MEMÓRIAS: QUE INVEJA, PROFESSOR MOTA!

Tempos atrás, no Estadão, meu ex-professor – por pouquíssimas aulas, infelizmente – CARLOS GUILHERME MOTA, escreveu um artigo sobre a BIBLIOTECA BRASILIANA MINDLIN, agora instalada na USP. Nela está guardada e preservada a coleção de livros sobre assuntos brasileiros coletados, comprados, descolados e colecionados por JOSÉ MINDLIN e sua mulher, GUITA MINDLIN, durante uma vida longa, frutífera e decente.

É de causar inveja e de nos dar orgulho que alguém, um brasileiro bibliômano e bibliófilo, tenha feito isso e, posteriormente, doado à USP, que se encarregou de construir o prédio para abrigá-la!

Claro, esse tema não deveria sensibilizar a FILÓSOFA VANESSA POPUZUDA, celebrizada por um professor inconveniente, pretencioso e piadista de mal gosto, que indicou um dos ” textos criados por ela ” para ser comentado em uma prova que ministrou. Hummm…

Acho que o professor talvez gostasse, mas duvido que se importasse muito com alguém como MINDLIN e o que ele nos legou.

Mas deixa prá lá, o assunto é outro: é a inveja que tive do professor MOTA que, já veterano e realizado, dirigiu a biblioteca e os planos para democratizá-la, abrir acesso às pesquisas, tornar funcional um acervo de raridades e belezas que a maioria de nós, brasileiros, não sabe que existem.

Tive e tenho inveja, sim. O professor teve acesso direto aos livros, pode tocá-los, admirá-los e conviver com eles. E ajudou a definir políticas para que fossem social e culturalmente úteis.

Dizer para todo mundo que colecionar coisas belas vale, sim, a pena; e se, posteriormente, colocadas à disposição de um público maior será ato de cidadania e generosidade, contrastante com os tempos medíocres e violentos que vivemos!

Recomendo a todos que busquem o artigo do professor.

E, da minha parte, mestre, sinto muito não ter ficado sabendo e, quem sabe, ter tentado descolar uma boquinha para ajudar.

Na próxima eu sou primeirão qualquer coisa aí, tá ligado?

12 de abr de 2014 15:01

COMO EU PENSAVA O BRASIL EM 2014, PERTO DA ELEIÇÃO

Claro, quem é eleito tem o direito de aplicar o programa que o elegeu. E o PT não poderia ser exceção, não para quê formar um partido ideológico, que demorou mais de 20 anos para chegar ao poder e com apoio da sociedade, não é mesmo?

O PT criou alguns fatos consumados, que não poderão deixar de ser considerados, seja lá quem for eleito.

1) melhorou a distribuição de renda. Do jeito que o fez, não interessa, mas melhorou;

2) Criou e manteve empregos para os mais pobres, empregos simples, mas empregos para a base da sociedade, o que é ótimo; 3) Incentivou que a sociedade se organizasse, principalmente os mais necessitados. E isso tudo vai permanecer, porque correto e qualquer partido moderno – PSDB incluidíssimo ! – persegue isto;

4) Pôs ênfase, mesmo que retórica, na educação.

Então, qual é o problema com PT?

Um monte.

1) Busca um hipotético socialismo com empreguismo, e o faz porque precisa tomar conta do Estado empregando seus correligionários, estejam eles preparados, ou não.

Só no governo Federal são quase 25.000 cargos de confiança. Fora ONGs patrocinadas pelo Estado, uso de empresas estatais para acomodar gente do partido e etc. e tal…

2) A corrupção é decorrência direta da ocupação de cargos para beneficiar um política partidária, vide mensalão e, agora, petrolão. 3) Aumentos salariais na base da economia, sem o contraponto da produtividade geram inflação e carestia. Mesmo assim, vamos considerar que eram urgentes e necessários, afinal, o brasileiro ganha pouco, muito pouco e trazer a ninguenzada para o mercado é uma questão ética.

5) As benesses sociais sem o aumento da produção, sem o incentivo a quem produz; sem parcerias público-privadas; sem concessões de serviços públicos em número adequado; e sem deixar o capitalista lucrar, tendem ao inflacionário e à estagnação econômica.

6) Nem comentei a ojeriza ideológica do partido às privatizações de empresas pura e simplesmente – um erro crasso e repetido pelo partido.

7) Considerem, se o PT não tivesse imposto ao Itamarati uma política externa contrária às nossas tradições, possivelmente teríamos mais parceiros externos, acordos com a Europa, Estados Unidos, Ásia e a Comunidade do Pacífico. Venderíamos mais e importaríamos mais tb.

Do jeito que está, exportamos nosso produtos industrializados apenas para a Argentina, Venezuela e outros caloteiros ou duros na África.

A sorte brasileira é a performance da Agroindústria, que supre o mercado interno e exporta com magnífica eficiência. Só que a turma do campo é assediada pelo MST e outros, incentivados pelo PT e grupos de esquerda, que não lhes dão paz. Ou seja, tiros no pé o tempo inteiro.

😎 Então, manter a coisa desse jeito implica em dar bilhões de reais em subsídios.

Começa pela gasolina, quebrando a Petrobras e por tabela a produção de álcool. Depois à geração de energia, quebrando, também o setor elétrico, entre outros.

Isto quer dizer que, independentemente de quem vencer a eleição, terá um perereco nas mãos: reajustar os preços defasados e congelados. Portanto, está claro que haverá inflação, mas é inevitável que seja feito.

Mas, não era preciso DILMA ROUSSEFF ter feito desse jeito,. Bastava seguir com mais calma e não onerar tanto o tesouro, ou seja: confiar um pouco mais no mercado.

Isto nos levou a algumas novidades na vida política, inclusive o ressurgimento da oposição. É muito difícil dizer se chegaríamos aonde estamos, com a Dilma empatada com o Aécio, se o Eduardo Campos estivesse na parada.

Mas, é bem possível, que sim, porque:

1) O Brasil é, e a maioria da população quer que continue sendo, um país capitalista. Haja vistas para a quantidade de gente que quer empreender e trabalhar por conta. Então, é preciso deixar de frescura e aceitar esse fato, o que o PT não pode, por questões ideológicas e etc. e tal.

2) Está se consolidando uma imensa quantidade de jovens que têm preocupações sociais, mas não são nem COMUNISTAS e nem SOCIALISTAS. Isto é visível no dia-a-dia, na web em geral, e aqui no Facebook. Vejam as observações que faz o professor PONDÉ sobre seus alunos na faculdade.

3) A sociedade parece estar cansada da militância barulhenta e está se tornando mais conservadora. Vejam o novo Congresso. Veremos até onde vai o aplauso direto a causas mais progressistas como o aborto, casamento entre homossexuais e descriminalização das drogas

Dessas três causas, a única que eu não defendo integralmente é a total descriminalização. Acho que apenas a maconha deve ser liberada.

4) A sociedade está exigindo mais e melhores serviços públicos. O que é justíssimo, mas custa caro. Então, o governo vai ter que se virar para deixar que a economia funcione mais livre; resumindo, com mais capitalismo. O PT não gosta disso, entrava, problematiza, então… teremos problemas.

5) A corrupção quase se tornou um fato cultural irremovível, no Brasil. Mas, não é. Justo ou não, o fato é que ela exacerbou-se e generalizou-se no governo do PT – não só dele, é claro. Mas, é assim que está sendo percebido e, na maioria dos casos comprovado.

5) A essência do PT é a permanente mobilização. A turma deles na Web, nas Universidades, etc., defende com unhas e dentes a manutenção do poder, só que a sociedade periodicamente se cansa disso;

A) se cansou quando elegeu o Collor;

B) o PT votou se opondo a tudo no governo Itamar e FHC – e a sociedade elegeu FHC por dois mandatos, e nunca se falou tanto em medidas neoliberais para consertar a economia, o que acabou acontecendo;

C) A sociedade tolerou e entrou na onda quando Lula foi eleito; deu, também, voto de confiança para a Dilma;

D) Agora, no final do governo Dilma, um novo surto conservador está se impondo.

Conclusão: é falta de sabedoria política dizer que se vai avançar mais. As pessoas parecem querer mais sossego, trabalhar em paz, sem muito alarde e com um governo mais eficiente, contido, mais bem administrado e menos militante. E bem menos corrupto.

Isto, a meu ver explica a vitória do Alckmin, em São Paulo. Ele fala pouco, trabalha, vai ajustando as coisas pontualmente. Claro, seu governo não é qualquer maravilha, mas funciona – apesar da falta d´água, uma aposta que pode acabar com a carreira política dele. Tudo caminha com certa normalidade no governo dele. O orçamento é cumprido, as finanças estão mais ou menos em dia, sai uma estação de metrô aqui, uma ponte ali, e vamos andando. Há problemas de monte, mas a população em geral confia nele, lhe deu votação consagradora e renovou a Assembleia com políticos da situação.

O Brasil parece mais inclinado a saborear quitutes de chuchu e cervejinhas baratas, do que apostar em hipóteses mais retumbantes.

Eu vou de Aécio Neves por questões políticas e ideológicas, mas sei que ele terá de fazer um governo perto do impecável. Porque se realmente a sociedade quer mais calmaria e sossego, com o PT na oposição para o governo isto não vai acontecer.

12 de out de 2014 18:24

PENA DE MORTE – SOU RADICALMENTE CONTRA!

A existência e aplicação dela sempre me consterna e apavora! Evito, inclusive assistir a filmes, em que ela é parte do enredo.

A PENA DE MORTE é o suprassumo do niilismo e da negação do civilizado. Discordo frontalmente de sua existência e sempre combaterei, dentro da lei, um Estado que a tenha em sua Constituição.

A CONSTITUIÇÃO DO BRASIL a impede por cláusula pétrea. Concordo e tenho orgulho disso!

Muitos argumentarão que há gente irrecuperável, que não pode conviver junto aos cidadãos de bem. Concordo; não penso como ROUSSEAU; e já fui vítima de gente que precisava, ou precisa permanecer atrás das grades.

Eu sou favorável a penas mais fortes e a redução da maioridade penal – que são assuntos polêmicos, porém contidos às fronteiras da civilização. Discussões eticamente possíveis.

É minha opinião, que o Estado tem, sempre, de estar acima da barbárie de alguns; e aplicar leis que deem exemplos e punam.

Mas, jamais se igualar a qualquer assassino, matando com o aval da justiça.

A pena de morte não é pedagógica, porque não ensina; além de equiparar moralmente o executor ao condenado. Tornando indistinguível, nesse caso, justiça a vingança.

Considero a PENA DE MORTE tão covarde quanto um atentado a civis pacíficos; ou um homicídio premeditado; e qualqueer latrocínio.

Porém, com o agravante de ter a legitimação social e legal para imobilizar e executar o condenado.

Sem comentar muito, é óbvio que a existência e aplicação da PENA DE MORTE é, também, filosoficamente indefensável. Eu não autorizo, como cidadão, que o ESTADO que a representa a minha NAÇÃO, desça ao nível de barbárie planejada e ritualística que aquilo implica.

Imagine a cena: o condenado é amarrado, e friamente executado, sem qualquer possibilidade para reagir ou defender-se. Ele é assassinado covardemente! E há os executores, médicos, enfermeiros e toda camarilha de psicopatas amparados em lei para fazê-lo! Não consigo imaginar algo tão repugnante!

Hoje em dia, usa-se a injeção letal. No entanto, a maioria das INDUSTRIAS QUÍMICAS se recusa a coonestar a barbárie. E não vende anestésicos e preparados indolores para essa finalidade.

EXECUTAR ALGUÉM é de imoralidade e falta de ética ímpar! E gente civilizada deve se opor a isso, independentemente do instinto de vingança que alguns facínoras suscitem na maioria de nós – em mim, inclusive.

Anos atrás, dois rapazes brasileiros, idiotas e criminosos, foram executados em uma prisão na Indonésia. Foram condenados por tráfico de drogas. Eram dois típicos irresponsáveis, que julgaram outro país pela leniência de nossas Instituições legais.

Há, hoje, outra brasileira por lá condenada…

Tenho compaixão por eles! E tenho sérias críticas e até raiva de quem os educou; e censuras a eles mesmos, é claro!, que traficaram por hedonismo e “boa vida”.

Eram moços eram dois vagabundos que pagaram com a vida pelos medíocres que se tornaram. E foram detidos para a consumação suprema de uma barbaridade maior!

Há um aspecto político que não vi comentaristas dando conta, à época: o BRASIL interveio e apoiou a separação do TIMOR LESTE da INDONÉSIA. Devem ter ficado sequelas diplomáticas; portanto o governo indonésio nem levou em consideração os pedidos de clemência feito pelo governo brasileiro; um jeito de mostrar distância diplomática.

E nunca vi tanta gente, aqui no BRASIL, torcendo pela execução dos caras, como aqui nas redes sociais.

Na escala evolutiva, estamos macaco abaixo. Deus e a lucidez nos livrem deles…

Uma prece e repúdio a mais, portanto!

PENA DE MORTE – SOU RADICALMENTE CONTRA!

A existência e aplicação dela sempre me consterna e apavora! Evito, inclusive assistir a filmes, em que ela é parte do enredo.

A PENA DE MORTE é o suprassumo do niilismo e da negação do civilizado. Discordo frontalmente de sua existência e sempre combaterei, dentro da lei, um Estado que a tenha em sua Constituição.

A CONSTITUIÇÃO DO BRASIL a impede por cláusula pétrea. Concordo e tenho orgulho disso!

Muitos argumentarão que há gente irrecuperável, que não pode conviver junto aos cidadãos de bem. Concordo; não penso como ROUSSEAU; e já fui vítima de gente que precisava, ou precisa permanecer atrás das grades.

Eu sou favorável a penas mais fortes e a redução da maioridade penal – que são assuntos polêmicos, porém contidos às fronteiras da civilização. Discussões eticamente possíveis.

É minha opinião, que o Estado tem, sempre, de estar acima da barbárie de alguns; e aplicar leis que deem exemplos e punam.

Mas, jamais se igualar a qualquer assassino, matando com o aval da justiça.

A pena de morte não é pedagógica, porque não ensina; além de equiparar moralmente o executor ao condenado. Tornando indistinguível, nesse caso, justiça a vingança.

Considero a PENA DE MORTE tão covarde quanto um atentado a civis pacíficos; ou um homicídio premeditado; e qualqueer latrocínio.

Porém, com o agravante de ter a legitimação social e legal para imobilizar e executar o condenado.

Sem comentar muito, é óbvio que a existência e aplicação da PENA DE MORTE é, também, filosoficamente indefensável. Eu não autorizo, como cidadão, que o ESTADO que a representa a minha NAÇÃO, desça ao nível de barbárie planejada e ritualística que aquilo implica.

Imagine a cena: o condenado é amarrado, e friamente executado, sem qualquer possibilidade para reagir ou defender-se. Ele é assassinado covardemente! E há os executores, médicos, enfermeiros e toda camarilha de psicopatas amparados em lei para fazê-lo! Não consigo imaginar algo tão repugnante!

Hoje em dia, usa-se a injeção letal. No entanto, a maioria das INDUSTRIAS QUÍMICAS se recusa a coonestar a barbárie. E não vende anestésicos e preparados indolores para essa finalidade.

EXECUTAR ALGUÉM é de imoralidade e falta de ética ímpar! E gente civilizada deve se opor a isso, independentemente do instinto de vingança que alguns facínoras suscitem na maioria de nós – em mim, inclusive.

Anos atrás, dois rapazes brasileiros, idiotas e criminosos, foram executados em uma prisão na Indonésia. Foram condenados por tráfico de drogas. Eram dois típicos irresponsáveis, que julgaram outro país pela leniência de nossas Instituições legais.

Há, hoje, outra brasileira por lá condenada…

Tenho compaixão por eles! E tenho sérias críticas e até raiva de quem os educou; e censuras a eles mesmos, é claro!, que traficaram por hedonismo e “boa vida”.

Eram moços eram dois vagabundos que pagaram com a vida pelos medíocres que se tornaram. E foram detidos para a consumação suprema de uma barbaridade maior!

Há um aspecto político que não vi comentaristas dando conta, à época: o BRASIL interveio e apoiou a separação do TIMOR LESTE da INDONÉSIA. Devem ter ficado sequelas diplomáticas; portanto o governo indonésio nem levou em consideração os pedidos de clemência feito pelo governo brasileiro; um jeito de mostrar distância diplomática.

E nunca vi tanta gente, aqui no BRASIL, torcendo pela execução dos caras, como aqui nas redes sociais.

Na escala evolutiva, estamos macaco abaixo. Deus e a lucidez nos livrem deles…

Uma prece e repúdio a mais, portanto!

WILLIAN WAACK – O INJUSTIÇADO MELHOR JORNALISTA DO BRASIL!

Reproduzo aqui o texto do jornalista William Waack, publicado há algumas horas, na “Folha de SP”, sob o título “Eu não sou racista. Minha obra prova”. Ele foi demitido pela TV Globo e linchado pela turba ignara por sua INFELIZ piada racista. É justo que ele seja lido e relido. E que seu texto seja objeto de reflexão sobre os tempos de intolerância que vivemos. A.

Se os rapazes que roubaram a imagem da Globo e a vazaram na internet tivessem me abordado, naquela noite de 8 de novembro de 2016, eu teria dito a eles a mesma coisa que direi agora: “Aquilo foi uma piada — idiota, como disse meu amigo Gil Moura—, sem a menor intenção racista, dita em tom de brincadeira, num momento particular. Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão.”

Sim, existe racismo no Brasil, ao contrário do que alguns pretendem. Sim, em razão da cor da pele, pessoas sofrem discriminações, têm menos oportunidades, são maltratadas e têm de suportar humilhações e perseguições.

Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: “Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português.”

Não digo quais são meus amigos negros, pois não separo amigos segundo a cor da pele. Assim como não vou dizer quais são meus amigos judeus, ou católicos, ou muçulmanos. Igualmente não os distingo segundo a religião —ou pelo que dizem sobre política.

O episódio que me envolve é a expressão de um fenômeno mais abrangente. Em todo o mundo, na era da revolução digital, as empresas da chamada “mídia tradicional” são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais.

Estes se mobilizam para contestar o papel até então inquestionável dos grupos de comunicação: guardiães dos “fatos objetivos”, da “verdade dos fatos” (a expressão vem do termo em inglês “gatekeepers”). Na verdade, é a credibilidade desses guardiães que está sob crescente suspeita.

Entender esse fenômeno parece estar além da capacidade de empresas da dita “mídia tradicional”. Julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional, ignorando que obtêm o resultado inverso (o interesse comercial inerente a essa preocupação me parece legítimo).

Por falta de visão estratégica ou covardia, ou ambas, tornam-se reféns das redes mobilizadas, parte delas alinhada com o que “donos” de outras agendas políticas definem como “correto”.

Perversamente, acabam contribuindo para a consolidação da percepção de que atores importantes da “mídia tradicional” se tornaram perpetuadores da miséria e da ignorância no país, pois, assim, obteriam vantagens empresariais.

Abraçados a seu deplorável equívoco, esquecem ainda que a imensa maioria dos brasileiros está cansada do radicalismo obtuso e primitivo que hoje é característica inegável do ambiente virtual.

Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do linchamento —nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé— querem nos tirar.

Prostrar-se diante deles significa não só desperdiçar uma oportunidade de elevar o nível de educação política e do debate, mas, pior ainda, contribui para exacerbar o clima de intolerância e cerceamento às liberdades –nas palavras, a quem tanto agradeço, da ministra Cármen Lúcia, em aula na PUC de Belo Horizonte, ao se referir ao episódio.

Aproveito para agradecer o imenso apoio que recebi de muitas pessoas que, mesmo bravas com a piada que fiz, entenderam que disso apenas se tratava, não de uma manifestação racista.

Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento.

Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.

Termino com um saber consagrado: um homem se conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui.

WILLIAM WAACK, 65, é jornalista profissional desde os 17; trabalhou em algumas das principais redações do país e foi correspondente internacional por 21 anos na Europa e Estados Unidos

DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA:

UMA INICIAÇÃO AO PATRIOTISMO FASCISTOIDE IDIOTIZANTE.

Não sou um patriota. Pelo menos no sentido em que o encerrado governo liderado por JANJO ( JAIR + ANJO ), agora autoexilado na DISNEYLÂNDIA, pregou incentivando incautos a segui-lo.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA a grande maioria dos habitantes desse planetinha desvirtuado, de alguma forma têm relação ou alguma identificação.

Mas, a inteligência dos significados fica nos detalhes. E aí MANÉS crédulos e “LOSERS” , a minoria dos votantes no TROGG, se extraviam dos conteúdos.

Vamos lá:

DEUS? QUAL DEUS?

O ALAH dos muçulmanos? As centenas de deuses do hinduísmo?

As concepções cristãs evangélicas? Católica? Ortodoxa?

Sem falar as diversas deidades africanas. E os budistas, xintoístas, e vasto etc? E outros inclassificáveis, aqui esquecidos porque minoritários planeta adentro?

Só de início já está claro que não se pode escolher um ídolo, ou signo, ou mesmo utilizar um putativo conceito para englobar a todos no BRASIL e, menos ainda estendê-lo ao mundo.

Então, sejam modestos e respeitosos. E RETIREM DEUS DA POLÍTICA!

PÁTRIA: todos têm, mas são diversas e com substâncias variadas e variáveis.

E, no BRASIL, temos um baita empecilho GEOPOLÍTICO: somos o maior país da América do Sul, o único que fala português, cercado por vizinhos diversos, a imensa maioria falando espanhol, com origens e interesses culturais comum entre eles, mas não necessariamente conosco.

São vizinhos, têm o próprio país e pátria, e não vão sair de lá… Têm de ser respeitados.

BARÃO do RIO BRANCO, o negociador e consolidador das fronteiras do BRASIL atual, com sua vasta sabedoria teve o descortino de inaugurar uma POLÍTICA EXTERNA que, por quase dois séculos, evitou de nos envolver em conflitos com nossos vizinhos.

O barão foi um enorme brasileiro!

Então, é lógico: se você incentiva o conceito de PATRIA por ESSA FORMA EXCLUDENTE COMO BOLSONARISTAS PREGAM, vamos ter problemas!

Aliás, tivemos problemas com outros países desde o início do BOZONATO. Quase todos da América do Sul, sem falar da Europa, China e até os EUA. Tidos se opõem e se opuseram à Política Externa do TROGG.

E isso não atende aos interesses do BRASIL, necessariamente vocacionado para integrar-se ao MUNDO, e não o contrário.

Resumindo, ficar vomitando xenofobia e supremacia do BRASIL é péssima ideia. UM FASCISMO RETARDATÁRIO REQUENTADO POR UM EXCLUÍDO PELO BOM SENSO…

FAMÍLIA: Ora, é concepção tão variada, hoje em dia, que é bom não coloca-la acima de tudo o mais.

Sem falar que amigos diversos podem ou não integra-la. E que não necessariamente seus membros de entendem…

E nem vou comentar sobre as variações possíveis, e que nem dão bola para a família tradicional…

Portanto, erigir uma bandeira em cima de PROPÓSITOS TÃO VOLÁTEIS, não pode ser boa ideia.

O que nos leva aos COMUNISTAS.

Na “METALINGUAGEM BOZOPOLÍTICO-EXISTENCIAL” quer dizer gente malvada, corrupta, ateia, ladra e usurpadora de propriedades. E que negaria o conceito de PÁTRIA…

Quer dizer, comunista seria internacionalista, e apátrida por definição.

Só que não!

Lembrem-se do STALINISMO, ultra “multipatriótico”, matando os que discordassem internamente. Ou dos chineses e norte- coreanos!!! Comunistas que cuidam exclusivamente de seus próprios interesses! E os cubanos? E sem lembrar o inefável e agressivo PUTIN, e sua neo-Rússia nacionalista…

Então, é bom entender que governos sociaisdemocratas, mais ou menos à esquerda; ou socialistas em graduações variadas não são comunistas.

É óbvio, mas a Bozolândia ( em inglês Bozoland…) não aceita isso…

Chamar LULA de comunista é fazer gente como o TIO SÉRGIO, aqui, rir a ponto de ser candidato à camisa de força…

Até já contei sobre a reação de amigos meus, quando uns trêfegos me chamaram de comunista: começaram a rir até chorar!

Eu sou tão comunista quanto o REINALDO AZEVEDO, o CARLOS ALBERTO SARDENBERG, o FERNANDO SCHULER e a ZEINA LATIFF.

E, como todos eles, sou a favor de uma sociedade plural, mais justa e aberta, que usa os instrumentos necessários para trazer a maioria da população para um país mais equânime e progressista.

Isso tudo é para dizer que JANJO BOLSONARO não é de direita. Mas, um ignorante reacionário com deficiência de formação, e que não tem a menor noção do que este país realmente precisa. Por isso, foi um péssimo presidente, e espero que seja adequadamente processado.

JANJO BOLSONARO É UM RETARDATÁRIO DO PIOR QUE HOUVE NAS IDEIAS DO GOLPE DE 1964.

Então, BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS, não seduz brasileiros verdadeiramente preocupados com o país. Porque PATRIOTISMO RUDIMENTAR, BOÇAL, IDIOTIZANTE, e que deve ser jogado no espaço que sobrou na ENORME LIXEIRA DA HISTÓRIA.

UMA INICIAÇÃO AO PATRIOTISMO FASCISTOIDE IDIOTIZANTE.

Não sou um patriota. Pelo menos no sentido em que o encerrado governo liderado por JANJO ( JAIR + ANJO ), agora autoexilado na DISNEYLÂNDIA, pregou incentivando incautos a segui-lo.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA a grande maioria dos habitantes desse planetinha desvirtuado, de alguma forma têm relação ou alguma identificação.

Mas, a inteligência dos significados fica nos detalhes. E aí MANÉS crédulos e “LOSERS” , a minoria dos votantes no TROGG, se extraviam dos conteúdos.

Vamos lá:

DEUS? QUAL DEUS?

O ALAH dos muçulmanos? As centenas de deuses do hinduísmo?

As concepções cristãs evangélicas? Católica? Ortodoxa?

Sem falar as diversas deidades africanas. E os budistas, xintoístas, e vasto etc? E outros inclassificáveis, aqui esquecidos porque minoritários planeta adentro?

Só de início já está claro que não se pode escolher um ídolo, ou signo, ou mesmo utilizar um putativo conceito para englobar a todos no BRASIL e, menos ainda estendê-lo ao mundo.

Então, sejam modestos e respeitosos. E RETIREM DEUS DA POLÍTICA!

PÁTRIA: todos têm, mas são diversas e com substâncias variadas e variáveis.

E, no BRASIL, temos um baita empecilho GEOPOLÍTICO: somos o maior país da América do Sul, o único que fala português, cercado por vizinhos diversos, a imensa maioria falando espanhol, com origens e interesses culturais comum entre eles, mas não necessariamente conosco.

São vizinhos, têm o próprio país e pátria, e não vão sair de lá… Têm de ser respeitados.

BARÃO do RIO BRANCO, o negociador e consolidador das fronteiras do BRASIL atual, com sua vasta sabedoria teve o descortino de inaugurar uma POLÍTICA EXTERNA que, por quase dois séculos, evitou de nos envolver em conflitos com nossos vizinhos.

O barão foi um enorme brasileiro!

Então, é lógico: se você incentiva o conceito de PATRIA por ESSA FORMA EXCLUDENTE COMO BOLSONARISTAS PREGAM, vamos ter problemas!

Aliás, tivemos problemas com outros países desde o início do BOZONATO. Quase todos da América do Sul, sem falar da Europa, China e até os EUA. Tidos se opõem e se opuseram à Política Externa do TROGG.

E isso não atende aos interesses do BRASIL, necessariamente vocacionado para integrar-se ao MUNDO, e não o contrário.

Resumindo, ficar vomitando xenofobia e supremacia do BRASIL é péssima ideia. UM FASCISMO RETARDATÁRIO REQUENTADO POR UM EXCLUÍDO PELO BOM SENSO…

FAMÍLIA: Ora, é concepção tão variada, hoje em dia, que é bom não coloca-la acima de tudo o mais.

Sem falar que amigos diversos podem ou não integra-la. E que não necessariamente seus membros de entendem…

E nem vou comentar sobre as variações possíveis, e que nem dão bola para a família tradicional…

Portanto, erigir uma bandeira em cima de PROPÓSITOS TÃO VOLÁTEIS, não pode ser boa ideia.

O que nos leva aos COMUNISTAS.

Na “METALINGUAGEM BOZOPOLÍTICO-EXISTENCIAL” quer dizer gente malvada, corrupta, ateia, ladra e usurpadora de propriedades. E que negaria o conceito de PÁTRIA…

Quer dizer, comunista seria internacionalista, e apátrida por definição.

Só que não!

Lembrem-se do STALINISMO, ultra “multipatriótico”, matando os que discordassem internamente. Ou dos chineses e norte- coreanos!!! Comunistas que cuidam exclusivamente de seus próprios interesses! E os cubanos? E sem lembrar o inefável e agressivo PUTIN, e sua neo-Rússia nacionalista…

Então, é bom entender que governos sociaisdemocratas, mais ou menos à esquerda; ou socialistas em graduações variadas não são comunistas.

É óbvio, mas a Bozolândia ( em inglês Bozoland…) não aceita isso…

Chamar LULA de comunista é fazer gente como o TIO SÉRGIO, aqui, rir a ponto de ser candidato à camisa de força…

Até já contei sobre a reação de amigos meus, quando uns trêfegos me chamaram de comunista: começaram a rir até chorar!

Eu sou tão comunista quanto o REINALDO AZEVEDO, o CARLOS ALBERTO SARDENBERG, o FERNANDO SCHULER e a ZEINA LATIFF.

E, como todos eles, sou a favor de uma sociedade plural, mais justa e aberta, que usa os instrumentos necessários para trazer a maioria da população para um país mais equânime e progressista.

Isso tudo é para dizer que JANJO BOLSONARO não é de direita. Mas, um ignorante reacionário com deficiência de formação, e que não tem a menor noção do que este país realmente precisa. Por isso, foi um péssimo presidente, e espero que seja adequadamente processado.

JANJO BOLSONARO É UM RETARDATÁRIO DO PIOR QUE HOUVE NAS IDEIAS DO GOLPE DE 1964.

Então, BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS, não seduz brasileiros verdadeiramente preocupados com o país. Porque PATRIOTISMO RUDIMENTAR, BOÇAL, IDIOTIZANTE, e que deve ser jogado no espaço que sobrou na ENORME LIXEIRA DA HISTÓRIA.

RUA OLHO D’AGUA DO BORGES – CONHECE?

 

Várias vezes recebemos um jovem casal de amigos, PAULO e MICHELLE, meninos ótimos – literalmente. Trabalhadores, esforçados e muito simpáticos e afetivos.

Pois, bem: eles moravam em CANGAÍBA, num bairro chamado VILA SILVIA, que você acessa pela Avenida Assis Ribeiro, a caminho do extremo leste da cidade.

É um lugar alto, com vistas para o PARQUE do TIETÊ, ruas adequadas e asfaltadas; algumas bem largas, cheias de casas e condomínios de classe média e média baixa. Um desses lugares que melhoraram demais nos últimos 35 anos, graças a investimentos sociais, e gradativa e progressiva implantação da infra-estrutura urbans e transportes.

Pois, bem: junto à rua onde moram, a Prefeitura há uns dois anos preparou um terreno enorme para implantar casas dos programas sociais.

Tudo muito justo e adequado, cadastrou futuros moradores, e começou a fazer o que se espera dos poderes públicos.

Aí, veio um desses movimentos por moradia, liderado por pseudo-filósofo, na verdade um necrófilo social, e invadiu tudo, implantou uma favela xexelenta, com a criançada vagando pelas ruas sem qualquer orientação ou cuidado dos pais.

O que era muito bom, começou a se degradar, a insegurança aumentou e tudo o mais. A ordem feita pela Prefeitura para dar aos pobres moradia foi totalmente rompida por usurpadores criando um baita câncer social onde já havia melhoras óbvias.

Eu pergunto: o que se faz com quem lidera isso? Que medidas contra estão sendo tomadas para que futuros moradores e seus vizinhos tenham o que é seus por direito, legalmente garantido e com perspectivas de valorização?

Assim não é possível. Nem o Pato Demêncio – o adequado prefeito FERNANDO HADDAD – e nem o Quelônio Alckmin conseguiam governar daquele jeito.

Que tal uma CPI desses movimentos cancerígenos que destroem as cidades e impedem uma governança mais justa? Que tal o judiciário mandar desocupar no ato, e não importam as consequências? Que tal entendermos de uma vez por todas que ordem também faz parte da democracia.

Pois, hoje, 2023, meus amigos já não moram lá. Mas, o local e seu entorno permanece em deterioração e desvalorização contínuas, fraudando expectativas e direitos humanos óbvios.

É por essas e outras que não votei e jamais votarei em Gulherme Boulos.

“O PIOR HOMEM DO MUNDO”… COMÉDIA

Não, não, pessoas!

Não sou eu, nem o seu namorado, patrão, Bolsonaro, Temer, Lula ou quaisquer outros potenciais candidatos que a mente recordar .

É apenas o nome de uma COMÉDIA ROMÂNTICA VENEZUELANA, dirigida por EDGAR ROCCA, em 2016. E se refere ao que pensa sobre si mesmo o personagem principal, JUAN ANDRES ( Alexander Silva ), em crise existencial e na casa dos trinta anos.

ANDRES é um pretendente a escritor, algo intelectualizado, mas pegador serial. Um latino cool, fora do estereótipo, bom de papo e bebedor, com quem um contêiner de mulheres bonitas e também resolvidas, livres e civilizadas se envolvem.

O “passa rodo” transcorre geral. Mas, com charme… E, no final, há um mea culpa e redenção feliz.

O interessante é que o filme acontece na moderna Caracas, bela, aprazível, de classe média, tudo funcionando, boas escolas, hospital modelo e bares descolados.

E gente instruída, que reconhece filmes de “ANTONIONNI”, BERGMAN, KUBRICK, WOODY ALLEN, no melhor estilo anos 60\70.

Tudo muito verossímil, como a gente pode observar…

Não há qualquer referência à política. E nem vestígio da truculência ditatorial de CHAVES, ou do bigode do MADURO.

E muito menos do empobrecimento criminoso de um país econômica e geopoliticamente viavel.

Na trilha sonora, um LATIN-JAZZ LEGAL e NÃO-CUCARACHA. A única cena destoante é de um motorista de taxi solidário, mas que pragueja um pouco…

Quer dizer, tudo o que sabemos sobre os nossos irmãos ao norte é que são felizes e têm como referência Madrid. E tudo tende a dar certo – como deu no final.

Assisti de madrugada, nos canais da Net, enfrentando a minha insônia. Foi bom, diversão agradável: continuei sem dormir. E por que escrevi isto aqui? Porque somos todos chatos, incompetentes e não sabemos viver ou fazer filmes que reflitam o “MELHOR DE NOSSA GENTE”.

Eu acho que o financiador foi a Embrafilmes deles – talvez “VENEZUFILMES”…

FUTEBOL E BOTÃO – UMA INTRODUÇÃO A VAGABUNDAGEM

Por volta de 1962, acho, descobri mundo novo jogando botão. Foi uma catarse que iluminou minha curta, mas promissora, vida de vagabundo.

Foi promissora porque desconcentrei gigante dos afazeres de aluno para imersão ( uma expressão atual, heim! ) total no universo da bola.

Fiz o que pude para comprar times de botão e tentar colecioná-los.

E consegui usando metodologia delitiva que repeti com a minha paixão por discos, uns dois anos depois.

Lavei louça adoidado; pedi por aí. troquei tampas (lentes?) de relógio com amigos. E deixei de tomar lanche no recreio no GINÁSIO ESTADUAL RUY BLÖEN, que ainda existe por lá, em SAMPA, no bairro de Mirandópolis.

Quer dizer, fiz de tudo para economizar e investir nos times que tenho até hoje, mas sob outro formato: estavam expostos como fossem quadros, em nosso apto, aqui no Guarujá. Agora, mandei revertê-los em times e vou guardá-los com carinho.

A carreira promissora na vagabundagem desvelou entropia quando tomei pau na primeira série do ginásio, em 1964.

O principal motivo foi cabular aulas, e “estudar” o tempo inteiro as potencialidades do meu time. Reduzindo: foi por causa dos jogos e times de botão.

Eu era fissurad@o em futebol. E me recordo, por exemplo, quando o ZAGUEIRO CENTRAL MAURO saiu do SÃO PAULO e foi jogar no SANTOS, acho que em 1960. E ajudou a compor aquele timeco com PELÉ, ZITO, MENGALVIO, LIMA, PEPE, COUTINHO, etc…que todos reconhecem até hoje. Minha fissura desmedida por futebol e times de botão era total.

Só que houve reação da cavalaria doméstica, pai e mãe aliados se uniram para devastar minha INTENTONA DELITIVA: só não usaram canhão e armamento de guerra. No mais, valeu tudo de bronca a safanão; passando por castigos, gritos e ameaças de porradas várias. Enfrentei galhardamente. E sucumbi.

Mas, guerrilheiro e rebelde, passei a solapar as bases da disciplina achando outro motivo igualmente deletério: cismei de aprender a jogar futebol já que, perna de pau irrecuperável, sempre fui escolhido para não entrar em campo. Nisso, meus amigos e colegas concordavam. SÉRGIO DE MORAES não entrava em campo nem faltando três para compOr o time. Isto sim era sabedoria coletiva, claro…

Mas, insisti. Adiantou quase nada, e reanimou novamente o vagabundo tenaz que havia em mim: tomei pau de novo, na terceira série, em 1966…

A lei seguiu seu destino e fui executado em prisão doméstica por meus pais que radicalizaram geral.

Eis o veredito:

1) Vai passar a estudar à noite e trabalhar de dia; 2) será passado em máquina de fazer salsichas se tomar pau de novo; 3) não ouse desrespeitar essas democráticas decisões familiares, senão em vez de máquina de fazer salsicha vai para o moedor de carne duas vezes – como geralmente pedem as senhoras no açougue do mercado.

Vida vagabunda deletada, fui me tornando o que sou.

Em 1969, entrou seriamente mulher na parada, a ANGELA. E aí todo mundo sabe o que acontece: passei de projeto em em degenerescência a regenerado.

De “brasiliano dissoluto” em bom menino responsável. Rapidamente.

Memórias vivas resguardas sob chibata.

DEUS, O DIABO E OS VALORES SOCIAIS BÁSICOS

 

EU NÃO SOU PAI POR ABSOLUTA FALTA DE VOCAÇÃO. E NÃO SOU, TAMBÉM, PROFESSOR OU PEDAGOGO.

NO ENTANTO, EU PERGUNTO QUE SIMBOLISMO TÊM DEUS E O DIABO PARA UMA CRIANÇA DE SEIS OU SETE ANOS?

A MEU VER, O MAIS SIMPLES DE TODOS: A DISTINÇÃO QUE APRENDEMOS A FAZER, DESDE CEDO, ENTRE O BEM E O MAL.

APENAS A DISTINÇÃO; E SEM A SOFISTICAÇÃO DE CONTEÚDOS, PORQUE O CERTO E O ERRADO, APRENDIDOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA, PROVÉM DE IDEIAS SOCIALMENTE ACEITAS E INCULCADAS COMO CORRETAS OU ERRADAS, SOB O PONTO DE VISTA NÃO SÓ DA SOCIEDADE À QUAL ELA PERTENCE, MAS DA MAIORIA DAS CULTURAS.

SÃO COISAS DO TIPO: É CERTO CUMPRIR OBRIGAÇÕES; E É ERRADO AGREDIR E DESRESPEITAR OS MAIS VELHOS. DOIS EXEMPLOS ÓBVIOS E TRANSCENDENTES.

DEUS E O DIABO SERVEM APENAS DE PARÂMETROS CULTURAIS E DE ENSINAMENTO DE COMO PROCEDER NA MAIORIA DOS CASOS. NÃO DEVERIAM SER RELATIVIZADOS TÃO CEDO PARA CRIANÇAS SEM QUALQUER FORMAÇÃO OU ESTRUTURA DE VALORES BÁSICOS.

E ISTO PORQUE SE ESTARÁ QUEBRANDO REGRAS SOCIAIS IMPORTANTES, E DEIXANDO AS CRIANÇAS À MERCÊ DE ENSINAMENTOS QUE ELA AINDA NÃO PODE COMPREENDER. POR EXTENSÃO, ABRINDO HIPÓTESES DE RELATIVIZAÇÃO SOBRE COISAS MAIS SÉRIAS:

MATAR OU AGREDIR ALGUÉM, POR EXEMPLO, PODEM SER INTERPRETADOS COMO COMPORTAMENTOS “POSSÍVEIS”. ALIÁS, HÁ TEMPOS ISTO JÁ VEM OCORRENDO. E POR FALTA DE INCULCAÇÃO DE VALORES MAIS RÍGIDOS.

EU LI OS DOIS POEMAS QUE DERAM ORIGEM À TAL POLÊMICA LEVANTADA PELA MINISTRA DAMARIS. SÃO DE UM AUTOR CHAMADO PAULO BETANCOURT, QUE ESCREVE PARA CRIANÇAS, E VENDE SEUS LIVROS AO GOVERNO…

Hummm….

O TAL LIVRO SE CHAMA “A MÁQUINA DE BRINCAR”, E OS… DIGAMOS… “POEMAS” …”O QUE DEUS NOS DEU” E “O DIABO QUE ME CARREGUE” SÃO PESSIMAMENTE ESCRITOS. CONTEÚDO NENHUM. APENAS A CONTRAPOSIÇÃO SUPOSTAMENTE CRÍTICA ENTRE DEUS E O DIABO. E O AUTOR DEFENDENDO O LADO DO TINHOSO COMO UM INJUSTIÇADO SOCIAL!!!

A QUESTÃO É: COMO UMA CRIANÇA DE SEIS, SETE ANOS, E NENHUMA INFORMAÇÃO OU FORMAÇÃO MAIS SÓLIDAS, PODE AVALIAR CORRETAMENTE TAL QUEBRA DE PARADIGMA?

EU ACHO UMA TRAGÉDIA POTENCIAL!

A MINISTRA DAMARIS E SUA FALA PARTEM DO LADO RELIGIOSO. CRISTÃO, NO CASO. MAS, NEM POR ISSO ELA DEIXA DE TER RAZÃO EM SEU DESPREZO PELA OBRA.

EU PERGUNTO A MEUS AMIGOS O QUE ACHARIAM DE SEUS FILHOS CRIANÇAS SE SOLIDARIZANDO COM O DIABO?

O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PODERIA INDICAR, NO EXAME DO ENEM, UMA CRÔNICA DO FALECIDO ESCRITOR E JORNALISTA RUBEM BRAGA. ELA SE CHAMA “EU E BEBU NA HORA NEUTRA DA MADRUGADA”, ESCRITA EM 1933.

É UM TEXTO PROFUNDAMENTE ARTÍSTICO E CONCISO, NARRANDO O PAPO ENTRE UM HOMEM E O DIABO, EM UM BAR. FOI ESCRITO PARA QUEM JÁ DISCERNE FILOSOFICAMENTE AS COISAS, E SABE AS DIFERENÇAS E OS “50 TONS DE CINZA” ENTRE O CERTO E O ERRADO.

É ASSUNTO PARA ADULTOS, OU JOVENS. MAS, GENTE AMADURECIDA E NÃO PARA CRIANÇAS.

TEMA DE TAL COMPLEXIDADE NÃO PODE SER PROPOSTO POR UM TRÊFEGO BABACA, QUE O TRANSFORMA EM QUESTIONAMENTO INFANTIL POR PURA DISTORÇÃO IDEOLÓGICA.

ENSINAR, INFORMAR E FORMAR INDIVÍDUOS IMPLICA EM ADEQUAR CONTEÚDOS ÀS CIRCUNSTÂNCIAS E MATURIDADE DOS QUE VÃO APRENDER.