KING CRIMSON LIVE: “A PRECISÃO DE UMA ORQUESTRA, A LIBERDADE DE UM GRUPO DE JAZZ, E A POTÊNCIA DE UMA BANDA DE ROCK”!

“LIVE IN TORONTO”, 2015 , ” LIVE IN CHICAGO”, 2017, E OUTRAS ESPECULAÇÕES SOBRE O SHOW NO ROCK IN RIO – OUTUBRO DE 2019 . TODOS COM A MESMA FORMAÇÃO ( OU QUASE)
A intenção é especular um pouco mais sobre esta fase dos caras, e o que fizeram no palco durante o show curto e magnífico, na primeira vez deles ( vergonhosamente, diga-se! ) no Brasil.
A “oitava formação” do KING CRIMSON iniciou-se em 2013, e foi sendo refinada ao longo de anos. A essência expandida está contida nestes SHOWS: o gravado no QUEEN ELIZABETH THEATRE, em TORONTO, Canadá, em 20/11/2015; e no LIVE IN CHICAGO, em 28/06/2017.
TIO SÉRGIO talvez esteja sendo hiperbólico. Mas confirmaram ser a “MELHOR BANDA EM TODO OS TEMPOS”!!!! Ao menos nesses momentos….
Ambos são álbuns DUPLOS espetaculares, artística e tecnicamente, e complementares; e foram lançados no JAPÃO em HQCD, pelo WOWOW, um canal de televisão transmitido via satélite, lá dos irmãos de olhinhos puxados, São dois “BOOTLEGS” – para mal definir o conceito -, já que de propriedade da banda – ooops… de ROBERT FRIPP.
Entre uma apresentação e outra há 11 músicas diferentes no “Set List”. Há excelente versão de HEROES, de BOWIE, em um deles, seguida por a 21TH CENTURY SCHIZOID MAN, clássico absoluto e definidor do KING CRIMSON!
É, claro, são apresentações anteriores ao SHOW em SÃO PAULO, e no RIO DE JANEIRO. No entanto, a banda é quase a mesma, com ROBERT FRIPP, o inconteste dono e líder, na guitarra e teclados; os bateristas PAT MASTELOTTO, GAVIN HARRISON e BILL RIEFLIN; JAKKO LEVIN guitarra e vocal; TONY LEVIN, baixos e adjacências; e MEL COLLINS, sopros.
O SHOW no BRASIL foi verdadeira epifania. Todos pareciam encantados; FRIPP e outros fotografaram o público à partir do palco; talvez expressão do quanto estavam impressionados, somada ao profissionalismo de FRIPP – que grava cada performance ao VIVO da banda, há quase meio século; e hoje as disponibiliza via STREAMIN, ou CD, para quem quiser comprar.
FRIPP é um corajoso, visionário, e grande profissional da música! Foi um dos primeiros astros do ROCK a dar um basta na exploração promovida por gravadoras, empresários – escrupulosos ou não -; e ao vasto sistema que sempre lucrou além do razoável às custas de artistas. Do ponto de vista empresarial, FRIPP aprendeu e seguiu o exemplo do DAVE CLARK FIVE, na década de 1960; e de FRANK ZAPPA, dos 1970, em diante… Todos independentes de ousados. Hoje, quase todo mundo faz isso.
ROBERT FRIPP é, também, um BANDLEADER da estatura de JOHN MAYALL – dois reveladores de talentos e “maestros” que sabem o que querem – que dão liberdade e, ao mesmo tempo, administram limites. Não deixam a banda à deriva. Portanto, garantem shows e discos espetaculares, em carreiras longevas e produtivas.
Em São Paulo, a performance do KING CRIMSON foi bem mais longa, com 19 músicas, mais ou menos a base dos SET LISTS dos CDs, na foto. Resumindo, é uma sucessão de clássicos do CRIMSON, arranjados seguindo a tendência mais “recente”.
Mas, o que eles pretenderam, ou pretendeu ROBERT FRIPP, com três baterias de marcas diferentes DW, TAMA e SONOR, cada uma delas com kits próprios e alternativos; e sonoridades, timbres e afinações diferenciadas entre si?
Eu especulo que não estavam lá apenas para o acompanhamento rítmico – o que bastaria uma só. Mas para criar harmonias e, principalmente, “um coro de vozes” construindo melodias através de cada intervenção solo ou coletiva da percussão. E, de quebra, multi-ritmos, o que era o esperado também.
Seria?
E FRIPP, heim? o que faz o “dono da banda” durante as performances?
Ele é o maestro e o anti-maestro. Lembrando a definição de BRIAN ENO sobre si mesmo: “um não músico”?
ROBERT FRIPP sabe trabalhar o silêncio como integrante pontual da música (não sei se fui claro ou percebi adequadamente). Ele cria algumas texturas, pontua o clímax e, principalmente, desconstrói performances quando exacerbam, do ponto de vista dele, as pretensões da composição executada.
Explico: em dado momento, MEL COLLINS, que explicita o lado FUSION do grupo na tradição vanguardista do JAZZ BRITÂNICO; e, é, também, músico arrasador e ultra criativo nos sopros; em certo momento engatou um trecho de “Take the A train” de DUKE ELLINGTON… Porém, FRIPP simplesmente “limitou o discurso” com ruídos. Quer dizer, ele dirige o KING CRIMSON como decide fazer; e para onde quer! Manda – e não “co” manda a banda.
O KING CRIMSON não faz FREE JAZZ, mas JAZZ DE VANGUARDA CONTEMPORÂNEO. Ou na definição do título, encontrada no livreto: “A PRECISÃO DE UMA ORQUESTRA, A LIBERDADE DE UMA JAZZ BAND, E A FORÇA DE UMA BANDA DE ROCK”. Tudo junto ao mesmo tempo agora, e sempre; construído sob meticulosa supervisão e método. Seria?
E, por quê?
O FREE-JAZZ pressupõe total liberdade dos músicos para improvisar e se interrelacionarem durante a execução das músicas.
No entanto, a minha impressão foi ter assistido a um show milimetricamente calculado e conduzido.
Deste ponto de vista, talvez ROBERT FRIPP talvez seja um misto de maestro, patologista de laboratório de análises clínicas, e cirurgião preciso: o resultado do exame é aplicado na operação das músicas.
Exagero meu? Pode ser.
As cordas, e as duas guitarras, mais o baixo “High-End” de TONY LEVIN – um músico além dos “supra – sumo” -, trabalham andamentos e solos mesclando cacofonias controladas e melodias típicas do ROCK PROGRESSIVO, e da melhor música de VANGUARDA! Que eu redefiniria a escrita para “JAZZ / PROGRESSIVO”. Algo “simbiótico”, e não “adjetivo’, para um estilo ou outro. E tudo isso com a precisão de uma orquestra rigorosamente ensaiada!
Então amigos, foi um resumo da alta performance musical da banda, cuja definição de estilos e objetivos é muito difícil de fazer. Eu arriscaria algo como “JAZZ VANGUARDA – PROGRESSIVO MESCLADO COM MÚSICA LIVRE, MAS NÃO ALEATÓRIA”.
Nossa, tio Sérgio? Enlouqueceu?
Não. (acho que não…) E incorporo, também, a sugestão desafiadora do meu amigo @Gerson Périco: MÚSICA TEMPESTIVA!
Quem não fuça no KING CRIMSON não tem ideia de 50 anos de música que está perdendo.
É indispensável, e inigualável! A melhor banda do mundo.
POSTAGEM ORIGINAL: 15/10/2025
Pode ser uma imagem de texto

KING CRIMSON – ESPECULAÇÕES SOBRE O SHOW NO ROCK IN RIO – OUTUBRO DE 2019.

Usei a foto da nova caixa da banda abrangendo o período entre 1997 e 2008, uma enormidade com 24 cds e tudo o mais do período.
Mas, a intenção é especular um pouco mais sobre a fase atual dos caras, o que fizeram no palco durante o show curto e magnífico, o primeiro deles ( vergonhosamente, diga-se ) no Brasil.
Em primeiro lugar, o que eles pretenderam, ou pretendeu ROBERT FRIPP, com três baterias de marcas diferentes DW, TAMA e SONOR, cada uma delas com kits próprios e alternativos; e sonoridades, timbres e afinações diferenciadas entre si?
Eu especulo que não estavam lá apenas para o acompanhamento rítmico – o que bastaria uma só. Mas, para criar harmonias e, principalmente, “um coro de vozes” construindo melodias através de cada intervenção solo ou coletiva da percussão. E, de quebra, multi-ritmos, o que era o esperado também.
Seria?
E FRIPP, heim? o que faz o “dono da banda” durante as performances?
Ele é o maestro e o anti-maestro. Lembrando a definição de BRIAN ENO sobre si mesmo: “um não músico”?
ROBERT FRIPP sabe trabalhar o silêncio como integrante pontual da música ( não sei se fui claro ou percebi adequadamente ). Ele cria algumas texturas, pontua os clímaxes e, principalmente, desconstrói performances quando exacerbam, do ponto de vista dele, as pretensões da composição executada.
Explico: em dado momento, MEL COLLINS, que explicita o lado FUSION do grupo na tradição vanguardista do JAZZ BRITÂNICO; e, também, músico arrasador e ultra criativo nos sopros; em certo momento engatou um trecho de “Take the A train” de DUKE ELLINGTON… Porém, FRIPP simplesmente limitou o discurso com ruídos. Quer dizer, ele dirige o KING CRIMSON como decide fazer; e para onde quer! Ele manda – e não “co”manda a banda.
O KING CRIMSON não faz FREE JAZZ, mas JAZZ DE VANGUARDA CONTEMPORÂNEO.
E, por quê?
O FREE-JAZZ pressupõe total liberdade dos músicos para improvisar e se interrelacionarem durante a execução das músicas.
No entanto, a minha impressão foi ter assistido a um show milimetricamente calculado e conduzido.
Deste ponto de vista, talvez ROBERT FRIPP seja um misto de maestro, patologista de laboratório de análises clínicas, e cirurgião preciso: o resultado do exame é aplicado na operação das músicas.
Exagero meu? Pode ser.
As cordas, as duas guitarras e o baixo high-end de TONY LEVIN, trabalham andamentos e solos mesclando cacofonias controladas e melodias típicas do ROCK PROGRESSIVO.
O resultado é o que um dos nossos por aqui definiu como JAZZ PROGRESSIVO. Que eu redefiniria a escrita para “JAZZ / PROGRESSIVO”. Algo “simbiótico”, e não “adjetivo’, para um estilo ou outro.
Então amigos, o que tivemos foi um resumo da alta performance musical da banda, cuja definição de estilos e objetivos é muito difícil de fazer. Eu arriscaria algo como “JAZZ VANGUARDA – PROGRESSIVO MESCLADO COM MÚSICA LIVRE, MAS NÃO ALEATÓRIA”.
Nossa, tio Sérgio? Enlouqueceu?
Não. (acho que não…) E incorporo, também, a sugestão desafiadora do meu amigo@Gerson Périco: MÚSICA TEMPESTIVA!
Quem não fuça no KING CRIMSON não tem ideia de 50 anos de música que está perdendo.
É indispensável.
POSTAGEM ORIGINAL:13/10/2019
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KING CRIMSON – “LIVE IN TORONTO”, 2015 – E OUTRAS ESPECULAÇÕES SOBRE O SHOW NO ROCK IN RIO – OUTUBRO DE 2019

A intenção é especular um pouco mais sobre aquela fase dos caras, e o que fizeram no palco durante o show curto e magnífico, na primeira vez deles ( vergonhosamente, diga-se! ) no Brasil.
A essência expandida está contida neste SHOW, gravado no QUEEN ELIZABETH THEATRE, em 20/11/2015, e lançado em duplo CD japonês em HQCD, pelo WOWOW, um canal de televisão japonês, transmitido via satélite.
É, claro, anterior ao SHOW em SÃO PAULO, e no RIO DE JANEIRO. Porém, banda é quase a mesma, com ROBERT FRIPP, o inconteste dono da banda, na guitarra e teclados; os bateristas PAT MASTELOTTO, GAVIN HARRISON e BILL RIEFLIN; JAKKO LEVIN guitarra e vocal; TONY LEVIN, baixos e adjacências, e MEL COLLINS, sopros.
O SHOW no festival foi verdadeira epifania. A banda parecia encantada; FRIPP e outros fotografaram o público à partir do palco; talvez expressão do quanto estavam impressionados, somada ao profissionalismo de FRIPP – que grava cada performance ao VIVO da banda, há quase meio século; e hoje as disponibiliza via STREAMIN, ou CD, para quem quiser comprar.
ROBERT FRIPP é um corajoso e grande profissional! Foi um dos primeiros astros do ROCK a dar um basta na exploração promovida por gravadoras, empresários – escrupulosos ou não -; e ao vasto sistema que sempre lucrou além do razoável às custas dos artistas. ROBERT seguiu o exemplo do DAVE CLARK FIVE, na década de 1960; e de FRANK ZAPPA, dos 1970, em diante… Todos independentes de ousados.
Em São Paulo, a performance do KING CRIMSON foi bem mais longa, com 19 músicas, mais ou menos a base do SET LIST do CD, na foto. Resumindo, é uma sucessão de clássicos do CRIMSON, arranjados seguindo essa tendência mais recente.
Mas, o que eles pretenderam, ou pretendeu ROBERT FRIPP, com três baterias de marcas diferentes DW, TAMA e SONOR, cada uma delas com kits próprios e alternativos; e sonoridades, timbres e afinações diferenciadas entre si?
Eu especulo que não estavam lá apenas para o acompanhamento rítmico – o que bastaria uma só. Mas para criar harmonias e, principalmente, “um coro de vozes” construindo melodias através de cada intervenção solo ou coletiva da percussão. E, de quebra, multi-ritmos, o que era o esperado também.
Seria?
E FRIPP, heim? o que faz o “dono da banda” durante as performances?
Ele é o maestro e o anti-maestro. Lembrando a definição de BRIAN ENO sobre si mesmo: “um não músico”?
ROBERT FRIPP sabe trabalhar o silêncio como integrante pontual da música ( não sei se fui claro ou percebi adequadamente ). Ele cria algumas texturas, pontua os clímaxes e, principalmente, desconstrói performances quando exacerbam, do ponto de vista dele, as pretensões da composição executada.
Explico: em dado momento, MEL COLLINS, que explicita o lado FUSION do grupo na tradição vanguardista do JAZZ BRITÂNICO; e, é, também, músico arrasador e ultra criativo nos sopros; em certo momento engatou um trecho de “Take the A train” de DUKE ELLINGTON… Porém, FRIPP simplesmente “limitou o discurso” com ruídos. Quer dizer, ele dirige o KING CRIMSON como decide fazer; e para onde quer! Ele manda – e não “co”manda a banda.
O KING CRIMSON não faz FREE JAZZ, mas JAZZ DE VANGUARDA CONTEMPORÂNEO.
E, por quê?
O FREE-JAZZ pressupõe total liberdade dos músicos para improvisar e se interrelacionarem durante a execução das músicas.
No entanto, a minha impressão foi ter assistido a um show milimetricamente calculado e conduzido.
Deste ponto de vista, talvez ROBERT FRIPP seja um misto de maestro, patologista de laboratório de análises clínicas, e cirurgião preciso: o resultado do exame é aplicado na operação das músicas.
Exagero meu? Pode ser.
As cordas, as duas guitarras e o baixo high-end de TONY LEVIN, trabalham andamentos e solos mesclando cacofonias controladas e melodias típicas do ROCK PROGRESSIVO.
O resultado é o que um dos nossos por aqui definiu como JAZZ PROGRESSIVO. Que eu redefiniria a escrita para “JAZZ / PROGRESSIVO”. Algo “simbiótico”, e não “adjetivo’, para um estilo ou outro.
Então amigos, o que tivemos foi um resumo da alta performance musical da banda, cuja definição de estilos e objetivos é muito difícil de fazer. Eu arriscaria algo como “JAZZ VANGUARDA – PROGRESSIVO MESCLADO COM MÚSICA LIVRE, MAS NÃO ALEATÓRIA”.
Nossa, tio Sérgio? Enlouqueceu?
Não. (acho que não…) E incorporo, também, a sugestão desafiadora do meu amigo @Gerson Périco: MÚSICA TEMPESTIVA!
Quem não fuça no KING CRIMSON não tem ideia de 50 anos de música que está perdendo.
É indispensável, e inigualável!
POSTAGEM ORIGINAL AMPLIADA: 14/10/2025
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“JAPÔNICOS ” : O JAZZ, A MPB, A FUSION, E UMA SURPRESA TAMBÉM ASIÁTICA!

TIO SÉRGIO, o mercador de prazeres não carnais, trouxe algumas inquirições e inquisições auditivas para testemunhar que japonês, e alguns asiáticos, não são brincadeira, não!
Vamos começar por um susto!
Temos por aqui uma “filipina”, CAROLYN DEL ROSARIO & SEXTET.
Ela estudou na Alemanha com professores japonês e americano e, obviamente, toca muito! E tão boa quanto ela é a banda “multinacional” que montou. Principalmente, o baixista JAY OLIVER – um show!
Se acharem algum disco dessa “MINGUS-MONKEANA” com temperos de música asiática – e, vá lá, muçulmana! -; e que assume a vanguarda anos 1960/1970 , mas tangenciando o FUSION, então ouçam e decidam. Pensando melhor, comprem!
Uns 35 anos atrás, o casal TOSHIKO AKIYOSHI – LEW TABACKIN, tocou por SAMPA. Eu estava com a Angela, minha mulher, passeando em EMBU DAS ARTES, cidade turística ao redor, e demos de cara com os dois.
Não ousei falar com eles, mas trocamos sorrisos abertos. Eles perceberam que os reconheci TOSHIKO é um fenômeno. Nasceu na CHINA, em 1929, durante a ocupação japonesa.
Ela recebeu 14 indicações ao GRAMMY, e foi a primeira mulher a ser premiada pela revista “DOWN BEAT” como arranjadora e compositora; e a primeira japonesa a estudar na BERKELEE SCHOOL OF MUSIC. TOSHIKO foi pra lá em 1956, por indicação de OSCAR PETERSON; que a descobriu em uma turnê no Japão! Tá bom assim?
Dona TOSHIKO gravou o primeiro disco, em 1953, com NORMAN GRANZ, e fez mais de 100 durante a carreira! Devo repetir?
Estão na foto três deles de estruturas diferentes: um solo, outro acompanhada por quinteto, e o terceiro com sua BIG BAND!
É compositora, orquestradora e arranjadora relevante.
Ela está casada faz décadas com o sax-tenor e flautista LEW TABACKIN, outro de extensa carreira e mais de 70 discos lançados; e com quem trabalhou a maior parte da vida na orquestra que ambos fundaram. Estão vivos, que bom!
Há uma foto de dona TOSHIKO, de 1956, com BUD POWELL. O que dá a medida de sua paixão pelo jazz e a evolução, da qual ela e marido fazem parte.
POWELL disse que TOSHIKO AKIYOSHI foi a maior pianista que ouviu em sua vida!
“INTOSHIKEM-SE”…OOOPPSS!!! com a música de TOSHIKO E LEW.
Japonês no SAMBA e na MPB já não surpreende. Vocês sabiam que foram os “japônicos” que levaram a VELHA GUARDA DO SAMBA para gravar fora? Garimparam grande parte dos LPS da música brasileira de qualidade, e os carregaram em pencas para o JAPÃO, salvando-os de provável destruição?
Os colecionadores japoneses conservam as preciosidades da MPB, e ajudam a manter a carreira no exterior de muita gente que não tem, ou não teve, chances melhores por aqui. Os manos de olhinhos puxados são globalmente úteis e dedicados!
E aí entra o grande SADAO WATANABE, mais de 90 anos, SAX ALTO e SOPRANO; e doutor em música honrado com a MEDALHA DA ORDEM DE RIO BRANCO, por serviços prestados à música brasileira!
SADAO tem dezenas de discos lançados. Vários de MPB.
Em estúdios e ao vivo foi de TOSHIKO a RANDY BRECKER; passou por CESAR CAMARGO MARIANO, LUIS BONFÁ e TOQUINHO; gravou com SANTANA… e muito mais gente!
Na foto, uma preciosidade: ROUND TRIP é WATANABE em disco de FREE JAZZ/VANGUARDA, gravado com CHICK COREA, MIROSLAV VITOUS e JACK DE JOHNETTE, pela VANGUARD RECORDS nos anos 1960. Satisfeitos?
O meu amigo Claudio Finzi Foá mostrou a edição brasileira desse disco – que eu não conhecia!!!
Só fera de verdade toca esta imensidão de estilos!
Aqui, os 3 discos do percussionista japonês, STOMU YAMASHTA com STEVE WINWOOD e o percussionista do SANTANA, MICHAEL SHRIVE. E, também juntos, AL DIMEOLA e KLAUS SCHULZE.
As gravações foram feitas na década de 1970. Oscilam na tênue curva entre o ROCK PROGRESSIVO e o JAZZ FUSION. Artefatos algo raros e preciosos para quem coleciona.
E outros dois talentos superiores do piano:
A prodígio HIROMI, de técnica refinada, energia, estilo próprio e alto pique na execução. O disco está situado em algum lugar entre o PROGRESSIVO, o JAZZ FUSION, e o repertório jazístico de SATANDARDS. Ela também estudou na BERKELEE SCHOOL.
E aprendeu direitinho!
E não vou esquecerv RIYUCHI SAKAMOTO, superdotado nos teclados eletrônicos e piano. É compositor de trilhas sonoras de sucesso; e figura de proa na MÚSICA POP ELETRÔNICA CONTEMPORÂNEA.
SAKAMOTO gravou muito, inclusive com os “DAVIDS” – “BOWIE” e “SYLVIAN”. E fez esses dois discos sensacionais em trio com JACQUES e PAULA MORELEMBAUM, no início deste século, homenageando a TOM JOBIM.
O japonês tem um dedilhado todo especial e retira som magnífico do piano! Algo entre o CLÁSSICO MODERNO de DEBUSSY, e a pureza e certa nostalgia contida, sempre integrantes das músicas compostas por JOBIM. São discos Inesquecíveis!
Para finalizar, dois discos da GRAVADORA T.B.M ( THREE BLIND MICE ). Uma coletânea; e o baterista GEORGE KAWAGUCHI. É JAZZ moderno feito por artistas japoneses, e produzidos, gravados e masterizados no JAPÃO, no início dos anos 1970!
Acho que vocês não ouvirão qualidade sonora como essa! A perfeição é absoluta! E nem sei se o estágio das técnicas de remasterização de hoje superaria o que está contido ali!
Dizer mais é transpor a hipérbole que discretamente quis comunicar.
Não percam!
POSTAGEM ORIGINAL: 11/10/02021
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MOODY BLUES – OCASO DE UMA BANDA SEMINAL E MUITO CRITICADA!

Pois, é! Foi-se mais um cachoeira do tempo abaixo. Os MOODY BLUES, após a morte de GREAME EDGE, em novembro de 2021, já não persistiam tanto.
Não que precisassem excursionar ou gravar. Certamente o núcleo fundador do grupo vive bem, muito bem! Ricos. Porém, fazer o que se sabe e se fez a vida inteira, é um vício assolador. E sempre há o que perseguir; frustrações não superadas, ou desafios não cumpridos. Enfim, o eterno enfim… parado no ar da vida de cada um de nós…
OS MOODIES começaram em 1963, em BIRMINGHAM. Formaram uma banda BEAT comum. RAY THOMAS, vocalista e flauta, MIKE PINDER, tecladista, e GREAME EDGE, baterista, lá por 1966, depois da saída do bom guitarrista DENNY LAYNE, já não tinham fogo e importância. Iriam parar.
Foi quando ERIC BURDON – ahhh, vocês sabem quem é… indicou o guitarrista, cantor e compositor JUSTIN HAYWARD; e JOHN LODGE, o baixista da banda falecido ontem. Os dois conduziram a mudança de rota, na construção de outro estilo, em direção ao ROCK PSICODÉLICO e ao PROGRESSIVO.
O sucesso foi retumbante! Avassalador! Principalmente nos ESTADOS UNIDOS, onde a criatividade e a bela harmonia vocal de JUSTIN, RAY e JOHN, combinada a melodias e arranjos sofisticados, foi imediatamente reconhecida. E as letras que iam do sublime (NIGHTS IN WHITE SATIN e TUESDAY AFTERNOON, por exemplo) ao simplório explícito; e sempre com produção exuberante e requintada, encontrou a plateia ideal.
E, assim transitaram pela década de 1960, 1970, e 1980 no auge. E prosseguiram com sucesso de público anos 1990 em adiante. Nenhum deles é ou foi instrumentista excepcional. Eram adequados, meticulosos, trabalhadores, e sempre souberam atualizar o som e a performance ao longo das mudanças que o tempo e o mercado impõem.
Eles foram criticadíssimos pela turma do ROCK. Por aqui, no BRASIL, eram considerados sub – PROGRESSIVOS, e “POP”ELHOS demais! No entanto, o correr dos tempos posicionou os MOODY BLUES no merecido lugar entre os estilistas mais originais da música popular.
Postei parte de meus discos e DVDS. Eu os coleciono. Ontem, a vida manteve apenas JUSTIN HAYWARD, cantor que, em tempos áureos, tinha uma das mais belas vozes do universo POP. Ele sempre foi o mais criativo, e o compositor principal do grupo.
TIO SÉRGIO, aqui, simplesmente os adora! Várias lágrimas não retidas caíram enquanto eu os escutava escrevendo mais um texto sobre eles!
O céu não é o limite para quaisquer deles. RIP.
POSTAGEM ORIGINAL: 11/10/2025

AMY WINEHOUSE – A EXPLOSÃO INCOMPLETA

Há 6 anos, NELSON MOTTA, no JORNAL DA GLOBO, defenestrou elogios e loas para AMY WINEHOUSE, personagem de DVD que conta sua breve história. Para MOTTA, ela reunia o melhor de ELLA FITZGERALD, JANIS JOPLIN E BILLIE HOLIDAY.
SÓ!
Seria possível ou provável?
Discutível, eu acho: porque AMY é artista de três discos. O primeiro, FRANK, conta pouco porque exploratório; é o moderno R&B, pouco melodioso e até simplório. Já o segundo, BACK TO BLACK, de 2007, é uma espécie de cartão de visita do que ela poderia ter feito, se não fosse tão louca e tivesse sobrevivido a si mesma.
LIONESS, HIDEN TREASURES, o terceiro, foi um “work in progress” com muita coisa boa, e acabado mais ou menos às pressas para “comemorar” a morte precoce da menina.
Tudo considerado, e mais um ótimo DVD com apresentação de AMY e sua excelente banda, foi o que ela nos legou. Muito pouco, infelizmente. Porém, é rascunho artístico excelente, mas incipiente já que não pudemos vislumbrar com muita certeza que rumo ela realmente tomaria.
Talento havia até de sobra!
Detalhes são fundamentais para chegarmos ao “cerne” artístico de sua proposta. Como boa parte dos artistas de RAP & R&B, AMY era desaforada, desmedida e desbocada.
BACK IN BLACK, com seu excelente arranjo é disco proibido para gente mais “sensível” à “explicitude” da linguagem, e mesmo à naturalidade com que ela trata o uso de drogas, suas aquisições, o ambiente roto em que se metia, as companhias nada recomendáveis, e hábitos destrutivos em penca!
Uma aula de sociologia e antropologia do submundo? Ou misto de valores pessoais em confusão com pedido de socorro? As duas leituras são possíveis e defensáveis. Eles se amalgamam…
De minha parte, prefiro a dissolução de costumes dos anos 1950 em diante. A “DECADENCE AVEC ELEGANCE”, de um COLE PORTER, em I GOT YOU UNDER MY SKIN, música sobre o uso de heroína sob metáfora de história amor.
Ou mesmo PETER, PAUL & MARY, em POOF, THE MAGIC DRAGON, canção sobre fumar maconha, disfarçada em música para crianças. Afinal, o DRAGÃO MÁGICO soltava fumaça psicodélica…
E até culmino no ultraje supremo dos DOORS, em THE END, 1967, onde JIM MORRISON faz menção aberta a estupro e incesto; mas tudo sob metáfora poética, que tornou a letra um “case” acadêmico sério, gerando teses e vários livros.
O meu ponto de referência de “velho” tolerante; ex – jovem nada careta, pressupõe arte e sutileza. Mesmo compreendendo o mundo e época da AMY, de conteúdo um tanto semelhante a de seus antepassados – que, a meu ver, o vivenciaram de forma talvez menos desabrida. AMY era explícita demais. Indigesta, antes que despudorada….
É questão de gosto, claro.
Ouso dizer que a passagem de AMY WINEHOUSE por essa vida não foi POESIA extensa; mas, sintético HAI-KAI; Um TITANIC, talvez; que foi ao mar e afundou sem completar a primeira viagem.
Uma curta e explosiva nota no obituário pop.
Procurem ouvir.
POSTAGEM ORIGINAL: 10/10/2021
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A ERA DOS CANTORES – COMPOSITORES: E A INFINITA DIVERSIDADE!

Eles sempre existiram, claro!
Na primeira metade dos 1960 houve uma revolução, quando os artistas que gravavam e se apresentavam começaram a fazer as próprias canções, antes encomendadas de compositores profissionais.
Para não ir muito longe, os BEATLES, os ROLLING STONES, e outros vários, deixaram de fazer principalmente “COVERS”, ou tocar obras originais feitas para eles por outros compositores.
Começaram a criar as próprias canções – e também fornecê-las para outros. Houve explosão de criatividade, e o POP estabeleceu-se de vez!
Da segunda metade para o final daquela década, quando principalmente os grupos de POP-ROCK começaram a se desintegrar, as gravadoras tentaram reter os principais artista de cada banda, para lança-los em carreiras solo.
E, teve de tudo: retumbantes fracassos, como o naufrágio da carreira solo de MARK LINDSAY, o vocalista do PAUL REVERE & THE RAIDERS, e uma espécie de JON BON JOVI daqueles tempos.
E muitos deram certo, como VAN MORRISON; após sair do THEM, tornou-se compositor e estilista supremo – e até hoje. E o novaiorquino BILLY JOEL, muito similar a MORRISON em percurso e originalidade.
Este foi apenas um dos movimentos tectônicos no subsolo da música. É impossível não recordar de JOHNNY CASH, BOB DYLAN e TOM JOBIM, e do retumbante sucesso e significado que obtiveram e retêm! Ou esquecer PAUL McCARTNEY, possivelmente o maior compositor popular da História, quando ingressou na carreira solo, também no final dos “sixties”.
Talvez o mais criativo e interessante desses movimentos tenha sido a transformação de compositores profissionais em performers: JONI MITCHELL, JUDY COLLINS, CAROLE KING, CARLY SIMON… e CHICO BUARQUE, CAETANO, GIL e FRANCIS HIME, para ficar nos que estão aqui postados.
A mudança significou o enterro do preconceito contra as vozes e timbres menores – mas sempre interessantes e peculiares – trazidas ao proscênio por tantos e tontos que é impossível desconsiderar.
Nesta praia agreste, que tal citar LEONARD COHEN, LOU REED e o próprio CHICO?
E vamos homenagear os grande – enormes! – com vozes agradáveis: EGBERTO GISMONTI, GORDON LIGHTFOOT, SCOTT WALKER, e FRANÇOISE HARDI. E há mais, muitos mais!!!!
Aqui, tem pra todo mundo e preferência: de NORAH JONES a CARLA BRUNI; e JOHN MARTIN e TIM HARDIN, dois intimistas e refinados criadores de um “FOLK-JAZZ” à inglesa.
E que tal focar em NEIL YOUNG e JAMES TAYLOR? E decolar para ELVIS COSTELLO e pousar em DONOVAN? Pode ser?
São todos SINGERS & SONGWRITERS de primeira linha, para delimitar o espaço e a escrita.
Esqueci um montão! e aceito críticas de tratores e detratores, porque tema vasto e imperfeito.
TIO SÉRGIO vai dar uma informação curiosa:
Vocês conhecem HANK SNOW?
Pois bem, era canadense e fez longuíssima carreira de 60 anos no HOSPÍCIO DO NORTE, como cantor e compositor de música COUNTRY. Quer dizer, era do time aqui!
Pois bem, HANK morreu em 1999. Deixou140 LP`S, e colocou 85 SINGLES na parada da BILBOARD! Ele tem 6 BOXES enormes de CDS com suas músicas coligidas, remasterizadas e lançadas pela GRAVADORA – BOUTIQUE alemã BEAR FAMILY RECORDS!
Foi SINGER-SONGWRITER gravado pelos STONES, ELVIS, RAY CHARLES e outros “submersos”, em tal quantidade que é impossível citar!
HANK SNOW É O SEGUNDO MAIOR VENDEDOR DA HISTÓRIA DA GRAVADORA R.C.A VICTOR, perdendo apenas para um cara chamado ELVIS PRESLEY!
Considerem conhecê-lo também!
POSTAGEM ORIGINAL: 09/10/ 2021
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PETER KNIGHT – MAESTRO ECLÉTICO

Vocês sabem o que os três discos da foto têm em comum?
A regência do maestro PETER KNIGHT. São discos muito diferentes entre si. Mas feitos em torno da mesma época.
O quase desconhecido ELIS REGINA IN LONDON, de 1969, teve a orquestra gravada na Inglaterra; e os vocais aqui mesmo, no BRASIL.
KNIGHT envolveu-se com o mais discreto entre os CULTS, o cantor SCOTT WALKER, em seu primeiro álbum solo, lançado em 1967. Ele deixara os WALKER BROTHERS, americanos, e sucesso absoluto na PÉRFIDA ALBION. Porém, SCOTT era um tanto intelectual e depressivo para ser um POP IDOL…
E, PETER KNIGHT está em álbum dos MOODY BLUES, o clássico atemporal “DAYS OF FUTURE PASSED”, também de 1967 . Considerado entre os mais importantes álbuns de todos os tempos!
O maestro era talento eclético e genuíno. E de legitimidade incontestável, naqueles tempos.
Procurem ouvi-lo. E, se possível, tenham os três na discoteca!
POSTAGEM ORIGINAL: 07/10/2016
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ROLLING STONES – GOAT’S HEAD SOUP – 1973 – NOVA EDIÇÃO COM 2 CDS

OS ROLLING STONES SEMPRE FORAM UM COMPÓSITO ORGÂNICO FUNCIONANDO PARA UM DESTAQUE: MICK JAGGER.
ELE É O ASTRO POP SUPREMO. PERFORMER E HOMEM DE PALCO INIGUALÁVEL, LETRISTA PERSPICAZ, MAS CANTOR DE RECURSOS LIMITADOS.
NADA ERRADO QUE A BANDA, FIRME E COESA, ATUASSE DESTA FORMA E COM SUCESSO INDISCUTÍVEL. MAS, EXPLICA PORQUÊ “RON WOOD” ENTROU COM ENTROSAMENTO E PESO ÚNICOS. GARANTINDO, ATÉ AGORA, UM GRUPO EFICAZ E COMPACTO.
OS STONES NÃO SÃO BANDA PARA SOLISTAS. POR ISSO, “MICK TAYLOR” NÃO DEU CERTO. E OS SUBSTITUTOS COGITADOS À EPOCA, “JEFF BECK” E “RORY GALLAGHER”, SE AJUSTARIAM MENOS AINDA: AMBOS TENDIAM A DESTACAREM-SE DOS RESTANTES NO GRUPO.
A EFICÁCIA ESTÁ NO TODO; E NOS RIFFS, SEMPRE CORTANTES E MATADORES. CADA MACACO COM SUAS BANANAS E TERRITÓRIO.
“GOAT’S HEAD SOUP” É DISCO MEDÍOCRE. MENOS POR SEU REPERTÓRIO INSOSSO; MAS, DESCONFIO E DISCUTO, POR UM ERRO ESTRATÉGICO E BÁSICO: FOI GRAVADO NO “BYRON LEE’S DYNAMIC STUDIOS”, EM KINGSTON, JAMAICA. O LOCAL É AUDIVELMENTE ABAIXO DO PADRÃO INTERNACIONAL PARA UMA BANDA DE TAL PORTE E PRESTÍGIO.
A CAPTAÇÃO SONORA E A QUALIDADE GERAL DA GRAVAÇÃO RESULTARAM PÉSSIMAS. MAS A REMIXAGEM ATUAL FEITA POR GILES MARTIN, FILHO DE GEORGE MARTIN, O LENDÁRIO PRODUTOR DOS BEATLES, MELHOROU MUITO A QUALIDADE GERAL DO ÁLBUM.
GILES É UM DOS CRAQUES DE ESTÚDIO NA ATUALIDADE. E POSSIBILITOU “RECORTE” AOS INSTRUMENTOS; QUE MELHOROU O SOM DAS GUITARRAS EMBOLADAS, E DOS METAIS ALGO SURDOS, QUE ATRAPALHAVAM O PESO R&B SEMPRE ESPERADO NOS DISCOS DOS ROLLING STONES.
MARTIN CONSEGUIU – COM MUITO CUSTO – PRESERVAR CORRETAMENTE O TRABALHO DE BAIXO FEITO POR BILL WYMAN. TALVEZ O ÚNICO DESTAQUE EFETIVO NA MASSAROCA SONORA ORIGINAL; HOMOGÊNEA E INDISTINGUÍVEL DOS TECLADOS, GUITARRAS E TUDO MAIS…
EM ALGUMAS FAIXAS AJUSTOU BEM MICK JAGGER. “ANGIE”, A ÚNICA REALMENTE DE SUCESSO, E PARTE DO REPERTÓRIO BASE DA BANDA, AGORA FICOU MELHOR E MAIS CONVINCENTE.
POSTO AQUI AS DUAS EDIÇÕES QUE TENHO: A ANTERIOR É AMERICANA, LIMITADA, E FOI LANÇADA NA DÉCADA DE 1990; É, TAMBÉM, BASTANTE RUIM!
ENTÃO, É MELHOR FICAR COM A RECENTE. GILES MARTIN FEZ O MÁXIMO COM AS GRAVAÇÕES ORIGINAIS DISPONÍVEIS. E HÁ FAIXAS BONUS: “SCARLET”, POR EXEMPLO, TRAZ “JIMMY PAGE” NA GUITARRA. NADA DEMAIS, PORÉM, É SEMPRE UM ATRATIVO.
NO GERAL, É DISCO PARA COLECIONADORES OU COMPLETISTAS. E O STONES TÊM COISAS MUITO MELHORES PARA A GENTE CORRER ATRÁS.
OUÇA ANTES DE COMPRAR.
POSTAGEM ORIGINAL: 27/03/2021
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O PAU DE FOGO ENCANTADO: GUITARRISTAS E GUITARREIROS EM VIAGEM MÚSICA AFORA

Meus dois padrinhos e amigos, Sergio Oliveira Cardoso e Cristina Del Monaco Cardoso, mandaram um selfie direto do show que JOE SATRIANI fez no Brasil.
Estavam encantados! SATRIANI é originail e tecnicamente sofisticado; está entre os maiores guitarristas da história da música popular.
Eu recordo uma entrevista dada pelo grandíssimo violonista clássico, ANDRÉS SEGOVIA, onde lhe perguntaram o que achava da turma do ROCK – ERIC CLAPTON e JIMI HENDRIX, etc…. O velho, diplomaticamente, respondeu que “não concordava como eles tocavam o instrumento”.
Claro? Talvez.
Pois, é: o pau de fogo encantado sempre incitou opiniões; surpreendeu e surpreende porque companheiro, cão de guarda, confessor de milhões e milhões de ouvintes; de tocadores, a detratores a traidores, por gerações seguidas.
Os violões e as guitarras são os instrumentos musicais mais democráticos já criados. Rivalizam com os de percussão – comparativamente primitivos, e nem por isso mais primários. Batucar é imediato, tocar guitarra exige um pouco mais de rudimentos.
E desse “pouco”, muito pouco, se vai e se foi a fronteiras inimagináveis. Da simplicidade de John Lee Hooker, à estudada sofisticação de João Gilberto, se pode construir estradas e ramais.
E abrir caminhos e ideias que escapam como asteróides, e tangenciam do jeito que fazem os cometas e, muitas vezes se perdem no espaço aberto, atraídos por outros mundos, estilos e possibilidades.
Guitarras são naves espaciais: viajam, vão longe, e nem sempre lembram a sonoridade e a música inicial. É instrumento sofisticado.
Não é à toa que nos atraem: levitamos com elas, nos reimaginamos junto delas e, muitas vezes, também estranhamos os sons que elas produzem. São PAUS DE FOGO; ou de madeiras e cordas delicadas que fazem o corpo e a alma siderarem.
O ROCK sempre foi, basicamente, o habitat das guitarras. Dos anos 1950, até hoje. De B.B.KING no BLUES;
passando por CHUCK BERRY e SCOTT MOORE; e, vá lá, para citar os de sempre, CLAPTON, JEFF BECK, JIMMY PAGE, e outros tantos e tontos. A sonoridade sempre foi identificável, evolutiva digamos, apesar das surpresas e percalços.
Mas, a turma do “não, não é desse jeito”! também eclodiu no início da década dos 1970: FRANK ZAPPA, ROBERT FRIPP… apagaram a luz na caverna – e a reacenderam quando saíram dela…
Há um “gap” sensorial na percepção do som das guitarras. Entre HENDRIX e FRIPP há um estranhamento, uma vereda para outros mundos. Os famosos permaneceram; mas, pela fresta ZAPPOFRIPPIANA, escaparam duendes e incandescentes.
É difícil afirmar, mas talvez o primeiro deles tenha sido EDDIE VAN HALEN, o metaleiro que misturava influências dos, ahnn… rockers clássicos… com a disrupção dos experimentalistas.
O ROCK do VAN HALEN é de formatação clássica, mas a execução é vanguardista, e isto o colocou na gênese da nova onda do “HEAVY METAL” – livres do BLUES e do ROCK convencional, e mais próximos da turma do PROGRESSIVO e do EXPERIMENTAL.
Daí, despontaram e pespontaram músicos mais distantes dos jargões e com formação técnica e acadêmica mais aprimorada. No final dos anos 1980 e início dos 1990, essa geração de guitarreiros, quase ‘atletas’ do instrumento, se escancarou para o mercado. JOE SATRIANI e STEVE VAI, por exemplo. Porém, ladeados por bandas alternativas e ao mesmo tempo experimentais, como o SONIC YOUTH. Este clube nascente redefiniu o som da guitarra, e seu uso principalmente no ROCK.
Hoje, bandas de metal alternativo, como NICKLEBECK, ou metal progressivo, na linha DREAM THEATRE trabalham essas novas sonoridades
Agora, o TIO SÉRGIO se pergunta: será que gosto do que eles fazem?
De algumas coisas, com certeza. Mas, de forma geral, eu não os prefiro.
Seja como for, eu reconheço e identifico a mudança que propuseram e, com isso, os limites do meu gosto pessoal para acompanhar as vanguardas. Mesmo estando atento ao que fazem, acho que ainda fecho com a tradição.
Procurem ouvir todos eles! A viagem é magnífica!
POSTAGEM ORIGINAL: 05/10/2021
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