THE WHO – MY GENERATION – 1965 – O BEAT/R&B INGLÊS EM ESTADO PURO!

Por volta de 1969, acho, passou em alguns cinemas de SAMPA um filme/show apresentado pela DUPLA americana JAN & DEAN, com várias bandas e cantores de sucesso daqueles tempos.
Lá pelas tantas, um dos dois entrou no palco fantasiado de bombeiro. E o outro perguntou por que estava vestido daquele jeito?
A resposta: “É porque agora vai pegar fogo”. E anunciou JAMES BROWN & THE FLAMES. Não deu outra, o negão incendiou a plateia com o R&B dançável, anárquico, cheio de irreverência e violência.
MAS, tio SÉRGIO, o que aquilo tem a ver com THE WHO?
Vou fazer uma digressão provocativa.
Vocês lembram do OASIS, lógico? E do BLUR? Também, é claro.
E quando escutamos as duas bandas, quem vem à cabeça?
Para mim, BEATLES e THE KINKS. Eu defendo.
Agora, retornem para mais ou menos 1976, e pensem em THE CLASH, em seu memorável primeiro álbum; e em THE JAM, de PAUL WELLER. E de cara vêm THE WHO à memória.
Provocando vocês, o PUNK do CLASH e do JAM têm filiação direta no BEAT do WHO! Ou não?
Pois bem, as performances e o repertório do WHO, na fase BEAT/R&B, 1964/1966, emulam diretamente JAMES BROWN!
MODS até o último trago no PUB. A banda era fã de artistas americanos de R&B; de negões e neguinhas; e suas performances espetaculosas e ardentes evocavam o R&B original.
O vocal de ROGER DALTREY tenta trazer JAMES BROWN à Inglaterra de 1965. Claro, ROGER é cantor menor; e astro e performer de primeiro time!
O ROCK da banda funciona em torno do seguro baixista JOHN ENTWISTLE; na explosão rítmica de KEITH MOON, na bateria; e na guitarra agressiva e letras vigorosas de PETE TOWNSHEND.
O WHO da fase inicial era, antes de tudo, uma poderosa banda de SINGLES. E o primeiro e seminal LP, THE WHO SINGS MY GENERATION, saiu também no Brasil, em 1966. É amostra perfeita da melhor e mais transgressora performance do ROCK INGLÊS daqueles tempos! Guitarras e baterias destruídas inclusas!
THE WHO se equiparava aos ROLLING STONES, em termos de um funeral para o “bom-mocismo – musical”, que ainda sobrevivia.
Para confirmar a usina de forças que geravam ao vivo, assistam ao FESTIVAL DE WOODSTOCK, de 1969, onde o quarteto fez performance memorável, e talvez não superada em eletricidade e emotividade. Talvez o mesmo deva ser dito sobre “THE WHO LIVE AT LEEDS”, de 1971; até hoje considerado um dos shows de ROCK ao vivo mais delirantes . Dilúvios torrenciais sobre a plateia!
Claro, daí em diante, a história é outra na construção do caminho da merecida elevação da banda ao Olimpo.
Mas, se queres ROCK´N´ROLL, de verdade, o disco é esse aqui!
POSTAGEM ORIGINAL: 27/09/2022
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JEFF BECK: BECKOLOGY, O PRIMEIRO BOX DE JEFF BECK, 1991. “BECK, BOGERT & APPICE” – EM ESTÚDIO E “LIVE IN JAPAN”, 1973. EPIC RECORDS

O CREAM foi muito mais do que um grupo de ROCK. JACK BRUCE, ERIC CLAPTON e GINGER BAKER, três músicos perto da genialidade, tocavam integrados e, ao mesmo tempo, como três solistas. Existe algo de JAZZ na maneira de pensar e executar do TRIO. Ah, também conseguiam cantar bem, quase exceção da regra!
E, percebam, a concorrência era excelente: JIMI HENDRIX EXPERIENCE; TASTE; WEST, BRUCE & LAING; o primeiro JEFF BECK GROUP, com ROD STEWART, no vocal; e também o LED ZEPPELIN Só para ficar nos maiores, que focavam mais na integração, do que no destaque de um ou dois integrantes.
A minha impressão depois de 50 anos, é que JEFF BECK, TIM BOGERT & CARMINE APPICE tinham potencial para se tornarem um trio de solistas, absorvendo certas características do CREAM, mas rumando em direção ao R&B e ao HARD ROCK.
Só que não rolou assim. Os três especularam fazer algo juntos desde o início de 1968, quando a original fusão SOUL/PSICODELIA feita pelo VANILLA FUDGE, de BOGERT e APPICE,; namorava com o gosto de BECK pelo R&B e a experimentação.
Os percalços da vida, e um acidente de automóvel muito sério sofrido por BECK, desviaram os três. Assim, CARMINE e BOGERT montaram o CACTUS – banda eficiente de HARD ROCK e “levada” BLUESY/BOOGIE, como o SAVOY BROWN e o FOGHAT, sucessos de público por aqueles tempos.
JEFF BECK, depois dos YARDBIRDS, foi testando carreira solo. O BOX BECKOLOGY, de 1991, com 3 CDS, LIVRETO, etc… é ótima opção para desvendar a carreira de BECK.
Lá estão os SINGLES onde ele cometeu vocais, e teve um HIT instrumental com música do maestro PAUL MAURIAT, a melosa e grande sucesso “LOVE IS BLUE”. Há, também, vários B SIDES, e outras faixas inéditas. A discografia clássica do período vem a seguir…
JEFF BECK montou seu primeiro “GROUP’ com ROD STEWART, no vocal; RON WOOD, no baixo, e grande elenco. O primeiro disco, TRUTH de 1968, sucesso de público e crítica, foi mais ou menos clonado pelo LED ZEPPELIN, no primeiro disco de PAGE e CIA…
Ele lançou outro com o mesmo time: BECK OLA, 1969.
Depois, modificou totalmente a banda, tornando o som mais orientado para FUSION entre o ROCK, o R&B e a SOUL MUSIC. E, fez outros dois álbuns sensacionais, e determinantes para o destino de BECK: “ROUGHS AND READY”, 1971; e “JEFF BECK GROUP”,1972; discos em que já existem músicas instrumentais, carro chefe de seu repertório posterior.
Finalmente, em 1973, BECK, BOGERT & APPICE conseguiram se juntar. O resultado é um TRIO instrumentalmente poderoso, fundindo o gosto dos três pelo R&B, com a levada BOOGIE de TIM & CARMINE; e a guitarra inconfundível de BECK – já consagrada e foco de atração internacional.
O primeiro disco, feito em estúdio, é bem produzido, muito harmônico e melodioso, com fusão instigante de R&B e ROCK. Mas, em minha opinião, peca pelos vocais raquíticos e sem inspiração nenhuma. A bem da verdade, nenhum dos três sabe cantar!
E é compreensível que continuassem como trio. Afinal, é muito difícil achar um vocalista que se adapte; e seja, ao mesmo tempo eficiente, e não roube a cena dos instrumentistas. O disco foi sucesso.
O segundo lançamento, um álbum duplo gravado ao vivo no JAPÃO, em 1973, é considerado clássico e CULT. Todos os meus amigos, e a maior parte da turma do ROCK adora! É um SHOW barulhento; e, claro, os vocais são lamentáveis… Mas, e daí? É ROCK pesado de alta qualidade na veia e nos tímpanos…
JEFF BECK gosta de bateristas poderosos, mas não conseguia ouvir o que rolava, tal o caos sonoro que a bateria furiosa de CARMINE APPICE gerava!!!
O TRIO gravou um terceiro disco, que foi arquivado, mas virá em BOX com livreto, fotos e tudo o que fizeram. E com mais um SHOW inédito da época, gravado na INGLATERRA.
Aquele foi um período intenso de transição e afirmação. JEFF BECK desenvolveu-se artística e tecnicamente; e concluiu, já em 1974, que o caminho era a música instrumental. E, claro, passou a convidar cantores e outros instrumentistas para incrementar discos e SHOWS.
Se observarmos atentamente, JEFF BECK está no cerne do JAZZ FUSION da COLUMBIA RECORDS, na companhia de MILES DAVIS, e a MAHAVSHINU ORCHESTRA de JOHN McLAUGHLIN.
E um olhar mais profundo nos levará ao som de PAT METHENY e a FUSION da gravadora ECM, dos anos 1970, e até hoje. Para confirmar, procurem ouvir “RHAYNE´S PARK BLUES”, de 1971 – depois mediocremente rebatizada “MAX TUNES”. Essa tendência talvez tenha começado lá.
JEFF BECK, foi um verdadeiro gênio. Cruzou e influenciou mais de 55 anos de música popular relevante.
Aqui, a iniciação do mito. É pra lá de legal!
POSTAGEM ORIGINAL:23/09/2023
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ALFRED BRENDEL – “O” PIANISTA!

INICIAR PELO USUAL NÃO VALE A PENA. SERIA ENFATIZAR O ÓBVIO. PORÉM, BRENDEL É MESMO DOS MAIORES MUSICISTAS DA HISTÓRIA. É UM INTELECTUAL DA MÚSICA, E UM ARTÍFICE DA EXECUÇÃO PIANÍSTICA.
NÃO SEI SE ESTE VÍDEO TEM VERSÃO PARA O INGLÊS. EU O PUBLIQUEI PARA MOSTRAR A FIGURA DO VELHINHO, SEU AMBIENTE, E PARA DIZER QUE FOI FEITO, EM 2015, QUANDO FOI LANÇADO MAIS UM “BOX-SET” COM SUA OBRA:
É PROJETO MONUMENTAL E CANDIDATO AO DEFINITIVO, COM NADA MENOS QUE 114 CDS!!!! “TIO SÉRGIO” REPETE PASMO: 114 CDS! ABRANGE TODA A CARREIRA, E FOI FEITO PARA OS COMPLETISTAS, OS FANÁTICOS, OS MEMORIALISTAS, OU SIMPLESMENTE PARA OS DILETANTES RICOS PRA CARAMBA!!!
NÃO ENTENDO DE MÚSICA CLÁSSICA. MAS SEI QUE A PERSPECTIVA DE “ALFRED BRENDEL” É ÚNICA. SUA TÉCNICA, O ESTILO, E O DEDILHAR ABSOLUTAMENTE CORRETO, NOTA POR NOTA; E DE TAL FORMA QUE SE OUVE CLARAMENTE A EXECUÇÃO DE CADA PEÇA, É DE INCONTESTÁVEL EXCELÊNCIA!
BRENDEL É UM RACIONALISTA COM SENSIBILIDADE EXTREMADA. UM ARTISTA COM TOTAL DOMÍNIO DE SUA TÉCNICA E DOM, E DE COMO USA-LOS NA REALIZAÇÃO DE SUA OBRA!
ENTÃO, PARA OS QUE SABEM COM MAIOR PROFUNDIDADE – E NÃO É O MEU CASO – TENTEM COMPARAR POR EXEMPLO, O SEU ESTILO AO DE “WILHELM KEMPFF”, OUTRO PIANISTA SUPREMO – DE TOQUE “MAIS DURO”, ATAQUES MAIS ACENTUADOS.
ALFRED BRENDEL É ESPECIALISTA EM BEETHOVEN; E GRAVOU TRÊS VEZES O CICLO COMPLETO DAS SONATAS, E QUATRO VEZES O DOS CONCERTOS PARA PIANO. EU DISSE 3 E QUATRO VEZES!
O KARAJAN, QUE NÃO ERA PREGUIÇOSO… FEZ TRÊS VEZES O CICLO COMPLETO DAS SINFONIAS E CONCERTOS PARA PIANO!
SE VOCÊ QUISER UM RESUMO ( NÃO UMA COLETÂNEA ) DE SUA MAIS FAMOSA VERSÃO DA OBRA DE BEETHOVEN, EXISTE UM BOX – NADA CARO! – LANÇADO PELA “DECCA RECORDS”, COM DOZE CDS, GRAVADOS NOS ANOS 1970, TRAZENDO UM DOS CICLOS INTEGRAIS DAS SONATAS. E, TAMBÉM, OS CONCERTOS PARA PIANO ACOMPANHADOS PELA FILARMÔNICA DE LONDRES, SOB A REGÊNCIA DE BERNARD HAITINK.
SÃO EXUBERANTES! TIO SÉRGIO GARANTE!
OUSE.
POSTAGEM ORIGINAL: 22/09/2024
Alfred Brendel spricht über seine Aufnahmen für Philips

THE NEON PHILHARMONIC – THE MOTH CONFESSES – WARNER, 1969

Vou começar da seguinte forma:
Esse disco foi lançado em janeiro de 1969; e, no encarte, há um sub – título: “A PHONOGRAPH OPERA”. Para não esquecer, TOMMY, do THE WHO, foi lançado em 12 de maio de 1969. Cinco meses depois…
É chatice abissal discutir idades, ideias prévias ou detalhes sobre supostas competições, porque chamar alguma coisa de ÓPERA ROCK tornou-se clichê, daqueles tempos em diante, e geralmente era falsa informação, marketing; pura FAKE NEWS. Porém, é um álbum CONCEITUAL.
Este álbum é uma curiosidade artisticamente bem elaborada, que teve sua gênese em tempos de inventividade artística incontestável.
O NEON PHILHARMONIC não era exatamente um grupo – para variar -; mas projeto de um compositor de vanguarda meio escondido, chamado “TUPPER SAUSSY”; que concebeu o disco; e juntou-se a DON GANT, um cantor de estúdio e a outros músicos profissionais; e utilizou nas gravações parte da ORQUESTRA SINFÔNICA DE NASHVILLE.
O resultado é uma obra “PROGRESSIVO-PSICODÉLICA” – ou vice-versa -, orquestrada de jeito semelhante aos nossos ARTHUR VEROCAI e ROGÉRIO DUPRAT, e de arranjadores americanos dos discos da COLUMBIA RECORDS, da época.
SAUSSY era um visionário. Embatucou que faria uma ÓPERA POP, e procurou assistir às “piores produções em cartaz” para entender o “porquê de serem consideradas ruins”!!!
E fez uma “ÓPERA” com uma única voz, para ser escutada em disco, e não encenada.
O personagem era “livre como uma mariposa” (MOTH, em inglês ). Errática, fascinada pelas luzes, e solitária. Metáfora para o nome do álbum e certamente para ele mesmo.
TUPPER era leitor de escritores do realismo fantástico, JORGE LUIS BORGES, principalmente. Ele tinha formação musical e ousadia suficientes, para aproveitar as novas tecnologias de gravação e ideias correntes no final dos anos 1960.
Ele Misturou coisas do dia-a-dia com ficção, elaborou letras misteriosas e livres, típicas de quem havia lido e escutado DYLAN, JAMES JOYCE, KAFKA. Ele deu fluxo às ideias de forma subjetiva, a tal “STREAMING OF CONSCIENCE”.
Resultado: criou música livre, nada ortodoxa, melódica mas algo difícil, e muito original. Desse disco saiu um pequeno mas cult sucesso do “SUNSHINE POP”, a lindíssima “MORNING GIRL”. Consiga o disco para a sua discoteca. TIO SÉRGIO recomenda com discreta efusividade… hummmm!!!! A dupla gravou outro Long Play, também em 1969. E ponto final.
Uma historinha pessoal sobre o álbum:
Esse disco saiu por aqui, em 1969. Então, comprei. Certo dia, um incauto amigo fez um bailinho na casa dele e pediu para eu “discotecar” a gandaia.
Não tive dúvida, e levei “os meus discos”…
Tragédia terminal!!! Num certo momento, e sei lá o porquê, coloquei o NEON PHILHARMONIC pra tocar. Foi protesto em nível de agressão! Alguns amigos me “liberaram” da vitrola – não muito gentilmente…
E, quando fui ao quintal para tomar cerveja, encontrei o disco com barbante passado pelo furo e amarrado no varal junto com as roupas lavadas!!!
Meu eterno amigo/irmão Aldahyr Ramos, havia pegado o disco, colocado na privada e dado descarga…
Estava secando no varal por causa disso…
Não estragou.
POSTAGEM ORIGINAL: 22/09/2020
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FRANÇOISE HARDY – E O ALEATÓRIO QUE NOS FASCINA!

Aventurar-se pelo mundo das coisas, pessoas e ideias é penetrar por veredas insondáveis. A lógica da procura está no decorrer da História que foi ou vai sendo tecida. E, para sermos realistas, na profusão de histórias que iniciam de um jeito e desembocam em outro; e podem requerer artifícios para serem seguidas, e nos levar a infinitas possibilidades que vamos descobrindo no caminho. E, também, às escolhas feitas pelos personagens, muitas vezes circunstanciais e aleatórias. É preciso observar mundos, e perscrutar pedaços de realidades para imaginar “verdades possíveis”.
A História real não se expressa em sequência; e nem é homogênea: pode ser montada do ponto de vista do observador – ou dos vários observadores. E se a verdade considerada científica é uma construção epistemológica, para as coisas mais cotidianas, da existência simples no dia a dia, pode ser a narrativa de cada observador. E isto cabe para artes em geral, e música principalmente….
Ou não?
Deste ponto de vista, tudo pode acontecer e a tudo cabem interpretações entre as muitas escolhas possíveis, mas não feitas; ou que simplesmente não rolaram. O papel do”SE” na História da Arte é intrigante!
Se com livros, discos e opiniões em mãos o percurso atrás de alguma explicação está sujeito a chuvas, furacões e trovoadas; é perfeitamente possível acabar compreendendo a vitória do simplismo; das FAKE NEWS; das repetições; das ideias fixas e do conservadorismo, em geral.
Observem que a maioria dos artistas que descobre uma fórmula de sucesso a repete até os ouvintes não aguentarem mais! Estão faltando BOWIES e CAETANOS. E sobrando elencos quase inteiros do ROCK IN RIO…
Tá bom, TIO SÉRGIO! Você é um TIGRE de BENGALA (ainda, não; ainda, não!) pensativo e falastrão. E o que tem a FRANCISQUINHA a ver com as tuas elocubrações de insano manso?
É mais ou menos o seguinte: como apaixonado por música, e reincidente contumaz; até há poucos meses eu garimpava coisas baratas nos “sites” INTERNET afora. E, caso não gostasse, eu descartava, trocava. O prejuízo era pequeno.
Mas, com a imposição do DÓLAR CURRA, juntado à EXTORSÃO FISCAL ABJETA e aos fretes ABUSIVOS; tudo considerado, as minhas finanças saíram feridas de morte. Então, movi-me retro; como todo mundo que compra de calcinhas a LONG PLAYS. Fiquei tão isolado da economia internacional, como todo o mercado brasileiro de importados… A gente não decola nunca por causa da insanidade fiscal e tributária…
Mas antes do estupro definitivo, descolei três discos da FRANÇOISE HARDY. Quando aportaram à minha … “porta”…, somando a indigestão total cada um custou cerca de $ 6,00 BIDENS, uns R$ 36,00 mandacarus. E mesmo sob o DÓLAR CURRA atual, custaram mais barato do que qualquer CD lançado no Brasil à época, e hoje em dia…
Então, vamos à parte legal da narrativa.
Lá no meio da foto, está o CD FRANÇOISE HARDY, gravado quando ela tinha tinha apenas 18 anos. É o primeirão da musa; um BEAT POP FRANCÊS mambembe. Mas traz o clássico “TOUS LES GARÇONS ET LES FILES”. Foi lançado em 1962 pela VOGUE, e vendeu 5 milhões de cópias no mundo inteiro!!! Um HIT de verdade!
Porém, FRANCISQUINHA não gostou do “rebento”, e relatou pra gente: – “Estou acompanhada pela pior banda do mundo! A minha voz era fina, a melodia simplista, e as letras inconsequentes. Eu fiquei satisfeita de ter feito, mas não orgulhosa”… Ela vendeu mais em dezoito meses, do que EDITH PIAF em dezoito anos!!!! Sacaram a ressaca da gata?
FRANCISQUINHA estudou Ciência Política e Literatura na SORBONNE, mas não concluiu os cursos. Viveu 1968 e suas consequências. Com o tempo, além do sucesso enorme, tornou-se modelo; e depois astróloga com vários livros publicados.
Na FRANÇA, ela era vista como tímida e tristonha. E nem tão bonita assim!!! Ofídios de plantão diziam que FRANÇOISE parecia um aspargo: “alta e magra demais”… Por lá, a turma preferia mesmo a SYLVIE VARTAN, que nasceu na Bulgária…
Mas quando ela atravessou o CANAL DA MANCHA, os ingleses deliraram! Sua imagem causou sensação! JAGGER teve um quase namorico correspondido – mas exigir o mínimo de compostura de MICK é impossível… E até DYLAN escreveu poema homenageando a felina francesa, na contracapa de “ANOTHER SIDE OF BOB DYLAN”… E BOWIE sempre foi apaixonado…
Dos três discos postados, o mais interessante e surpreendente é “MIDNIGHT BLUES” – PARIS LONDON 1968/1972. São dois LPs. originais que ressaltam o hiato em meio à produção habitual de FRANÇOISE: “ONE-NINE-SEVEN-ZERO”, de… ora, ora…, 1969; e FRANÇOISE HARDY, lançado em 1972, são totalmente cantados em Inglês. Há canções compostas por FRANÇOISE e seu parceiro na época, PIERRE TUBBS. E. também COVERS de LEONARD COHEN, BEVERLY MARTIN, BUFFY SAINTE-MARIE, RANDY NEWMAN, LEIBER & STOLLER e NEIL YOUNG.
Para mais bem compreender essa trajetória, surgiu em cena um acaso significativo: a profusão de grupos BEAT ingleses no mercado, lá por 1963/65, que expulsou vários deles para outros cantos.
E migrou para a ITÁLIA o “famoso” “NERO & THE GLADIATORS”, que logo depois foi parar na FRANÇA. E lá, parte formou a banda de SYLVIE VARTAN que abriu para os BEATLES no histórico show no OLYMPIA de PARIS, em 1964. Só isso…
O guitarrista era um certo MICKY JONES; que era e é CRAQUE. Ele ficou uns seis anos na FRANÇA, e gravou com SYLVIE, JOHNNY HALIDAY, e outros. Com FRANÇOISE HARDY fez sessões para o disco ONE NINE, SEVEN, ZERO, de 1969, realçando um BEAT/FOLK à THE BYRDS, SEARCHERS … e outras pitadas transferidas do ROCK PSICODÉLICO….
FRANÇOISE HARDY era precoce. E fascinada com a hipótese de expandir carreira na INGLATERRA, percebeu que havia uma revolução estética que poderia coadunar-se ao seu jeito algo ensimesmado de cantar, contido; FOLKISH, por que, não?
E, após “EN ANGLAIS”, 1968, o primeiro dela gravado por lá, FRANÇOISE fez JOE BOYD, o famoso produtor inglês, saber que ELA gostaria de gravar um disco inteiro de canções compostas por NICK DRAKE.
E lá foram BOYD e DRAKE encontrar-se com FRANÇOISE, em PARIS. Conta BOB STANLEY, músico e criador do grupo pop SAINT ETIENNE, hoje articulista da RECORD COLLECTOR, que se a francesinha era tímida, DRAKE era quase incomunicável. E nenhum falava a língua do outro. O clima frio congelou de vez, e o disco não rolou.
Mas, o fracasso a levou a gravar o “FRANÇOISE HARDY, 1972”, acompanhada por orquestra e banda formada por gente do FAIRPORT CONVENTION e do FOTHERINGAY. Durante a sessão, “quase todo o mundo musical de LONDRES”, apareceu para simplesmente ver, ou tentar gravar com aquele espécime humano magnético, exuberante!
E a história foi ficando mais saborosa. Entre os dois discos cantados em inglês, e enquanto a aventura britânica se fechava, FRANÇOISE gravou, em 1971, seu álbum mais famoso e bem sucedido: “LA QUESTION”, com a icônica guitarrista brasileira TUCA.
Ou seja, MADAME HARDY trocou a frieza dos compatriotas dos STONES… pelo quase ardor latino de toques bossanovistas. Ela se reinventou; se aconchegou. E tornou – se a inspiração para outras. Inclusive CARLA BRUNI, ex – primeira dama da França; excelente, sutil e “caliente” cantora ítalo francesa. FRANÇOISE permaneceu COOL; e bem longe da concupiscência que CARLA inspira e derrama…
FRANÇOISE HARDY tentou bastante entrar no mercado inglês, mas sem grande sucesso. Mesmo assim, a “paixão atávica”por lá despertou; e levou, na década de 1990, grupos como o BLUR e os PET SHOP BOYS a gravarem com ela SINGLES de muito sucesso.
Fecho essa narrativa torta, cheia de altos e baixos feito montanha russa, que vai do BEAT INGLÊS, deságua na FRANÇA, vai até os BEATLES no OLYMPIA, volta para uma francesa que gostava de NICK DRAKE, mas que retorna ao calor latino. Mas sempre perto da contemporaneidade.
E recordo outro herói recôndito e “ziguezagueante”: MICKY JONES, que ajudou a atualizar o POP ROCK FRANCÊS, e voltou para a INGLATERRA; entrou para o SPOOKY TOOTH, passou por incontáveis, e fundou o FOREIGNER, em 1976, onde fez fama, fortuna e lá permanece.
Se alguém acha que isso tudo faz sentido, é porque enxerga razões objetivas na aventura humana pela vida fragmentada que todos vivemos.
Viver é tentar compor acasos aleatórios esparsos e soltos pelaí…
Foi o que tentei!
POSTAGEM ORIGINAL : 21/09/2024
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WALL STREET – TRILHA SONORA de DAVID BYRNE e BRIAN ENO – 2010

E aí, TIO SÉRGIO, gostou?
Vou pelo começo. Uns tempos atrás, eu estava caçando pela INTERNET- LOJAS, essas coisas, e dei de cara com esse disco a preço da honra de certos políticos…
Parei, olhei, procurei saber.
E soube que é uma trilha composta por DAVID BYRNE, o cara dos TALKING HEADS, e o BRIAN ENO… Hummm, pensei, cogitei, separei. Comprei.
Depois, percebi uma coisa interessante. A trilha, na verdade, foi literalmente exarada de um disco dos dois chamado “EVERY THING THAT HAPPENS WILL HAPPEN TODAY”, e uma faixa de outro disco; mais outra dos TALKING HEADS; e uma composição do produtor CRAIG ARMSTRONG. Quer dizer, vale por uma coletânea de BYRNE e ENO.
Então tá!
Mas TIO SÉRGIO, você gostou? É bom?
Bom, é tipo assim. Eu gosto muito do ENO; mas pro BYRNE e os TALKING HEADS jamais dei bola…
Ahhh, não é ruim, não é desinteressante, não é intragável, não é cativante, vou deixar na estante, mas não é … pra mim.
As faixas são algo recorrentes… meio repetitivas. Achei o disco longo… E mais ao estilo BYRNE do que ENO. Tem aquela levada vocal do BYRNE, manjada; a gente sabe que é ele. Mas, no fundo, e daí…
Foi uma compra que não senti no bolso. E nem na alma…
Sei lá, entende…
POSTAGEM ORIGINAL: 20/09/2025
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OS EFEITOS DO “GOLPE DE 1964” TERMINARAM COM AS CONDENAÇÕES DE 11/09/2025!

Os conspiradores que tramaram romper a INSTITUCIONALIDADE durante o governo BOLSONARO, foram julgados e condenados pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em 11 de setembro de 2025; encerrando de vez os efeitos e a memória histórica do GOLPE de 1964.
À luz do evento de 1964, restou o medo, que sempre pairou sobre a sociedade, de que permanecia, entre os militares, o desejo latente de insurreição e golpe; temido ao longo das décadas, inclusive após a CONSTITUIÇÃO DE 1988.
Nas intervenções muito bem documentadas, em reuniões onde a hipótese de GOLPE foram aventadas, os MINISTROS do EXÉRCITO e da AERONÁUTICA de BOLSONARO se recusaram a dar apoio a quaisquer rompimentos da legalidade.
Os dois ministros: o general MARCO ANTONIO FREIRE GOMES, e o tenente – brigadeiro CARLOS DE ALMEIDA BATISTA JR, segundo testemunhas, confrontaram o ex-presidente BOLSONARO, que estava em sala, no Palácio da Alvorada, e dirigindo a reunião realizada em 7/12/2022, onde foi aventada a hipótese de ruptura democrática, um golpe de Estado, para evitar que LULA, vencedor no pleito de 2022, assumisse o poder. Há provas disso.
O possível golpe foi sustado no coração do sistema militar. O que denota a solidez das INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS BRASILEIRAS, inclusive nas forças armadas.
Não importa o que venha a ocorrer daqui para frente. Se haverá diminuição de penas; ou cumprimento fora das grades; e mesmo que, no futuro, eventualmente haja anistia para os participantes. O fato é que nunca se imaginou militares de alta patente no banco dos réus; Generais e Almirantes presos preventivamente; e políticos e populares processados e presos por conspiração contra o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
O gesto efetivo de identificar, investigar, julgar e punir os principais responsáveis pela trama golpista, é o símbolo que faltava para a CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA NO BRASIL.
Fazendo um paralelo sociológico, e utilizando a metodologia de MAX WEBER, na tese da acusação foi realizada a construção de um TIPO IDEAL para demonstrar todo o percurso do crime.
A linha seguida pelo SUPREMO foi traçar um histórico detalhado do processo golpista; incorporando cada momento e ato, o que revela com nítida clareza as intenções da somatória dos fatos. Não vou fazer digressões. Está tudo documentado; está nas mídias.
Por isso, a tese adotada pela PROMOTORIA e aceita pela maioria do SUPREMO, é a mais correta, sustentável, e lógica:
A CONSPIRAÇÃO GOLPISTA FOI UM PROCESSO DINÂMICO, QUE SEGUIU UM ENCADEAMENTO DE ATOS OBSERVÁVEL NO TEMPO, ONDE FICARAM EVIDENCIADOS E EXPLICADOS A CORRELAÇÃO ENTRE ATOS E FATOS DE MANEIRA LÓGICA, E COM OS PARTICIPANTES INEQUIVOCAMENTE IDENTIFICADOS NO DECORRER; E, TAMBÉM, FICOU DEMONSTRADO QUE AS RESPONSABILIDADES FORAM COMPARTILHADAS ENTRE OS IMPLICADOS. PORTANTO, CONFIGURANDO “FORMAÇÃO DE QUADRILHA”.
No entanto, mesmo considerando as preliminares, onde o juiz LUIZ FUX acusou a impertinência do foro – e foi contestado e não aceito -; e mesmo que seja verdade que não tenha havido tempo hábil para os advogados examinarem a imensa quantidade de material apensado ao auto. Ocorreu que a interpretação adotada por FUX, restritamente formal, concluiu não ter identificado culpas individualizadas. O que foi também contestado pelos outros integrantes da “PRIMEIRA TURMA”, e a maioria dos outros juízes da Corte.
Eu não sou advogado, e muito menos jurista. Mas talvez o DIREITO PENAL não tenha amplitude e instrumentos adequados para lidar com uma TRAMA POLÍTICO-CRIMINAL de tal envergadura? Ou teria FUX, à priori’, descartado a Formação de quadrilha?
Só quero entender como foi possível ter havido esse tipo de crime, sem ampla organização, o que demanda tempo, planejamento, e requer inúmeros implicados?
Mas, o crime houve, julgou o próprio FUX, que identificou dois culpados de alto coturno, o tenente – coronel MAURO CESAR BARBOSA CID, ajudante de ordens do ex-presidente BOLSONARO; e o general WALTER SOUZA BRAGA NETTO, que foi ministro da Casa Civil, e depois, entre 2021 e 2022, final do governo, o MINISTRO DA DEFESA.
Seria ingenuidade dizer que ambos não eram da convivência direta, e da irrestrita confiança de BOLSONARO! Eram, e foram condenados. Mas a quem “aproveitaria” um desfecho golpista?
Se aconteceu desse jeito, como foi possível FUX ter concordado que tenha havido tentativa de golpe não consumado, e livrar BOLSONARO, o verdadeiro beneficiário do golpe? É claro e nítido! Se não fosse, então quem assumiria o poder se o plano golpista tivesse dado certo?
É impossível não identificar mais envolvidos e corresponsáveis, por quaisquer dos métodos de análise! Os quatro outros juízes da TURMA afirmaram que LUIZ FUX deixou de considerar várias provas no percurso…. E vários integrantes do SUPREMO também criticaram a conclusão do JUIZ FUX.
A sociedade, e a extrema direita bolsonarista em particular, precisam compreender que um GOLPE DE ESTADO é, pura e simplesmente, a tentativa de alijar pela força os que não concordam com o desenrolar da política normal em uma democracia. Portanto, É USURPAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS E DA CIDADANIA de outros. É ilegal, imoral, ilegítimo e antiético!
As eleições que elegeram tanto BOLSONARO como LULA foram livres e honestas; realizadas através de urnas eletrônicas seguras; em campanhas políticas abertas nas ruas, ou pelas redes sociais; com imprensa e debates livres, e os direitos individuais respeitados. Os resultados foram, também, auditados e se deram dentro das margens de erro nas diversas pesquisas eleitorais realizadas.
Foram eleições legítimas. E não houve dúvidas sobre os vencedores. Assim como não há dúvidas de que as forças políticas antagônicas se equivalem, e os embates democráticos e legítimos continuam na sociedade e no CONGRESSO. Portanto, nada justificava pressões pela ruptura da democracia. Aliás, nada justifica. Nunca!
Digressão histórica relevante: a tese da ANISTIA AMPLA, GERAL e IRRESTRITA, votada em 1979, no governo do GENERAL FIGUEIREDO, foi considerada falha pela oposição da época. Porque foram perdoados torturadores e outros responsáveis por crimes cometidos pelo regime militar.
Segundo a tese da oposição, a prevalência da injustiça e da impunidade incentivaria golpes futuros. No entanto, no enfrentamento ao BOLSOGOLPE as INSTITUIÇÕES mantiveram-se firmes. Então, é também possível admitir que a ANISTIA POSSÍVEL, no final do regime militar, foi correta para o BRASIL.
O que não foi possível fazer depois de 15 de março de 1985, por absoluta falta de PODER REAL das oposições, na transição do regime militar para o civil, quando JOSÉ SARNEY sucedeu o general JOÃO BATISTA FIGUEIREDO;
Atos como investigar e julgar os responsáveis pelo golpe de 1964, e suas consequências; em 11 de setembro de 2025, ocorreram em absoluta normalidade no julgamento dos TRAMA GOLPISTA de BOLSONARO e asseclas.
Então, eu reafirmo: A LEI DA ANISTIA, DE 1979, se comprovou eficaz e funcional.
Hoje, apesar de TRUMP, da turbação internacional, da sociedade brasileira polarizada, da fragilidade do CONGRESSO, e da suposta sedição de EDUARDO BOLSONARO; o SISTEMA JUDICIAL prevaleceu. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, liderado pelo JUIZ ALEXANDRE DE MORAES assumiu o caso, enfrentou resistências corajosamente, e deu o veredito.
Resumindo, agora é possível confirmar o acerto da LEI DE ANISTIA DE 1979, que trouxe a normalidade política, apesar das imperfeições.
E quando houve a recente TRAMA GOLPISTA, e as tentativas de subversão da DEMOCRACIA, os implicados diretos foram, e ainda estão sendo julgados, e vários já estão sendo punidos.
Em minha opinião, a eficiência da resposta das INSTITUIÇÕES às tramas golpistas, ajudaram a encerrar um capítulo da HISTÓRIA BRASILEIRA: os efeitos da memória e de 1964, foram encerrados em 11 de setembro de 2025. O GOLPE DE 1964 ACABOU 61 ANOS DEPOIS.
POSTAGEM ORIGINAL:13/09/2025

E EU ATÉ ACHAVA QUE SABIA PINTAR… E ATÉ ESCREVI UNS VERSOS SOBRE O QUADRO “A CIDADE E OS LIVROS”, QUE FOI “COMETIDO” EM MAIO DE 2012

ÁGUA QUE LAVRA FEITO LAVA;
ENCOBRE O ETERNO QUE NO PASSADO FICOU;
PERMANECE O HOMEM INCOMPLETO:
CONHECIMENTO, WEB, DESAMOR;
TUDO ESMAECE, EVAPORA, PASSA;
MUSEUS BROTARÃO EM CADA ESQUINA ;
A ESTANTE, O PAPEL, E A IMPERMANÊNCIA;
EM CHIP CONCENTRADOS:
MODERNA SINA
O SOLITÁRIO QUE NOS LIVROS NAVEGAVA,
CONTEMPLA A VIDA NO COMPUTADOR.
ABRAÇA O TEMPO ISOLADO EM SI;
HORROR PEQUENO;
PENSANDO BEM: TORPOR!
Não ficou tão ruim..
POSTAGEM ORIGINAL:16/09/2020
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GARY PEACOCK, KEITH JARRET & JACK DEJOHNETTE – TALES OF ANOTHER, 1977

Gravação na E.C.M RECORDS, remasterizada no Japão em SHMCD, portanto qualidade técnica HIGH – END. É Supremo! “Estado da Arte”, digamos “artística”, dentro da visão e produção desse gênio recôndito:
MANFRED EICHER libera o vanguardismo até o limite, mas sem comprometer as melodias. Isto é fundamental para tornar a beleza explícita; e compreensível por mais gente além da vanguarda esperada.
A gravadora E.C.M é vizinha do paraíso. Sucursal do belo neste mundo medíocre. Está aqui, portanto, mais um disco lindíssimo!
Só que: está tudo muito bem, e tudo muito bom… mas, realmente, mas realmente…
O já esperado fez a sua visita. E temos KEITH JARRET, um verdadeiro gênio – vivo ou morto; porém, inconveniente e chato.
Além da performance no piano, somos presenteados com “a sua irrefreável Arte” em música incidental: GEMIDOS, FLATULÊNCIAS, ORGASMOS, SIBILOS, COCHICHOS e outras prendas inenarráveis e muito frequentes!
“KATIANO”, nessa gravação, está com o “Mico-Leão Dourado”! ( explicitei a raça da macaca …) E, mama mia! ( Oi, suecada do ABBA, lembrei de vocês…):
Deu espetáculo à parte GRUNHINDO, RANGENDO, prevendo notas e acordes antes de “cantar” e … tocar!
Para nos enlevar deveras, sua voz lembra o ROD STEWART nos piores momentos; uma “velha dando pití em supermercado por algum motivo qualquer”…
Ninguém merece?
Não! Alguns merecem!
Eu se fosse o PEACOCK, pavão em português, teria aberto asas e lhe bicado a bunda até ele calar a boca e simplesmente tocar!
Então, pensei: vou pedir o endereço do PET SHOP mais próximo, e mandar uma focinheira pra ele. Não fiz; mas cerquei a gralha!
Para ser gênio não precisa ser tão chato e inconveniente. Basta exercitar sua técnica e arte excepcionais!
A Sociedade Humana agradece e o reverencia. E a Protetora dos Animais vai ter menos trabalho.
POSTAGEM ORIGINAL: 17/09/2019
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VIAGEM AOS CONFINS DA ESTANTE: PUB ROCK , PUNK, GÓTICOS, ALTERNATIVOS

 …
Eu os conheço. Só que a nossa convivência não é próxima.
Escolhi exemplares de meninos e uma garota. Todos travessos.
Durante anos, tomei algumas com eles, e também outros, que já mandei para coleções que não a minha.
Ficou a nata da “cárie” musical.
E TIO SERGIO , o dentista metafórico, obturou alguns, extraiu outros. Mas todos têm bons e afiados dentes pra mostrar…
Então, segurem a onda: DR. FEELGOOD, DAVE EDMUNDS E GRAHAM PARKER são três ícones do PUB ROCK.
Sabem o que é isso, sobrinhos?
Em primeiro lugar, tendência britânica, e ROCK´N´ROLL na veia e sem frescura. Guitarra, baixo, bateria e adequado barulho e muita vibração. Claro, é para tocar e ouvir em PUBS, e bares, locupletado por cervejas e alguma comidinha horrorosa feita naquela ilha cinzenta.
Os três estão entre os melhores do subgênero. Pena que o TIO SÉRGIO tenha esquecido de colocar o espetacular disco de WILCO JOHNSON, guitarrista do DR. FELLGOOD, gravado com ROGER DALTREY do…Ah, vocês sabem “quem”….
São para quem não chegou ao rascante, malcriado, e malfeito PUNK. E acha ROCK PROGRESSIVO uma chateação sonolenta e traidora do clássico ROCK AND ROLL.
Na segunda fila tem a genial e poética PATTI SMITH, moça da pesada, amiga de LOU REED e BRUCE SPRINGSTEEN: ela é Rocker alternativa beirando o PUNK. Está lá, também, incrustada feito craca em e casco de navio, coletânea dos PIXIES: americanos precursores do GRUNGE, amigos do non – sense e da barulheira.
Ou seja, são duas encrencas anticonvencionais; e não acompanham bem jantares a luz de vela, e muito menos morar próximo a DELEGACIAS DE POLÍCIA…
Na terceira, e parte da quarta fileira, estão BOX sofisticado dos SISTERS OF MERCY; exemplo de DARK ROCK inglês da melhor cepa. Não serve para colóquios amorosos – a não ser que seja em algum cemitério. Na mesma cova, adormece nada pacificamente ANTHOLOGY dos RAMONES, a primeira banda verdadeiramente PUNK; eles precedem aos SEX PISTOLS e outros excrescentes.
Tudo isso, continua na toca do TIO SÉRGIO. Quando ouço algum grunhido na estante, já chamo direto o zelador para ver o quê é… às vezes, eu tenho medo…
POSTAGEM ORIGINAL: 15/09/2019
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