Vamos imaginar a seguinte situação:
Após anos de agitação política, assume o governo do URUGUAI uma tendência ultra radical, que imediatamente passa a hostilizar os brasileiros residentes, ou simplesmente a fazer vista grossa para as agressões que brasileiros sofreriam.
O Brasil, como sempre e corretamente, tenta resolver o problema no papo, e nos bastidores. Mas não adianta.
A situação radicaliza de vez, as relações entre os dois países esfriam, e muitos brasileiros deixam o URUGUAI, porque são lá perseguidos.
Próximo passo: a retórica anti-brasileira é assumida de vez, com discursos do governo uruguaio. Iniciam atitudes de provocação controlada, mas provocação!
E isso tudo culmina em invasão de terroristas a Porto Alegre, que promovem atentado com mortos e feridos ao Palácio Piratinis!
O comando agressor retorna a MONTEVIDEO, e é recebido em festa pelo povo e pelo governo!
TIO SÉRGIO inocentemente pergunta:
Qual seria a reação do governo, dos militares, do Congresso e com todo o apoio da sociedade brasileira?
E TIO SÉRGIO responde: O BRASIL invadiria o URUGUAI, deporia o governo de lá, instalaria outro “mais razoável”, e manteria a ocupação até a situação ficar mais clara e segura.
Ou, não?
Pois, é amigos. FOI PRECISAMENTE O QUE FIZERAM OS AMERICANOS NO AFEGANISTÃO, DEPOIS DO ONZE DE SETEMBRO DE 2001!
Eu estive em NOVA YORK, em novembro de 1994, e fui visitar o WORLD TRADE CENTER, demolido por BIN LADEN et CATERVA, nos ataques de 2001. Fomos em excursão turística.
O TOUR foi feito totalmente a pé. As vans da operadora turística paravam a uma boa distância, e percorríamos um bom caminho até o imenso terreno onde se situavam as duas torres.
Não me recordo em qual das duas a visita ocorreu.
A visão do chão para o imenso edifício era assustadora. O térreo da TORRE foi seguramente o maior vão livre e pé direito que já vi em minha vida! Uma área que reduzia qualquer um à insignificância de um homem frente a uma verdadeira cidade vertical!
A visita, claro, era para o último andar, cobertura, onde havia um bar e loja de lembranças.
E alugava-se tempo em um telescópio, desses que a gente vê em filmes.
A subida foi outra aventura. Havia baldeção em dois ou três estágios – não me recordo exatamente – , e troca de elevadores até o topo. Demorava bem mais do que cinco minutos, em horário não de pico, para chegar até lá.
O último andar foi intimidador para mim, porque tenho certo receio de altura. Havia uma série de bancos, nas quatro faces enormes do andar. Alguns localizados muito rentes, de fuça, para imensas janelas blindadas! Se você olhasse para baixo teria medo.
A Angela, minha mulher, sentou-se e ficou “de boa” admirando o topo urbano do mundo! Eu sentei-me na fileira mais afastada. E passei a maior parte do tempo circulando pelas quatro faces para mais bem enxergar.
Foi fantástico!
No dia do atentado, eu estava me preparando para ir até a minha loja, na Avenida Paulista. A comoção e perplexidade foram totais!
Eu me recordo que o FERNANDO HENRIQUE quando soube ficou apavorado com as notícias de que a CIA identificava atividades terroristas na tríplice fronteira, em FÓZ DO IGUAÇÚ!
E o governo americano mandou a CIA investigar. Se tivesse havido indícios de que o atentado tivesse relações com a AMÉRICA DO SUL, a situação de BRASIL, PARAGUAI E ARGENTINA ficaria insustentável. Felizmente, não havia.
Eu fiquei apavorado pensando no que teriam sentido as vítimas. A começar por somente ser possível sair de lá pela escadaria! Totalmente bloqueada! E eu havia presenciado o quanto demoraria até chegar ao térreo.
O número de vítimas confirma a minha impressão e da Angela.
Enfim, foi minha vivência e as minhas impressões. E acho que foi legítimo e justo terem detonado o AFEGANISTÃO.
Quanto ao IRAQUE o papo foi totalmente outro.
POSTAGEM ORIGINAL: 12/09/2022