MICHEL FOUCAULT – E O ESTUDO

Taí um autor essencial da modernidade. Dificílimo de ler e, como todo grande teórico, necessita de bons professores ou livros de referência ao lado para mais bem compreender.

EU NÃO ACREDITO EM QUEM DIZ QUE LÊ CARAS COMO MARX, FOUCAULT, KANT, DERRIDA, E IMENSA CATERVA, NUMA BOA.

Não são para serem lidos, mas estudados passo a passo, compondo um painel de compreensão que leva tempo, exige muito trabalho e concentração.

Quem se dispuser que faça bom proveito. Eu, nunca mais…, acho, sei lá!!!!

QUERIDA E AMADA TIA DIVA GARINI:

“A vida é o que acontece com você, enquanto você faz planos para ela”. Encontrei esta frase, atribuída a John Lennon, em um cartão de aniversário, enquanto procurava documentos para providenciar o enterro de tia DIVA. Ela morreu, dia 29 de agosto de 2015; foi-se muito rapidamente aos 88 anos. Não sofreu.

Toda vida é completa por si mesma. Não é, geralmente, o que cada um pensa a respeito de sua própria. Mas, ela é.

Quando a vida se acaba e a energia que nos mantêm solares cessa, a feição de luas pálidas sobrevém e se mantém, até nos auto-consumirmos e voltarmos ao nada. Pelo menos o corpo que a suporta…

Sobre o espírito especulamos e desejamos que seja eterno. Não pedimos para nascer e a maioria de nós vai embora compulsoriamente.

Somos assim, segmentos de reta, finitos num universo impensável; inesquecíveis para um círculo pequeno de amigos e parentes – enquanto não nos esquecem…definitivamente.

Tia DIVA era pessoa de fé. Católica por formação e quase espírita por aprendizado; como boa brasileira não resistiu aos apelos por algo a mais que lhe tornasse inteligível o viver.

Diva tinha um quê de budista no comedimento, na recusa às grandes emoções, às paixões súbitas e a quaisquer arroubos ou cenas.

Viveu bem, mas a meio-pau. Não exacerbou, não sofreu intensamente por nada ( que se saiba ), mesmo tendo sido constantemente solidária com os que convivia e gostava. Era amada por todos e certamente nos amou, também.

Foi professora, era solteira, independente, e algo severa e rígida.

Jamais soubemos de algum alguém que a tivesse tirado do sério. Duílio, um dos irmãos, que também já cumpriu a tabela no jogo da vida, certa vez brincou perguntando se ela pretendia morrer “invicta”.

Ninguém sabe, ninguém viu e, em família, pouco se especulou sobre isso – eu acho. DIVA viveu como quis e às próprias custas. Foi feliz?

Na juventude e na maturidade foi mulher bonita e atraente. Era simpática, educada e fina. E ALDAHYR, amigo de todos nós, que também já percorreu os dezoito buracos do “green”, quando adolescente nela reparava atributos que, para nós sobrinhos, não seria, digamos, legal observar.

Acho que ela jamais soube. Mas, o que acharia disso na intimidade?

Eu e os primos mais próximos convivemos com ela a vida inteira. Quando criança morei em sua casa e com os outros tios solteiros – Tonico, Norma, Juliano e a vó Maria, também. Foi um período interessante, de formação, que deixou em mim detalhes de caráter marcantes. Recentemente, eu soube que, de certa maneira, “os meus direitos federativos” foram “emprestados” para que DIVA e irmãos dessem um jeito em mim.

Parece que minha mãe não me aguentava, que eu dava trabalho além da conta. Eu jamais me vi assim. Vai saber…

Por essas e outras – muitas outras – sou grato à DIVA GARINI pela convivência que ela a mim e a todos propiciou.

Na semana derradeira, como sempre eu e Angela estivemos presentes quase todos os dias. Os primos próximos, também.

Um dia antes de entrar em coma, conversamos bastante e ela me agradeceu por estar lá. Não precisava. Todos fizemos por afeto e gratidão.

DIVA se foi tão discretamente quanto viveu. E nós permanecemos feridos e saudosos dos capítulos que escrevemos juntos. Deixou memórias no profundo da alma dos conviveram juntos a ela.
TEXTO ORIGINAL 01/09/2015

MEMÓRIAS DO MEU SEGUNDO ESCOMBRO DIGITAL

 

Estou em guerra de extermínio contra o meu computador. Este é o segundo de safra antiga, porque o primeiro simplesmente aniquilou com um livro que tentava escrever, e desfigurou outro que Angela vinha fazendo.

Aliás, estamos ele e eu mutuamente num ciclo de agressão e intolerância progressiva. Ele está velho e eu também. Ele é teimoso e eu idem.

A Angela tem me dito, há tempos, para aposentar essa ruína pós-moderna e comprar outro melhor, mais prático, mais tudo. Ela tem razão, mas eu venho adiando o inevitável em parte por comodismo, e também, planejamento de prioridades. Grana é sempre facilitador ou empecilho…

Acontece que substitui-lo é essencial. Porque como todo mundo, não consigo viver sem computador. Eu preciso dele – um locutor silencioso de minha voz escrita (Vige!!!). Ultimamente, ele me declarou “personna non grata”. E eu o condenei como satã que trunca minhas ideias, impede os trabalhos, subserve a meus planos, e conspira contra a minha paciência.

O computador-escombro acaba ganhando todas. Afinal, a raiva é minha. Mas, a vingança é dele… O impasse é total. A engenhoca não manda em mim, e eu não a comando mais. Está na hora do divórcio; quem sabe litigioso e com baixaria. Talvez eu seja preso pela atitude medíocre de agredir um “quê” inanimado.

Em fúria, mas com calor ( e quê calor! ) e afeto, subscrevo-me, em pé de guerra!!!

Ah, já o substituí faz anos e, por enquanto, estou me dando bem com este aqui! Até sei lá quando!!!!!
Postagem original 2014

SERRA ABAIXO: GUARUJÁ

Aeroportos, estações rodoviárias e ferroviárias … locais de envio para outros micro-mundos. Ritos de passagem, esperas, demoras. Eu tenho calafrios; ansiedade.

Gosto de chegar, ver chegar… Viajar? Talvez. Partir? Não. Talvez porque signifique abandono. Deixar quem amamos. O desconforto do desapego. Desaconchego?

O terminal Jabaquara fica perto de onde quase acaba São Paulo, num dos pontos de expulsão para o litoral serra abaixo. É limpo como a maioria dos terminais. Mas é simples, algo lúgubre e com o barulho dos aviões que chegam e partem do Aeroporto de Congonhas.

O ônibus para o Guarujá saiu às 20,20 horas. Vizinhos de bancos cansados. Dia longo para todos, certamente… E chegar cada um sabe onde. Nenhuma comunicação. Humanos interrompidos.

Cheguei às 19,50. Vim de um restaurante recôndito, num bairro nobre agradável. Lugar somente curtido pelos moradores e ou quem lá trabalha. A exceção foi o dia em que entrou Aécio Neves. ..

Gosto do lugar. Comida quase boa, bebida gelada e garçons simpáticos. O ônibus saiu na hora; é quase confortável. Ordem : colocar o cinto de segurança. Partimos. E paro por aqui. Os buracos impedem escrever no celular. Minha garrafa de água sumiu.

MEUS TIMES DE FUTEBOL DE BOTÃO – OS 41 QUE SOBRARAM!!!

Quanta louça tive de lavar, para conseguir um timinho vagabundo vendido em papelarias e lojas de brinquedos!!!!
O retrospecto é mais ou menos o seguinte: antes de colecionar discos, a fixação era o JOGO DE FUTEBOL DE BOTÕES!
Foi dedicação total e a minha primeira inserção na fracassada carreira de vagabundo. Perdi a primeira série do ginásio, hoje FUNDAMENTAL, por causa do jogo!
Eu ficava doido!
Quando eu tinha uns nove, dez anos de idade não pensava em outra coisa!!!! Fiz milagres para conseguir as tampas transparentes, que protegem o mostrador de horas dos relógios. Perambulei e mendiguei a relojoeiros para conseguir as “capinhas” usadas, excelentes “jogadores” e formar os times.
Não havia transeunte que eu deixasse de notar o formato ou tamanho do relógio que usava! Se daria bom jogador, ou não!
Olhei com lascívia para despertadores, relógios pequenos de parede, e tudo o mais que vislumbrasse a hipótese para moldar mais um jogador!
Eu observava futuros zagueiros, volantes, laterais, pontas e outros bichos de meio de campo, defesa, sei lá…
E, principalmente, se tinham formato e tamanho adequados para jogar como atacantes, os “atletas” mais difíceis de “serem formados nas divisões de base”…
Essa minha tara infanto-juvenil foi aplicada com método e muita catimba e safadeza.
Certo dia, apareceu em casa um relógio de bolso. Era do meu pai. Olhei para a lente e não tive dúvida: seria o meu novo MENGÁLVIO, o grande e errático meia-direita do SANTOS, nos tempos de PELÉ, COUTINHO, PEPE, lá por 1963/64!
MENGÁLVIO era Jogador de alto nível técnico, e perdeu posição para outro craque inesquecível, LIMA, espécie de coringa do time, pois jogava em várias posições com proficiência.
Mas, nos meus times o craque era o MENGÁLVIO: chutava bem, encobria, passava. O relógio do meu pai “escondia” o BOTÃO perfeito para o meio de campo, e o jeito como eu jogava.
O meu craque original andava “contundido”, já não fazia o que minha mão determinava, estava rachando e precisava ser substituído…
Um dia, tomei coragem e fui procurar em frente a relojoeiros alguma lente usada que coubesse no relógio do SEO MORAES…
Achei outra mais ou menos parecida… Voltei pra casa, desmontei o relógio, substituí e… deu tudo errado!
Na primeira “olhada” o velho matou a charada, e letal feito um vulcão: espalhou lavas e berros com sua voz de baixo-barítono!
E sequestrou definitivamente o meu futuro meia direita!
Frustração irrecorrível!
Com o tempo, migrei para times feitos artesanalmente, com esmero, técnica, profissionalismo e materiais adequados.
E passei a jogar sob as regras oficiais da Federação. Fizemos vários pequenos campeonatos no belíssimo campo oficial do Toninho Paes , meu cunhado.
Hoje, não tenho mais vontade de jogar.

Uns vinte e cinco anos atrás, fiquei questionando sobre o quê fazer com o meu acervo de infância?
Decisão: colei-os todos em pranchas de Eucatex, viraram quadros decorativos.
O tempo os deixou feios.
Então, decidi retorná-los ao estado original. Procurei a SILVANA, dona de uma excelente loja de molduras e tintas, onde comprava pincéis, telas, etc…, durante o tempo que cometi umas pinturas. Enjoei daquilo, também…
A SIL desmontou com muito cuidado e quando fui buscar, dei de cara com o meu passado remoto.
Olhando time por time, percebi que tenho 6 do SÃO PAULO!!!! 4 do PALMEIRAS e 3 do CORINTHIANS!
E, também, os times do JABAQUARA, GRÊMIO, GUARANI, entre vários outros… E dois times do FLUMINENSE, VASCO e do FLAMENGO. E até uma raridade, o time completo com fotos do CANTO DO RIO cerca 1965. Lá jogava “DIEICIL”, na meia direita!!!
E notei que tenho apenas dois times do SANTOS! E, por isso, recordei: eu torcia para o time do MORUMBI, o SÃO PAULO, mais ou menos até os 8/9 anos de idade!
Na minha infância – e até hoje – mudar de time, virar casaca, era crime de traição e lesa-pátria. Atitude abominável, inaceitável. O quê me deixou sem esteio por muito tempo, e sob a crítica de amigos, etc… mas, foi libertador.
Os meus sobrinhos ao nascerem ganharam camisas dos times que os pais torciam: meus dois cunhados, um palmeirense e outro corintiano, impuseram e preservaram a dinastia; seguidas fielmente pela garotada!
Mas, eu não.
Mudei por conta própria. Acho que, na época, cansei de ver o SÃO PAULO perder. ..
E sei lá quantas vezes eu me arrependi de ter feito aquilo! Afinal, o sobe-desce nos esportes é parte da brincadeira. Torcer fica entre o cruel e o lúdico. Então, não adianta mudar…
Mas, apaixonados pelo jogo feito eu, quando criança nem sempre têm a resiliência pra suportar…
São memórias fundamentais na minha formação. Inclusive, com a derradeira compra que fiz: solitário BOTÃO de “baquelite”, adquirido numa feira de antiguidades, em PETRÓPOLIS, anos atrás.
O Santos vai mau, obrigado. Mas não o trocarei de jeito nenhum… 

Ver menos

RENATO VON GLEHN, O BEM-VINDO

Conheci Renato uns quarenta anos atrás. É pai da Isabela, casada com o Toninho, meus cunhados. Nos víamos vez por outra em festas familiares, e ocasiões especiais, e minhas impressões sobre ele sempre foram as melhores. Renato é ( eu mantenho no presente ) das raras pessoas bem-vindas em quaisquer ambientes.

Papeamos diversas vezes. A mesa, os copos, a música – geralmente o bom samba que o Toninho e sua turma sempre nos propiciam -, e mais gente conversando, agregando assunto à vida sempre curta.

Conversar é preciso – porque para gente como “seo” Renato papear é viver! Viveu, vive…

Renato é ( continuo no presente ) um dos grandes contadores de histórias que conheci. Começo, meio e fim. Experiências, invenções, exemplos catados em fragmentos de memória, e transformados no papo que seguia ( segue? )…

Entre os melhores momentos em que cruzamos não foge de mim um final de ano, talvez 25 atrás, em Cotia, na casa do Toninho e da Isabela.

À mesa na varanda, idosa, digna, cult estávamos eu, Renato, meu pai Fernando, o Antonio meu sogro, e um velho e querido amigo de todos nós, Naiff Haidar.

Arrisco afirmar que as pedras de gelo poucas vezes sentiram-se tão honradas e à vontade. A conversa regou o prazer da convivência; esticada ano novo adentro…Inesquecível!

Há cinco anos Renato deu um passo a frente de todos nós. E estivemos lá honrando sua existência. E, depois, fizemos o que ele fez em incontáveis ocasiões: fomos ao Restaurante do Clube Colping, um aconchegante lugar para comer e beber, no Campo Belo, São Paulo, e ocupamos várias mesas.

Cerca de 50 pessoas entre parentes e amigos. Repetimos a preferência do Renato com dor na vida e alegria triste no coração.

Quando saí, disse a todos: quando eu estiver pela bola sete, e depois de ela cair na caçapa, que todos se encontrem num bar para celebrar a vida pontuada pela morte.

Sempre inevitável como a dor.

Renato gostou do que a turma fez!

AS BELAS DA TARDE PERDIDA NO TEMPO

HISTORINHAS QUE O TIO SÉRGIO LEMBRA

Uma tarde, paulistana tarde, em bairro próximo a bairro nobre da zona sul da Capital de São Paulo, eu e o então meu amigo Ricardo visitamos outro amigo dele. Evento perdido no tempo. Talvez há uns 49 50 anos.

Era um cara legal e mais velho do que nós dois. Italiano e algo reservado; arquiteto em fase de projeção que, depois, tornou-se famoso. Morava em casa moderna e ampla que havia construído. Intrigante, cool!

Tinha discos, mas o som não era essas coisas. O que “eram” demais – e se me recordo, um tanto a mais do que demais!!!! – eram as duas namoradas que coabitavam fazendo um Power Trio harmônico, excitante, fora das normas: uma negra e outra branca. Belas. Mas, nada esfuziantes! Naturalmente integradas aos comportamentos que rolavam no anno domini de 1972, por aí…

A dobradinha literalmente sem bucho incendiou minha imaginação, que perscrutava hipóteses, técnicas, táticas, capítulos e integrações possíveis entre aqueles três. Moderno ao cúmulo; mas, improvável pelo que conhecia ao vivo da vida.

Chegamos lá, recepção casual, sem bebidas ou antipatias, mostraram para nós a aranha capturada dentro da casa. Enorme; perigosa, mas rejeitada em vidro de maionese. Era parte da decoração, um contraponto incômodo.

E veio o cachorro, de raça, talvez pastor alemão. Grande, mas abilolado por uma brincadeira que vi, tempos após, em um estúdio de rádio durante o programa “KALEIDOSCÓPIO”, do Jaques Sobretudo Gersgorin, em meados dos anos 1970:

O pessoal fumava maconha e soltava a fumaça no focinho dos bichos! Eu garanto: cachorro voa; aqueles pobres, ao menos, voavam…Maldade, ontem; e crime, hoje em dia…mas, parte do underground, da contestação periférica à caretice da ditadura…

Este pessoal era da ala psicodélica da esquerda…

A visita foi para bater papo, distrair o ócio. Coisas entre vizinhos, que Ricardo, o meu amigo, e o arquiteto eram.

O quarteto fumou maconha; eu não. Odeio a erva. E ficou a observação do natural improvável; e, depois disso, os perfeitamente possíveis trios, ou quartetos, quintetos, múltiplas escolhas e conúbios que sempre aconteceram e acontecem…Sexo é banal…

O tempo passou, nunca mais ouvi falar do Ricardo. Sobre o arquiteto famoso eu soube, mas não falo; das moças não sabia e jamais soube.

Discrição e naturalidade são meios de se penetrar no âmago dos pequenos segredos. Quem fofoca não é convidado. E, antes de tudo, eu sempre fui um cavalheiro

VELHICE CHEGANDO: PENSANDO EM CRISTO E NO BUDA

 

Banho de piscina e meditação.

Perscrutei um pouco, tomei outros goles e veio à cabeça o dilema: Céu ou inferno?

Talvez, não?

Quem sabe purgatório e reencarnação? Os deuses não gostam de infidelidade partidária. Então, escolhe o time, pô: ou cristão ou budista?

Discordo, é claro!

Acho que tenho o direito à dúvida, à especulação, e a ser mais bem convencido dessas coisas…

No fundo, admiro os dois: CRISTO e BUDA.

Os budistas são mais abrangentes. Para eles, CRISTO É UM BUDA. E, faz todo o sentido, porque ambos são iluminados militantes, moral e eticamente influentes, no decorrer dos séculos.

Mas, existe o lado prático.

Hoje, pensei nos cristãos: céu, inferno, purgatório…

Pelo meu passado, acho que nadar no caldeirão do capeta é menos provável. À parte ROCK ‘N’ ROLL, vários copos a mais e algumas ranzinzices, faço parte da turma dos certinhos. Fui bom menino, e sou bom velhão. Mais, ou menos, quem sabe…

Ir para o céu direto?

Difícil. Primeiro, não agendei com o CRIADOR.

Sei lá, entende; entre os deslizes, eu tinha estilingue quando criança, e matei uns passarinhos desavisados. Chutei a canela de um farmacêutico escalado para aplicar umas injeções na minha bunda…

E puxei o rabo de cavalo da minha mulher, ANGELA, pedindo cola em uma prova para entrar no “colegial”, em 1969. Nos conhecemos lá, namoramos… Mas, isto já está prescrito. E paguei com a minha liberdade: casei com ela…

Sobrou o PURGATÓRIO.

Andei lendo a respeito, e concluí que é administrado por funcionários públicos. Lá ninguém decide nada…

O foguete para o infinito, entrar no paraíso e outras possibilidades, dependerá de muitos vistos, entrevistas, horas marcadas que são adiadas, muita desconversa…

E descer para cozinhar no tacho de Belial ou sentar no colo de Asmodeu, também é complicado, porque os burocratas de lá não assumem a responsabilidade. Ficam sempre na dúvida: e se queimar o desgraçado além do ponto? E, se der Procom? Sair nas redes sociais? E, se o cara reclamar no Datena? E, se acabar em C.P.I?

Eles não topam, não; acham melhor não decidir…

Na dúvida, eu permaneço por aqui. A cerveja continua gelada, apesar da pandemia e da política escrota dominante.

Mas, como sempre, quem sabe alguns luminares não sejam reeleitos. E, talvez, até sejam indicados para uma vaga na pensão Papuda , em Brasília – nenhuma estrela no guia Michelin…

E tem a copa do mundo, também; e vários discos legais chegando, alguns amigos, leituras…

Mas, principalmente, tem a ANGELA, que não quer que eu parta para a derradeira gargalhada – ao menos por enquanto…