O disco foi gravado AO VIVO no FILLMORE WEST, em São Francisco, o “planetário” do ROCK PSICODÉLICO e PROGRESSIVO do início dos anos 1970.
E traz MILES DAVIS acompanhado por CHICK COREA nos teclado; DAVID HOLLAND tocando baixo; JACK De JOHNETTE, baterista; STEVE GROSSMAN, sax soprano; e o brasileiro AIRTO MOREIRA, na percussão.
É JAZZ FUSION ELÉTRICO da melhor qualidade, e bem no clima dos grandes concertos de bandas americanas de ROCK PROGRESSIVO PSICODÉLICO, como o GRATEFUL DEAD, JEFFERSON AIRPLANE, CHASE, MADURA e outras daqueles tempos.
É o MILES da fase BITCHES BREW “ENROQUECENDO” o “FREE JAZZ” e as experimentações de vanguarda.
Como de hábito, é um show de bola com músicos em via de consagração. Alguns por aí ainda hoje!
Os que acusaram o JAZZ de haver decaído, não se deram conta do quanto o ROCK se sofisticara e evoluíra!
Hoje, fusões de todos os tipos são o MAINSTREAM do POP. Só que MILES DAVIS é vanguarda em quaisquer de suas fases, e em qualquer tempo, C.Q.D…
Não percam, este álbum faz parte de alguns ” quase piratas ” do imenso acervo que a COLUMBIA RECORDS preserva, e foi lançando no decorrer dos tempos… postagem original em 05/02/2019
Cada um deles chegou no apto do tio SÉRGIO bonitinho, lacradinho, por algo em torno de $ 10 BIDENS, uns R$ 53,00 MANDACARUS! Uma baba!!!!
Por preços baixos eu compro. Os discos caros normalmente eu deixo pra quem quiser… Para mim, apenas pelo prazer de tê-los.
Este é o primeiro LP de OTIS, 1964. Não reproduz a primeira edição original que, claro, a gravadora reteve os direitos para uso futuro.
E, também, uma coletânea de EUNICE KATHLEEN WAYMON, ooooppss, a grande NINA SIMONE, lançada faz pouco tempo. E, que eu saiba, não reproduz nenhum original. Mais uma vez, comprei por gosto e oportunidade…
Não tenho pick up, portanto não posso ouvi-los. Espero que tenham qualidade técnica suficiente para fazer jus aos dois. Se não, valeu pelas capas, curiosidade e minha admiração pelos dois.
É isso!
OTIS REDDING – “PAIN IN MY HEART”, E NINA SIMONE – I’M NOT A BLUES SINGER”. AMBOS EM VINIL, 180Gr.
Pois, é!
Cada um deles chegou no apto do tio SÉRGIO bonitinho, lacradinho, por algo em torno de $ 10 BIDENS, uns R$ 53,00 MANDACARUS! Uma baba!!!!
Por preços baixos eu compro. Os discos caros normalmente eu deixo pra quem quiser… Para mim, apenas pelo prazer de tê-los.
Este é o primeiro LP de OTIS, 1964. Não reproduz a primeira edição original que, claro, a gravadora reteve os direitos para uso futuro.
E, também, uma coletânea de EUNICE KATHLEEN WAYMON, ooooppss, a grande NINA SIMONE, lançada faz pouco tempo. E, que eu saiba, não reproduz nenhum original. Mais uma vez, comprei por gosto e oportunidade…
Não tenho pick up, portanto não posso ouvi-los. Espero que tenham qualidade técnica suficiente para fazer jus aos dois. Se não, valeu pelas capas, curiosidade e minha admiração pelos dois.
Eles chegaram na porta do TIO SÉRGIO por $ 22,00 BIDENS, uns R$ 110,00 MANDACARUS.
O P.I.L , BANDA EXPERIMENTAL DE JOHN LYDON, o inefável JOHNNY ROTEN, ícone com os SEX PISTOLS, custou abaixo de R$ 40,00 MANDACARUS! E o HARMONIA… façam as contas.
Eu só compro VINIL na marmita das almas.
HARMONIA é banda de KRAUTROCK, formada por três luminares da cena: MICHAEL ROTHER, HANS-JOACHIM ROEDELIUS e DIETER MOEBIUS.
O disco foi gravado na fase áurea, 1974.
Os caras são tão importantes que BRIAN ENO, criador da AMBIENT MUSIC, e um dos pioneiros do experimentalismo contemporâneo, gravou discos junto com eles.
Aqui, dois vinis caprichados, 180g, etc..
O que tem dentro eu não tenho a menor ideia! Não tenho PICK-UP!
Esse disco é a base do concerto que MILES DAVIS e banda fizeram quando passaram pelo Brasil pela segunda vez, em 1974.
Eu estava lá, no TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, e vi aquele gênio original, ousado e vanguardista, tocando seu TROMPETE acoplado a uma pedaleira de guitarra, wah-wah, eco e tudo o que a tecnologia da época permitia!
Devastador!
Para um rocker como eu e amigos que estavam lá comigo, foi um bacanal sonoro iconoclasta.
Na metade da apresentação houve intervalo; e os mais velhos se retiraram protestando. Não era o MILES que por aqui estivera em fins dos anos 1950!
Ao contrário, havia aderido ao JAZZ FUSION. E trouxe uma banda jovem, com 3 guitarristas, baixo, bateria, dois percussionistas, e mais dois nos sopros. Foi tamanco sem couro: pau puro!
Quanto chegamos ao MUNICIPAL passamos por um preto magrinho e COOL, usando enorme echarpe; e postado nas escadarias fora do teatro. Era MILES DAVIS observando as potenciais vítimas ou futuros e reverentes cultores.
O que fizeram MILES e músicos é vanguarda até hoje, passados perto de 50 anos! Música livre, entrosada, mas sem roteiro muito definido. Na prática, um ROCK DA PESADA e sem piedade ou concessões. O concerto abalou o conservador, histórico e recatado principal teatro da cidade!
O repertório saiu pela primeira vez em disco no Japão, nos anos 1990 do século passado, após a morte de MILES DAVIS, em 1991. Depois, uma avalanche de discos inéditos, shows e vasto escambau foi despejado mundo afora!
Eu calculo que mais de 120 discos/CDs foram lançados ou relançados. Uma universidade sonora para estudo e curtição dos fãs, e todo o mundo.
Na edição limitada acima, o saxofonista e flautista DAVID LIEBMAN, que estava na banda, escreve um livreto expondo como o trabalho e os arranjos foram organizados.
Ele cita a criatividade, conhecimento musical e intuição de MILES DAVIS para fazer tocar a enorme máquina sonora que forjou. MILES dava organicidade ao caos domando a liberdade dos jovens músicos da banda.
Mas, não é disco para todos. É duro, multirrítmico, percussivo, e mescla o FREE JAZZ ao FUNK, algo entre SUN RA, JAMES BROWN e SLY & THE FAMILY STONE, em cima de um sub-reptício e recorrente ROCK (JAZZ?) MINIMALISTA.
E, claro, há os sopros, madeiras e metais, também nada convencionais. A começar por DAVIS, e sua engenhoca barulhenta: um trompete soando a galáxias do BE-BOP e de qualquer racionalidade tradicional!
Como disse um integrante da banda, à época, “MILES IS MILES AND MILES AWAY!” Um vulcão arrasador!
Verifique – se aguentar ou duvidar!!!! É para joviais e inconformistas. E, principalmente, para os que não perderam o humor e a curiosidade. Original publicado em 04/02/2019
Encrenca típica em que o TIO SÉRGIO se mete. Um grande amigo propôs uma troca entre materiais disponíveis. Eu tinha alguns bons cabos sobrando: de caixa, elétricos, e de conexão. E ele edições raras e limitadas em CDS. E, foi assim, como cantou WANDERLEIA: fiquei com este BOX dos BEATLES, edição japonesa meio doida, e outros discos que comentarei em outras ocasiões. A CAIXA é sólida e numerada. Esta é a 2165 de 3000 que fizeram, e foi produzida no JAPÃO. Acompanha um LIVRO muito bem feito, com 176 páginas, editado pela OMNIBUS PRESS americana, mas editado na INGLATERRA. Traz fotos, dados de gravações, e entrevistas, com os 4 e todos os envolvidos. O material abrange de 1962 a 1970. Está aí, também, um lindo PIN. No BOX com os três CDS: HELP, RUBBER SOUL e REVOLVER, edições inglesas, com a mixagem mais bem cuidada processada em 1987. Segundo esse meu amigo, é bem melhor do que as posteriores do mesmo GEORGE MARTIN, mais conhecidas. Eu também percebi. Juntei à foto minha edição especial do SGT. PEPPERS, também de 1987, o que formou um quarteto algo raro. Claro, o trabalho de mixagens e remasterizações que vêm sendo realizados pelo filho de GEORGE MARTIN, o excelente GILES MARTIN, vem trazendo vida nova a tudo isso. E até o presente é o que existe de melhor… Troquei e gostei. Enriqueceu minha coleção, porque material inusitado e talvez precioso. Eu coleciono BEATLES, mas não sou BEATLEMANÍACO!
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO observou em seu livro “O VERDE VIOLENTOU O MURO”, de 1984, que “NA ALEMANHA ATÉ PUNK É DISCIPLINADO”:
contou que viu em rua deserta um jovem PUNK esperar o semáforo abrir para atravessar “na faixa”…
Diz muito sobre o povo alemão, para o bem e para o mal, não é mesmo? E abre hipóteses para entender esse disco intrigante de UTE LEMPER, atriz e cantora alemã, que faz um…”TAKE A WALK ON THE WILD SIDE” das PAIXÕES UNDERGROUND do íntimo humano.
BERLIM é cidade tida como “afetivamente fria”, mas intensa, que expõe o sexo e suas implicações; relacionamentos casuais; desejos; prostituição sem pieguice; desalento e desamparo; falta de grana; e não arrependimentos reflexivos. É o existir com dores, portanto…
No repertório vem descrito em letras de autores excelentes e sofisticados; e compositores íntimos do UNDERGROUND CONTEMPORÂNEO.
Pinta um quadro DARK sem ilusões ou desesperos. Algo depressivo, mas COOL. Controlado e reprimido simultaneamente.
Coisa de alemão?
Do ponto de vista musical há direção estudada, produção firme, portanto obra coesa como se a pretensão fosse um álbum CONCEITUAL. E talvez seja. Há música de CABARÉ, TANGO, CHANSON FRANÇAISE… E POP ROCK, também.
Enquanto escuta, você viaja pela translúcida selva da marginália CULT. Há NICK CAVE, ELVIS COSTELLO, PHILLIP GLASS, DIVINE COMEDY, TOM WAITS, SCOTT WALKER E KURT WEILL.
Escolhidos e apresentados de forma a dar sentido ao quê, imagino, seja a essência da frieza proficiente e ativa dos alemães também para lidar com as emoções e desejos.
E, claro, sob o ponto de vista dos produtores e da cantora; mesmo porque também buscados em autores americanos, ingleses, etc… Onde há DARKS é instigante colher metáforas.
UTE LEMPER é competente sem ser brilhante. A maior parte da obra é feita por NEIL HANNON e o DIVINE COMEDY. No disco há música e uma orquestração de SCOTT WALKER, naquele estilo próprio de expressar maremotos e inundações; refluxos e desolação.
Amedrontador!
Você ouvirá, também, PHILLIP GLASS quase minimalista, e fazendo um POP ROCK com a sonoridade básica e o estilo transposto para as sinfonias compostas sobre a fase BERLIM de DAVID BOWIE. Mas, é adequado ao disco. E há muito, muito mais…
Eu recomendo; mas, questiono: será que gosto, mesmo, disso?
E você gostará?
Tente, porque é fascinante! Original publicado em 31/01/2020
Pianista, arranjador e compositor americano, que se tornou teórico importante da vanguarda musical por ter criado, em 1953, um MÉTODO DE HARMONIA BASEADO EM JAZZ, em vez da música clássica europeia – como era o comum.
Sua teoria influenciou GIL EVANS, JOHN LEWIS e, principalmente, o JAZZ MODAL que MILES DAVIS desenvolveu em KIND OF BLUE.
Em meados dos 1960, o JAZZ se encontrava em um dilema: a forma tradicional vinha perdendo prestígio do público; e os músicos profissionais estavam ficando sem mercado de trabalho.
Foi quando o conceito de FUSION foi criado e incorporado à linguagem “jazzística”, admitindo uma certa aproximação com o POP.
Incontáveis músicos importantes, entre eles WES MONTGOMERY, JOHN COLTRANE e o próprio MILES enveredaram por esse caminho. Aliás, multifacetado e diferente de artista para artista. Há uma infinidade de discos obscuros, esquecidos nas discografias oficiais, que expõem a mudança.
Talvez fosse curioso montar uma coleção com esses discos. Mas é preciso investigar, buscar, estudar para se chegar a eles. Exigirá escavação meio às cegas. Mas, por que, não?
Os discos da foto são parte de um BOX que junta a produção para duas gravadoras: BLACK SAINT e SOUL NOTE. A música de GEORGE RUSSEL é um multimercado sonoro:
MISTURA MÚSICA ALEATÓRIA, MÚSICA ELETRÔNICA, EXPERIMENTAÇÃO COM VOZES, algo de ROCK PROGRESSIVO – por assim dizer…; E FREE JAZZ e JAZZ CONTEMPORÂNEO e MODERNO!
Muito louco, por supuesto!
Não são pastiches mal pensados. Há originalidade evidente. Seguindo a tendência dos músicos de JAZZ da época, RUSSELL migrou para a Europa. Foi para a ESCANDINÁVIA, em 1964, onde gravou e influenciou a turma que futuramente daria a base sonora da GRAVADORA E.C.M!
Há nos discos JAN GARBAREK, TERJE RYPDALL, JON CHRISTENSEN, entre vários, à época muito jovens, e aproveitados por causa do perfil vanguardista.
O BOX é muito diferenciado e, talvez, seja demais para muitos. Então se puderem escolher foquem em “ELECTRONIC SONATA FOR SOULS LOVED BY NATURE” e “TRIP TO PRILARGURI”, que expressam mais claramente o compositor e suas intenções.
É BOX para colecionadores de vanguardas, músicas incomuns e curiosidades competentes.
Encarem – se tiverem coragem…. PUBILIDAÇAO ORIGINAL 31/01/2019
Hoje, os ingleses. Provavelmente os inventores do BLUES-ROCK. E de suas extensões para o HARD ROCK, HARD BLUES, PSICHEDELIC BLUES, e o que mais houver!
Tentei focar no BLUES/ROCK e fiquei envergonhado!!!!
Cadê o JOHN MAYALL, ALEXIS KORNER, CYRIL DAVIES e o FREE, TIO SÉRGIO?
Você acertou. Cadê? O gato comeu? ou “eu esqueceu”? ! “Eu esqueceu”.
Mas ligue não! Só do MAYALL tenho uns 60 discos ou mais; o FREE “eu tem tudo”. E não vou comentar do HUMBLE PIE, e vasto etc. esquecido…
Em compensação vou escrever pouco.
Peguei alguns mais RAROS e “BELICOSOS”, que não estão por aí com facilidade. Aliás, há dois óbvios que surgiram em minha frente e eu “pegou pra foto”: JEFF BECK e DEREK & THE DOMINOS – e CLAPTON, por supuesto!
Mas há esquecidos e escondidos; raros e caros; raros e preciosos; e talvez desvalidos e amotinados. E apenas uma garantia que TIO SÉRGIO “garante”: são todos discos legais, colecionáveis, cutucados um por um, e que me orgulho por tê-los prospectados, coletados, guardados e, vez por outra, exibidos para a turma.
As fotos são as que consegui tirar com a minha já festejada e relevada incompetência. Acho que é possível identificar disco a disco, mas vou contar ao menos sobre um ou uns:
THE BRITISH INVASION ALL-STARS, 1991, é um ônibus que pôs na estrada um amálgama com gente dos YARDBIRDS, PROCOL HARUM, CREATION, DOWNLINER SECT, NASHVILLE TEENS E PRETTY THINGS: um mexido cult com fragmentos de bandas legais dos 60’S fazendo BLUES e outros “HITS”. Para mim, imperdível!
CHRIS YOULDEN foi o vocalista da fase áurea do SAVOY BROWN. Legal, muito legal;
DIRTY BLUES BAND, 1968, revelou um quase famoso gaitista chamado ROD PIAZZA;
NIGHTS OF THE BLUES TABLE, 1992, é miscelânea ultra legal: os suspeitos de sempre e muitos quase imprescindíveis. Procure por aí;
PRETTY THINGS / YARDBIRDS BLUES BAND, bem vocês imaginam o que seja;
JOHN DUMMER BLUES BAND, raro e colecionável legal que poucos conhecem;
E um espetacular SINGLE de GARY MOORE, ao vivo com ALBERT KING, tocando “STORMY MONDAY BLUES”, um must imperdível de quase dez minutos! Lá por 1994!
Enfim, é para os “gostantes”. Ou seja, a maior parte de nós todos.
GRAM PARSONS morreu de OVERDOSE. Foi guitarrista ligado ao FOLK, e pioneiro do COUNTRY ROCK, com a banda FLYING BURRITO BROTHERS em meados dos anos 1960. Era muito próximo ao pessoal dos BYRDS e outros da CALIFÓRNIA.
GENE CLARK era cantor e compositor, foi vocalista dos BYRDS e singrou carreira cheia de altos e baixos. Ele brincava com a ideia da morte dizendo “I WENT LOOKING FOR GRAM PARSONS”.
Há e houve poucos músicos com tão pouca propensão ao estrelato quanto GENE. Era tímido, inseguro, falava pouco e tinha mais do que medo de voar. Simplesmente paúra!
Cantor de voz diferenciada que sabia compor. Bom letrista e melodista, tocava guitarra adequadamente, e harmonizava muito bem dentro dos grupos.
Seu primeiro momento como profissional foi no lendário grupo FOLK americano, “THE NEW CHRISTIAN MINSTRELS”, por volta de 1962. CLARK escondia-se no palco, não era notado, mesmo sendo eficiente.
Em 1964, encontrou-se com ROGER McGUINN e DAVID CROSBY, guitarristas e compositores, e os três criaram algo novo. Um tipo de FUSION entre o BEAT INGLÊS e o FOLK AMERICANO, que o trio gostava e conhecia. Foi o início do seminal THE BYRDS.
O single MR. TAMBOURINE MAN, composição de BOB DYLAN, foi lançado em abril de 1965, e simplesmente arrasou!
O arranjo das guitarras e a produção foi do lendário ENGENHEIRO DE SOM da COLUMBIA RECORDS, TOM WILSON, que revolucionou aqueles tempos quando adicionou guitarras e instrumentos elétricos ao FOLK TRADICIONAL.
Ele começou eletrificando LIKE A ROLLING STONE, hit histórico de DYLAN. Depois, seguiu com os BYRDS, e avançou entre diversas músicas, até a espetacular SOUNDS OF SILENCE, de SIMON & GARFUNKEL. Todas contemporâneas, históricas e seminais.
Detalhe saboroso: TOM WILSON era um negão, oooopss!!!, um PRETÃO, na exigência politicamente correta de hoje!!!!
Resumindo, o FOLK ROCK foi “criado sonoramente” por um NEGRO. Da mesma forma que a imensa maioria da SOUL MUSIC feita pela ATLANTIC RECORDS, também nos anos 1960, foi arranjada e executada por BRANCOS!
Mas, tio SÉRGIO, o que isto quer dizer?
Sei, lá! Apenas que talentos estão disseminados vida afora! E aleatoriamente. E que racismo além de crime é bobagem retumbante! Mas, que saber disso é instigante, ahhhh, isso é!!!!
Esta primeira fase dos BYRDS durou menos de dois anos. E GENE gravou com eles integralmente os LONG PLAYS “MR. TAMBOURINE MAN” e “TURN, TURN, TURN”, ambos em 1965. E colaborou um pouco nos dois álbuns seguintes.
CLARK saiu do grupo no início de 1966, porque era o principal compositor e ganhava mais do que os outros. Houve tensões e disputas, já que o falecido e genial CROSBY, e McGUINN também compunham. E muito bem, obrigado…
Mesmo assim, todos se cruzaram ao longo dos caminhos, e houve restaurações diversas da banda. A ruptura meio traumática revelou-se benéfica para todos. Ironias da vida…
Os BYRDS sem GENE seguiram mais na linha do ROCK PSICODÉLICO. E frutificaram em várias frentes.
E GENE CLARK prosseguiu na integração do FOLK ao ROCK, sem grandes experimentações, mas aprofundou o lado melódico e buscas nos sentido do COUNTRY. Foi errático o tempo todo, mas também desbravador. E, digo eu, genial!
Sempre se disse que os relativamente poucos discos que GENE CLARK gravou são, sempre, “no mínimo interessantes”. Mas, a carreira dele não andava por causa de suas limitações e temores pessoais.
Muitos argumentaram que pouco adiantava fazer discos brilhantes, se o artista não viajava para fazer a divulgação; além dos problemas recorrentes que ele tinha com as drogas.
Por isso, os discos fracassaram em vendas, mesmo tendo fãs ardorosos e fidelíssimos, entre os quais faço questão de me incluir.
Encontrar vinis ou CDS de GENE CLARK é uma quase aventura para os colecionadores. Discos como THIS BYRD HAS FLOWN, aqui postado, versão em CD do original FIREBYRD, demorou mais de 4 anos para ficar pronto. Idas e vindas, pouca grana, e tudo o que os contumazes “OUTSIDERS” pagam pela falta de assertividade.
O lado puramente artístico, no entanto, é uma delícia. Quando deixou os BYRDS, a COLUMBIA produziu seu primeiro LP, 1967: GENE CLARK & THE GOSDIN BROTHERS, aqui na versão em CD rebatizada por ECHOES. É disco lindo, na linha dos BYRDS originais, com a participação da nata dos músicos de estúdio da CALIFÓRNIA.
Em seguida, houve reviravolta quando CLARK juntou-se aos irmãos DILLARDS, em 1968/69, para mergulho no COUNTRY mais puro, legando dois discos amados pelos puristas.
Depois, CLARK saiu para outros projeto, à procura de destino incerto, ou projeto que suspeitava querer de seguir…
Voltou ao FOLK ROCK nos excelentes GENE CLARK (WHITE LIGHT) , 1971; ROADMASTER, 1972; NO OTHER 1974; e no raro e precioso TWO SIDES TO EVERY STORY, 1977 – belo disco nos dois lados do rio: o FOLK e o COUNTRY, muito mais bem trabalhados.
GENE fez, também, mais dois álbuns de relativo sucesso como McGUINN, CLARK & HILLMAN, no início dos 1980, em híbrido POP que ia do quase-REGGAE ao COUNTRY diluído. Para mim, sem grandes atrativos, mesmo que agradáveis…
Mas, um acaso o levou, em 1987, a seu disco mais vendido até hoje.
CARLA OLSON, cantora, guitarrista e compositora americana, quase famosa com sua banda PROTO-PUNK, os TEXTONES, foi meio na cara dura incitada a subir no palco onde GENE CLARK estava se apresentando.
Ela no princípio ficou meio sem jeito. Mas, foi.
GENE perguntou o nome dela e só. E a banda introduziu “I FEEL A WHOLE LOT BETTER”, clássico dos BYRDS.
A química foi imediata!
CARLA é uma loirinha baixinha, incendidária e memorável, com vozeirão COUNTRY-BLUESY.
Quem não a conhece precisa ficar sabendo! CARLA é, também, famosa por seu disco ao vivo com MICK TAYLOR, onde o “HARD” e o “SOUTHERN ROCK” se imbricam. Álbum sensacional e pesado, como os seus vários discos.
CARLA OLSON construiu e mantém carreira sólida. É pauleira brava! E nada fica a dever aos grandes do pedaço.
Ela e GENE CLARK gravaram o COUNTRY e influente “SO REBELIOUS A LOVER”, no final dos 1980, que levantou GENE e redirecionou a carreira dela.
Só como referência, os dois discos que GENE e CARLA gravaram juntos não ficam abaixo artisticamente, e influenciaram as incursões de ROBERT PLANT & ALLISON KRAUSS; e BILLY JOE ( do GREEN DAY ) & NORA JONES.
A gente escuta o eco de GENE CLARK em grupos como os COWBOYS JUNKIES.
Em maio de 1991, com vários problemas causados pelas drogas, e um câncer na garganta, GENE CLARK foi definitivamente em busca de GRAM PARSONS.
Eu e muitos ficamos consternados por sua vida sofrida, talvez curta, mas completa em si mesma.
É minha impressão que a História retomará a obra de GENE CLARK com mais vigor e zêlo.
Mas, enquanto isso, encontrem o álbum triplo, “COLLECTED”, postado no centro das fotos, que traz o melhor da produção dele, inclusive “demos recordings” e coisas inacabadas. Vale muito mais do que custa.
GENE CLARK é inigualável! Publicação original em 2021