TIO SÉRGIO FOI ÓTIMO OFFICE BOY !

O Tio Sérgio aqui foi ótimo office boy.

E desde os 14 anos desenvolvi senso de direção, adquirido por resolvida intuição, e que me levava e trazia dos confins da cidade, de e até onde horizontes fossem vistos, buscando coisas, pacotes, processos, e o escambau determinado pelas secretárias da diretoria.

A remuneração, em um grande banco da época, o NOVO MUNDO, era um atentado aos direitos humanos. Eu ganhava, em 1967, o chamado “Salário Mínimo do Menor”. Metade do mínimo de um adulto, para trabalhar o dia inteiro, de segunda a sexta feira!!!!

Se hoje vivemos tempos de abusos, há 54 anos era “proto-escravidão” impingida.

Valeu a pena por um aspecto: eu girava São Paulo, vez por outra parava em lojas de discos, minha eterna paixão!

Mas, também fui péssimo jogador de futebol. Não tinha orientação espacial para jogar em espaços curtos, e muito menos habilidade motora para dribles, marcação, essas coisas que definem um garoto até, digamos, uns 16 anos.

Perdi um ano no antigo ginásio tentando aprender a jogar bola. Aprendi? Claro que não.

O CORINTHIANS NA “FAZENDINHA”, E A SAGA DO “BUIÃO”! HISTORINHAS QUE TIO SÉRGIO LEMBRA:

 

Foi antes de LUIZ INÁCIO meter o bedelho para o CORINTHIANS endividar-se, e conseguir fazer o estádio ITAQUERÃO, em SAMPA. Transcorria o seguinte: o CURINGÃO havia décadas mandava jogos no PACAEMBU e outros recantos – vários sem encantos!

O estádio oficial do clube era conhecido por FAZENDINHA, e ficava na Avenida “Marginal sem número”, gozação que as torcidas adversárias faziam com o time. Era acanhadíssimo e perigoso.

Não estive ainda no “PENHORADÃO DA ZONA LESTE”, o ITAQUERÃO, estádio confortável, afirmam todos, inclusive o meu amigo@Paulo Aristeu@Rensto Renato Cesar Curi Antonio Augusto Souza Cesar Lima corinthiano e frequentador regular, reverente e “organizado”….hum….

Mas, quando eu era adolescente, assisti a um jogo na FAZENDINHA junto com o meu falecido amigo e primo BETÃO. Era o CORINGÃO contra outro time do interior de SAMPA. Sei lá qual…

A historinha é a seguinte:

Estávamos na geral – claro! – bem junto ao alambrado do campo. Era tão perto que o bandeirinha tinha de andar em cima da linha lateral, para não ser esbofeteado, assediado fisicamente, receber saquinho de urina, ou quase currado pela massa ignara e fanática!

“Nossa, tio Sérgio, você esteve em lugar como esse?”

Sim, e até piores! Qualquer hora eu conto sobre assistir jogo no estádio do JUVENTUS, na MOOCA. Ou do NACIONAL, na BARRA FUNDA, outro time histórico em fase de extinção total!

Mas, voltando à FAZENDINHA, MÚÚÚÚ!!!, primeiro vou descrever o contexto do jogo.

O CORINTHIANS havia contratado um ponta direita que fazia sucesso no ATLÉTICO MINEIRO, lá por 1968 em diante, acho. O nome dele era onomatopeia pura: BUIÃO!!!!

Pois, bem; jogo lânguido, tarde preguiçosa e o BUIÃO, nada! Não se deslocava, não corria; tomava bronca o tempo inteiro do técnico e xingamentos da torcida! Um zero à direita! É metáfora bobinha, acalmem-se…

Então, perto de nós e junto ao alambrado, um torcedor enlouquecido berrava “carinhos”, ameaças, e tudo a que tinha direito em meio ao coro de urros que trucidava emocionalmente o time!

E o BUIÃO paradão…

De repente, veio a bola pra ele; fácil de alcançar, se deixasse de lado o bicho-preguiça e se transformasse em… um “quelônio”! Era dar um passo!

Mas, nosso anti-herói não deu!

E o torcedor, ensandecido, tirou a SANDÁLIA HAVAIANA, que devia ser número 45, e tacou na orelha do BUIÃO! Pegou em cheio! fez barulho e atiçou de vez a torcida!!!!

Daquele momento em diante, o BUIÃO virou lebre, correu, pediu bola, etc… mas bem longe do alambrado. Foi jogar perto da meia-direita!!!!

Moral da história?

Nada como a “pedagogia” adequada para resolver problemas “psicológicos-comportamentais”!!!!!

RECORDANDO A COMISSÃO DA VERDADE

 

Sou totalmente a favor da maneira como ela foi organizada.

Eu, como cidadão, não aceito um Estado que usa métodos medievais para obter informações. Não aceito ser representado por Instituições que torturem, violem direitos de maneira geral, e direitos humanos em particular.

Então, se eu tivesse ingerência sobre as Forças Armadas, os “milicares”, e todos os que foram citados no relatório final, exigiria que o Estado abrisse totalmente as informações restritas sobre o período. Quem reprimiu já sabemos.

Agora, vamos saber o que confessaram os reprimidos da esquerda, o que fizeram, como fizeram, se houve mortos e quem matou quem do outro lado. E como foram os assaltos, os justiçamentos, as desapropriações. E quem colaborou com o regime, quem eram os traidores e todo um painel político e delinquencial, feito por essa ala da sociedade civil.

E, também, apareceria uma penca de cidadãos civis ditos de extrema-direita que fizeram atentados a bancas de jornais, à OAB, empastelaram jornais independentes, espancaram adversários pelo simples fato de serem de esquerda ou não concordarem como o regime vigente.

Os que cometeram atos de terrorismo urbano em nome de ideologias, fé religiosa e muitas outras barbaridades. Onde estão e quem são esses rapazes e moças bem nascidos, hoje bem postos por aí? Eles também devem ser contemplados com uma referência na história dessa sofrida Patópolis tropical, vocês concordam?

Ou seja, do “heroico brado retumbante”, conheceríamos “os heróis cobrados ressonantes”. E, se a história presente não se alterar muito, teremos elementos fáticos para escrever melhor a história para o futuro. Pois sociólogos, antropólogos, historiadores, e estudiosos de diversas áreas poderão fazer análises mais precisas do ponto de vista marxista, estruturalista, weberiano e o escambau. Que tal a minha sugestão?

É por isso que sou favorável à elucidação dos fatos históricos, mas que a lei da anistia seja preservada como está. Vamos encerrar de vez esse período lamentável de nossas existências.

“SEO FLORIANO”

 

Anos atrás, no apto de um amigo, aqui no Guarujá, eu conheci o Floriano. Sim, ele fez questão de ser chamado assim.

Papo veio e conversa foi, passamos uma tarde inteira tomando vinhos e comendo peixes. Melhor impossível.

Em quatro na mesa, a maioria aposentados, a prosa foi de música a praia, vivências, convivências, gentes e variedades que os muito rodados são capazes de botar na mesa.

Lá pelas tantas, aquele senhor jovial, lúcido, conversador, que nos acompanhou nos pratos e copos, contou que tinha 98 anos!!!! E que ainda pretendia comprar uma casa em Portugal e viver “um pouco” por lá. Morava sozinho, com empregada, cozinheira e motorista; independente, sem parentes para mandar, era dono de sua própria política!

Esteve em ação do governo Vargas em diante. Criou indústrias, empreendeu, viajou, fez filhos, viveu intensamente, como até agora…Uma filha sua é militante sincera de esquerda, conhecida, e vive em Paris… Sobre os outros eu não soube.

Floriano ia aonde desse na telha e meu amigo, entre outros, o levassem. Frequentava a praia todos os dias, batia perna e papo.

Noite dessas, novamente tomando algumas juntos, eu soube por meu amigo que o Floriano fora levado para SAMPA. A família achou mais conveniente manter um ícone vital como ele vivo, aos 100 anos, e cuidado durante esses tempos perigosos e bicudos.

Ele foi. Mandou foto de recordação para o meu amigo: em Londres, nos anos 1960/1970, a bordo de um “Rolls Royce”! Continua seguro e ativo como sempre. E disse que volta para o Guarujá assim que o bichinho da COVID e a família deixarem.

Quem se pensa eterno, desdenha o fim enquanto a vida durar.

LASCAS DE MEMÓRIAS 2013: MUDAR DE APTO E A QUEBRA DA ESTABILIDADE

Interessante, em 2013 passei por mudanças radicais. Simplesmente eu e a Angela invertemos os pontos de estabilidade, nossas casas, e saímos de nosso apartamento grandão nos Jardins, para outro menor na Rua Oriçanga, perto da Praça da Árvore, também em São Paulo.

E, ao mesmo tempo, fomos para um apto maior ainda no Guarujá. Mudar é semelhante a demolir uma parede: você não imagina o quanto de “entulho” tem de remover.

Casa arrumada, com tudo no lugar, é uma coisa. Abrir os armários e começar a encaixotar dá desespero. É a desorganização de uma história de vida.

E fazer isto com 61 anos de idade, e em dezembro, é pior ainda, já que o natal nos remete à estabilidade emocional – principalmente.

Ficamos contentes e felizes pela ousadia mas, de qualquer maneira, nos sentimos talvez como dois sem-teto: desalojados, mesmo que momentaneamente.

O substrato de espiritualidade pela aproximação do natal permaneceu. Mesmo que, hipocritamente, soubéssemos que o vício do consumo é homenagem à virtude de pensar no próximo e talvez em Deus…

Nossa vida mudou bastante. Cinco anos depois, deixamos definitivamente São Paulo. E nos instalamos “definitivamente” no Guarujá.

Eu adoro advérbios. Principalmente quando intuo que a palavra definitivo não expressa conceito que se aplique automaticamente a nós dois.

JESUS CRISTO. HOMEM OU MITO? OU MÍSTICA?

MITO E MÍSTICA. A HISTÓRIA, AS NARRATIVAS E OS RITOS.

JESUS ESTÁ DE VOLTA, COMO A GERAÇÃO DO ROCK DE 45 ANOS ATRÁS!

DÚVIDAS E INCERTEZAS PERMANECEM. E A ÚNICA CERTEZA SOBRE O HOMEM HISTÓRICO SÃO AS “INCERTEZAS NAS DÚVIDAS”!

ATUALMENTE, O PROFESSOR LEANDRO KARNAL ESTÁ TENTANDO DECIFRAR (DESLINDAR?) A FIGURA DO MESSSIAS. ALIÁS, CRISTO SIGNIFICA MESSIAS EM GREGO, O QUE VAI-NOS RESTAURAR PARA A FÉ, TRAZER A BOA NOVA DO SENHOR….

E COMO FICAMOS?

COMO SEMPRE ESTIVEMOS: MISTÉRIOS ENVOLTOS EM MÍSTICA; ENREDADOS POR NARRATIVAS, REPERCUTIDOS EM VALORES…

AQUI, O PROFESSOR CORTELLA, EM PLENA FORMA, E LONGA ENTREVISTA. NO FINAL DE SEMANA, VEREMOS O PROFESSOR KARNAL E SUAS PERSPECTIVAS, UNS 30 ANOS DEPOIS DE CORTELLA…

E NÓS TODOS COM ISSO?

PRA MIM É ÓBVIO: NÃO IMPORTA. PORQUE A DIMENSÃO MÍSTÍCA E DOS VALORES TRANSCENDE A IMPORTÂNCIA DO HOMEM HIPOTETICAMENTE HISTÓRICO.

EU REZO TODOS OS DIAS.

E VOCÊ?

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BLOGUE DO TIO SÉRGIO, APRESENTAÇÃO: Olá pessoal!

O Blogue do tio SÉRGIO DE MORAES é o meu refúgio existencial, lúdico, e principalmente musical. Um espaço para troca de ideias e informações.
Eu publico nas redes sociais faz uns dez anos, e pertenço a vários grupos, onde colaboro quase diariamente… e recebo mais beijos do que tapas…
Coleciono discos e mídias em geral, desde 1968! E por aí você já percebe que eu não sou jovem, mesmo sendo jovial, e sem preconceitos estéticos. Sou conhecido por muitos que também colecionam e gostam de música e discos.
Gosto de ROCK, JAZZ, BLUES, CLÁSSICOS E VANGUARDAS; e, vez por outra incursiono pela MPB. Sou eclético, mas seleciono e escolho. Sou curioso, observo tendências, mas não me atenho a foco específico: uso fragmentos de fatos, intuições, ou coisas que me arrebatam. Faço escrita com certo estilo, digamos… 
Não tenho a pretensão de fazer Crítica Musical. Atividade que, na minha opinião, exige preparo mais técnico, e principalmente ser “alfabetizado em música”. Habilidade específica que não possuo.
E mesmo sendo formado em Ciências Sociais e Comunicações, também não faço jornalismo.
Mas sou, sim, um diletante preparado, e que adora música e seu entorno cultural. Procuro utilizar o máximo de informações e perspectivas possíveis para refinar, ir fundo e com abrangência no assunto.
Escrevo resenhas, crônicas, memórias, e outros formatos convenientes a cada caso ou tema.
Costumo, também, ir além da música, e mergulhar na vida. Então, falo de outras coisas: Política, assuntos gerais do cotidiano, etc…
Muitas vezes, os textos ficam longos. Mas, dizem por aí, que são interessantes.
Portanto, você já está convidado, convidada… e será um prazer a gente conviver por aqui!

SÉRGIO – SETEMBRO/2023