A existência e aplicação da PENA DE MORTE sempre me consterna e apavora! Evito, inclusive assistir a filmes em que ela é parte do enredo.
A PENA DE MORTE é o suprassumo do niilismo e da negação do civilizado. Discordo frontalmente de sua existência e sempre combaterei, dentro da lei, um Estado que a tenha em sua Constituição.
A CONSTITUIÇÃO DO BRASIL a impede por cláusula pétrea. Concordo e tenho orgulho disso!
Muitos argumentarão que há gente irrecuperável, que não pode conviver junto aos cidadãos de bem. Concordo; não penso como ROUSSEAU; e já fui vítima de gente que precisava, ou precisa permanecer atrás das grades.
Eu sou favorável a penas mais fortes e a redução da maioridade penal – assuntos polêmicos, porém contidos às fronteiras da civilização. São discussões eticamente possíveis.
É minha opinião, que o Estado tem sempre de estar acima da barbárie de alguns; e deve aplicar leis que deem exemplos e punam os criminosos.
Mas, o ESTADO jamais deve igualar-se a qualquer assassino, matando com o aval da justiça. Repito, é questão de ética.
A pena de morte não é pedagógica, porque não ensina; além de equiparar moralmente o executor ao condenado. E tornando indistinguível, nesse caso, a justiça da vingança pura e simples.
Considero a PENA DE MORTE tão covarde quanto um atentado a civis pacíficos; ou um homicídio premeditado; e a qualquer latrocínio. Porém, com o agravante de ter a legitimação social e legal para imobilizar e executar o condenado. É atroz. Simplesmente.
Sem comentar muito, é óbvio que a existência e aplicação da PENA DE MORTE é, também, filosoficamente indefensável. Eu não autorizo, como cidadão, que o ESTADO que representa a minha NAÇÃO, desça ao nível de barbárie planejada e ritualística que aquilo implica.
Mas, por que, TIO SÉRGIO?
Imagine a cena: o condenado é amarrado, e friamente e protocolarmente executado, sem qualquer possibilidade para reagir ou defender-se. Do ponto de vista do “ato em si”, ele é assassinado covardemente!
E há, também, os executores, médicos, enfermeiros e toda camarilha de psicopatas amparados em lei para fazê-lo! Não consigo imaginar algo tão repugnante!
Hoje em dia, usa-se a injeção letal. No entanto, a maioria das INDÚSTRIAS QUÍMICAS se recusa a coonestar a barbárie. E não vende anestésicos e preparados indolores para esta finalidade. Um baita drama ético: recusar-se a coonestar a barbárie, ao mesmo tempo que impinge sofrimento inimaginável ao condenado!!!!
EXECUTAR ALGUÉM é de imoralidade e falta de ética ímpar! E gente civilizada deve opor-se a isso, independentemente do instinto de vingança que alguns facínoras suscitem na maioria de nós – em mim, inclusive!
Anos atrás, dois rapazes brasileiros, idiotas e criminosos, foram executados em uma prisão na Indonésia. Foram condenados por tráfico de drogas. Eram dois típicos irresponsáveis, que julgaram outro país pela leniência de nossas Instituições legais. E há, hoje, outra brasileira condenada aguardando a fila andar…
Tenho compaixão por eles todos! E tenho sérias críticas, e até raiva, de quem os educou; e censuras a eles mesmos, é claro!, que traficaram por hedonismo e “boa vida”. São vítimas da quebra de valores crescente que assola o planeta….
Eram dois vagabundos que pagaram com a vida pelos medíocres que se tornaram. E foram detidos para a consumação suprema de uma barbaridade maior! Onde faltou a inserção da educação humanista eficaz, um bem histórico negligenciado demais nesses tempos?
Existe um aspecto político que não vi comentaristas dando conta, à época: o BRASIL interveio e apoiou a separação do TIMOR LESTE, da INDONÉSIA. E devem ter ficado sequelas diplomáticas; portanto, o governo indonésio certamente não levou em consideração quaisquer pedidos de clemência feito pelo governo brasileiro. Aliás, um jeito de mostrar distância diplomática. Foi um gesto deplomático….
Naqueles tempos, jamais havia visto tanta gente torcendo pela execução dos caras, como aqui nas redes sociais.
Na escala evolutiva, estamos macaco abaixo. Deus e a lucidez nos livrem disso tudo.
Rezo uma prece, e faço um repúdio a mais!