TIO SÉRGIO, E O GRAMMY 2022 !

Eu estava estirado no sofá, à noite, logo depois de ter tomado a minha papinha, e bem do jeito que a cachorrada doméstica prefere:

Quer dizer, impedindo qualquer outro de sentar-se. Mas, tudo bem. Sozinho em casa, e nem sombra de bicho doméstico, porque jamais tive ou terei, acordei meio torto e lembrei-me do GRAMMY.

Fui dar uma cheirada virtual. Peguei de mais da metade para o final, mas deu pra tirar algumas ideias e, talvez conclusões:

1) Parece que a ACADEMIA detectou que a mesmice do falatório do RAP já deu o que tinha de dar. A geração atual de artistas vem buscando um caminho mais melódico, e adolescente, claro. Irreverente, porém, não GANGSTA, por assim dizer…

Está mais audível e palatável para um público não tão jovem, também. Papai, mamãe, titia… talvez suportem mais. Daí;

2) Eu vi o JUSTIN BIEBER, astro para adolescentes, que já passou da fase, tentando cravar triplo na loteria esportiva do POP.

Ele apresentou-se com dois meninos negros, muito bem escolhidos.

Um deles, fazia o gênero BAD BOY do RAP; errático, andava pelo palco meio sonso, grunhia platitudes ao estilo MC. E outro, o GOOD BOY DO NEO R&B, bonitão, bela voz, melodiosa, e cantor aproveitável.

O que o tio SÉRGIO achou?

Como apresentação e música, nada.

Mas, estava claro que o JUSTIN queria fugir da síndrome de JÚNIOR LIMA, o irmão da SANDY: quando o período de bonança termina, é preciso reciclar o material e o comportamento. Se não, dança e fica fora do mercado. E o BIEBER luta pra continuar.

3) Vi pedaço de clipe do BTS, aquela BOY BAND COREANA, tudo bonitinho, limpinho, ensaiadinho, e clonadinhos de seus respectivos ocidentais.

Os garotos são tão irreverentes quanto um PUNK ALEMÃO: desses que só atravessam a rua de madrugada, quando abre o sinal para pedestres…

Deixa os garotos pra lá…

4) Gostei da HER. Apresentação vigorosa com o LENNIE KRAVITZ e banda, boa cantora, atraente, presença de palco e música legal. Achei a menina talentosa!

5) ÁLBUM DO ANO: JON BAPTISTE. É interessante. Faz uma FUSION de R&B em suas várias hipóteses, algum JAZZ e certa sofisticação. Achei a escolha certa. Ao menos foge do oceano de semelhantes, irrelevantes ou simplesmente já vistos antes…

6) DISCO DO ANO: SILKY SONIC, ensaiadinhos, melodiosos e sem grande novidade. Mas procurando conectar-se com a nova tendência reduzindo o falatório POP. Não comove e nem demove…

7) DOJA CAT & CSA: ganharam GRAMMY como DUO POP!!!!!! Ouvi no YOUTUBE: nítidas nulas!!!

O ponto alto foi a elegância de LADY GAGA, ajudando DOJA subir no palco, segurando o rabo do vestido da colega. O rabo era do vestido, repito…

😎 Assisti à performance de CARRIE UNDERWOOD. Ela tem OITO GRAMMYS!!!!!!!

Quando ganhar o próximo, vai fazer a PROVA DOS NOVE: E NOVE FORA = ZERO!

9) O GRAMMY 2022 foi encerrado pelos OSBOURNE BROTHERS.

É SOUTHERN ROCK. Eficientes, animados, emulam um compósito entre os ALLMAN BROTHERS e o desentope… ooooppps, Z.Z. TOP!

A fórmula tem mais de 50 anos, mas ainda funciona. É boa para rodeios e outras ocasiões festivas ou solenidades para disputas.

E o GRAMMY é arena bem apropriada.
POSTAGEM: 04/04/2022

JAZZ E ADJACÊNCIAS EM COLEÇÕES DE ALTA QUALIDADE EM AMPLO ESPECTRO:

Eu chamo de COLEÇÃO uma discoteca específica bem formada, variada, mas constantemente ampliada onde, por tabela se vai adicionando outros discos dos mesmos artistas; ou de certa tendência, ou motivos, escolhidos para serem colecionados.

Em resumo, coleção ou coleções é, ou são DISCOTECAS DENTRO DE OUTRA MAIOR.

Os discos aqui são partes de COLEÇÕES. Eu tenho outros dos caras e bandas apresentados, e pretendo conseguir tudo o que fizeram.

É assim que prefiro, faço aos poucos e me divirto!

1) Acima, à esquerda, um dupla CULT conhecidíssima durante a década de 1960, e avançando em direção aos 1990; e talvez mais…

Um casal, JACKIE CAIN AND ROY KRALL, ela cantora e ele pianista, se juntaram durante atividades profissionais na década de 1950. Gravaram intensamente no lusco – fusco integrador entre um POP SOFISTICADO e o francamente JAZZÍSTICO, em sua melhor acepção.

Este álbum é um achado. Está entre o ROCK PROGRESSIVO E O JAZZ FUSION. Está meio fora do espectro criativo deles, mas é a cara daqueles tempos mutantes e nada translúcidos.

“A WILDER ALIAS” funciona bem para quem gosta dos MANHATAN TRANSFER, mas curte mesmo o RETURN TO FOREVER e o WEATHER REPORT.

2) OREGON é grupo americano, mas de perfil inteiramente europeu, formado na UNIVERSIDADE DO OREGON – hummmm…

Os músicos são Intelectuais, estudiosos, e cultores de FUSION totalmente original. São tão diferenciados que acabaram gravando muito na ECM, a CULT e indispensável gravadora alemã.

“DISTANT HILL” é disco obrigatório em qualquer DISCOTECA sofisticada!!

3) JANIS SIEGEL & FRED HERSCH. Vocal e piano em repertório ultra moderno com o retrogosto da mais clássica e artística CANÇÃO PÓPULAR AMERICANA. Mas no fundo é abertura para o imortal em JAZZ.

Absoluto!

4) PATRICIA BARBER – “MYTOLOGIES”. Funciona, assim: ela é cantora excelente e pianista múltipla; é feminista e gay convicta, e milita musicalmente nos escaninhos do “não óbvio”.

A moça vai de excelentes performances em nightclubs, no clássico piano, baixo, vocal e bateria; e se expande aos limites do JAZZ FUSION, QUASE ROCK, como nesse disco.

É para quem gosta de guitarras distorcidas e outros fragmentos de dubiedade.

Para a turma do ROCK “não é permitido não conhecer o disco aqui postado”. Vai lá. Não duvide do tio SÉRGIO…

PATRICIA é o desafio!

5) JOHN MAYALL & ALLEN TOUSSAINT – “NOTICE TO APPEAR”, lá por 1973.

É tão simples assim: a maior figura do BLUES INGLÊS em conluio ( conúbio? ) artístico com um dos maiores do R&B americano.

Resumo: redefinição do R&B em BLUES dançante e elegante ao extremo. Eu danço, tu danças, eles e nós dançamos. Não é pouco e não veio tarde. Procurem por aí! Já!

6) Um box de JAZZ da gravadora francesa VOGUE. É o JAZZ MODERNO redefinido na EUROPA. É descritível, sim; muita gente conhecida, mas vá atrás. Um monumento CULT aos prazeres de ouvir.

7) IAN CARR & NUCLEUS: JAZZ VANGUARDA em estado da arte feito na INGLATERRA, na década de 1960. JÁ escrevi sobre eles… Procurem. Não é para todos os gostos, mas TIO SÉRGIO gosta, e muito!

😎😎8) SADAO WATANABE, CHICK COREA, MIROSLAV VITOUS, JACK DE JOHNETTE: “ROUND TRIP,” gravado em 1974.

JAZZ VANGUARDA PÓS FREE, gravado na VANGUARD RECORDS. Bagunça organizada por artistas hoje consagrados, mas muito jovens quando fizeram…

Reservo-me o direito de inquirir vocês. Virem-se. Traduzam o que perceberam!

9) CARLA BLEY : ESCALATOR OVER THE HILL. Lá por 1971. A vanguarda inglesa aliada à grande maestrina e pianista em obra transcendental. Quase todo mundo que importava na Inglaterra está nesse álbum.

Saiam atrás, salvem e curtam!

10) CHARLIE PARKER: YARDBIRD SUÍTE: O que dizer? imprescindível! Comecem por este para invadir universos distantes…

Falei! Vocês digam!
POSTAGEM ORIGINAL 05/04/2017

BEATLES – FASE PSICODÉLICA -1966/1968

SENDO BEM CHATINHO, TALVEZ A PRIMEIRA FAIXA QUE PODERÍAMOS CHAMAR “PSICODÉLICA” ESTEJA NO LP “RUBBER SOUL”, QUE FOI LANÇADO NO FINZINHO DE 1965, NA PRÁTICA, PORTANTO, INCLUÍDA DE 1966:

“IF I NEEDED SOMEONE”.

Esta fase não durou mais do que dois anos. Menos, provavelmente.

E, pessoal, Não! os BEATLES NÃO INVENTARAM A PSICODELIA.

O som que fizeram naquele momento estava “na ponta da guitarra” de muitos. Principalmente, nos Estados Unidos.

Na Inglaterra, os HOLLIES, um dos concorrentes de peso, também já estavam nessa. Assim como os ROLLING STONES, os YARDBIRDS, e os SEARCHERS – em alguns singles.

E sem esquecer o MANFRED MANN, THE WHO, KINKS, SMALL FACES; e outros que conseguiram, ou tentaram, ultrapassar o BEAT clássico.

Há diversos SINGLES e LPS na mesma linha do que fizeram os BEATLES, em REVOLVER (1966), e daí em frente…

Quando lançaram SGT. PEPPER`S LONELY HEARTS CLUB BAND, em 1967 – e até pouco antes – os BEATLES soltaram simultaneamente uma profusão de SINGLES “experimentais” – RAIN, PAPERBACK WRITER, HELLO GOOD BYE, PENNY LENNY … obras de produção e tecnologia de estúdio mais bem elaboradas.

Houve, é claro, ” THE MAGICAL MYSTERY TOUR” e “YELLOW SUBMARINE” , feitos em 1967. São álbuns mais complexos, não convencionais, e que exigiram esforço do pessoal técnico no estúdio, e talvez revelem o centro da fase de ouro da banda.

Temos aqui uma coletânea da época, “THE BEATLES YESTERDAY AND TODAY”. É algo irregular, pois junta gravações de estúdio, parte de LPs e SINGLES, a maioria envolta em psicodelia.

Você verá um EP, de nome simplesmente THE BEATLES, que é confusão total: 2 faixas de 1963/64 e duas de 1967/68; totalmente diferentes entre si!

E por que ele está aqui, TIO SÉRGIO?

É possível que “THE INNER LIGHT” seja a última faixa do período PSICODÉLICO. Entrou como lado B do single “LADY MADONNA”, 1968 – que já era outra estética, outro mundo…

Estão aí duas versões de cada um dos discos que tenho . A primeira edição em CD de SGT PEPPERS, de 1987, é uma delas. E tenho a recente, e mais bem remixada por GILES MARTINS, que não entrou na foto.

Curtam, mas não se restrinjam. E aproveitem as novas edições, remixadas pelo próprio GILES, que vêm sendo lançadas.

Este é um período riquíssimo da música POP!
POSTAGEM: 04/04/2021

“JEFF BECK GROUP” – TRUTH” versus “LED ZEPPELIN 1” DOMANDO TIGRES: A DESLOCADA POLÊMICA SOBRE DOIS ÁLBUNS SEMINAIS

Aos meninos e moças, virgens ou maturados (as) que gostam de ROCK E ADJACÊNCIAS: Vou tentar expor algumas ideias sobre os dois álbuns, e ousar conclusões.

Pra começar, é bom contextualizar desde a origem provável das ideias e sonoridades que, de maneira geral, estão presentes nas duas obras. Por isso, coloquei na foto outros discos e artistas.

A linha mestra da guitarra moderna no ROCK INGLÊS provém dos YARDBIRDS, entre 1963/1967. Tá; todo mundo sabe; foi lá onde começaram ERIC CLAPTON, JEFF BECK E JIMMY PAGE. Beleza?

Eu fotografei dois discos de carreira do grupo. “LITTLE GAMES”, 1967, com PAGE na guitarra, é interessante porque várias sonoridades posteriormente desenvolvidas no LED ZEPPELIN provém dali.

Antes, porém, houve outro álbum de carreira, “OVER, UNDER, SIDEWAYS, DOWN”, ou “ROGER THE ENGENEER”, 1965. É a participação suprema de JEFF BECK na banda, e a criação do som que o tornou famoso como guitarrista.

São discos que deixam nítido: antes de tudo, PAGE e BECK são guitarristas principalmente de ROCK, e não de BLUES. E isto fez diferença.

E há JOHN MAYALL, ícone supremo do BRITISH BLUES. Mas, este album é fácil! CLAPTON gravou com ele o clássico definitivo aí postado.

E há outro disco na carreira de MAYALL, CRUZADE, 1968, com MICK TAYLOR, na guitarra; que retoma o BLUES já modernizado e com elementos da contemporaneidade à época. Notem, CLAPTON e TAYLOR são guitarristas mais afinados com o BLUES.

Caso faça algum sentido, explicam diferenças entre o BLUES BRITÂNICO, em desenvolvimento em meados DOS ANOS 1960, e o corte estético promovido pelo CREAM: que abriu para caminhos diferentes na FUSÃO ROCK/BLUES/PSICODELIA.

Se TIO SÉRGIO tiver razão, ou palpite plausível, o CREAM inaugurou a sonoridade que passou a ditar estética para guitarras. E que foi posteriormente expandida por HENDRIX, desaguando em oceano infinito, que abarca o HARD ROCK, o HEAVY METAL e a miríade de PROGRESSIVOS que vieram posteriormente.

Resumindo, o CREAM é a pedra angular que inspirou tanto o JEFF BECK GROUP quanto o LED ZEPPELIN, e zilhões daí para frente.

Ponto.

Parágrafo:

Uma das eternas discussões é a seguinte: o LED ZEPPELIN foi além da inspiração, e copiou o JEFF BECK GROUP, atrapalhando a carreira de “TRUTH”, 1968, que foi lançado primeiro.

Mas, há fatos pra gente considerar. A sonoridade básica daquela época já estava dada. Não foi criação exclusiva de ninguém. E, talvez, sim, organizada pelo CREAM.

Mas, guitarras distorcidas e baixo pesado; referências ao BLUES e outros elementos, eram comuns no ambiente musical. E tendência em desenvolvimento desde o advento da PSICODELIA, uns três anos antes, e que tornou-se parte da estética do ROCK e do BLUES.

Tanto TRUTH como o LED 1 são, claro, discos seminais. E contêm semelhanças inescapáveis. Ambos trazem BLUES e FOLK no repertório, gravaram a mesma música: YOU SHOOK ME. São bandas excelentes com destaques para a guitarra. E PAGE e JOHN PAUL JONES participaram na gravação dos dois álbuns.

Mas, há diferenças notáveis. Estão em destaque dois vocalistas solares, porém:

ROD STEWART, tende ao RHYTHM´N´BLUES e ao POP.

E ROBERT PLANT, é o bagunçador no coreto, o crooner “galináceo” que solidificou o estilo vocal do HEAVY METAL. E desenhou junto com PAGE, BONHAN e JONES a base HARD ROCK/BLUESY e, ao mesmo tempo, o diferencial que apontou para direção diferente de TRUTH: o futuro “HEAVY METAL”.

Com PLANT no pedaço, os portais do galinheiro foram abertos. IAN GILLAN, entrou para o DEEP PURPLE; veio OZZY, JOHN LAWTON, e honorável descendência fortíssima que por aqui milita e permanece há mais de meio século.

Há, também, detalhes históricos na trajetória das duas bandas. Mesmo que gravados com apenas dois meses de diferença, o disco do LED veio depois, em outubro de 1968.

E voltemos ao ZEPPELIN.

A versão que preponderou por muito tempo sobre a criação do nome da banda, afirmava que KEITH MOON, baterista do THE WHO, havia dito que “eles eram pesados e voavam, como um ZEPPELIN DE CHUMBO (LED)”.

Mas, existe outra: KEITH MOON tinha frase frequente para quando as turnês iam mal: “Going down like a “lead” Zeppelin” . “Desabando desastrosamente como um ZEPPELIN”. PAGE gostava da frase e substituiu o “lead” por LED…ZEPPELIN.

A fonte é confiável, a revista Q MAGAZINE em sua enorme enciclopédia…

O ZEPPELIN assinou com a ATLANTIC RECORDS, por indicação da grande cantora DUSTY SPRINGFIELD, e o disco foi lançado nos Estados Unidos. Sucesso quase imediato de vendas.

Em janeiro de 1969, abriram show para o IRON BUTTERFLY, a banda americana de PSICODELIA PESADA e imenso êxito, na época. E a plateia gostou tanto do LED ZEPPELIN que o IRON BUTTERFLY desistiu de tocar e retirou-se do palco!

Observem: talvez exatamente ali tenham se estabelecidos o nascente HARD ROCK e o HEAVY METAL, substituindo a PSICODELIA, que já dava sinais de esgotamento junto ao público…

No sentido contrário, o JEFF BECK GROUP “TRUTH”, que saiu em agosto de 1968, e para mim disco melhor, se consolidava. Teve pouco sucesso na Inglaterra, e também foi melhor na América.

Porém, a carreira de BECK na época era muito mal administrada; houve shows cancelados. E não conseguiu estabilizar o excelente time de músicos.

A apresentação que fariam no FESTIVAL de WOODSTOCK foi cancelada. E, para muitos, foi o prego que faltava no caixão da banda…

Ainda assim, gravaram o segundo disco, o excelente BECK-OLA, em 1969. Em seguida, JEFF BECK teve sério acidente de automóvel, que o deixou hospitalizado mais de um ano e meio…

Com tudo isso, TRUTH é outro clássico absoluto. O JEFF BECK GROUP amalgamava ROCK+BLUES+R&B. Portanto, é injusto condenar o disco do ZEPPELIN por canibalismo e usurpação contra BECK. São trajetórias e históricos bem diferentes. Estilos e tendências, também.

Acima de tudo, se ambos foram desenhados e criados no mesmo ambiente e concorrência, seria como acusar CINDY LAUPER por concorrer com MADONNA; ou o BLUR por competir com o OASIS; e mesmo o QUEEN por ter, nos primeiros 3 discos, grudado na rabeira do LED ZEPPELIN!

Tudo isto é do jogo.

E é do jogo, também, muito ti,ti,ti e muito mi, mi, mi!

O LED ZEPPELIN e o JEFF BECK GROUP são geniais em quaisquer tempos ou encarnações.

Ouçam, observem e desfrutem!
POSTAGEM ORIGINAL: 03/04/2021

HENDRIX, AUGER E MANFRED MANN: O QUE TÊM ESSES TRÊS DISCOS EM COMUM?

RESPOSTA: SÃO DA SAFRA DE 1968, CONTÊM ELEMENTOS DO ROCK PSICODÉLICO E, O MAIS IMPORTANTE, TRAZEM MÚSICAS À ÉPOCA MENOS CONHECIDAS DE “BOB DYLAN”.

“JIMI HENDRIX” É MOLE. A CLÁSSICA VERSÃO DE “ALL ALONG THE WATCHTOWER” TOCA MUITO ATÉ HOJE.

A SENSACIONAL VERSÃO POR “JULIE DRISCOLL & BRIAN AUGER” DE “THIS WHEEL’ S ON FIRE” CHEGOU AO PRIMEIRO LUGAR EM QUASE TODA EUROPA.

“AUGER” SEMPRE FOI TECLADISTA DE PRIMEIRA LINHA. E JULIE DRISCOLL, QUE SE TORNOU “JULIE TIPPET”, É SIMBIOSE ENTRE “JANIS JOPLIN” E “GRACE SLICK”, VOCALISTA DO “JEFFERSON AIRPLANE”, MAS SEM O TALENTO DE AMBAS.

E “THE MIGHTY QUINN” , COM O “MANFRED MANN”, FEZ SUCESSO NAQUELES TEMPOS NO MUNDO INTEIRO. E DYLAN OS CONSIDERAVA A BANDA QUE MAIS BEM FAZIA VERSÕES DE SUAS MÚSICAS.

É DISCUSSÃO PRA MESA DE BAR. MAS TODOS ALI PROJETARAM SUAS CARREIRAS A PARTIR DA INGLATERRA.

PROCURE CONHECER.
POSTAGEM ORIGINAL: 03/04/2019

VANICA DOBLE – ÓPALO RECORDS – 1971

Dupla feminina espanhola de atuação inconstante, mas influência determinante no melhor POP ALTERNATIVO de lá.

VAINICA DOBLE significa “costura dupla”, metáfora bem apropriada para a belíssima HARMONIA VOCAL que “costuraram”.

Elas cantam divinamente um blend de FOLK PSICODÉLICO e POP muito original, com retrogosto do melhor ROCK INTERNACIONAL da época.

São duas vozes lindas, educadas e cristalinas.

E CARMEM SANTOJA e GLORIA VAN AERSSEN compõe de maneira muito criativa. Raramente aparecem canções com melodias tão bonitas e bem construídas do jeito as que duas fizeram! E, na época desse disco, já eram mulheres algo maduras. A banda que as acompanha é, também, ótima.

IAN ANDERSON, do JETHRO TULLl, falou certa vez que foi assistir a um show de SIMON & GARFUNKEL. E saiu convencido de que faria muito melhor. E fez!

Aconteceu o mesmo com as duas.

Assistindo a um festival qualquer na Espanha da era Franco, ficaram horrorizadas com nível dos artistas e seus repertórios. Resolveram compor. Fizeram melhor, muito melhor!

A dupla gravou outros discos, sempre na confluência FOLK-PSICODELIA e ROCK PROGRESSIVO.

Este aqui é, também, indicação nos livros de HEINZ POKORA, o caçador e restaurador do submundo desconhecido da música POP. O Lp original vale muitos mandacarus!

Procurem as moças na internet. Tio Sérgio recomenda bastante!
POSTAGEM ORIGENAL: 03/04/2019

OS PRETOS NO ROCK PSICODÉLICO AMERICANO!

É curioso, muitos dizem que a PSICODELIA é coisa de branco.

É, não! Aqui, exemplos matadores que negam a falácia.

Vamos começar por SLY STONE ( STEWART ). Antes de fundar a FAMILY STONE era produtor de algum sucesso na Califórnia, de uma das melhores bandas BEAT americana, que também tangenciou a PSICODELIA: “THE BEAU BRUMMELS”, era produzida por ele.

SLY & THE FAMILY STONE foi uma das pontes estendidas dos meados dos anos 1960 até parte dos 1970, entre a SOUL MUSIC e o ROCK PSICODÉLICO. Não é pouca coisa! E fez com tal sucesso a passagem, que “obrigou” o clássico grupo de R&B e da SOUL MUSIC, THE TEMPTATIONS, a migrar para esta fusão, que também deu certíssima.

E tem mais;

Talvez a primeira banda de pretos genuinamente PSICH-ROCK tenha sido “THE CHAMBERS BROTHERS”, em 1966:

“THE TIME HAS COME TODAY” é clássico da época, e com tudo o que o bom ROCK PSICODÉLICO exige. Ouçam; ou melhor, tenham na coleção: Lá está o charme único provindo da cultura dos “PRETOS” em tudo o que produzem!

Claro, quase todo mundo conhece outra delícia do “SUNSHINE POP”, “THE 5TH DIMENSION”. A música que fizeram mesclava o R&B e o POP com tinturas PSICODÉLICAS.

Lembram de “AQUARIUS”, sucesso transcendente aos anos 1960? Pois bem, “THE SECRET GARDEN” é o disco “SUNSHINE POP PSICODÉLICO” que produziram. Lindo e cheio de efeitos! E alí estão duas cantoras pretas de ponta, MARILYN McGOO em destaque. As moças dão show vocal inesquecível!

DISCASSO!

Suspeito com firme certeza que todos conheçam o JAMES MARSHALL. Por supuesto?

Ah, tá; faltou o sobrenome HENDRIX. Intersecção e transcendência de quase tudo o quê veio antes, e forjou o depois na GUITARRA NO ROCK.

E o que fazia o “PRETÃO”?

Um CROSSOVER entre PSICODELIA e BLUES ROCK.

E, finalmente, ARTHUR LEE.

Ah, TIO SÉRGIO, esse a gente conhece. Era o líder do fantástico e originalíssimo LOVE!

Acertaram, sobrinhos!

Mas, TIO SÉRGIO, há uma pequena observação. ARTHUR LEE, que não era loirinho e nem ruivo, fez ROCK PSICODÉLICO com fortes tinturas do FOLK ROCK BRANCO!!!! Verdade; era preto de verdade, mas não seguia os cânones e os jeitos de compor e cantar dos BLACKS de sua época. Mais uma curiosidade que ressalta a genial originalidade da música que o LOVE tornou imortal.

QUEM PERDER ESSA TURMA VAI VIRAR JACARÉ QUANDO FOR TOMAR A PRÓXIMA DOSE DE VACINA!
POSTAGEM ORIGINAL: 02/04/2021

PRETOS OU NEGROS? O POLITICAMENTE CORRETO E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Minha intenção não é incentivar polêmica.

Tanto é que postei aqui artistas negros, menos um, o ERIC CLAPTON. Todos eles muito importantes para a música, e socialmente marcantes porque nenhum é racista. O que fez e faz CLAPTON para a integração racial é inequívoco, e suplanta muito a polêmica fútil, pueril a que foi submetido.

Mas, aproveito para me posicionar frente ao “POLITICAMENTE CORRETO. Postura que concordo em grande parte.

E por simples constatação, que para mim é definidora: quem se sente ofendido, comunidade ou indivíduo, tem o direito de impor restrições e estabelecer regras de convivência.

Mesmo achando certas posturas “politicamente corretas” exageradas, e concordando com o Cientista Político FERNANDO SCHÜLER, que acabou de publicar artigo preciso sobre o assunto na REVISTA VEJA, chamado SUBMISSÃO.

Acho um exagero classificar de racista um autor como MONTEIRO LOBATO. Um personagem lateral, aqui, mas injustamente classificado neste campo.

Eu me importo mais com certas imputações feitas a ERIC CLAPTON, sem observar o histórico dele, e o quanto sua obra ajudou a expor o gênio e o talento de artistas PRETOS, auxiliando decisivamente para um mundo mais inclusivo e tolerante, onde o racismo tem de estar eliminado!

Minha tendência é concordar com o POLITICAMENTE CORRETO em suas diversas formas e objetivos. E a comungar junto aos que impuseram certos respeitos e restrições de tratamento, porque sentem na carne a força do preconceito, e cabe a eles definirem o que consideram adequado, ou não.

E vamos combinar: por que eu deveria me opor se alguém exija ser chamado de PRETO e não de NEGRO? E que tal o vice – versa? Eu compreendo que certas liberdades pessoais “egoístas” ou “egocêntricas” tenham de ser evitadas.

E aceito as ponderações, pois não acho que a “MINHA LIBERDADE PESSOAL” esteja sendo ofendida. Uma vez que ser “LIVRE”, na concepção dos bolsonarista, por exemplo, nem de longe passa pelo meu léxico e vocabulário… Há limites para tudo.

No entanto, observo nessa polêmica toda certas nuances antropológicas que precisam ser expostas:

Minha observação da vida, me faz recordar que a expressão PRETO foi abolida do vocabulário corrente da população, lá pela década de 1960, e substituída por NEGRO ou NEGRA – tida como mais respeitosa. E, talvez porque PRETO remetesse à escravidão.

Até recentemente, usava-se tratamento do tipo “um senhor NEGRO”, ou “uma senhora NEGRA”. Parecia mais adequado, talvez edulcorado, mesmo sendo mero eufemismo hipócrita.

Não muito tempo atrás, se aprendia na escola que a HUMANIDADE faz parte de uma ESPÉCIE: “Homo Sapiens”. E que RAÇAS eram subdivisões da ESPÉCIE HUMANA.

Isto foi substituído por outras designações. Hoje, RAÇAS não são usadas pra designar humanos; SÓ OS BICHOS de espécies quaisquer.

E convencionou-se um conceito exato: ETNIA – que mais bem atende à variedade dentro da ESPÉCIE HUMANA.

Por isso, até hoje não entendo o título que batizou álbum do GILBERTO GIL: “RAÇA HUMANA” – pra mim, um compósito sem nexo, digno de um samba do BRANCO ENSANDECIDO…. Eu prefiro ‘BLACK IS BEAUTIFUL”, com ELIS REGINA. Enfim…

É interessante notar que a volta do tratamento de PRETO responde muito mais à questão dentro dos ESTADOS UNIDOS. Já que, por lá, “NEGRO” remete a “NIGGER”, uma expressão racista e tremendamente ofensiva!!!

Portanto, “I`M BLACK, I`M PROUD!, como determinou JAMES BROWN, tornou-se a expressão da luta dos PRETOS, e com toda a razão e justificativa. O aumento de conflitos urbanos, e da morte frequente de PRETOS por policiais brancos, consolidou o novo tratamento.

Outro dado antropológico intrigante, é que a nova nomenclatura também foi assumida no Brasil. E, como o RAP, veio direto, e sem escalas da cultura americana.

Hoje, escrevi postagem sobre artistas PRETOS que fizeram fusões de BLACK MUSIC e ROCK PSICODÉLICO. E, citei carinhosamente PRETOS e PRETAS por NEGUINHAS E NEGÕES.Deu “bacobufo”. E fui alertado principalmente pelos que leram no exterior.

Já corrigi, e nunca mais falarei assim… Algo a contragosto, confesso!

Então, unam-se à turma na foto da postagem. TIO SÉRGIO garante: é arte da maior qualidade, feita por humanos muito acima de suas etnias!
POSTAGEM ORIGINAL: 02/04/2024

ROBERT JOHNSON & SEGUIDORES: BLUES CLÁSSICO E SEMINAL

A minha edição da obra de ROBERT JOHNSON não é a clássica e definitiva em CDS, que inspirou, para não dizer ditou as capas internas deste CD triplo do guitarrista inglês PETER GREEN.

A edição aqui é inspirada em álbum lançado na década de 1960, chamado KING OF THE DELTA BLUES SINGERS, também pela COLUMBIA RECORDS.

Para mim, é o suficiente; e tem visual menos lúgubre.

Porém, o que eu gostaria, mesmo, de poder pagar e ter, é a edição feita uns vinte anos atrás, em VINIL do tamanho original das edições de época, em 78 rotações!!!!

A edição é composta por “todos”os “vinis” originais encontrados. Foram acondicionados em CAIXA de MADEIRA, verdadeira obra prima, com BOOK expondo e explicando quem foi o negão aí!!!!

Mas, nem sonhar, tio SÉRGIO! não é pro teu bico!

Música e artes – como tudo na vida, aliás -, são mais bem definidos por seu contexto.

Na perspectiva de um ouvinte de JOHNSON, hoje, a sonoridade é rascante e básica. Então, voltar a ouvir foi, pra mim, algo penoso. Genuíno e raiz, sem dúvida.

Porém, a maioria de nós teve acesso a ele via a turma do ROCK. E ROBERT JOHNSON é inspiração principalmente para guitarristas.

A versão ao vivo de CROSSROADS feita pelo CREAM, em 1967, é de longe a mais progressiva, pesada, verdadeira e expressiva da obra do velho mestre negão!

Quase todo guitarrista de BLUES/ROCK que se preze abordou e tentou tocar a obra de JOHNSON. Aqui, álbum triplo de PETER GREEN e seu EXPLINTER GROUP, interpretando ROBERT.

GREEN era guitarrista de alta inventividade e técnica. Mas, cantor sem qualquer inspiração. Mesmo assim, é versão interessante de se possuir, ouvir, colecionar.

Em minha opinião, entre os ingleses é CLAPTON o mais afinado com a intenção de JOHNSON, seu jeito de cantar e o uso da guitarra.

Foi ERIC CLAPTPON, também, quem fez as melhores versões e arranjos a que tive acesso.

Pra terminar, há um vídeo/documentário em que CLAPTON mostra poster de JOHNSON, e observa o tamanho dos dedos do negão, quando postos no braço da guitarra !

Impressionantes!

Ainda bem que ROBERT JOHNSON foi músico, e não UROLOGISTA…

Não consigo imaginar o estrago que o “DR. JOHNSON” causaria em seus pacientes realizando um exames de próstata!

Melhor continuar ouvindo a música que ele compôs…
POSTAGEM ORIGINAL: 01/04/2022