DE 11/09/2025!

Os conspiradores que tramaram romper a INSTITUCIONALIDADE durante o governo BOLSONARO, foram julgados e condenados pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em 11 de setembro de 2025; encerrando de vez os efeitos e a memória histórica do GOLPE de 1964.
À luz do evento de 1964, restou o medo, que sempre pairou sobre a sociedade, de que permanecia, entre os militares, o desejo latente de insurreição e golpe; temido ao longo das décadas, inclusive após a CONSTITUIÇÃO DE 1988.
Nas intervenções muito bem documentadas, em reuniões onde a hipótese de GOLPE foram aventadas, os MINISTROS do EXÉRCITO e da AERONÁUTICA de BOLSONARO se recusaram a dar apoio a quaisquer rompimentos da legalidade.
Os dois ministros: o general MARCO ANTONIO FREIRE GOMES, e o tenente – brigadeiro CARLOS DE ALMEIDA BATISTA JR, segundo testemunhas, confrontaram o ex-presidente BOLSONARO, que estava em sala, no Palácio da Alvorada, e dirigindo a reunião realizada em 7/12/2022, onde foi aventada a hipótese de ruptura democrática, um golpe de Estado, para evitar que LULA, vencedor no pleito de 2022, assumisse o poder. Há provas disso.
O possível golpe foi sustado no coração do sistema militar. O que denota a solidez das INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS BRASILEIRAS, inclusive nas forças armadas.
Não importa o que venha a ocorrer daqui para frente. Se haverá diminuição de penas; ou cumprimento fora das grades; e mesmo que, no futuro, eventualmente haja anistia para os participantes. O fato é que nunca se imaginou militares de alta patente no banco dos réus; Generais e Almirantes presos preventivamente; e políticos e populares processados e presos por conspiração contra o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
O gesto efetivo de identificar, investigar, julgar e punir os principais responsáveis pela trama golpista, é o símbolo que faltava para a CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA NO BRASIL.
Fazendo um paralelo sociológico, e utilizando a metodologia de MAX WEBER, na tese da acusação foi realizada a construção de um TIPO IDEAL para demonstrar todo o percurso do crime.
A linha seguida pelo SUPREMO foi traçar um histórico detalhado do processo golpista; incorporando cada momento e ato, o que revela com nítida clareza as intenções da somatória dos fatos. Não vou fazer digressões. Está tudo documentado; está nas mídias.
Por isso, a tese adotada pela PROMOTORIA e aceita pela maioria do SUPREMO, é a mais correta, sustentável, e lógica:
A CONSPIRAÇÃO GOLPISTA FOI UM PROCESSO DINÂMICO, QUE SEGUIU UM ENCADEAMENTO DE ATOS OBSERVÁVEL NO TEMPO, ONDE FICARAM EVIDENCIADOS E EXPLICADOS A CORRELAÇÃO ENTRE ATOS E FATOS DE MANEIRA LÓGICA, E COM OS PARTICIPANTES INEQUIVOCAMENTE IDENTIFICADOS NO DECORRER; E, TAMBÉM, FICOU DEMONSTRADO QUE AS RESPONSABILIDADES FORAM COMPARTILHADAS ENTRE OS IMPLICADOS. PORTANTO, CONFIGURANDO “FORMAÇÃO DE QUADRILHA”.
No entanto, mesmo considerando as preliminares, onde o juiz LUIZ FUX acusou a impertinência do foro – e foi contestado e não aceito -; e mesmo que seja verdade que não tenha havido tempo hábil para os advogados examinarem a imensa quantidade de material apensado ao auto. Ocorreu que a interpretação adotada por FUX, restritamente formal, concluiu não ter identificado culpas individualizadas. O que foi também contestado pelos outros integrantes da “PRIMEIRA TURMA”, e a maioria dos outros juízes da Corte.
Eu não sou advogado, e muito menos jurista. Mas talvez o DIREITO PENAL não tenha amplitude e instrumentos adequados para lidar com uma TRAMA POLÍTICO-CRIMINAL de tal envergadura? Ou teria FUX, à priori’, descartado a Formação de quadrilha?
Só quero entender como foi possível ter havido esse tipo de crime, sem ampla organização, o que demanda tempo, planejamento, e requer inúmeros implicados?
Mas, o crime houve, julgou o próprio FUX, que identificou dois culpados de alto coturno, o tenente – coronel MAURO CESAR BARBOSA CID, ajudante de ordens do ex-presidente BOLSONARO; e o general WALTER SOUZA BRAGA NETTO, que foi ministro da Casa Civil, e depois, entre 2021 e 2022, final do governo, o MINISTRO DA DEFESA.
Seria ingenuidade dizer que ambos não eram da convivência direta, e da irrestrita confiança de BOLSONARO! Eram, e foram condenados. Mas a quem “aproveitaria” um desfecho golpista?
Se aconteceu desse jeito, como foi possível FUX ter concordado que tenha havido tentativa de golpe não consumado, e livrar BOLSONARO, o verdadeiro beneficiário do golpe? É claro e nítido! Se não fosse, então quem assumiria o poder se o plano golpista tivesse dado certo?
É impossível não identificar mais envolvidos e corresponsáveis, por quaisquer dos métodos de análise! Os quatro outros juízes da TURMA afirmaram que LUIZ FUX deixou de considerar várias provas no percurso…. E vários integrantes do SUPREMO também criticaram a conclusão do JUIZ FUX.
A sociedade, e a extrema direita bolsonarista em particular, precisam compreender que um GOLPE DE ESTADO é, pura e simplesmente, a tentativa de alijar pela força os que não concordam com o desenrolar da política normal em uma democracia. Portanto, É USURPAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS E DA CIDADANIA de outros. É ilegal, imoral, ilegítimo e antiético!
As eleições que elegeram tanto BOLSONARO como LULA foram livres e honestas; realizadas através de urnas eletrônicas seguras; em campanhas políticas abertas nas ruas, ou pelas redes sociais; com imprensa e debates livres, e os direitos individuais respeitados. Os resultados foram, também, auditados e se deram dentro das margens de erro nas diversas pesquisas eleitorais realizadas.
Foram eleições legítimas. E não houve dúvidas sobre os vencedores. Assim como não há dúvidas de que as forças políticas antagônicas se equivalem, e os embates democráticos e legítimos continuam na sociedade e no CONGRESSO. Portanto, nada justificava pressões pela ruptura da democracia. Aliás, nada justifica. Nunca!
Digressão histórica relevante: a tese da ANISTIA AMPLA, GERAL e IRRESTRITA, votada em 1979, no governo do GENERAL FIGUEIREDO, foi considerada falha pela oposição da época. Porque foram perdoados torturadores e outros responsáveis por crimes cometidos pelo regime militar.
Segundo a tese da oposição, a prevalência da injustiça e da impunidade incentivaria golpes futuros. No entanto, no enfrentamento ao BOLSOGOLPE as INSTITUIÇÕES mantiveram-se firmes. Então, é também possível admitir que a ANISTIA POSSÍVEL, no final do regime militar, foi correta para o BRASIL.
O que não foi possível fazer depois de 15 de março de 1985, por absoluta falta de PODER REAL das oposições, na transição do regime militar para o civil, quando JOSÉ SARNEY sucedeu o general JOÃO BATISTA FIGUEIREDO;
Atos como investigar e julgar os responsáveis pelo golpe de 1964, e suas consequências; em 11 de setembro de 2025, ocorreram em absoluta normalidade no julgamento dos TRAMA GOLPISTA de BOLSONARO e asseclas.
Então, eu reafirmo: A LEI DA ANISTIA, DE 1979, se comprovou eficaz e funcional.
Hoje, apesar de TRUMP, da turbação internacional, da sociedade brasileira polarizada, da fragilidade do CONGRESSO, e da suposta sedição de EDUARDO BOLSONARO; o SISTEMA JUDICIAL prevaleceu. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, liderado pelo JUIZ ALEXANDRE DE MORAES assumiu o caso, enfrentou resistências corajosamente, e deu o veredito.
Resumindo, agora é possível confirmar o acerto da LEI DE ANISTIA DE 1979, que trouxe a normalidade política, apesar das imperfeições.
E quando houve a recente TRAMA GOLPISTA, e as tentativas de subversão da DEMOCRACIA, os implicados diretos foram, e ainda estão sendo julgados, e vários já estão sendo punidos.
Em minha opinião, a eficiência da resposta das INSTITUIÇÕES às tramas golpistas, ajudaram a encerrar um capítulo da HISTÓRIA BRASILEIRA: os efeitos da memória e de 1964, foram encerrados em 11 de setembro de 2025. O GOLPE DE 1964 ACABOU 61 ANOS DEPOIS.
POSTAGEM ORIGINAL:13/09/2025

E EU ATÉ ACHAVA QUE SABIA PINTAR… E ATÉ ESCREVI UNS VERSOS SOBRE O QUADRO “A CIDADE E OS LIVROS”, QUE FOI “COMETIDO” EM MAIO DE 2012

ÁGUA QUE LAVRA FEITO LAVA;
ENCOBRE O ETERNO QUE NO PASSADO FICOU;
PERMANECE O HOMEM INCOMPLETO:
CONHECIMENTO, WEB, DESAMOR;
TUDO ESMAECE, EVAPORA, PASSA;
MUSEUS BROTARÃO EM CADA ESQUINA ;
A ESTANTE, O PAPEL, E A IMPERMANÊNCIA;
EM CHIP CONCENTRADOS:
MODERNA SINA
O SOLITÁRIO QUE NOS LIVROS NAVEGAVA,
CONTEMPLA A VIDA NO COMPUTADOR.
ABRAÇA O TEMPO ISOLADO EM SI;
HORROR PEQUENO;
PENSANDO BEM: TORPOR!
Não ficou tão ruim..
POSTAGEM ORIGINAL:16/09/2020
Nenhuma descrição de foto disponível.

GARY PEACOCK, KEITH JARRET & JACK DEJOHNETTE – TALES OF ANOTHER, 1977

Gravação na E.C.M RECORDS, remasterizada no Japão em SHMCD, portanto qualidade técnica HIGH – END. É Supremo! “Estado da Arte”, digamos “artística”, dentro da visão e produção desse gênio recôndito:
MANFRED EICHER libera o vanguardismo até o limite, mas sem comprometer as melodias. Isto é fundamental para tornar a beleza explícita; e compreensível por mais gente além da vanguarda esperada.
A gravadora E.C.M é vizinha do paraíso. Sucursal do belo neste mundo medíocre. Está aqui, portanto, mais um disco lindíssimo!
Só que: está tudo muito bem, e tudo muito bom… mas, realmente, mas realmente…
O já esperado fez a sua visita. E temos KEITH JARRET, um verdadeiro gênio – vivo ou morto; porém, inconveniente e chato.
Além da performance no piano, somos presenteados com “a sua irrefreável Arte” em música incidental: GEMIDOS, FLATULÊNCIAS, ORGASMOS, SIBILOS, COCHICHOS e outras prendas inenarráveis e muito frequentes!
“KATIANO”, nessa gravação, está com o “Mico-Leão Dourado”! ( explicitei a raça da macaca …) E, mama mia! ( Oi, suecada do ABBA, lembrei de vocês…):
Deu espetáculo à parte GRUNHINDO, RANGENDO, prevendo notas e acordes antes de “cantar” e … tocar!
Para nos enlevar deveras, sua voz lembra o ROD STEWART nos piores momentos; uma “velha dando pití em supermercado por algum motivo qualquer”…
Ninguém merece?
Não! Alguns merecem!
Eu se fosse o PEACOCK, pavão em português, teria aberto asas e lhe bicado a bunda até ele calar a boca e simplesmente tocar!
Então, pensei: vou pedir o endereço do PET SHOP mais próximo, e mandar uma focinheira pra ele. Não fiz; mas cerquei a gralha!
Para ser gênio não precisa ser tão chato e inconveniente. Basta exercitar sua técnica e arte excepcionais!
A Sociedade Humana agradece e o reverencia. E a Protetora dos Animais vai ter menos trabalho.
POSTAGEM ORIGINAL: 17/09/2019
Nenhuma descrição de foto disponível.

VIAGEM AOS CONFINS DA ESTANTE: PUB ROCK , PUNK, GÓTICOS, ALTERNATIVOS

 …
Eu os conheço. Só que a nossa convivência não é próxima.
Escolhi exemplares de meninos e uma garota. Todos travessos.
Durante anos, tomei algumas com eles, e também outros, que já mandei para coleções que não a minha.
Ficou a nata da “cárie” musical.
E TIO SERGIO , o dentista metafórico, obturou alguns, extraiu outros. Mas todos têm bons e afiados dentes pra mostrar…
Então, segurem a onda: DR. FEELGOOD, DAVE EDMUNDS E GRAHAM PARKER são três ícones do PUB ROCK.
Sabem o que é isso, sobrinhos?
Em primeiro lugar, tendência britânica, e ROCK´N´ROLL na veia e sem frescura. Guitarra, baixo, bateria e adequado barulho e muita vibração. Claro, é para tocar e ouvir em PUBS, e bares, locupletado por cervejas e alguma comidinha horrorosa feita naquela ilha cinzenta.
Os três estão entre os melhores do subgênero. Pena que o TIO SÉRGIO tenha esquecido de colocar o espetacular disco de WILCO JOHNSON, guitarrista do DR. FELLGOOD, gravado com ROGER DALTREY do…Ah, vocês sabem “quem”….
São para quem não chegou ao rascante, malcriado, e malfeito PUNK. E acha ROCK PROGRESSIVO uma chateação sonolenta e traidora do clássico ROCK AND ROLL.
Na segunda fila tem a genial e poética PATTI SMITH, moça da pesada, amiga de LOU REED e BRUCE SPRINGSTEEN: ela é Rocker alternativa beirando o PUNK. Está lá, também, incrustada feito craca em e casco de navio, coletânea dos PIXIES: americanos precursores do GRUNGE, amigos do non – sense e da barulheira.
Ou seja, são duas encrencas anticonvencionais; e não acompanham bem jantares a luz de vela, e muito menos morar próximo a DELEGACIAS DE POLÍCIA…
Na terceira, e parte da quarta fileira, estão BOX sofisticado dos SISTERS OF MERCY; exemplo de DARK ROCK inglês da melhor cepa. Não serve para colóquios amorosos – a não ser que seja em algum cemitério. Na mesma cova, adormece nada pacificamente ANTHOLOGY dos RAMONES, a primeira banda verdadeiramente PUNK; eles precedem aos SEX PISTOLS e outros excrescentes.
Tudo isso, continua na toca do TIO SÉRGIO. Quando ouço algum grunhido na estante, já chamo direto o zelador para ver o quê é… às vezes, eu tenho medo…
POSTAGEM ORIGINAL: 15/09/2019
Nenhuma descrição de foto disponível.

SPIRIT – FUSÃO PSICODÉLICA – 1967 /1973

Estão aqui, os gloriosos primeiros discos do SPIRIT, gravados para a COLUMBIA RECORDS, entre 1967 e 1970, onde se destaca o guitarrista “HENDRIXIANO” RANDY CALIFORNIA. São quatro supra sumos do melhor ROCK PSICODÉLICO feito na América daqueles tempos!
Também está postado o CD DUPLO com os dois álbuns que fizeram na MERCURY RECORDS: “FEEDBACK”, – sem CALIFORNIA -, que voltou à banda para “SPIRIT of 76”.
Nesta fase, tentaram ajustar o grupo para o HARD ROCK ao estilo HUMBLE PIE, SPOOKY TOOTH, por aí… Era a sonoridade em voga do final dos anos 1960 e início da década de 1970, pareando com o nascente ROCK PROGRESSIVO.
SPIRIT foi banda originalíssima que fundiu o ROCK PSICODÉLICO ao BLUES, e com pitadas de JAZZ MODERNO – a contribuição luxuosa do baterista ED CASSADY, padrasto de RANDY CALIFORNIA, e veterano do JAZZ com passagens por grupos de CANNONBALL ADDERLEY, THELONIOUS MONK , GERRY MULLIGHAN, TAJ MAHAL, e outros vários.
A banda “soava claustrofobia”; um clima que, para mim, sempre lembra o 1984, de GEORGE ORWELL; ou coisas de FRANZ KAFKA.
Eram pesados e algo lentos; talvez um pré – BLACK SABBATH mais intelectualizado. Filhos legítimos da ERA HIPPIE e da GUERRA FRIA, portanto embalados no desbunde crítico e anárquico dos contestadores de 1968I
Bingo! O LP de maior sucesso da banda, o espetacular “12 DREAMS OF DR.SARDONICUS”, de 1970, exala isto!
Houve, tempos atrás, polêmica sobre a abertura da música TAURUS, constante no álbum “SPIRIT”, lançado em 1967, e tida como plagiada pelo LED ZEPPELIN, em “STAIRWAY DO HEAVEN”.
Eu discordo. Acho acusação genérica e insuficiente. Afinal, o que existe é uma sequência de acordes encontrados em centenas de outras músicas. Nada demais.
O LED ZEPPELIN foi absolvido, com inteira justiça; mesmo que o ranço do estigma gerado pela discussão permaneça, confundindo o excelente currículo da banda com prontuário…
No entanto, o SPIRIT chegou a excursionar com o LED, que tocou “Fresh Garbage”, em um show, o que para muitos seria indício de fraude….
Sempre que ouço as orquestrações em discos do SPIRIT, me recordo de “CONSTRUÇÃO e DEUS LHE PAGUE” do CHICO BUARQUE. Percebo no arranjo de ROGÉRIO DUPRAT inspirações “orwellianas”, que lembram o “SPIRIT”…
Atentem: não falei em plágio – porque não é mesmo! Eles são contemporâneos; e DUPRAT foi o maestro da TROPICÁLIA, espécie de PSICODELIA À BRASILEIRA.
E, por proximidade lógico-estética-temporal, influências e memórias sempre parecem possíveis…
SPIRIT é banda fundamental! E cai em teste para “rockers” em nível de mestrado.
Não percam! São músicos e discos altamente criativos!
POSTAGEM ORIGINAL:15/09/2019
Nenhuma descrição de foto disponível.

JIMMY SMITH, O CARA!

JIMMY estabeleceu o jeito moderno de tocar órgão. E influenciou todo mundo de BRIAN AUGER a KEITH EMERSON; de STEVIE WINWOOD a JOE DE FRANCESCO.
E, também, WALTER WANDERLEY, VALDIR CALMON e ARI BORGER, para ficar nos três brasileiro talvez mais notáveis. Resumindo, SMITH é modelo para músicos do JAZZ ao POP. Unanimidade!
JIMMY SMITH foi um dos que trouxeram o R&B mais próximo do que viria a ser o JAZZ MODERNO. E o caminho inverso, também. Perfeição paradoxal e dançante, ele fazia base e solo simultaneamente!
SMITH nasceu, supõe-se em 1925, e gravou profissionalmente de 1956, em diante. Talvez algo tarde; mas, é daí?
Não parou mais até 2005, quando morreu aos 79 anos.
Grande músico, começou na BLUE NOTE, foi para a VERVE, depois migrou para a PRESTIGE, três gravadoras boutiques de alta qualidade na história do JAZZ.
Ergueu DISCOGRAFIA imensa e talvez integralmente acessível. Tocou, gravou e foi parceiro de Deuses e demônios da música moderna. Um astro em torno de quem muitos sideraram – e ainda sideram.
No entanto, colecioná-lo para valer talvez seja para os completistas. Para mim, basta uma quantidade razoável abrangendo todas as fases.
Talvez porque o Órgão seja instrumento versátil e onipresente além da conta; por isso, limita os conteúdos: tudo tende a ficar “pasteurizado demais”.
É o quê me parece. De qualquer forma, vá de JAIME SILVA -oooopppss, JIMMY SMITH! Ele sempre nos faz dançar e brinca com o cérebro e a sensibilidade do ouvinte.
Acompanhe com alegria e bebidas esfuziantes!😃
POSTAGEM ORIGINAL:14/09/2019
Nenhuma descrição de foto disponível.

 

THE ELECTRIC PRUNES – TRANSIÇÃO ENTRE O ROCK PSICODÉLICO E O PROGRESSIVO -1967 – 1969

Um caso a parte. A banda original existia, mas não era dona do nome ELECTRIC PRUNES, que pertencia ao empresário deles.
Mas, gravaram integralmente os dois primeiros discos, clássicos do ROCK PSICODÉLICO AMERICANO.
O primeiro deles, “I HAD TOO MUCH TOO DREAM”, 1967 , é espetacular! Talvez o indício primordial do que, uns doze anos depois, seria batizado “GOTHIK ROCK” .
Em minha opinião, não haveria THE CURE, JOY DIVISION e vários , sem a influência da sonoridade criada pelos PRUNES.
Eu ouvi os ELECTRIC PRUNES, no rádio , em 1967. Enlouqueci!!!!
E meu amigo – irmão SILVIO LUCIANO DEAN havia comprado o COMPACTO SIMPLES, lançado aqui em PATÓPOLIS. Ouvimos até abrir uma fenda!
Então, consegui o primeiro LP deles, em MONO, de alguém cujo pai era piloto de aviões, e trazia mercadorias “não oficialmente”.
Paguei sei lá quanto por ele e o espetacular single “I CAN SEE FOR MILES”, gravado por THE WHO.
Estão entre as melhores compras que fiz em minha vida!
Os membros originais dos ELECTRIC PRUNES participaram meio na marra de parte do terceiro disco, a monumental e intrigante “MASS IN F MINOR”, a missa católica completa, cantada em latim e tocada como ROCK PSICODÉLICO à JEFFERSON AIRPLANE com influências de JIMI HENDRIX. Ou seja, o uso de câmaras de eco, distorção, delay e tudo o mais que a modernidade iconoclasta da era hippie trouxe!
Este álbum foi composto e proposto por um músico de vanguarda DAVID AXELROD, e lançado sob o nome dos ELECTRIC PRUNES. Parte dele foi feita com banda de estúdio, que tomou o lugar da turma original. Foi um sucesso de crítica! e é cult, surpreendente e colecionável!
Talvez muitos não conheçam o quarto disco da “franquia”: “RELEASE OF AN OATH” , uma prece judaica, também composta por AXELROD, com ele e um espetacular time de estúdio em Los Angeles, entre eles a baixista ícone CAROL KAYE – que dá um show na gravação!
Também é disco é imperdível. Um dos elos entre a PSICODELIA e o nascente ROCK PROGRESSIVO. Mas, sem os resquícios da primeira formação da banda.
Os outros dois discos aqui postados são pra cumprir tabela e mais nada.
Eu recomendaria tranquilamente os 4 primeiros discos para quem gosta do gênero. E nome de banda pertencer a empresário era ainda muito comum.
Aqui, no HOSPÍCIO DO SUL, a famosa banda dos anos 1960, “OS INCRÍVEIS”, adotou esse nome porque o original, THE CLEVERS” , pertencia ao empresário e radialista, ANTONIO AGUILAR, com quem havia brigado.
POSTAGEM ORIGINAL: 14/09/2019
Nenhuma descrição de foto disponível.

THE WHO – TOMMY – 1969 – EDIÇÃO JAPONESA – SHMCD

ÁLBUM SIMBÓLICO DO ROCK MODERNO PÓS BEAT; SONORIDADE DESVIANDO PARA O ROCK “PSICODÉLICO” E PITADAS DE “PROGRESSIVO”.
VALE MAIS PELO CONCEITO PRETENDIDO, DO QUE PELAS MÚSICAS QUE, PENSANDO BEM, SÃO CONSERVADORAS…
“TOMMY” FOI CONCEBIDO COMO “ROCK CONCEITUAL”‘, NA ESTEIRA DE “S.F.SORROW”, DOS “PRETTY THINGS” , DE 1968; DISCO BASTANTE ADMIRADO POR “PETER TOWNSHEND”, O GUITARRISTA E COMPOSITOR PRINCIPAL DO “WHO”.
PORÉM, “TOMMY” FOI ESPERTAMENTE “VENDIDO” E POSTERIORMENTE REINVENTADO COMO “ÓPERA ROCK”; GRAVADA, FILMADA, E ENCENADA VÁRIAS VEZES, O QUE LHE GARANTIU MERECIDA FAMA E PERENIDADE.
O ÁLBUM, EM TESE, REPRESENTA O AMADURECIMENTO DE UMA BANDA QUE HAVIA SE FIRMADO COMO ÍDOLO PARA ADOLESCENTES REBELDES. E “THE WHO” E OS “ROLLING STONES” SEMPRE FORAM SINÔNIMOS E PARADIGMAS DE REBELDIA E ICONOCLASTIA.
EM 1968, “THE WHO” ESTAVA EM CRISE FINANCEIRA E CRIATIVA; OS QUATRO PRECISAVAM FAZER ALGUMA COISA PRA RESOLVER…
“TOMMY” FOI UM ACHADO! E OS CARAS TIVERAM MUITA SORTE, TAMBÉM.
“ARTHUR” , DOS KINKS, DE 1969, É TAMBÉM MUSICALMENTE CONSERVADOR. PORÉM, MAIS BEM ESCRITO. E CONTA A HISTÓRIA E O MODO DE VIDA BRITÂNICOS COM MUITA IRONIA E SARCASMO; POSTURA EM DIA COM AQUELES TEMPOS REVOLUCIONÁRIOS. VIDE, POR EXEMPLO, O QUE FAZIAM CHICO, GIL E CAETANO, AQUI NO BRASIL. ARTISTAS RELEVANTES EM “PARI-PASU” HISTÓRICO.
NO ENTANTO – E HAJA “NO ENTANTO SIGNIFICATIVO” NISSO! -, “TOMMY” ANTEVIU UMA SOCIEDADE CRESCENTEMENTE BASEADA NA ELETRÔNICA. E QUE EXPUNHA A ALIENAÇÃO E A INCOMUNICABILIDADE ENTRE OS INDIVÍDUOS, A MARCA PROFUNDA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO. “TOMMY”, O PERSONAGEM CENTRAL, É CEGO, SURDO E MUDO, MAS CRAQUE EM JOGOS ELETRÔNICOS.
RESUMINDO, O MUNDO EM QUE HOJE VIVEMOS, FOI EXPOSTO MAIS DE MEIO SÉCULO ATRÁS NA OBRA…
PARA OS QUE DUVIDAM, BASTA OBSERVAR EM VOLTA NOS METRÔS, MESAS DE BARES, REUNIÕES DE FAMÍLIA, ESCOLAS… E SE ENXERGARÁ, NO PRESENTE, AQUELE “FUTURO” QUE PETE “TOWNSHEND” INTUIU. DESTE PONTO DE VISTA, “TOMMY” É OBRA DE GÊNIO!
O DISCO É METÁFORA DURADOURA E PODEROSA! E QUEM NÃO CONHECE NÃO PASSA DE ANO EM ROCK’N’ROLL…
PS: A MINHA EDIÇÃO É JAPONESA, REMASTERIZADA EM “SHMCD”, O QUE LHE GARANTE ESTAR ENTRE AS MELHORES TECNOLOGIAS POSSÍVEIS EM TERMOS DE SOM.
POSTAGEM ORIGINAL: 13/09/2020
Nenhuma descrição de foto disponível.

FRONTEIRAS ESTÉTICAS: MÚSICA PARA DIAS FRIOS EM TEMPOS ABRASIVOS: NICO, CARLY SIMON, JANIS SIEGEL E JONI MITCHELL

O tempo anda mais ou menos do jeito sombrio que, vez por outra, se reflete dentro mim: nublado; hoje, mais fresco, um quase frio, mas esquentando. O litoral norte paulista é assim no inverno.
A seca está pedindo chuva e, talvez, emulando as paragens nórdicas ou irlandesas, mesmo sendo no Guarujá de frente para o mar tropical.
Eu gosto disso. Prefiro mais do que os dias luminosos e bonitos.
O inverno é um “habitat” em que me dou bem. Acho convidativo à introspecção; mais adequado à reflexão contida, cautelosa e discreta.
No calor, eu tomo cervejas. No frio, também; mas alterno com vinhos. Sou amigo dos fermentados; evito destilados – alcoólicos demais para o meu gosto.
Parece que a indústria da música está encontrando jeito de sobreviver e ganhar dinheiro na era digital.
Há tempos, a bola da vez se tornou o “STREAMIN”, serviços que tocam e oferecem músicas a preços certamente possíveis e competitivos.
O som é o melhor possível!
Aliás, sem o artefato limitador, o COMPACT DISC, a música digital se expande, ganha contornos e qualidade jamais alcançados!
Goste-se ou não, a qualidade do som digital superou, há muito, o som do DISCO DE VINIL. Agora redivivo, ainda que para poucos. No entanto, ao contrário de minhas previsões e até vaticínios, leva jeito de permanecer.
Os taxistas ficaram em polvorosa por causa do Huber. Mas, pouca gente se importou com a derrocada em que entrou a indústria da música dos anos 1990 em diante. A culpa foi da pirataria, dos preços altos, e do MP3.
Uma parte importantíssima da indústria cultural foi à bancarrota; e teve de se reinventar na marra. Porém, a maioria do mundo gostou das novas tecnologias – os CDS, DVDS, LDS, e, agora, do STREAMIN. E principalmente de saborear o delicioso trabalho dos artistas sem pagar.
Bater bumbo, tocar guitarra, reger, compor, cantar produzir, investir, etc… não comove muita gente. Seria “não trabalho”; por isso teria de ser de graça…” um direito adquirido”…
Somos muito hipócritas, isto sim!
Enquanto penso nisso, escutei quatro cantoras bastante diversas artística e existencialmente.
Vocês devem, e precisam conhecer o espetacular grupo vocal americano, THE MANHATTAN TRANSFER, de bastante sucesso dos anos 1980 e 1990.
Eles sempre cuidaram em alto nível da formação do repertório. Gravaram o fino da GRANDE CANÇÃO AMERICANA. E, também, artistas brasileiros de ponta como DJAVAN, IVAN LINS, MILTON NASCIMENTO, TOM JOBIM, entre vários.
O MANHATTAN TRANSFER fazia um delicioso, competente, e dançante JAZZ-POP. Procurem ouvi-lo.
Na formação do quarteto, uma das vocalistas, a excepcional JANIS SIEGEL, tem carreira solo independente – como todos eles, aliás -, e faz discos bonitos e sofisticados.
Mais uma vez, escutei o disco em que ela é acompanhada somente pelo pianista FRED HERSH: “SHORTY STORIES”, lançado em 1989 pela ATLANTIC RECORDS. O repertório de compositores atuais é fabuloso, sensível e irrepreensível.
Está no clima dessa época do ano, e ajuda a espantar o horror que estamos enfrentando nesses dias politicamente cálidos e destrutivos.
Ouvi, também, um pouco de CARLY SIMON, e hoje gosto mais do que antes. Ela sempre me pareceu pouco profunda em sua perene crise existencial de menina rica.
Agora, acho, encontrou sentido e nicho próprio no tempo e no espaço. Ouvi-la é delicioso; e compreendê-la talvez seja imprescindível. CARLY canta o cotidiano da mulher urbana, liberada e autônoma.
De passagem, observo a foto da capa de “NO SECRETS”, que discretamente nos fazia imaginar, o quê JAMES TAYLOR desfrutara, quando foram namorados, na década de 1970…
Hum… é humano, ué!
Existia aqui em PANDEBRAS, um pequeno BOX com os 5 primeiros CDs de CARLY. Foi barato quando lançado, e permanece muito agradável e recomendável para os mais adultos.
Então, emendei para JONI MITCHELL, minha cantora e artista múltipla predileta, em seu queixoso, lúgubre e solitário clássico pleno de D.Rs: “BLUE”, lançado em 1971, é obra de arte explícita. Obrigatória para quem aprecia boa música.
Depois, adentrei o portal cósmico para o suicídio virtual.
Tomei nave direto para o BOX com os dois gélidos CDS cometidos por NICO, entre 1968 e 1970: THE FROZEN BORDERLINE, que traz “The MARBLE INDEX” e ” DESERT SHORE”.
Pois, é!
O que vocês acham da seguinte frase: “Esse disco é um artefato, e não uma mercadoria. Você não pode vender suicídio!… É JOHN CALE, parceiro de LOU REED, no VELVET UNDERGROUND, comentando a respeito do LP “THE MARBLE INDEX”…
Na mosca! – Ou na lápide?
NICO é um caso à parte na história do ROCK! Voz cavernosa e comportamento digno de admiração e concordância por sua companheira de geração, a inglesa MARIANNE FAITHFULL.
Ou seja, são duas artistas claramente autodestrutivas. MARIANNE, quando jovem, namorava e se drogava com KEITH RICHARDS.
E, se você já ouviu falar de SYD VICIOUS e NANCY LAURA SPUNGEN, agora acabei de apresentar o modelo acabado seguido pelos dois….
Alemã, bonita, e modelo na FACTORY, de ANDY WARHOL; a notória NICO participou do CULT e seminal primeiro disco do VELVET UNDERGROUND, “cometido” em 1966.
Bem, se você pensa que a segunda metade anos 1960 foi um período só de alegria inconsequente, cheio de perspectivas otimistas; coalhado de HIPPIES, e pelo SUNSHINE POP de grupos como MAMAS & THE PAPAS, 5TH DIMENSION, THE ASSOCIATION… é porque não assistiu “ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD”, de QUENTIN TARANTINO…
O VELVET UNDERGROUD e a NICO não entraram na trilha do TARANTINO. Porque formaram a outra vertente que influenciou o futuro. São, de certa forma, os ancestrais de ALICE COOPER, IGGY POP, STOOGES, DAVID BOWIE. E o espírito lúgubre que assombrou bandas do “DARK WAVE” inglês, no início da segunda metade da década de 1970, em diante. GOTHIC ROCK como SIOUXIE and the BANSHEES, THE CURE, FIELDS OF THE NEPHLIN, ou JOY DIVISION…
E, se refinarmos um pouco mais, marcaram de niilistas, como LEONARD COHEN, a TOM WAITS, a NICK CAVE…
Alguns discos dessa gente lembram as trilhas sonoras de FILMES DE TERROR. E coisas de BORIS KARLOFF, ou NOSFERATU…
Ouvir NICO, MARIANNE e o VELVET UNDERGROUD, nesses tempos infernizantes, é um jeito de pavimentar caminhos para o cemitério ou a depressão.
Mas, há consolo sublime: eles também enriquecem esteticamente o presente desesperador que observamos e vivemos…
Dias e tempos melhores certamente chegarão. ( Será?)
Veremos?
POSTAGEM ORIGINAL:: 12/09/2021
Nenhuma descrição de foto disponível.