MILES DAVIS – BLACK BEAUTY – 1970

O disco foi gravado AO VIVO no FILLMORE WEST, em São Francisco, o “planetário” do ROCK PSICODÉLICO e PROGRESSIVO do início dos anos 1970.

E traz MILES DAVIS acompanhado por CHICK COREA nos teclado; DAVID HOLLAND tocando baixo; JACK De JOHNETTE, baterista; STEVE GROSSMAN, sax soprano; e o brasileiro AIRTO MOREIRA, na percussão.

É JAZZ FUSION ELÉTRICO da melhor qualidade, e bem no clima dos grandes concertos de bandas americanas de ROCK PROGRESSIVO PSICODÉLICO, como o GRATEFUL DEAD, JEFFERSON AIRPLANE, CHASE, MADURA e outras daqueles tempos.

É o MILES da fase BITCHES BREW “ENROQUECENDO” o “FREE JAZZ” e as experimentações de vanguarda.

Como de hábito, é um show de bola com músicos em via de consagração. Alguns por aí ainda hoje!

Os que acusaram o JAZZ de haver decaído, não se deram conta do quanto o ROCK se sofisticara e evoluíra!

Hoje, fusões de todos os tipos são o MAINSTREAM do POP. Só que MILES DAVIS é vanguarda em quaisquer de suas fases, e em qualquer tempo, C.Q.D…

Não percam, este álbum faz parte de alguns ” quase piratas ” do imenso acervo que a COLUMBIA RECORDS preserva, e foi lançando no decorrer dos tempos…
postagem original em 05/02/2019

OTIS REDDING – “PAIN IN MY HEART”, E NINA SIMONE, : I’M NOT A BLUES SINGER”. AMBOS EM VINIL, 180G.

Pois, é!

Cada um deles chegou no apto do tio SÉRGIO bonitinho, lacradinho, por algo em torno de $ 10 BIDENS, uns R$ 53,00 MANDACARUS! Uma baba!!!!

Por preços baixos eu compro. Os discos caros normalmente eu deixo pra quem quiser… Para mim, apenas pelo prazer de tê-los.

Este é o primeiro LP de OTIS, 1964. Não reproduz a primeira edição original que, claro, a gravadora reteve os direitos para uso futuro.

E, também, uma coletânea de EUNICE KATHLEEN WAYMON, ooooppss, a grande NINA SIMONE, lançada faz pouco tempo. E, que eu saiba, não reproduz nenhum original. Mais uma vez, comprei por gosto e oportunidade…

Não tenho pick up, portanto não posso ouvi-los. Espero que tenham qualidade técnica suficiente para fazer jus aos dois. Se não, valeu pelas capas, curiosidade e minha admiração pelos dois.

É isso!

OTIS REDDING – “PAIN IN MY HEART”, E NINA SIMONE – I’M NOT A BLUES SINGER”. AMBOS EM VINIL, 180Gr.

Pois, é!

Cada um deles chegou no apto do tio SÉRGIO bonitinho, lacradinho, por algo em torno de $ 10 BIDENS, uns R$ 53,00 MANDACARUS! Uma baba!!!!

Por preços baixos eu compro. Os discos caros normalmente eu deixo pra quem quiser… Para mim, apenas pelo prazer de tê-los.

Este é o primeiro LP de OTIS, 1964. Não reproduz a primeira edição original que, claro, a gravadora reteve os direitos para uso futuro.

E, também, uma coletânea de EUNICE KATHLEEN WAYMON, ooooppss, a grande NINA SIMONE, lançada faz pouco tempo. E, que eu saiba, não reproduz nenhum original. Mais uma vez, comprei por gosto e oportunidade…

Não tenho pick up, portanto não posso ouvi-los. Espero que tenham qualidade técnica suficiente para fazer jus aos dois. Se não, valeu pelas capas, curiosidade e minha admiração pelos dois.

É isso!

P.I.L. – PUBLIC IMAGE LTD, COM 3 FAIXAS, DUAS AO VIVO, GRAVADAS EM 2010. E HARMONIA: LIVE, 1974. AMBOS EM VINIL!

Eles chegaram na porta do TIO SÉRGIO por $ 22,00 BIDENS, uns R$ 110,00 MANDACARUS.

O P.I.L , BANDA EXPERIMENTAL DE JOHN LYDON, o inefável JOHNNY ROTEN, ícone com os SEX PISTOLS, custou abaixo de R$ 40,00 MANDACARUS! E o HARMONIA… façam as contas.

Eu só compro VINIL na marmita das almas.

HARMONIA é banda de KRAUTROCK, formada por três luminares da cena: MICHAEL ROTHER, HANS-JOACHIM ROEDELIUS e DIETER MOEBIUS.

O disco foi gravado na fase áurea, 1974.

Os caras são tão importantes que BRIAN ENO, criador da AMBIENT MUSIC, e um dos pioneiros do experimentalismo contemporâneo, gravou discos junto com eles.

Aqui, dois vinis caprichados, 180g, etc..

O que tem dentro eu não tenho a menor ideia! Não tenho PICK-UP!

Texto original 04/02/2023

Pode ser uma imagem de texto que diz "Harmonia live 197 PiL"

Curtir

Comentar

MILES DAVIS – DARK MAGUS – 1974

Esse disco é a base do concerto que MILES DAVIS e banda fizeram quando passaram pelo Brasil pela segunda vez, em 1974.

Eu estava lá, no TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, e vi aquele gênio original, ousado e vanguardista, tocando seu TROMPETE acoplado a uma pedaleira de guitarra, wah-wah, eco e tudo o que a tecnologia da época permitia!

Devastador!

Para um rocker como eu e amigos que estavam lá comigo, foi um bacanal sonoro iconoclasta.

Na metade da apresentação houve intervalo; e os mais velhos se retiraram protestando. Não era o MILES que por aqui estivera em fins dos anos 1950!

Ao contrário, havia aderido ao JAZZ FUSION. E trouxe uma banda jovem, com 3 guitarristas, baixo, bateria, dois percussionistas, e mais dois nos sopros. Foi tamanco sem couro: pau puro!

Quanto chegamos ao MUNICIPAL passamos por um preto magrinho e COOL, usando enorme echarpe; e postado nas escadarias fora do teatro. Era MILES DAVIS observando as potenciais vítimas ou futuros e reverentes cultores.

O que fizeram MILES e músicos é vanguarda até hoje, passados perto de 50 anos! Música livre, entrosada, mas sem roteiro muito definido. Na prática, um ROCK DA PESADA e sem piedade ou concessões. O concerto abalou o conservador, histórico e recatado principal teatro da cidade!

O repertório saiu pela primeira vez em disco no Japão, nos anos 1990 do século passado, após a morte de MILES DAVIS, em 1991. Depois, uma avalanche de discos inéditos, shows e vasto escambau foi despejado mundo afora!

Eu calculo que mais de 120 discos/CDs foram lançados ou relançados. Uma universidade sonora para estudo e curtição dos fãs, e todo o mundo.

Na edição limitada acima, o saxofonista e flautista DAVID LIEBMAN, que estava na banda, escreve um livreto expondo como o trabalho e os arranjos foram organizados.

Ele cita a criatividade, conhecimento musical e intuição de MILES DAVIS para fazer tocar a enorme máquina sonora que forjou. MILES dava organicidade ao caos domando a liberdade dos jovens músicos da banda.

Mas, não é disco para todos. É duro, multirrítmico, percussivo, e mescla o FREE JAZZ ao FUNK, algo entre SUN RA, JAMES BROWN e SLY & THE FAMILY STONE, em cima de um sub-reptício e recorrente ROCK (JAZZ?) MINIMALISTA.

E, claro, há os sopros, madeiras e metais, também nada convencionais. A começar por DAVIS, e sua engenhoca barulhenta: um trompete soando a galáxias do BE-BOP e de qualquer racionalidade tradicional!

Como disse um integrante da banda, à época, “MILES IS MILES AND MILES AWAY!” Um vulcão arrasador!

Verifique – se aguentar ou duvidar!!!! É para joviais e inconformistas. E, principalmente, para os que não perderam o humor e a curiosidade.
Original publicado em 04/02/2019

THE BEATLES – BOX SET – EDIÇÃO LIMITADA JAPONESA, COM “HELP”, “RUBBER SOUL” e “REVOLVER”

 

Encrenca típica em que o TIO SÉRGIO se mete.
Um grande amigo propôs uma troca entre materiais disponíveis.
Eu tinha alguns bons cabos sobrando: de caixa, elétricos, e de conexão.
E ele edições raras e limitadas em CDS.
E, foi assim, como cantou WANDERLEIA: fiquei com este BOX dos BEATLES, edição japonesa meio doida, e outros discos que comentarei em outras ocasiões.
A CAIXA é sólida e numerada. Esta é a 2165 de 3000 que fizeram, e foi produzida no JAPÃO.
Acompanha um LIVRO muito bem feito, com 176 páginas, editado pela OMNIBUS PRESS americana, mas editado na INGLATERRA. Traz fotos, dados de gravações, e entrevistas, com os 4 e todos os envolvidos. O material abrange de 1962 a 1970. Está aí, também, um lindo PIN.
No BOX com os três CDS: HELP, RUBBER SOUL e REVOLVER, edições inglesas, com a mixagem mais bem cuidada processada em 1987.
Segundo esse meu amigo, é bem melhor do que as posteriores do mesmo GEORGE MARTIN, mais conhecidas. Eu também percebi.
Juntei à foto minha edição especial do SGT. PEPPERS, também de 1987, o que formou um quarteto algo raro.
Claro, o trabalho de mixagens e remasterizações que vêm sendo realizados pelo filho de GEORGE MARTIN, o excelente GILES MARTIN, vem trazendo vida nova a tudo isso. E até o presente é o que existe de melhor…
Troquei e gostei. Enriqueceu minha coleção, porque material inusitado e talvez precioso.
Eu coleciono BEATLES, mas não sou BEATLEMANÍACO! 

INSÔNIA – 1 – DISCOGRAFIA PERTINENTE, ACHO…

MEGERA SILENCIOSA, TORTURADORA IMPÁVIDA, SINGRA CONFUSA NO MAREMOTO SURDO

DE MEU DESESPERO NESSE AFOGAR ETERNO,

PARA ACORDAR INCOMPLETO E VIVER AUSENTE,

NA CALMARIA ABÚLICA DE UM CORPO EXANGUE.


QUASE MORTE:

EXTENSA, PERENE, INCONCLUSA;

QUASE VIDA:

LENTA, DESATENTA, INERME;

O COTIDIANO INSONE EU PEREGRINO EXAUSTO

FEITO NAU SEM MÁQUINAS, UM TAXI PERDIDO,

NO MÓRBIDO ENTARDECER DE MAIS UM DIA ROUBADO;


MADRUGADAS, INCERTEZAS E OBSCUROS MEDOS

FRUSTRAÇÕES E REMORSOS DISTORCENDO IMAGENS,

AGENDA, PENSAMENTOS E AFAZERES TRÔPEGOS,

DESFILAM PROJETADOS NO INTERIOR DA MENTE,

NA TELA IMPERFEITA QUE A NOITE GUARDA.


ADAGA INVISÍVEL, FERRO IMPLACÁVEL

QUE VIOLA MEU CORPO E APAGA O ÂNIMO,

FLUXO IMPRECISO QUE DESCARRILHA O DIA,

CONSTRÓI NO VÁCUO QUE EM MIM HABITA

O ALAMBIQUE DE PESARES QUE DESTILO.


PARA TI, INSÔNIA,

MINHA ADEGA DE ÓDIOS EU ESCANCARO!

UTE LEMPER – THE PUNISHING KISS – DECCA 2000

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO observou em seu livro “O VERDE VIOLENTOU O MURO”, de 1984, que “NA ALEMANHA ATÉ PUNK É DISCIPLINADO”:

contou que viu em rua deserta um jovem PUNK esperar o semáforo abrir para atravessar “na faixa”…

Diz muito sobre o povo alemão, para o bem e para o mal, não é mesmo? E abre hipóteses para entender esse disco intrigante de UTE LEMPER, atriz e cantora alemã, que faz um…”TAKE A WALK ON THE WILD SIDE” das PAIXÕES UNDERGROUND do íntimo humano.

BERLIM é cidade tida como “afetivamente fria”, mas intensa, que expõe o sexo e suas implicações; relacionamentos casuais; desejos; prostituição sem pieguice; desalento e desamparo; falta de grana; e não arrependimentos reflexivos. É o existir com dores, portanto…

No repertório vem descrito em letras de autores excelentes e sofisticados; e compositores íntimos do UNDERGROUND CONTEMPORÂNEO.

Pinta um quadro DARK sem ilusões ou desesperos. Algo depressivo, mas COOL. Controlado e reprimido simultaneamente.

Coisa de alemão?

Do ponto de vista musical há direção estudada, produção firme, portanto obra coesa como se a pretensão fosse um álbum CONCEITUAL. E talvez seja. Há música de CABARÉ, TANGO, CHANSON FRANÇAISE… E POP ROCK, também.

Enquanto escuta, você viaja pela translúcida selva da marginália CULT. Há NICK CAVE, ELVIS COSTELLO, PHILLIP GLASS, DIVINE COMEDY, TOM WAITS, SCOTT WALKER E KURT WEILL.

Escolhidos e apresentados de forma a dar sentido ao quê, imagino, seja a essência da frieza proficiente e ativa dos alemães também para lidar com as emoções e desejos.

E, claro, sob o ponto de vista dos produtores e da cantora; mesmo porque também buscados em autores americanos, ingleses, etc… Onde há DARKS é instigante colher metáforas.

UTE LEMPER é competente sem ser brilhante. A maior parte da obra é feita por NEIL HANNON e o DIVINE COMEDY. No disco há música e uma orquestração de SCOTT WALKER, naquele estilo próprio de expressar maremotos e inundações; refluxos e desolação.

Amedrontador!

Você ouvirá, também, PHILLIP GLASS quase minimalista, e fazendo um POP ROCK com a sonoridade básica e o estilo transposto para as sinfonias compostas sobre a fase BERLIM de DAVID BOWIE. Mas, é adequado ao disco. E há muito, muito mais…

Eu recomendo; mas, questiono: será que gosto, mesmo, disso?

E você gostará?

Tente, porque é fascinante!
Original publicado em 31/01/2020

GEORGE RUSSELL – TEÓRICO DO JAZZ DE VANGUARDA

Pianista, arranjador e compositor americano, que se tornou teórico importante da vanguarda musical por ter criado, em 1953, um MÉTODO DE HARMONIA BASEADO EM JAZZ, em vez da música clássica europeia – como era o comum.

Sua teoria influenciou GIL EVANS, JOHN LEWIS e, principalmente, o JAZZ MODAL que MILES DAVIS desenvolveu em KIND OF BLUE.

Em meados dos 1960, o JAZZ se encontrava em um dilema: a forma tradicional vinha perdendo prestígio do público; e os músicos profissionais estavam ficando sem mercado de trabalho.

Foi quando o conceito de FUSION foi criado e incorporado à linguagem “jazzística”, admitindo uma certa aproximação com o POP.

Incontáveis músicos importantes, entre eles WES MONTGOMERY, JOHN COLTRANE e o próprio MILES enveredaram por esse caminho. Aliás, multifacetado e diferente de artista para artista. Há uma infinidade de discos obscuros, esquecidos nas discografias oficiais, que expõem a mudança.

Talvez fosse curioso montar uma coleção com esses discos. Mas é preciso investigar, buscar, estudar para se chegar a eles. Exigirá escavação meio às cegas. Mas, por que, não?

Os discos da foto são parte de um BOX que junta a produção para duas gravadoras: BLACK SAINT e SOUL NOTE. A música de GEORGE RUSSEL é um multimercado sonoro:

MISTURA MÚSICA ALEATÓRIA, MÚSICA ELETRÔNICA, EXPERIMENTAÇÃO COM VOZES, algo de ROCK PROGRESSIVO – por assim dizer…; E FREE JAZZ e JAZZ CONTEMPORÂNEO e MODERNO!

Muito louco, por supuesto!

Não são pastiches mal pensados. Há originalidade evidente. Seguindo a tendência dos músicos de JAZZ da época, RUSSELL migrou para a Europa. Foi para a ESCANDINÁVIA, em 1964, onde gravou e influenciou a turma que futuramente daria a base sonora da GRAVADORA E.C.M!

Há nos discos JAN GARBAREK, TERJE RYPDALL, JON CHRISTENSEN, entre vários, à época muito jovens, e aproveitados por causa do perfil vanguardista.

O BOX é muito diferenciado e, talvez, seja demais para muitos. Então se puderem escolher foquem em “ELECTRONIC SONATA FOR SOULS LOVED BY NATURE” e “TRIP TO PRILARGURI”, que expressam mais claramente o compositor e suas intenções.

É BOX para colecionadores de vanguardas, músicas incomuns e curiosidades competentes.

Encarem – se tiverem coragem….
PUBILIDAÇAO ORIGINAL 31/01/2019

BLUES-ROCK DA INGLATERRA E ADJACÊNCIAS 1960/1990

 

TIO SÉRGIO e suas buscas e predileções.

Hoje, os ingleses. Provavelmente os inventores do BLUES-ROCK. E de suas extensões para o HARD ROCK, HARD BLUES, PSICHEDELIC BLUES, e o que mais houver!

Tentei focar no BLUES/ROCK e fiquei envergonhado!!!!

Cadê o JOHN MAYALL, ALEXIS KORNER, CYRIL DAVIES e o FREE, TIO SÉRGIO?

Você acertou. Cadê? O gato comeu? ou “eu esqueceu”? ! “Eu esqueceu”.

Mas ligue não! Só do MAYALL tenho uns 60 discos ou mais; o FREE “eu tem tudo”. E não vou comentar do HUMBLE PIE, e vasto etc. esquecido…

Em compensação vou escrever pouco.

Peguei alguns mais RAROS e “BELICOSOS”, que não estão por aí com facilidade. Aliás, há dois óbvios que surgiram em minha frente e eu “pegou pra foto”: JEFF BECK e DEREK & THE DOMINOS – e CLAPTON, por supuesto!

Mas há esquecidos e escondidos; raros e caros; raros e preciosos; e talvez desvalidos e amotinados. E apenas uma garantia que TIO SÉRGIO “garante”: são todos discos legais, colecionáveis, cutucados um por um, e que me orgulho por tê-los prospectados, coletados, guardados e, vez por outra, exibidos para a turma.

As fotos são as que consegui tirar com a minha já festejada e relevada incompetência. Acho que é possível identificar disco a disco, mas vou contar ao menos sobre um ou uns:

THE BRITISH INVASION ALL-STARS, 1991, é um ônibus que pôs na estrada um amálgama com gente dos YARDBIRDS, PROCOL HARUM, CREATION, DOWNLINER SECT, NASHVILLE TEENS E PRETTY THINGS: um mexido cult com fragmentos de bandas legais dos 60’S fazendo BLUES e outros “HITS”. Para mim, imperdível!

CHRIS YOULDEN foi o vocalista da fase áurea do SAVOY BROWN. Legal, muito legal;

DIRTY BLUES BAND, 1968, revelou um quase famoso gaitista chamado ROD PIAZZA;

NIGHTS OF THE BLUES TABLE, 1992, é miscelânea ultra legal: os suspeitos de sempre e muitos quase imprescindíveis. Procure por aí;

PRETTY THINGS / YARDBIRDS BLUES BAND, bem vocês imaginam o que seja;

JOHN DUMMER BLUES BAND, raro e colecionável legal que poucos conhecem;

E um espetacular SINGLE de GARY MOORE, ao vivo com ALBERT KING, tocando “STORMY MONDAY BLUES”, um must imperdível de quase dez minutos! Lá por 1994!

Enfim, é para os “gostantes”. Ou seja, a maior parte de nós todos.

Prospectem e curtam!

Infinito est.
publicação original 31/01/2021

GENE É UM GÊNIO!

GRAM PARSONS morreu de OVERDOSE. Foi guitarrista ligado ao FOLK, e pioneiro do COUNTRY ROCK, com a banda FLYING BURRITO BROTHERS em meados dos anos 1960. Era muito próximo ao pessoal dos BYRDS e outros da CALIFÓRNIA.

GENE CLARK era cantor e compositor, foi vocalista dos BYRDS e singrou carreira cheia de altos e baixos. Ele brincava com a ideia da morte dizendo “I WENT LOOKING FOR GRAM PARSONS”.

Há e houve poucos músicos com tão pouca propensão ao estrelato quanto GENE. Era tímido, inseguro, falava pouco e tinha mais do que medo de voar. Simplesmente paúra!

Cantor de voz diferenciada que sabia compor. Bom letrista e melodista, tocava guitarra adequadamente, e harmonizava muito bem dentro dos grupos.

Seu primeiro momento como profissional foi no lendário grupo FOLK americano, “THE NEW CHRISTIAN MINSTRELS”, por volta de 1962. CLARK escondia-se no palco, não era notado, mesmo sendo eficiente.

Em 1964, encontrou-se com ROGER McGUINN e DAVID CROSBY, guitarristas e compositores, e os três criaram algo novo. Um tipo de FUSION entre o BEAT INGLÊS e o FOLK AMERICANO, que o trio gostava e conhecia. Foi o início do seminal THE BYRDS.

O single MR. TAMBOURINE MAN, composição de BOB DYLAN, foi lançado em abril de 1965, e simplesmente arrasou!

O arranjo das guitarras e a produção foi do lendário ENGENHEIRO DE SOM da COLUMBIA RECORDS, TOM WILSON, que revolucionou aqueles tempos quando adicionou guitarras e instrumentos elétricos ao FOLK TRADICIONAL.

Ele começou eletrificando LIKE A ROLLING STONE, hit histórico de DYLAN. Depois, seguiu com os BYRDS, e avançou entre diversas músicas, até a espetacular SOUNDS OF SILENCE, de SIMON & GARFUNKEL. Todas contemporâneas, históricas e seminais.

Detalhe saboroso: TOM WILSON era um negão, oooopss!!!, um PRETÃO, na exigência politicamente correta de hoje!!!!

Resumindo, o FOLK ROCK foi “criado sonoramente” por um NEGRO. Da mesma forma que a imensa maioria da SOUL MUSIC feita pela ATLANTIC RECORDS, também nos anos 1960, foi arranjada e executada por BRANCOS!

Mas, tio SÉRGIO, o que isto quer dizer?

Sei, lá! Apenas que talentos estão disseminados vida afora! E aleatoriamente. E que racismo além de crime é bobagem retumbante! Mas, que saber disso é instigante, ahhhh, isso é!!!!

Esta primeira fase dos BYRDS durou menos de dois anos. E GENE gravou com eles integralmente os LONG PLAYS “MR. TAMBOURINE MAN” e “TURN, TURN, TURN”, ambos em 1965. E colaborou um pouco nos dois álbuns seguintes.

CLARK saiu do grupo no início de 1966, porque era o principal compositor e ganhava mais do que os outros. Houve tensões e disputas, já que o falecido e genial CROSBY, e McGUINN também compunham. E muito bem, obrigado…

Mesmo assim, todos se cruzaram ao longo dos caminhos, e houve restaurações diversas da banda. A ruptura meio traumática revelou-se benéfica para todos. Ironias da vida…

Os BYRDS sem GENE seguiram mais na linha do ROCK PSICODÉLICO. E frutificaram em várias frentes.

E GENE CLARK prosseguiu na integração do FOLK ao ROCK, sem grandes experimentações, mas aprofundou o lado melódico e buscas nos sentido do COUNTRY. Foi errático o tempo todo, mas também desbravador. E, digo eu, genial!

Sempre se disse que os relativamente poucos discos que GENE CLARK gravou são, sempre, “no mínimo interessantes”. Mas, a carreira dele não andava por causa de suas limitações e temores pessoais.

Muitos argumentaram que pouco adiantava fazer discos brilhantes, se o artista não viajava para fazer a divulgação; além dos problemas recorrentes que ele tinha com as drogas.

Por isso, os discos fracassaram em vendas, mesmo tendo fãs ardorosos e fidelíssimos, entre os quais faço questão de me incluir.

Encontrar vinis ou CDS de GENE CLARK é uma quase aventura para os colecionadores. Discos como THIS BYRD HAS FLOWN, aqui postado, versão em CD do original FIREBYRD, demorou mais de 4 anos para ficar pronto. Idas e vindas, pouca grana, e tudo o que os contumazes “OUTSIDERS” pagam pela falta de assertividade.

O lado puramente artístico, no entanto, é uma delícia. Quando deixou os BYRDS, a COLUMBIA produziu seu primeiro LP, 1967: GENE CLARK & THE GOSDIN BROTHERS, aqui na versão em CD rebatizada por ECHOES. É disco lindo, na linha dos BYRDS originais, com a participação da nata dos músicos de estúdio da CALIFÓRNIA.

Em seguida, houve reviravolta quando CLARK juntou-se aos irmãos DILLARDS, em 1968/69, para mergulho no COUNTRY mais puro, legando dois discos amados pelos puristas.

Depois, CLARK saiu para outros projeto, à procura de destino incerto, ou projeto que suspeitava querer de seguir…

Voltou ao FOLK ROCK nos excelentes GENE CLARK (WHITE LIGHT) , 1971; ROADMASTER, 1972; NO OTHER 1974; e no raro e precioso TWO SIDES TO EVERY STORY, 1977 – belo disco nos dois lados do rio: o FOLK e o COUNTRY, muito mais bem trabalhados.

GENE fez, também, mais dois álbuns de relativo sucesso como McGUINN, CLARK & HILLMAN, no início dos 1980, em híbrido POP que ia do quase-REGGAE ao COUNTRY diluído. Para mim, sem grandes atrativos, mesmo que agradáveis…

Mas, um acaso o levou, em 1987, a seu disco mais vendido até hoje.

CARLA OLSON, cantora, guitarrista e compositora americana, quase famosa com sua banda PROTO-PUNK, os TEXTONES, foi meio na cara dura incitada a subir no palco onde GENE CLARK estava se apresentando.

Ela no princípio ficou meio sem jeito. Mas, foi.

GENE perguntou o nome dela e só. E a banda introduziu “I FEEL A WHOLE LOT BETTER”, clássico dos BYRDS.

A química foi imediata!

CARLA é uma loirinha baixinha, incendidária e memorável, com vozeirão COUNTRY-BLUESY.

Quem não a conhece precisa ficar sabendo! CARLA é, também, famosa por seu disco ao vivo com MICK TAYLOR, onde o “HARD” e o “SOUTHERN ROCK” se imbricam. Álbum sensacional e pesado, como os seus vários discos.

CARLA OLSON construiu e mantém carreira sólida. É pauleira brava! E nada fica a dever aos grandes do pedaço.

Ela e GENE CLARK gravaram o COUNTRY e influente “SO REBELIOUS A LOVER”, no final dos 1980, que levantou GENE e redirecionou a carreira dela.

Só como referência, os dois discos que GENE e CARLA gravaram juntos não ficam abaixo artisticamente, e influenciaram as incursões de ROBERT PLANT & ALLISON KRAUSS; e BILLY JOE ( do GREEN DAY ) & NORA JONES.

A gente escuta o eco de GENE CLARK em grupos como os COWBOYS JUNKIES.

Em maio de 1991, com vários problemas causados pelas drogas, e um câncer na garganta, GENE CLARK foi definitivamente em busca de GRAM PARSONS.

Eu e muitos ficamos consternados por sua vida sofrida, talvez curta, mas completa em si mesma.

É minha impressão que a História retomará a obra de GENE CLARK com mais vigor e zêlo.

Mas, enquanto isso, encontrem o álbum triplo, “COLLECTED”, postado no centro das fotos, que traz o melhor da produção dele, inclusive “demos recordings” e coisas inacabadas. Vale muito mais do que custa.

GENE CLARK é inigualável!
Publicação original em 2021