PENSAMENTOS DESCOLADOS AGOSTO/SETEMBRO 2024

  1. O Belo depende da arquitetura da natureza sobre o corpo. Não é o somatório das partes, mas o resultado harmônico do acaso genético
  2. UM SÁBIO ESCREVEU, AQUI NA REDE, QUE É TOTALMENTE FAVORÁVEL À VOLTA DA
    “C.P.M.F”: CERVEJA, PICANHA, MULHER E FERIADO!
    3. 2021 -JOSEPH GOEBELLS E STEVE BANNON, MALFEITORES SUPREMOS DA MODERNIDADE: MANIPULADORES DA INFORMAÇÃO ATRAVÉS DE FAKE NEWS!
    OS CRIADORES DA ANTICIDADANIA POLÍTICA MILITANTE! 2021
    4.TXAI SURUI:
    ACHO ESSA MENINA LINDA, ELEGANTE, CHARMOSA E INTERESSANTE!
    E SUAS VESTIMENTAS TRIBAIS UM ‘MUST”! 2023
    5. FREJAT, 2016:

    VIDA DE ARTISTA
    FREJAT DISSE NA ILUSTRADA QUE CERTA MÚSICA DELE TINHA TIDO 32 MIL ACESSOS DIGITAIS.
    BELEZA!
    SABEM QUANTO ELE GANHOU COM ISSO?
    R$ 0,13!!!!!!!!!! ISSO MESMO! 1/30 AVOS DE UMA XÍCARA DE CAFÉ!!!!!!!!!! É OFENSIVO!
    ANTIGAMENTE, DIZ FREJAT, SE VENDESSE 32 MIL SINGLES (COMPACTOS, NA LINGUAGEM DE VELHO) FICARIA COM UNS R$ 5.000,00, QUE TAMBÉM NÃO É GRANDE COISA PELO TRABALHO, TEMPO CUSTO E DEDICAÇÃO.
    NÃO É SÓ NA POLÍTICA QUE O POPULISMO E O DESRESPEITO CAMPEIAM

    ASSIM NÃO DÁ!

EU, O PROFESSOR! O RESUMO DE UMA FASE QUE VIVI, MAS NÃO SUSTENTEI

Fui, sim, por um ano. Carteira assinada e tudo o mais.
Quase aventura que devo ao meu cunhado, Toninho Paes, em vez de quem assumi poucas aulas semanais, nos estertores de uma escola tradicional aqui de SAMPA, o LICEU EDUARDO PRADO.
A escola estava sendo incorporada ao COLÉGIO E FACULDADE LUSWELL, ainda hoje no bairro de MOEMA, e precisava formar a sua última turma de alunos, e mudar de rumo.
Quer dizer, coube ao TIO SÉRGIO e a outros enterrar de vez uma escola que havia perdido nexo com o real da época.
O ano de 1981 foi, para mim, intenso, prazeroso e muito, mas muito difícil! Foi assim que rolou:
Em junho, eu havia terminado a FACULDADE DE COMUNICAÇÕES SOCIAIS, na FUNDAÇÃO CÁSPER LÍEBRO, uma das melhores do BRASIL, na época, não é Ayrton Mugnaini Jr.? Meu contemporâneo na famosa e tradicional “CÁSPER”.
Eu estava apto a me tornar JORNALISTA, o que somada à minha formação em CIÊNCIAS SOCIAIS, pela FFLCH, da USP, julguei barbada para entrar no mercado. Fui muito bom aluno nas duas faculdades. Eu provo com meus boletins…
Mas, essa é história diferente. E, entre os hipotéticos talento e vocação, muitas vezes sobrepõem-se a realidade e mil intercorrências. Sou mais “professor”, “jornalista” e “sociólogo” hoje, do que jamais consegui ser quando jovem…
É pretensão minha? Talvez, mas assim interpreto. O mundo está repleto de gente na minha situação.
Pois bem:
Marquei horário e compareci. Conversei com a diretoria da Escola. Eles nem pestanejaram: fui contratado na hora e sem questionamentos.
Valeu a minha formação, currículo, essas coisas; e até atividade profissional, pequeno e sofrido empresário. Eu suponho…
Mas pensando melhor, também não importava. Foi um misto de “só tem tu? então vai tu mesmo”; e, “Graças as Deus! apareceu o coveiro que faltava”!
Foi para lecionar no terceiro ano do CURSO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. E as matérias para as quais me contrataram foram “RELAÇÕES INTERNACIONAIS” e “NOÇÕES BÁSICAS DE ECONOMIA”. Ministrei aulas de duas a três horas por semana. Tipo entre 4 ou 6 horas no mesmo dia. Não me recordo exatamente. Entrava as 8 horas e saía as duas horas da tarde, toda sexta feira.
Achei ótimo… Até que houve a primeira reunião com outros colegas professores para tomar conhecimento do conteúdo. Era inespecífico; ninguém sabia ao certo o que fazer, a escola há anos não tinha professores para isso… O importante era tocar a bola, não reprovar ninguém e o jogo seguiu.
Então, eu bolei o que achei ideal.
“RELAÇÕES INTERNACIONAIS”, para mim, era o curso que havia feito na USP, por 2 semestres, com o PROFESSOR OLIVEIROS FERREIRA, na época também editor chefe do “ESTADÃO” e padrasto do jornalista WILLIAN WAACK.
OLIVEIROS era um grande intelectual; Liberal demais para seus colegas na USP, e profundo conhecedor de política externa e seus fundamentos.
Ele nos ensinou a sério os conceitos da GEOPOLÍTICA. Estudamos os interesses de cada país em face de sua geografia e potencialidades de projeção de poder. E compreendi as vulnerabilidades estudando mapas e teorias. O fino!
E não deu outra. Em vez de ensinar jargãos de comércio exterior, como F.O.B e outras siglas, e as coisas pequenas de importância relativa, comecei a orientar e discutir com os alunos as GUERRAS DE INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS PORTUGUESAS NA ÁFRICA; a saída dos ingleses da antiga RODÉSIA, hoje ZIMBABWE; e, principalmente, o papel do BRASIL como contraponto à influência cubana – impulsionada pelos soviéticos na região.
Eram temas palpitantes em meados dos anos 1970 e início dos oitenta. Tanto é que, de fato, o Sul da África se tornou independente. E o BRASIL, até hoje, tem claros interesses geopolíticos e econômicos na região. Esse movimento todo fez parte de um contraponto civilizatório, na minha opinião.
É o que o PT com o experiente diplomata CELSO AMORIM tenta fazer, desde o primeiro governo LULA, e até agora. É da tradição o ITAMARATI.
O governo de ERNESTO GEISEL, 1974/1979, introduziu essa política com o ministro das Relações Exteriores da época, AZEREDO DA SILVEIRA. E administrou com outro grande diplomata, ÍTALO ZAPPA, que conseguiu conviver e negociar tanto com os governos estabelecidos, quanto os rebeldes revolucionários.
A História é longuíssima, e vitoriosa do ponto de vista geopolítico para o BRASIL, CUBA, RÚSSIA e até os EUA…
Mas, foi ruim para PORTUGAL, que perdeu suas colônias. Em compensação democratizou-se e modernizou-se, também. Se continuasse colonialista, nossos irmãozinhos ibéricos teriam quebrado de vez.
Hoje, o curso moderno de RELAÇÕES INTERNACIONAIS é estratégico e tem currículo muito mais amplo e diferente. Mas, seja como for, estive lá!
A segunda matéria que lecionei foi “INTRODUÇÃO À ECONOMIA”. E, como cantam FRANK SINATRA e o SID VICIOUS, “I DID IT MY WAY”!
O currículo original supunha noções básicas de MICROECONOMIA, teoria que trata as condicionantes econômicas a partir de empresas, famílias, e os indivíduos. Os detalhes, digamos…
Eu mesmo fiz o curso técnico de ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, no COLÉGIO OSWALDO CRUZ, de onde saiu a FACULDADE com o mesmo nome. Foi um jeito de mais ou menos viabilizar alguma profissão. No meu tempo, uma certa objetividade era necessária. Eu já trabalhava desde os 14 anos. Portanto,
Só que, eu não era… digamos…, assim.
Seguindo o jogo, como professor e aproveitando o tanto faz reinante, achei melhor tentar explicar a MACROECONOMIA para a meninada.
É mais fascinante, mais abrangente, e se coadunava com o entendimento que eu havia escolhido para tentar falar de RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Tentei explicar um pouco sobre inflação, essas coisas…
E cometi um deslize criativo: peguei um texto fabuloso de KARL MARX, na INTRODUÇÃO À CRITICA DA ECONOMIA POLÍTICA, chamado PRODUÇÃO, CIRCULAÇÃO, TROCA E CONSUMO, e tentei explicar para a meninada como tudo se comunicava, se encaixava, na vida econômica.
Fiz isso, porque até hoje considero uma portentosa lição de ANTROPOLOGIA CULTURAL. O alemão tenta expor o funcionamento da sociedade. É uma visão de conjunto.
Claro, as coisas são muito, mas muito mais complexas. Mas, fosse como fosse, havia uma visão explicativa bem didática.
Explicação que o marxismo vulgar se utiliza para expor dialeticamente “a realidade”.
Mas, deu algum Tilt…como se dizia, oooops!
Fui chamado à direção da escola: religiosa, protestante e ultra-conservadora, que também não sabia o que propor. Quiseram saber de onde eu tirara os ensinamentos?
Enrolei. Eles toparam, porque tanto fazia…
Resumindo, até o final tentei ensinar aos garotos e garotas a ler jornais. Um caminho de aproximação sucessiva com o mundo. Era muito mais realista do que tentar passar conceitos, principalmente marxistas, para filhos de banqueiros, ou no mínimo gente de classe média alta e consumista… Brasil de outros tempos…
Mas, aí entra o fator humano, as circunstâncias da implosão daquela escola, e o passo seguinte da meninada na vida. Iriam para a faculdade.
A escola em total desconstrução liberava os alunos para porra nenhuma.
Eu enquanto professor improvisado não tinha a menor ideia do que era didática. Não sabia ensinar.
Em contrapartida, a sala de aulas era zona total! No primeiro dia de aulas, um gaiato perguntou se podia fumar durante as aulas.
Eu, recém saído da USP e da CÁSPER, nem titubeei:
“É claro que pode”, disse!
Houve explosão atômica a céu aberto! vinte minutos de fumacê, e lá veio o diretor me “explicar” que era terminantemente proibido!!!
Minha autoridade foi pro espaço. Mas contornei com a turma, disse que na faculdade tudo era mais liberal, essas coisas…
Ainda assim, o cheiro de fumaça no fundão, sempre me obrigava a dizer quê…etc, e tal…
A segunda provocação foi quando um simpático vida boa perguntou se eu reprovaria alguém…
“Não, de jeito nenhum”, respondi! E aí não teve mais jeito. Instalou-se a entropia…
A maioria não dava bola pra nada. Mas, alguns gostavam e se interessavam. Tentei mais ou menos encaminha-los…
Fui levando…
Era preciso fazer avalição, dar notas.
De novo, fiz bobagem. E Lembrei da USP.
Para ECONOMIA, pedi que dissertassem sobre a seguinte questão: se o crescimento do Estado na vida econômica não restringiria as liberdades individuais?
Em 1981, a presença da Estado hipertrofiado estava em seu auge. E o país era uma ditadura, com a inflação lá no alto. Eu baseei a pergunta em um texto do economista liberal ROBERT HEILBRONER, que saíra na REVISTA EXAME, e suscitou algum debate.
A ideia do professor era dizer que sem iniciativa privada não haveria liberdades individuais. Uma verdade, aliás…
A minha ideia era ver se a garotada ligava uma coisa à outra – muito difícil até pra mim, que também não acreditava em ideias liberais. Quando eu entrei na USP eu me achava socialista. Na verdade, lentamente, entendi que nunca fui…
No final da década de 1970, eu estava em dolorosa transição ideológica para algum tipo de ideia socialdemocrata. Sofri indizivelmente com essa dúvida, acreditem!
No trabalho final teve de tudo como resposta.
Porém, fiquei impressionado com uma dondoca ( ahhh, como existiam… ) que não estudava nunca, e apresentou um texto bem escrito e correto.
Chamei a moça e não deu outra: o namorado havia escrito por ela. Eu delicadamente disse para refazer com os próprios argumentos. Ficou possessa! Como eu poderia pensar uma coisa daquelas… Refez…
Todo mundo passou, claro. Imagine um libertário sem noção como eu reprovando quem quer que fosse?
No final do ano de 1981, a escola acabou. Eu fui demitido por telegrama.
Daqueles meninos eu soube do destino de três. Um tornou-se médico. Outra era filha do presidente à época do Clube Paulistano, até hoje reduto da elite tradicional paulista. E, como diria o professor OLIVEIROS, “seguiu seu destino manifesto”, que era continuar rica…
Uma terceira, talvez a melhor aluna da turma, tocava piano, era bela e gostava de artes. Não consegui confirmação explícita, mas tornou-se cantora de JAZZ e pianista. Não cito o nome, por enquanto.
E a vida seguiu… Foi muito divertido e instrutivo. Eu deveria ter persistido, procurado dar algumas aulas, essas coisas.
Provavelmente, ninguém se recorda mais de mim!!

JOGAR FUTEBOL DE BOTÃO, UMA DAS MINHAS PERDIÇÕES NOS ANOS 1960/1970!

Esse texto também dedico a meu “novo amigo”, na verdade “RE-AMIGO” Renato Cesar Curi, a quem descobri pelo Facebook. E que foi companheiro nas torturas e humilhações que a professora de matemática, dona MARILIA, nos submeteu lá por 1965/1966.
Renato, eu, e outro que não consigo reencontrar, CRISTÓVÃO DE ARAUJO, cabula’vamos aulas no RUY BLOEN, para jogar botão.
Juro que é verdade pura!
O TIO SÉRGIO FOI ALUNO MEDÍOCRE NO ENSINO FUNDAMENTAL.
CABULEI VÁRIAS AULAS PARA JOGAR BOTÃO! PAGUEI CARO, PRINCIPALMENTE QUANDO MEU PAI E MINHA MÃE SOUBERAM!!!! HOUVE HECATOMBE SOBRE UM JOVEM SÓ! EU!
BOM, VAI AÍ A PARTE SOFRÊNCIA DO MEU CURRÍCULO ESCOLAR: FIZ OS CINCO PRIMEIROS ANOS, NA ÉPOCA CONHECIDOS POR PRIMÁRIO; DEPOIS, FUI ARREMESSADO PARA O SECUNDÁRIO – O GINÁSIO, HOJE AMBOS REBATIZADOS POR ENSINO FUNDAMENTAL, ACHO .
TOMEI PAU DUAS VEZES ( NO SENTIDO FIGURADO – AINDA BEM!). A PRIMEIRA DELAS FOI POR CAUSA DOS JOGOS DE BOTÃO….
EU ADORAVA!
LAVEI QUINTAL E LOUÇA PARA DESCOLAR TROCADOS, IR AO CENTRO DE SÃO PAULO E TENTAR ENCONTRAR AS TAMPAS, AS LENTES DO VISOR DE CADA RELÓGIO, FEITAS COM PLÁSTICO ESPECIAL, CONHECIDO ENTRE OS JOGADORES POR “CELULÓIDE” – SEI LÁ SE ERA MESMO!!!
PRIMEIRO, ANDEI ATRÁS DAS JÁ USADAS; MUITAS VEZES JOGADAS NO LIXO EM FRENTE DE RELOJOARIAS. OUTRAS, EU SIMPLESMENTE PEDIA AOS RELOJOEIROS.
COM O TEMPO, DESCOBRI AS “FORNITURAS”, LOJAS ESPECIALIZADAS QUE VENDIAM ESSE MATERIAL NOVO, SEM USO, PARA OS PROFISSIONAIS.
E AÍ FOI GRANDIOSO E CONSAGRADOR: LÁ, ELES DEIXAVAM EU ESCOLHER FORMATOS, TAMANHOS E MIL CARACTERÍSTICAS! PARTE DE UMA SÉRIE DE PERIPÉCIAS PARA MONTAR TIMES COMPETITIVOS. FIZ VÁRIOS!
OS VERDADEIROS PRAZERES SÃO DESCOBERTOS QUANDO A GENTE É CRIANÇA. FUTEBOL, BOTÃO E, PRINCIPALMENTE, DISCOS E MÚSICA, SURGIRAM MAIS OU MENOS QUANDO EU TINHA ENTRE OITO E ONZE ANOS DE IDADE. BELEZA!
BOM, MINHA CURIOSIDADE – E DESVENTURA -, TAMBÉM ABRIU PARA QUE EU TENTASSE COMPRAR OS TIMES VENDIDOS EM LOJAS. QUEM SABE DO JOGO PERCEBE QUE ESSES NÃO SERVEM PARA NADA. SÃO INADEQUADOS PARA TOQUES MAIS SOFISTICADOS, COMO LEVANTAR A BOLA E AQUELE VASTO ETC… QUE OS ENTENDIDOS EXIGEM.
MAS, HAVIA UM ATRATIVO QUE HOJE ME TRAZ ORGULHOS: FUI JUNTANDO UMA PENCA DE TIMES DIVERSOS, TODOS BRASILEIROS.
E, NESSA FIXAÇÃO, ALÉM DOS GRANDES, CONSEGUI TIMES CARIOCAS COMO O BONSUCESSO, PORTUGUESA CARIOCA, CANTO DO RIO – ÉHHH, COM FOTO DE JOGADORES!!! O MEIA DIREITA OLHA PARA MIM ATÉ HOJE, E SE CHAMA OU CHAMAVA “DIEICIL”.
TENHO, ENTRE VÁRIOS TIMES PAULISTAS, O JABAQUARA ( DE SANTOS ), FERROVIÁRIA DE ARARAQUARA, NOROESTE DE BAURU E OS GRANDES CORINTHIANS, SANTOS, PALMEIRAS E SÃO PAULO; EM DIVERSAS FORMAÇÕES, ÉPOCAS E ESCALAÇÕES,
ALÉM DE VÁRIAS SELEÇÕES BRASILEIRAS, DA DÉCADA DE 1960 EM DIANTE!
VOCÊS ACREDITAM?
ENTÃO, FIZ BASES DE EUCATEX E OS COLEI. ESTÃO NAS PAREDES DA SALA ONDE OUÇO MÚSICA – MINHA MULHER TOLERA. MAS, ANDO ARREPENDIDO E PLANEJO RETIRA-LOS, CONSERVA-LOS E GUARDA-LOS EM CAIXA APROPRIADA! SÃO PEDAÇOS DE MIM!
DEPOIS DISSO, E COM O TEMPO, ALGUNS ARTESÃOS PASSARAM A PRODUZIR TIMES EM PLÁSTICO, MAIS SOFISTICADOS E ESPECÍFICOS PARA O JOGO. DIGAMOS, MAIS PROFISSIONAIS. EU TENHO UM DELES.
CURIOSAMENTE, A MAIOR LOJA ESPECIALIZADA EM TIMES DE BOTÃO FICAVA NA GALERIA DO ROCK! MAS FECHOU, UNS 35 ANOS ATRÁS!!!!
MEU ÚLTIMO CONTATO AFETIVO COM ESSA COISA FOI QUANDO VISITEI PETRÓPOLIS, E ENCONTREI UM “JOGADOR” DE BAQUELITE – O ANTECESSOR DE TUDO ISSO AÍ! UM SÍMBOLO E PRÊMIO QUE MANTENHO NÃO SEI ONDE…
AH, TOMEI PAU, TAMBÉM, NA TERCEIRA SÉRIE DO GINÁSIO, O FUNDAMENTAL 2!!!I POR CULPA DO “USO INTENSIVO” DO FUTEBOL!
MAS, ESSA É OUTRA HISTÓRIA!
POSTAGEM ORIGINAL: 03/09/2023

KARL MARX; LÓGICA SOCIAL E A LÓGICA DA CONTABILIDADE

No segundo semestre de 1974, eu entrei no curso de CIÊNCIAS SOCIAIS, na USP. Terminei e obtive diploma no final de 1978.
Eram tempos conturbados, início do governo GEISEL e a repressão ainda comia solta. Vez por outra colegas eram presos, e são públicos e notórios os casos de violência nas masmorras do regime.
Havia liberdade de cátedra nas FFLCH? Em termos. Os professores davam aula, mas não podiam abertamente se manifestarem sobre política. Mas, se manifestavam em grupos pequenos perante os alunos.
Ainda bem!
A geração de 1968 estava exilada e, por isso mesmo, a resistência contra a ditadura dos que permaneceram era questão de honra, ideologia e sobrevivência política.
Eu entendi, no dia-a-dia, o valor da liberdade e o porquê, após a abertura política, do monopólio ideológico da esquerda: foi reação proporcional à violência de suprimir a liberdade de opinião, expressão e organização que o regime militar impingiu.
Cuidado com as ideias. Elas têm força!
É óbvio: além do combate aos reacionários, pereceram na luta política os liberais, colocados indevidamente no mesmo saco. Eu acho que a perda intelectual que tivemos, por causa da não compreensão do valor dos liberais e do liberalismo, somente agora, 40 anos depois, está sendo minimamente recuperada.
Mas, o fato é que estudávamos principalmente sob a teoria marxista. Aliás, em momento algum deixaram de ser publicadas, no BRASIL, obras acadêmicas de e sobre KARL MARX e o MARXISMO, que eram vendidas até em bancas de jornais.
Houve um boom editorial durante a ditadura, em seu período mais brando, após MEDICE. A minha biblioteca, que é bastante razoável, começou a ser formada no início dos anos 1970.
Mas, voltado às memórias, a primeira grande aula magna que tivemos foi com o grande professor LUIS PEREIRA. Grande teórico da sociologia, estudioso compulsivo, leu pra valer MARX e outros clássicos.
No entanto, era um tanto confuso para expor para os iniciantes. Didática? tinha nenhuma. Meta-linguagens e conceitos eram metralhados sobre nós durante 4 horas!
Em sua primeira aula magna o professor “simplesmente” montou um suposto diálogo/debate e confronto teórico entre os três clássicos fundadores da sociologia: MARX, EMILE DURKHEIM e MAX WEBER!. Uma explosão nuclear a céu aberto! Causou pânico geral!
Tempo vai, estudo vem, chegou o dia da prova final do semestre. Os professores auxiliares do mestre, JESSITA RODRIGUES e BRASÍLIO JOÃO SALLUM, ainda vivos; e ótimos, preparados e solidários, esclareciam a todos nós e tranquilizavam os mais apavorados.
Eu encarei em relativa boa. E fui aprovado com nota 8,00.
Na prova, uma das questões era tecer um comentário sobre a “racionalidade” em MARX e a racionalidade “intrínseca” da contabilidade, uma das razões apontadas por MAX WEBER para explicar o porquê do surgimento e vitória do capitalismo.
A resposta é mais ou menos a que exporei. Mas era e é preciso elaborar muito e muito mais o conteúdo, o que foi exigido na prova.
Em MARX, a verdadeira racionalidade é social; e supõe uma sociedade sem contradições de classe, ao contrário das sociedades sob o CAPITALISMO. E considerava, sob esse aspecto, irrelevante os artifícios técnicos propiciados pela contabilidade.
Eu justifiquei os dois lados. E como conhecia alguma coisa de contabilidade, também achei improvável que MARX desconsiderasse a criação do FREI LUCA PACIOLI, em 1494, o chamado método das “partidas dobradas”, que colocou ordem no caos da administração dos bens materiais. Tirei nota oito.
E por que tudo isto?
Porque me recordo com saudades; e mantenho certa ansiedade, por saber que a superação da luta entre esquerda e direita é uma impossibilidade teórica, política e existencial.
E não importa. Viver é conviver com a contradição eterna. Não existe teoria unificadora para coisa nenhuma no mundo dos homens! Por mais que a vontade política e as religiões discordem.
POSTAGEM ORIGINAL: 31/08/2022

MEMÓRIAS

09/08/2014: Estou pensando no vídeo onde dois supostos parlamentares alemães fazem inacreditáveis grosserias com a Dilma. Eu não gosto dela e muito menos do governo que ela faz. Porém, o terrorismo político no Brasil está se tornando nojento, sem falar que é contraproducente e mascara a realidade objetiva, fazendo com que não discutamos o que é verdadeiramente importante. O vídeo é certamente editado e as supostas críticas forçadas e deslocadas, porque falam de assuntos que não são da alçada da Presidente, e duvido que dois deputadozinhos de qualquer parlamento do mundo estivessem tão a par da necessidades brasileiras. Este vídeo está em nível da baixaria que fizeram com a Miriam Leitão e com o Carlos Alberto Sardenberg, dois dos melhores, mais lúcidos e completos jornalistas brasileiros. É possível discordar de quaisquer deles – aliás, duas posições político-ideológicas diferentes: ela é socialdemocrata e ele liberal. Mas desrespeitá-los nivela quem o fez à baixaria que fizeram com a Dilma. Vamos subir o nível e votar conscientemente. POR UMA CAMPANHA POLÍTICA LIMPA, ESCLARECEDORA E CIVILIZADA. ABAIXO O TERRORISMO POLÍTICO E TODOS E QUAIQUER AUTORITÁRIOS.
09/08/2019:USTRA E LULA:
USTRA FOI ACUSADO POR 50 PESSOAS, EXECRADO E ANISTIADO. LULA FOI ACUSADO POR DEZENAS E CONDENADO.TESTEMUNHOS VALEM!
09/08/2019: HÁ um monte de músicas e artistas não classificados. Nem jazz, nem MPB, nem rock, pop ou clássico. BILL FRISELL é um deles.
09/08/2019: TORTURADORES:
POR QUE NENHUM PRESO PELO DELEGADO TUMA O ACUSOU? E OS PRESOS POR FLEURY, SIM? É O MESMO COM USTRA. 50 ACUSAÇÕES.
09/08/2020: É CODA!!!!!
PARA QUEM NÃO SABE, “CODA” É UM “RABICHO DE MÚSICA” QUE ÀS VEZES APARECE DEPOIS QUE TERMINA A OBRA. RESPINGO DE VIDA.
09/08/2020: DIA DOS PAIS:
FERNANDO, PAI E ANTONIO, SOGRO, NÃO SAEM DA MEMÓRIA.
TODO PAI TEM MEDO. QUANDO SEVEROS, DEVEM SER COMPREENDIDOS.
09/08/2020: LIVES
Artistas populares têm muito público. Sertanejos e Achés são pujantes, organizados e estruturados. Há pra todo mundo.
09/08/2020:MÚSICA CLÁSSICA OU ERUDITA? LANCEI MÍSSIL, E AS REAÇÕES FORAM EXCELENTES! POLÊMICAS DE NÍVEL.
ERUDITA É MAIS ADEQUADA. ACEITO!
09/08/2021: PROFESSOR BORIS FAUSTO, NO ESTADÃO;
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MEMÓRIAS DIVERSAS

08/08/2023: A SOCIALDEMOCRACIA NECESSÁRIA: AS MENINAS VOADORAS E O LADRÃO GRANDÃO!!!
08/08/2023: O FRANGO ASSADO É UM PRATO SERVIDO EM “DECÚBITO DORSAL”!
O POBRE BICHO FICA EM POSIÇÃO PARA EXAME “GINECOLÓGICO”. TRISTE SINA, COITADO 08/08/2021: UTILEZAS OLÍMPICAS:
O BRASIL FEZ CAMPANHA SENSACIONAL!
NO VÔLEI E NO BOXE NÃO PERDEU O OURO; E, SIM, GANHOU A PRATA!
EVOLUÍMOS APESAR DE TUDO!
08/08/2020: DISCUSSÕES POLÍTICAS:
Não são as verdades ou as mentiras que orientam as razões. Mas as convicções. E aí não tem jeito!
08/08/2020: “REAL BELEZA”
Grande filme de Jorge Furtado! Roteiro, argumento, interpretação e direção. 1,30 hora de ótimo cinema. Não percam!
08/08/2019: INDIVÍDUOS QUE CONSIDERO EXECRÁVEIS: O TORTURADOR, O CARRASCO E O CAFETÃO: VILIPENDIAM O CORPO HUMANO. COVARDES FUNCIONAIS!
08/08/2020: TORTURADORES:
USTRA ERA PSICOPATA IMORAL E REPULSIVO. IMOBILIZAR ALGUÉM E SEVICIAR É COISA DE COVARDE!
CALA A BOCA, TROGG!

A SOCIALDEMOCRACIA NECESSÁRIA: AS MENINAS VOADORAS E O LADRÃO GRANDÃO!!!

Algum tempo atrás, meu sobrinho e amigo TOI pediu para vir até nosso apartamento, porque onde estava hospedado a INTERNET não funcionava, e ele precisava trabalhar.
Como sempre, foi um grande prazer! E chegaram ele e uma colega de trabalho, THAÍS. Ambos jovens, perto dos trinta anos entraram e foram para mesa com seus computadores. Tudo certo, deixei-os à vontade.
THAÍS, menina alta, magérrima, cabelo “afro”, acho, partido ao lado como o do ROBERT SMITH do THE CURE. Vestia-se com total informalidade elegante, jeans e casaco de couro. Ela é discreta, calada, algo tímida e talvez “misteriosamente estranha”.
Fui cozinhar. Adoro cozinhar para os amigos.
Eles trabalharam sem parar, cada um em sua atividade, silentes e concentrados. Estão à vontade com as novas tecnologias e as formas de trabalho atuais, mais autônomas. Umas 5 ou 6 horas depois, fomos jantar Angela, eu e os dois.
Antes, mostramos o apto para eles. Na minha sala de som percebi vivacidade desperta em THAÍS. Olhou para os discos concentrada e enigmática, e comentou que a mãe dela tinha o PINK FLOYD das VACAS, o “ATOM HEART MOTHER”; mostrei os meus e fiz comentários de colecionador.
Ela disse que gostava de música, mas tudo virtual; guardadas em sua “super caixa” de ferramentas, o Computador.
Durante o jantar, começamos a conversar. Aqueles prolegômenos tradicionais, tipo quem é você, etc… e tal. E percebemos que, vez por outra, ela se ausentava. Olhou uns quadros, penetrou neles profundamente, fez poucos e pertinentes comentários, e voltou à tona. Meio sem jeito, explicou que “viajara para dentro deles”.
E papo vai, papo volta…, vinho aberto e descontração. E perguntei para THAÍS sobre dela formação. E começaram as surpresas:
“EU SEI FAZER AVIÕES. É que me formei em ENGENHARIA AERONÁUTICA E ESPACIAL!”
Continuou, “Mas, não trabalho diretamente com isso, como os colegas de faculdade, hoje todos na EMBRAER ou pelo mundo afora”. “Eu não quis, disse. Sou consultora; faço projetos de alta tecnologia para empresas; consultorias diversas”; expôs com naturalidade.
Surpreendente, para dizer o mínimo! E o papo seguiu, entre uma introspecção e outra da menina. Ela é de classe média do interior, norte de Minas, e foi estudar na UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.
Discretamente, soubemos que ela é superdotada. Foi contratada pela empresa de consultoria onde trabalha, em São Paulo, por causa do altíssimo Q.I., nível intelectual e de formação que tem! Cria projetos e dá aula para os engenheiros, e ao próprio chefe. Um gênio brasileiro que despontou por causa do acesso que teve a educação, e da facilidade com que aprende e lida com ela…
E pensei na RAYSSA LEAL, sim, a menina medalha olímpica de prata no SKATE. Não esqueçam a performance deslumbrante dela na OLIMPÍADA! Mas foquem no vocabulário, desembaraço, habilidade para relacionamento!
RAYSSA veio do nordeste. Menina de família pobre, quase remediada, nascida em cidade pequena, foi descoberta na escola, e “andava” de SKATE se divertindo, como vimos extasiados!
Ela e a japonesinha MUMIJI, medalha de ouro, têm a mesma idade, 13 anos. São duas superdotadas, certamente! Mas RAYSSA “vale mais”. Teve menos condições para desenvolver-se! Mas fez, dedicou-se, aguentou o tranco, chegou lá e permanece crescento no esporte!!!!
Uma vez, conversando com meu amigo Sergio Cardoso sobre racismo e outras “improbidades morais” que ainda nos assolam, ele reparou que MACHADO DE ASSIS, o maior escritor brasileiro, e até hoje não superado, “também não era loirinho”!!!!
Pois é, o SÉRGIO CARDOSO, a RAYSSA e a THAIS, também não são…Todos tiveram oportunidades, em meio da desigualdade que por aqui reina, e trabalharam com afinco e dedicação.
Os três simbolizam a vitória do “indivíduo” e do talento, que deve ser a finalidade ótima de qualquer sociedade mais equilibrada.
Tornaram-se o contrário do adolescente enorme e bem alimentado que “atuou” no último assalto que sofri, há uns 10 anos. O jovem era o reflexo de nossa ultrajante desigualdade social, e da contínua falência e quebra de valores fundamentais que temos observado há décadas…
Mas, os quatro têm em comum, paradoxalmente, a melhora nas condições de vida dos brasileiros. São frutos de uma sociedade que preserva iniquidades insuportáveis, enquanto tenta a passos de quelônio construir uma socialdemocracia mais inclusiva e sem preconceitos.
Apesar de outro branquinho grandalhão, que até o ano passado dava expediente no Planalto Central…

“DESPIORAR”: O VERBO QUE INVENTEI!

A expressão “DESPIORAR” foi inventada por este aqui que vos fala.
Foi em 1997, e dita para um super advogado, dr OCTAVIO UCHO DA VEIGA, e a um consultor de alto nível, JOSÉ AUGUSTO MINARELLI, com escritórios na Avenida Paulista.
Ambos gostavam de música e eram meus clientes na CITY RECORDS, a loja de CDS que tive na década de 1990.
O papo rolou em conversa no café que havia na galeria e no prédio onde todos tocávamos nossos negócios. Um deles perguntou sobre como andavam as vendas, em meio da recessão do governo FHC, necessária para garantir o plano real.
Eu respondi que nada melhorava, mas estava “DESPIORANDO”.
Fui eu quem inventou na hora e VIRALIZOU.
Há testemunhas.

NELSON RODRIGUES: “BONITINHA, MAS ORDINÁRIA” – EU NÃO GOSTO!

Insone nada virtuoso que sou, vez por outra a macaca preta me pega e fico mais aceso do que forno de pizzaria.
Tá bom, em língua de gente o sono some; não rola; e o tio aqui se estatela sob influência das criaturas da noite: antigos fracassos, situações não resolvidas, agenda não concluída; e medos variados que assolam em hora imprópria.
Solução? Se houvesse, alguém já teria ficado bilionário.
Em tempos de televisão no quarto ou internet no computador, a solução que substitui a leitura é dilatar o cérebro frente às novas luzes – que ofuscam a mente; nos preenchem de azul-escritório; e nos remetem ao café, que elimina o dormir necessário, mantendo o cansaço e o torpor no dia seguinte.
Não caras, meninas, e quaisquer orientações por bem houvessem: não sejam insones na vida! É projeto altamente destrutivo…
Mas tio Sérgio é bem humorado e, vez por outra, topa com filmes que gostaria de ter visto, ou ver. Essas coisas de sub – intelectual criado nos 1970…
E dei de cara com “BONITINHA, MAS ORDINÁRIA”, dirigido ( muito mal, diga-se ) por BRAZ CHEDIAK, em 1984.
Tentei ler alguma coisa do NELSON RODRIGUES fora as frases de efeito que o tornaram famoso. Antes de tudo, Nelson escreve bem, jornalisticamente falando. É claro, conciso.
Seus folhetins, crônicas diárias do Brasil anos 1950, se tornaram famosos. Em minha opinião, ele é raso e possivelmente ignorante sobre os assuntos que aborda.
No sentido de que a psicologia de seus personagens é pobremente definida, muito embaralhada; gratuitamente torpe e forçadamente sexualizada, para criar algum tesão nos reprimidos e nada pudicos brasileiros da época – principalmente os homens…
NELSON era, antes de tudo, machista e reflexo de seu tempo na limitação do indivíduo que se pretende artista. Mas é um ótimo cronista e observador dos costumes. Porém, sem o instrumental de análise para categorizá-los e mais bem explicá-los. O que TIO SÉRGIO, AQUI acha imprescindível para erguer texto artisticamente mais refinado…
Claro, escrevi o que está longe de ser consenso mínimo. É mera opinião pessoal. Intelectuais importantes e de vários espectros políticos o adoravam. PAULO FRANCIS, RUY CASTRO e ARNALDO JABOR gostavam de NELSON, porque viam nele uma escrita teatral, oral o suficiente para ser filmada ou encenada.
Sem falar dos incontáveis artistas, diretores e perpetuadores do mito. Entre eles, os que acham sexo gratuito liberdade artística. Mas não se aprofundam na leitura de um texto. Em tudo cabe opinião.
No entanto, há quem não goste.
O jornalista SÉRGIO AUGUSTO, por exemplo. Homem culto, crítico cultural e de cinema até hoje em atividade. Com educação e refinamento, ele faz ressalvas ao talento de NELSON. Estou com ele: aprendo nada, percebo nada toda a vez em que me defronto com uma criação de ou baseada em RODRIGUES.
Em BONITINHA…, tudo é inverossímil e pouco estruturado. Você pode imaginar o JOSÉ WILKER sendo grosseiro com mulher; gritando e ameaçando estuprar a VERA FISHER – que, no filme, gostou…? Basta pensar em sua atuação em “DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS”…Não rola. WILKER era bom na coisa; gostava das moças…
JORGE AMADO era um realista. Entendeu a extensão sexo – vida – e a brasilidade talvez promíscua.
NELSON RODRIGUES, não! E talvez tenha sido um dramaturgo precipitado, e mediocremente definido pela prática e leitura diária de um certo tipo de jornalismo, que usa como matéria prima escândalos e taras.
O enredo, no filme, é lamentável e as tomadas de cena, mais ainda. Os atores emulando um SHAKESPEARE na vizinhança de escolas de samba, gritam, expõem taras, dizem coisas incompreensíveis…Mas, não convencem.
A sequência e o final são improváveis, costurando a história sem propósito que dá em nada. Se alguém quiser ver o que é traduzir a linguagem do teatro para o cinema é só pegar filmes de INGMAR BERGMAN, nos
1960/70 . Lá não tem bordão incompreensível no contexto como “mineiro só é solidário no câncer”…
Enfim, moralismo à parte, a sociedade brasileira tentou, e na época até conseguiu erguer uma indústria cinematográfica através do incentivo estatal. Os temas eram “transgressivos e os filmes transgressores”; e a imensa maioria enfocando “valores e repressão comportamental”, mas querendo no fundo fazer um protesto político.
Financiar a Boca do Lixo, ou o luxo perdulário, tipo “BONITINHA , MAS ORDINÁRIA” , com dinheiro público foi um escárnio que mereceria uma “Operação Lava a Boca “.
E, só pra não esquecer: CELSO AMORIM, o ex-ministro das Relações Exteriores, nos governos petistas, foi um dos PRESIDENTES DA EMBRAFILME, na época da ditadura FIGUEIREDO…
Uma das frases mais lúcidas que ouvi nos tempos dos milicos dizia mais ou menos o seguinte: “AS DITADURAS FECHAM A POLÍTICA; E RECOMEÇAM ABRINDO PELOS COSTUMES”.
Inclusive por arte subsidiada e medíocre
POSTAGEM ORIGINAL: JULHO 2017