POPOL VUH é o livro sagrado dos MAIAS, expresso em poema da de 8.580 VERSOS, narrando a história da criação dos homens. São vários poemas interligados, que falam de ciência, política e filosofia, rituais fúnebre, noções de ecologia. É uma cosmogonia intrigante. A banda, ou como se queira denominar esta aventura complexa de um diferenciado explícito, FLORIAN FRICKE, já intriga pelo nome e significado.
A primeira vez que escutei o POPOL VUH foi na BARATOS & AFINS, lá por 1977/78. Recordo que fiquei fascinado com som! é um CROSSOVER entre o ROCK PROGRESSIVO e o KRAUTROCK nascente, informação que eu não tinha naqueles tempos. E, por décadas, jamais consegui discos dele. Atuaram de meados dos anos setenta em diante. É CULT e memorável. O SOM É NADA RECONFORTANTE, e deu o que falar! Atraiu COLECIONADORES e gente de vanguarda.
As TRILHAS SONORAS compostas por FLORIAN FRICKE & BANDA são totalmente diferentes do que se produzia na época. Lembro ter assistido no cinema HEART OF GLASS, e me encantado com a música! Continuei fissurado…
THE WERNER HERZOG SOUNDTRACKS, é BOX LUXUOSO, lançado em CDS 2010, com excelente LIVRETO, e qualidade de som. É para curiosos e malucos pensantes. Mas, é parte pequena da produção de FRICKE, um superdotado hiperativo e diferenciado. O TIO SÉRGIO PRESERVA essa caixa como FOSSE UMA JOIA. E, PENSANDO BEM, É MESMO! ALÉM DE RARO É PRECIOSO! POPOL VU é um dos grupos sobre o qual devo resenha mais densa e compreensiva. Confesso aqui, prevendo um retorno, talvez não tão em breve! POSTAGEM ORIGINAL 20/03/2018
Há meses a sociedade vem advertindo Jair Bolsonaro para que se contenha dentro dos moldes institucionais. Aparência, para um Presidente da República, é fundamental. E é pedagógica, também.
O Congresso e os governadores vêm limitando o poder do Presidente. O que é justo e desejável. O Supremo também já deu o seu recado. Negociar é preciso e continuamente. Serenidade, mais ainda.
Mas, Jair Bolsonaro cria casos, impõe um ponto de vista que é muito difícil para a maioria da população identificar qual objetivo pretendido. Ele fala restritamente para seu público alvo, separa os seus dos outros com a intenção de preservar um espaço político onde confronta imprensa, os liberais, sociais-democratas e outros pensantes, como se fossem anti-Brasil, comunistas e outras adjetivações para ele pejorativas. Ele dinamitou pontes com o resto da sociedade.
Só que, abruptamente, o “coronavírus” impôs outra agenda. E esta agenda não combina em nada com o jeito Trogg de governar. E já houve consequências: a ridícula, irresponsável, e ignorante atuação do Presidente, fomentando a tal passeata “fake” e boçal; e ter-se encontrado com sua claque na rua em plena restrição foram a gota d`´agua!
A popularidade do Presidente caiu espetacularmente a partir do momento que a sociedade percebeu o perigo e a destruição que o Coronavírus irá causar. A população viu em Bolsonaro um inapto; emocional e tecnicamente despreparado para administrar o país. Um misto de decepção e perigo.
Pois bem. Dilma começou a cair no seu auge, com a economia “bombando” e não enxergou os desvios e desvãos de sua administração inepta. Em pouco tempo saiu do pódio para o túmulo moral. Foi impedida pelo Congresso – e ainda bem!
Com Bolsonaro o perigo é outro. A crise simplesmente cancela a reconstrução do Estado, o motivo pelo qual muita gente votou nele. Até agora, o governo tomou medidas consequentes. Haverá outras que implicarão em gastar e muito. Portanto, adeus – ao menos por enquanto – à contenção fiscal e monetária. Paulo Guedes aguentará e topará?
Mas, o problema é maior. Bolsonaro não exibe o perfil de liderança para um momento como este. E isto, mais as dificuldades impostas pelos ajustes, podem levar à rápida rejeição do Presidente.
O panelaço de ontem pode ter sido apenas o começo. “Se toca” e fica esperto Bolsonaro! Postagem original:18/03/2020
BELA, CHARMOSA, CANTA BEM E SEMPRE ESTEVE PRÓXIMA ÀS VANGUARDAS. COMO ARTISTA, DAVA DE DEZ NA CONCORRÊNCIA DE SEU TEMPO DE GLÓRIA, A DÉCADA DE 1960 – SYLVIE VARTAN INCLUÍDA.
FRANÇOISE HARDI FOI UM MISTO DE “NARA LEÃO” E “RITA LEE”; SOFISTICAÇÃO E REBELDIA EM DOSES PRECISAS. E SEMPRE ESTEVE NO LUGAR CERTO, ONDE O JOGO ESTAVA SENDO JOGADO.
DOS 1960 PARA CÁ, ‘FRANÇOISE” TRANSITOU DO “BEAT” AO “BLUR” E AOS “PET SHOP BOYS”; PASSOU PELA “BOSSA NOVA”, POR “SERGE GAINSBOURG”, “MICK JAGGER” E DESAGUOU, RECENTEMENTE, NO “POP ROCK ALTERNATIVO”.
FRANCISQUINHA É VERSÁTIL, ATUALIZADA, CURIOSA E COMPETENTE.
É POPULAR, E PROGRESSISTA SEM SER CHATA OU VULGAR.
FRANCISQUINHA É O FINO!
ESSA COLETÂNEA É AMBRANGENTE E MUITO BEM FEITA. TEXTO E SELEÇÃO MUSICAL SUPERIORES. TODOS GOSTARÃO!
Isso aí! JOHN McNALLY e MIKE PENDER, os guitarristas, fundaram o grupo, em 1959.
E, por volta de 1962, o quarteto estava entre os três mais famosos entre cerca de 400 grupos de “BEAT ROCK”, que existiam em LIVERPOOL e arredores.
E quem estava à frente na correria?
Claro; em primeiro lugar, aquele grupo de JOHN, PAUL, RINGO e GEORGE. Em terceiro os “SWINGING BLUE JEANS” – o mais profissional entre eles!
Eu arrisco dizer que os SEARCHERS são a minha banda BEAT inglesa predileta. Em meu emocional, competem com os HOLLIES!
Ou;
Nonada! Claro, eu adoro todas elas, e nem vou citar… Mas, estimação e gosto pessoal definem.
Os SEARCHERS fizeram muito sucesso, entre 1962 E 1966. Inclusive nos EUA.
Mas, opções de carreira, e algumas bastante erradas, como não procurar compor o próprio material, derrubaram hipóteses de aparecer mais. E, muitíssimo pior, “não terem aceitado” assinar contrato com BRIAN EPSTEIN, o empresário dos BEATLES, que lhes ofereceu para gravarem “THINGS WE SAID TODAY” , composta por LENNON & McCARTNEY, em troca do contrato…
Quem conhece os SEARCHERS e a música deles, sabe que a canção cairia no repertório é como cerveja gelada em dia de verão!!!
A banda não conseguiu ultrapassar a linha musical alijada do gosto popular, por volta de 1965, após DYLAN obrigar a todos sofisticarem as letras.
Os BEATLES, com REVOLVER e RUBBER SOUL; além dos HOLLIES, os ROLLING STONES e o MANFRED MANN, todos já estavam ultrapassando o BEAT tradicional. E partindo para EXPERIMENTAÇÃO PSICODÉLICA.
Os SEARCHERS enguiçaram na subida…Mesmo assim, aos trancos, buracos e penhascos conseguiram sobreviver.
No final da década de 1970, fizeram dois bons discos para SIRE RECORDS, a gravadora dos RAMONES – que eram fãs declarados e foram bastante influenciados por eles.
Com tudo isso, da formação tradicional sobraram JOHN McNELLY, entre os decanos do ROCK, e o baixista FRANK ALLEN, que está por lá desde 1964. Pouco tempo, admitam!
Em março de 2019, despediram-se dos palcos. Talvez tenham hibernado, ponderou JOHN, que já passou dos 80 anos…
E, vocês perguntarão ao TIO SÉRGIO, o que fazem dois discos dos BYRDS e um das BANGLES nessa postagem?
Simples, o jeito rítmico e a sonoridade dos BYRDS, com a guitarra RICKENBACKER de ROGER McGUINN, foram inspirados diretamente nos SEARCHERS. É histórico!
E as BANGLES?
Se vocês quiserem ouvir como eram os SEARCHERS, e como a sonoridade da banda foi modernizada e brilhantemente homenageada por elas, ouçam este ótimo disco da meninas!
Os SEARCHERS precisam entrar na discoteca de vocês. Postagem original: 21/03/2020
CADA PERGUNTA DEVERIA TER RESPOSTA RACIONAL, QUE LEVARIA A PERGUNTA RACIONAL, QUE LEVARIA A RESPOSTA RACIONAL, QUE… MAS, E SE A PERGUNTA NÃO FOR RACIONAL, COMO FICA O RESTANTE?
SE ENCONTRAREM DISCOS DA MOÇA PELAÍ, NÃO EXITEM; COMPREM.
É JAZZ MODERNO SEM ESQUISITICES. ÓTIMA PIANISTA, E ACOMPANHADA POR “RON CARTER” , NO BAIXO; E TONY WILLIAMS” NA BATERIA. CARTÃO DE VISITA MELHOR É IMPOSSÍVEL!
A GRAVAÇÃO É BLUE NOTE FEITA, EM 1994 Postagem original: 21/03/2018
Parece que falta estudo para certos economistas brasileiros que tem espaço na grande mídia!!
Aliás, finalmente hoje à tarde a Globonews promoveu em debate entre economistas de diferentes pensamentos ( Gustavo Loyola e mais um outro economista x Gonzaga Belluzzo).
Sérgio de Moraes desculpe, mas na Constituição a função do BC não é só baixar a inflação!!!
“Missão Institucional do Banco Central do Brasil (BCB): Garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo, e fomentar o bem- estar econômico da sociedade. monitoramento e de supervisão dessas entidades.
E para isso o único remédio é aumentar o juros?
A nossa inflação não é devido a demanda!!
As empresas estão fechando, o desemprego aumentando, o juros real é o maior do mundo!!
Sérgio de Moraes nada é mais lesivo a população que o desemprego e a falta de dinheiro para comprar comida, o resto é papo furado de liberal que está se enriquecendo com a taxa de juros!!
Sérgio de Moraes mas o que o Campos Neto entregou de bom para o país nestes 2 anos de mandato? A Selic já está neste patamar desde 08/2022 e não vimos nenhuma melhora e as condições econômicas do país só pioram!!
Se vc fosse empresário, vc investiria na produção com uma taxa Selic neste patamar ou deixaria o teu capital aplicado?
Olha, amigão, com a visão que tenho hoje, eu aguardaria momentos melhores.
Mesmo porque passei a maior parte de minha vida adulta, e profissional, como pequeno empresário.
E, a maior parte do tempo , passei tentando investir e sobreviver.
Está errado. Gostemos ou não, a vida econômica e profissional de cada um de nós tem um lado de aposta e risco.
Nós últimos 25 anos, caí paulatinamente na real.
É preciso saber jogar, principalmente em um ambiente continuamente conflagrado.
Em resumo, em vez de bipar nos faz falta uma mesa de bar, para colocar mais claramente nossas vivências e as consequências que isto implica.
Eu digo hoje que você está certo em preservar sua poupança, porque mais tarde ela será re-canalizada para a produção. Mesmo que isto tenha resultado em concentração de renda.
O que sei – e a maioria do mercado sabe – é que não se aposta em governos, ou ondas.
Lula tem boas intenções. Mas, o mercado, esse ogro que congrega todos nós, precisa de garantias ou perspectivas .
Desde que entendo por gente,vejo esse amargo remédio sempre sendo utilizado pelos economistas. Nunca vi essa receita dar certo. Me desculpe mas a incompetência desse caras é muito grande. Os juros brasileiros independente das taxas de inflação sempre foram astronômicos. Somente os bancos se dão bem .
Hoje, o Habeas Corpus do Lula será decidido pelo Supremo. Confesso que estou chateado. Não pelo que poderá acontecer a Lula, a meu ver merecedor das condenações que recebeu, mesmo que por associação de fortíssimos indícios comprobatórios e não apenas por provas explícitas – que existem, sim!
Mas, estou triste pelo vexame institucional que a política e os políticos brasileiros vêm causando.
As trapalhadas e crimes durante o governo LULA pontificaram e expandiram ao inaceitável. Não é legal viver num país que, nos últimos 55 anos, não teve quaisquer dos governos atuando em condições normais.
Não vou descrever de JÂNIO a TEMER a sucessão de intempéries que temos passado. É só ir ao Google.
Agora, é preciso posicionar o LULA no quadro histórico brasileiro. Ele é e foi um personagem suis-generis, um SELF-MADE MAN. Caminhou do absolutamente nada para a PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, trajetória que exige competência política e talento.
Não entro nessa de que é ( era) ignorante e não deveria ter sido eleito, e por dois exemplos históricos notórios:
ERNESTO GEISEL, General Presidente entre 1974 e 1979, era o mais preparado entre os ditadores. Conhecia a burocracia e o poder, passou por cargos na administração pública dos anos 1930, em diante. E tinha um projeto de país.
Fracassou redondamente! Ele não entendeu o seu tempo e lutou contra as mudanças que o mundo impunha. E nos condenou ao fracasso econômico nos anos 1980.
Quase a mesma coisa se pode dizer de DILMA ROUSSEFF. Preparo é insuficiente se você não for um estadista, alguém com sensibilidade política, e senso de oportunidade.
Do ponto de vista administrativo, o primeiro governo LULA foi muito melhor que os dois citados. Simplesmente porque montou equipe de gente não comprometida ideologicamente, seguiu o que deu certo no governo FHC, e tocou o barco.
Mas, parou na corrupção instrumentalizada, origem do seu calvário, hoje.
E, à partir do segundo mandato e todo o governo DILMA, instalaram o projeto petista, esse horror de incompetência, autoritarismo, irrealismo, corrupção, irracionalismo, estatismo e corporativismo desvairado.
Quem conhece um pouco de economia sabia que não poderia dar certo. Como não deu, e acabou em IMPEACHMENT.
Eu fico chateado porque uma criatura diferenciada, e um dos políticos mais interessantes do nosso tempo, que poderia ter sido ainda mais útil ao país, tenha se tornado tão igual e até pior dos que sempre criticou.
Com a queda de Lula perdemos todos. Porque reflete a nossa mediocridade estrutural, o sentimento de que por aqui nada funciona…
A queda de LULA e DILMA, somadas à incapacidade do PSDB, e da sociedade como um todo para gerar uma opção de CENTRO, estão na gênese da candidatura BOLSONARO.
Mais um flerte com o extremismo e o fracasso!
Será que merecemos tais castigos? Texto original de 22/03/2017
O TEMPO DA ARTE É PECULIAR. OBRAS FICAM REGISTRADAS DESDE QUE FORAM CONCEBIDAS. MAS, PODEM SER ACESSADAS E REDEFINIDAS NO DECORRER DO TEMPO, DA VIDA.
Podemos observar obras de arte de acordo com a percepção que causam em outros tempos, outros observadores, novos seguidores e pesquisadores; ou a evolução dos conceitos sobre a própria arte.
Desse ponto de vista, nada está morto; tudo é um potencial vir-a-ser, mesmo que não aconteça….
Como nesses discos lançados originalmente há mais de 50 anos. Foram gravados entre 1967 e1972.
O TIO SÉRGIO, aqui, passou a vida comprando e ouvindo discos. Colecionar sempre nos defronta e confronta ao esquecido, ou ao relegado a segundo plano.
Dia desses, um dos nossos, o@Rene Ferri, postou um LP do FREE DESIGN. Eu conhecia; mas, confesso, fugi deles na época.
E por que?
Porque, hoje percebo, tinham um “aproach” leve demais do SUNSHINE POP para o meu gosto de roqueiro intoxicado por barulho, simplismos e adrenalina. Ao quarteto falta os elementos “ROCK” da “psicodelia”. E, claro, sempre foram POP.
Por isso, a bateria é corretamente colocada. Faz o ritmo, e não exacerba. O baixo, em compensação é primoroso! Não apenas pontua; e sim, acompanha o desenvolvimento da música. Estrutura o perfeito andamento, com ornamentações e variações garantindo a base para o vocal sofisticado do grupo.
Aliás, permitam-me apresentar um dos melhores grupos vocais que ouvi na vida!
Por isso, para quem gosta dos MAMA´S & THE PAPAS e seu FOLK-ROCK exposto; bem cantado, claro, mas nitidamente quadrado, esperado, e o tempo todo elétrico; ficará surpreendido se der de cara com a sofisticação harmônica, e a incrível variedade dos arranjos de belas e precisas vozes, bem postadas e agradáveis.
E tudo muito bem produzidas e magistralmente gravado por PHIL RAMONE!
O FREE DESIGN canta mais e melhor do que os BEACH BOYS, ASSOCIATION, SIMON & GARFUNKEL, o 5TH DIMENSION, SPANKY and OUR GANG…. para não ir mais longe…
Mas, TIO SÉRGIO, seriam comparáveis?
Sim, quando se pensa em grupo nitidamente POP. Eles não apontam para tendências mais jazzística, como seus quase contemporâneos, MANHATTAN TRANSFER. Mas, também, não se intimidam ao enfrentar clássicos da grande canção americana, como SUMMERTIME.
O repertório deles é recheado por COVERS de canções de seus tempo. Estão lá PAUL SIMON (59TH Street Bridge); BEATLES (Michelle, Eleanor Rigby ); MAMAS & THE PAPAS (California Dreaming); TURTLES (Happy Together); TIM HARDIN (If I were a Carpenter), em meio a muitos. São canções relevantes dos “sixties”. E nada que ofendessem a sensibilidade dos mais velhos ou caretas. Puro MAINSTREAM.
Os 4 irmãos DEDRICK, as meninas SANDY e HELEN, e os dois moços, BRUCE e CHRIS, nasceram no estado de NOVA YORK. E gostavam muito de tomar leite… Meninos e meninas comportados, americanos típicos…
Produziram e gravaram composições próprias de excelente nível. Os quatro tinham formação boa musical. Aprenderam com o pai, músico de certo prestígio e currículo, a tocar instrumentos e a cantar.
Começaram tocando em bares e clubes FOLK, no GREENWICH VILLAGE. Todos se mantiveram na música, estudando e seguindo vida acadêmica.
CHRIS DEDRICK é excelente arranjador, minucioso ao elaborar as interações vocais do grupo. Ele seguiu carreira nos Estados Unidos, depois de o quarteto parar de gravar, por volta de 1974.
Os outros mudaram para o CANADÁ, onde também se destacaram dando aulas, e compondo para vários gêneros; enfim…profissionais.
O fato é que nas voltas que a música dá, o grupo voltou à moda, anos atrás.
BECK, STEREOLAB, HIGH LLAMAS… são fãs e os têm como referências do POP VOCAL. E ajudaram a reposicionar o FREE DESIGN para as gerações mais novas descobrirem o que já estava lá, prontinho, mas no ostracismo.
O BOX da postagem abrange tudo o que foi gravado. O trabalho de produção e remasterização é impecável. A clareza e detalhamento do som é exemplar! O conforto auditivo é absoluto; a gente não se cansa ao ouvir…
Mas, a CHERRY RED peca por desleixar a parte gráfica. Para uma gravadora inglesa bem considerada, a produção deveria ser melhor. Mesmo porque o BOX é nada barato.
Por exemplo: há fotos e bom texto, mas não consegui descobrir quem era quem entre os quatro!!! Não há “texto-legenda” nas fotos! Um erro tosco em jornalismo. e divulgação.
Mesmo assim, é diversão de alto nível para os fãs de artistas do SUNSHINE POP, e da turma dos anos 1960/70, como CARLY SIMON, CAROLE KING, CARPENTERS — o lado mais leve daqueles tempos.
Cairia como um míssil de alegria na coleção do Antonio Molitor!@Claudio Finzi Foá e outros amigos já passadinhos na idade e no tempo.
Entre 1963 e 1965, os BEATLES gravaram 99 músicas, fizeram dois filmes de sucesso “A HARD DAYS NIGHT’ e “HELP”, ambos em 1964. Viajaram se apresentando mundo adentro, explodiram em sucesso global.
A BEATLEMANIA espalhou o novo POP, e confirmou o conceito de tietagem já experimentado por ELVIS PRESLEY, FRANK SINATRA e outros, no passado não distante.
Mas, grana conseguiram relativamente pouca. Muito trabalho e recompensa financeiramente medíocre pelo empreendedorismo e criatividade, e a influência cultural reconhecida.
Verdade: na Inglaterra da época, os impostos ultra extorsivos levaram artistas e outros ricos a emigrarem; houve fuga de capitais e investimentos. É bom pensar nisso para compreender os limites da extração fiscal …
A canção TAXMAN expressa a revolta dos BEATLES contra o Fisco inglês.
REVOLVER, O ÁLBUM
Do ponto de vista artístico é obra marcante.
Por exemplo, o guitarrista GEORGE HARRISON em várias faixas se inspira, na minha opinião, no JEFF BECK “yardbirdiano” e sua guitarra eivada por recursos e sonoridades inovadoras, com muito uso da distorção, sempre controlada mas onipresente, como determinava o figurino. Eram tempos de PSICODELIAS…
REVOLVER mantém a marca dos BEATLES desde RUBBER SOUL, também de 1965. Explosão de ousadias, novas ideias, inovações técnicas e artísticas, vinham num crescendo.
E a preservação dos “Backing Vocals” consagrados de JOHN, PAUL e GEORGE, da bateria eficiente de RINGO STARR, e a produção de GEORGE MARTIN, garantem a identidade marcante do grupo.
Se destaca em REVOLVER a consistência melódica de tirar o fôlego na imensa maioria das composições do quarteto. As músicas são todas diferentes entre si, independentemente da tendência estilística.
Em TAXMAN, por exemplo, a remixagem de GILES MARTIN destaca GEORGE no centro e mais à direita. O baixo de PAUL McCARTNEY está na caixa esquerda, com LENNON na outra guitarra mais atrás. A nova mixagem deixou a música muito mais equilibrada. Abriu espaço para a expressão de cada um deles, submersas nas edições anteriores.
No disco há para todo gosto. Do romantismo de “HERE, THERE AND EVERYWHERE”, até a fantástica “FOR NO ONE” e seu arranjo sofisticado.
Estão lá, também, o R&B de “GOT TO GET YOU INTO MY LIFE”. O PÓS – BEAT ROCK em transição “DR. ROBERT”; e o SUNSHINE POP de “AND YOUR BIRD CAN SING” – em que a guitarra RICKENBACKER tocada por GEORGE, soa ao estilo de ROGER McGUINN, nos BYRDS – grupo americano ícone daquele momento.
O álbum, em geral, tende ao ROCK PSICODÉLICO, com uso de técnicas de estúdio e ELETRÔNICA DE VANGUARDA – para aqueles tempos – em nítido objetivo de transpor os limites do POP usual.
Ouçam “I’M ONLY SLEEPING”, “TOMORROW NEVER KNOWS”, “SHE SAID, SHE SAID”, “I WANT TO TO TELL YOU”, e “GOOD DAY SUNSHINE”. Prestem atenção na fantástica mixagem para o “STEREO” dos SINGLES “”RAIN” a “PAPERBACK WRITER”, que revelam outro mundo!
E sem esquecer YELLOW SUBMARINE, pensada desde o início para RINGO cantar. É “MÚSICA PARA CRIANÇAS” com velados respingos “alucinógenos”… Talvez uma sutil lembrança de outro clássico da “inocência envolvida em fumaças mágicas”: “PUFF…THE MAGIC DRAGON, gravada por PETER, PAUL & MARY, em 1963. Canção que o tempo redefiniu seu “verdadeiro” conteúdo.
É interessante observar a influência do hinduísmo e do misticismo, vividos por todos eles em meados da década de 1960, e representados em arranjos com SITAR, TABLAS e TAMBOURA. A espetacular LOVE YOU TO é deferência ao clima musical desafiador daqueles tempos.
O álbum inteiro é excelente. E seu ponto mais alto e definidor é a melhora técnica exponencial:
“ELEANOR RIGBY” foi ideia concebida por McCARTNEY, depois de ouvir as 4 ESTAÇÕES DE VIVALDI, principalmente o “INVERNO”. GEORGE MARTIN criou o arranjo emulando o “PADRECO”, misturando a obra dele aos picos de suspense da trilha do filme “PSICHO”, de “ALFRED HITCHCOCK”. Lembrem-se da cena antológica onde a personagem é esfaqueada durante o banho!
Resumindo, a combinação de “dois clássicos” gerou uma das melhores músicas da história do ROCK, até hoje CULT e reverenciada.
O fantástico REMIX atual faz juz à obra de arte!
“ELEANOR RIGBY”, é correta e magnificamente cantada por PAUL McCARTNEY, que está posicionado no centro da faixa.
O DUPLO QUARTETO DE CORDAS, com 4 VIOLINOS, 2 VIOLAS e 2 CELOS, perfeitamente dispostos no estúdio, cria um som impactante!
O coro formado por GEORGE, PAUL e JOHN, também está ao centro da faixa, porém posicionados e mais atrás de PAUL. O palco sonoro conseguido nessa nova mixagem é de tirar o fôlego!!!! Intensa, e talvez definitiva!
Há gravação alternativa das cordas, no segundo disco. Mas, soa “clássica” demais… A opção escolhida foi acertadíssima.
O álbum inteiro melhorou muito do ponto de vista técnico e sonoro! Vou falar “como foi conseguido” mais à frente.
REVOLVER E ALGUMAS EDIÇÕES HISTÓRICAS
Não sou BEATLEMANÍACO, mas coleciono discos da banda.
Estes aqui são as versões que tenho e mantenho.
De maneira geral, as versões em ESTÉREO mixadas por GEORGE MARTIN são ruins. Emboladas. A pior delas é a primeira edição em CDS: HORROROSA.
a captação das gravações feitas por GEOFFREY EMERICK, em minha opinião deixam algo a desejar. O som “transborda”, e não se define com clareza…
Por isso, eu prefiro as mixagens feitas em MONO. O resultado é mais natural, mais bem distribuído no palco sonoro criado pelas duas caixas.
Entre as gravações MONO que ouvi, a melhor de todas foi a utilizada na edição americana lançada pela CAPITOL, em 1965. O disco está abaixo e ao centro.
Vocês conhecem as primeiras gravações ao VIVO dos ROLLING STONES, lançadas em EP chamado “FIVE BY FIVE”, e depois ampliadas, em 1966, para o LONG PLAY com o nome de “GOT LIVE IF YOU WANT IT”?
Pois bem, ali fica muito claro o que era remixar para o ESTÉREO o que estava feito em MONO com baixa qualidade: em uma das caixa toca a banda. Na outra, apenas MICK JAGGER canta ( e mal ), e bate palmas. O resultado técnico é horroroso! Mas, quem ligava pra isso? O SHOW é demoníaco! Bom demais!!!!
Foi esse tipo de problema que GILES MARTIN e equipe conseguiram resolver!
A NOVA MIXAGEM 2022
Antes de tudo, é bom lembrar que estúdios mais sofisticados com doze, dezesseis canais, só apareceram em torno de 1967. O álbum SGT. PEPPERS, dos BEATLES, já foi gravado com muito mais recursos do que REVOLVER.
Dito isso, vamos combinar que fazer MIXAGENS ou REMIXAGENS é arte combinada à técnica. Se o trabalho for refinado, a diferença no resultado é abissal!!!!
Há semelhanças com a montagem de um filme. Onde o diretor orienta o trabalho dos atores, e também dos câmeras, da fotografia, etc…, e diz como e o quê deve ou não ser filmado.
A arte do montador realça, constrói a narrativa visual das ideias pretendidas.
O diretor de cinema tem função similar à do produtor de discos, que organiza a história “gravada”. A incumbência do engenheiro de gravação é fazer a música tocada pelos artistas soar conforme o planejado, e com boa qualidade para o passo seguinte: as mixagens.
A dificuldade encontrada por GEORGE MARTIN para remixar a edição original de REVOLVER para o STEREO, estava nos limites técnicos da captação da música gravada.
Os BEATLES gravavam direto, e as técnicas existentes em 1965 não permitiam, em cada um dos QUATRO CANAIS, que instrumentos ou vozes, fossem totalmente isolados. A música soava em bloco.
Mas, o problema foi contornado, e quem sabe resolvido com técnica desenvolvida na indústria cinematográfica.
Os filmes, em geral, carregavam um problema de “ruído” nos diálogos, muitas vezes inaudíveis, porque encobertos por outros sons gerados durante as filmagens das cenas.
No projeto do filme GET BACK, a equipe do cineasta PETER JACKSON usou uma nova tecnologia para “de – mixar” e separar dentro de uma cena algum diálogo mal captado, e remontá-lo de maneira audível.
A “de-mixagem” deu flexibilidade para que o projeto se tornasse possível. O que GILES MARTIN e sua equipe fizeram foi adaptar essa nova “técnica” para separar as vozes das guitarras, bateria, baixo, etc… que estavam embolados dentro de cada canal. O resultado foi a “MAGIA DA TECNOLOGIA”, e tudo soou com mais nitidez, recuperando alguns detalhes perdidos.
De posse desse novo acervo, GILES seguiu o mais à risca possível a receita original de GEORGE, seu pai. E remontou REVOLVER em ESTÉREO, e com muito mais equilíbrio.
Por respeito à história do disco e dos profissionais envolvidos, talvez uma REMIXAGEM em MONO, com esses novos recursos, jamais seja feita.
Mas, que deixa a gente curioso, ahhh isso deixa!!! Postagem original: 20/03/2023