MOODY BLUES – EM OITO DISCOS DE TIRAR O FÔLEGO, LANÇADOS ENTRE 1967 E 1978 – EDIÇÕES JAPONESAS

OS MOODY BLUES SÃO CONTEMPORÂNEOS DE GERAÇÃO E INGLESES COMO “THE BEATLES”. INICIARAM CARREIRA COM O BEAT/R&B, EM 1964, MAS SEM GRANDE EXPRESSÃO. GRAVARAM UM BOM “LONG PLAY”, EM 1965, “THE MAGNIFICENTS MOODIES, E UMA SÉRIE DE SINGLES DE ALGUM PRESTÍGIO E VENDAS. ESTAVAM PELA BOLA SETE NO BILHAR DA CARREIRA, QUANDO, EM 1967, FIZERAM RADICAL MUDANÇA DE RUMO ARTÍSTICO.
A ENTRADA DO GUITARRISTA “JUSTIN HAYWARD”, NO LUGAR DE “DANNY LANE” – QUE FEZ LONGA TRAJETÓRIA TOCANDO INCLUSIVE COM “PAUL McCARTNEY”, NOS WINGS -; E DE “JOHN LODGE”, NO BAIXO; FOI DEFINIDORA E DEFINITIVA PARA O REINÍCIO DE CARREIRA COM ENORME ÊXITO, NAS DÉCADAS DE 1960, 1970 E 1980, PRINCIPALMENTE…
ESTÁ AQUI UMA DAS COLEÇÕES QUE TENHO DOS MOODY BLUES, SÃO EDIÇÕES ESPECIAIS JAPONESAS. ÁLBUNS TODOS DE EXCELENTE NÍVEL TÉCNICO E ARTÍSITICO; E OS DOIS PRIMEIROS SEMINAIS:
“DAYS OF FUTURE PASSED”, DE 1967, É O MARCO ZERO DO “ROCK PROGRESSIVO SINFÔNICO”. E “IN SEARCH OF THE LOST CHORD”, DE 1968, É FUSÃO DE PSICODELIA E TEMAS ORIENTAIS. FOI ELEITO PELA REVISTA “RECORD COLLECTOR”- A MINHA BÍBLIA E REFERÊNCIA PARA O COLECIONISMO -, ENTRE OS DEZ DISCOS MAIS IMPORTANTES D0 ROCK PSICODÉLICO INGLÊS.
TAMBÉM NA FOTO, “A QUESTION OF BALANCE”, 1970, O PRIMEIRO DISCO A FALAR ABERTAMENTE SOBRE TEMAS ECOLÓGICOS; É MAGNÍFICO POR ELE MESMO; É “ROCK PROGRESSIVO” MELÓDICO, E AGRADA A TODOS; PORÉM É MENOS EXPERIMENTAL.
OS DISCOS “ON THE TRESHOLD OF A DREAM”, 1969; “TO OUR CHILDREN, CHILDREN, CHILDREN”, 1970; “EVERY GOOD BOY DESERVES FAVOUR”, 1971; SEVENTH SOUJORN, 1972, SÃO IGUALMENTE ESPETACULARES.
MUITOS NÃO CONSIDERAM BOM “OCTAVE”, 1978, DA MESMA SAFRA. MAS É O ÚLTIMO COM A FORMAÇÃO ORIGINAL DE GRANDE SUCESSO. DEPOIS DELE, O TECLADISTA MIKE PINDER DEIXOU A BANDA, MAS CONTINUOU SÓCIO NOS BASTIDORES, CUIDANDO DOS “NEGÓCIOS” E AJUDANDO NA PRODUÇÃO.
O CONJUNTO DA OBRA DESTA FASE MERECE UM ENSAIO MAIS AMPLO PARA CADA UM DOS DISCOS. POIS TÊM TEMÁTICA E CONCEPÇÕES PRÓPRIAS; EXPLORANDO NOVIDADES TÉCNICAS, E COMBINADAS AO REQUINTE DAS PRODUÇÕES DE “TONY CLARKE”, E A EXECUÇÃO INSTRUMENTAL DE ALTA QUALIDADE ARTÍSTICA.
OS VOCAIS SUBLIMES DO GUITARRISTA “JUSTIN HAYWARD” E DO FLAUTISTA “RAY THOMAS”, EM HARMONIA COM AS VOZES DO BATERISTA “GREAME EDGE”; DO BAIXISTA “JOHN LODGE”; E O TECLADISTA “MIKE PINDER”, FORMAM ENTRE OS MELHORES DA HISTÓRIA DO ROCK. SÃO DESTAQUES E PARTE DA RAZÃO DE EXISTIR E DO GRANDE SUCESSO DA BANDA.
MUITOS CRITICAM OS “MOODIES” PELA INCONSTÂNCIA NA QUALIDADE DAS LETRAS. A EXPLICAÇÃO, AO MEU VER, É A ENORME DEMANDA DO MERCADO AMERICANO, ONDE O PÚBLICO OSCILA ENTRE O GOSTO PELO QUASE BREGA E SIMPLISTA; E AS COISAS SUBLIMES QUE FIZERAM COMO”NIGHTS IN WHITE SATIN” E “TUESDAY AFTERNOON”.
EXEMPLO COMPARATIVO CLARO É A “BOSSA NOVA”. NO COMEÇO, “NORMAN GIMBEL”, O LETRISTA PARA AS VERSÕES INGLESAS DE “TOM JOBIM”, “JOÃO GILBERTO”, E OUTROS, JAMAIS ESTEVE `A ALTURA DA QUALIDADE POÉTICA DOS ORIGINAIS!!
OS DISCOS POSTERIORES A 1978 SÃO CONVERSAS DIFERENTES QUE FICARÃO PARA OUTRA OCASIÃO.
OS MOODY BLUES FORAM GRANDES E FIZERAM ENORME SUCESSO COMERCIAL E DE CRÍTICA, PRINCIPALMENTE NOS ESTADOS UNIDOS; ONDE ATÉ HOJE ENCHEM TEATROS QUANDO FAZEM CADA VEZ MAIS RARAS EXCURSÕES; E AGORA, LIMITADOS A “LODGE” E “HAYWARD” – OS DOIS SOBREVIVENTES DA FORMAÇÃO CLÁSSICA – JÁ SEM O BRILHO DE ANTES, PORQUE PRÓXIMOS A 80 ANOS DE IDADE.
DADO PITORESCO: O NOME DA FILHA DE JUSTIN HAYWARD É “DOREMI”, AS TRÊS NOTAS MUSICAIS EM SEQUÊNCIA! HOMENAGEM E VOTO DE FÉ MAIOR EU NÃO CONHEÇO!
POSTAGEM ORIGINAL: 22/07/2023Pode ser uma imagem de texto

TONY BENNETT, A “VIAGEM SENTIMENTAL” E OUTROS BEM VOTADOS QUE NOS DEIXARAM

Há 30 anos eu recebo religiosamente a revista RECORD COLLECTOR, minha bíblia mensal para ficar atualizado com a música e seu vasto mundo.
Por “VÍCIO INERENTE” – meu, é claro! -; e sentado toda manhã em local adequado e recorrente, hummm…., dou olhada na revista.
Hoje, chegou o último número e fui direto à “NOT FORGOTTEN”, a sessão de obituários, para render homenagens e memórias aos abatidos no duro enduro da vida no mercado da música.
De cara, na primeira página das despedidas encontro, certamente por ordem de importância para os ingleses, TONY MCPHEE, guitarrista e frontman dos GROUNDHOGS, 79 anos; em seguida PETE BROWN, 82, músico, poeta e letrista do CREAM, e principalmente de JACK BRUCE. E, também, a talvez mais bem sucedida comercialmente de todos eles, a nossa RITA LEE, que mudou para o andar de cima, aos 75 anos.
São artistas notáveis e merecedores de nossas condolências e saudades. Todos eles!
Como a vida e portanto a morte não nos dão folga, partiu TONY BENNETT, aos 96 anos. O mais velho da safra que saiu do mercado. Ele foi um pouco depois de JOÃO DONATO, outro vinho “VINTAGE” de safra espetacular e consagrada.
Que a triagem ao Paraíso seja breve e certeira com todos eles.
AMÉM!
Vou falar um pouco de BENNETT, que tinha um vozeirão. Revirando estantes, percebi que não tenho discos dele. Apenas duas faixas com a orquestra de PERCY FAITH: a estreia, em 1952, foi “BECAUSE OF YOU”, um clássico “VINTAGE”, romântico e insalubremente adocicado, desses que os mais jovens não conhecem e não lhes faz falta. E, “JUST IN TIME”, 1957.
Aliás, quem quiser descer à cova iluminada do POP AMERICANO feito entre 1942 e 1959, deve buscar os 4 CDS que compõem o box “SENTIMENTAL JOURNEY”, lançado pela RHYNO RECORDS em 1993.
A maioria são cantores brancos.
Estão lá, entre vários diversos, a geração dos grandes cantores descendentes de italianos: SINATRA, VIC DAMONE, DEAN MARTIN, AL MARTINO e ANTHONY DOMINIC BENEDETTO, oops!!!!! o nosso TONY. Os que assistiram ao “O PODEROSO CHEFÃO” entenderão as possíveis conexões com a MÁFIA, e outros fatos poliíticos e culturais.
O HIT mais reconhecido e apreciado de TONY BENNETT, foi gravado em 1962. “I LEFT MY HEART IN SAN FRANCISCO” é considerado JAZZ por alguns! – Sei lá, Seria? – Curiosamente, TONY jamais viveu na CALIFÓRNIA. Era da costa leste, NOVA YORK e vizinhanças.
Na década de 1950, BENNETT foi aconselhado a fugir do “MAINSTREAM” do POP romântico habitual, e “trasfegar” o seu talento para proximidades do JAZZ e do POP mais contemporâneo.
Ele fez.
No decorrer da carreira, gravou com BILL EVANS, COUNT BASIE, e outros mais identificados com o JAZZ. Modificou, e aprimorou a forma de cantar. Deixou o meloso habitual da sua geração por um canto mais firme, algo rústico, vizinho da “BLACK MUSIC”;
BLUESY? talvez!
BENNETT assumiu um jeito mais contemporâneo de fazer os “STANDARDS” de grandes compositores do “AMERICAN SONGBOOK” – COLE PORTER, GERSHWIN, BERLIN, etc…
E também do POP de épocas subsequentes, o que lhe rendeu fãs no decorrer dos tempos.
TONY gravou com AMY WINEHOUSE, DIANA KRALL, e incontáveis da modernidade. Convidou ROBERTO CARLOS para dueto em seus “discos – tributos”. Não rolou por causa de agenda. Então, foi de ANA CAROLINA e MARIA GADU, mesmo.
Todos gostavam pessoalmente dele. Era um sujeito legal, simpático, acessível. TONY fez discos de muito sucesso com LADY GAGA, e os dois saíram em concerto pelo mundo. Era artista de muitos talentos: pintava e muito bem! Tem obras espalhadas por museus e coleções.
Não consegui contar quantos discos ele gravou. Li que fez mais de 70 LONG PLAYS, em mais de 70 anos de atividade! Eu não apurei a quantidade real; difícil de fazer devido aos percalços de sua carreira longa, etc…TONY vendeu mais de 60 milhões de discos.
Eu não sei exatamente porque não tenho discos dele! Talvez suas características como intérprete não me tenham feito nota-lo melhor… É uma falha, admito. Mas, em tempo de corrigir.
BENNETT é um grande ícone, e foi cantor de primeiro time.
Para se viver bem e com equanimidade é necessário ser justo e reconhecer talentos. Mesmo gostando mais de outros artistas.
Eu prefiro FRANK SINATRA.
Pode ser uma imagem de 10 pessoas e texto
Curtir

 

Comentar

TONY BENNETT, O ÍCONE POP SUPREMO – DA “VIAGEM SENTIMENTAL” À “TURNÊ FINAL”

Há 30 anos eu recebo religiosamente a revista RECORD COLLECTOR, minha bíblia mensal para ficar atualizado com a música e seu vasto mundo.
Por “VÍCIO INERENTE” – meu, é claro! -; e sentado toda manhã em local adequado e recorrente, hummm…., dou olhada na revista.
Hoje, chegou o último número e fui direto à “NOT FORGOTTEN”, a sessão de obituários, para render homenagens e memórias aos abatidos no duro enduro da vida no mercado da música.
Como a vida e portanto a morte não nos dão folga, TONY BENNETT, partiu em 21 de julho de 2023, aos 96 anos. Ele era o vinho fino mais velho da safra que saiu do mercado. Levantou voo um pouco depois de JOÃO DONATO, outro “VINTAGE” desta safra espetacular e consagrada.
Que a triagem ao Paraíso lhes seja breve e certeira.
AMÉM!
Vou falar um pouco de BENNETT, que tinha um vozeirão. Revirando estantes, percebi que não tenho discos dele. Apenas duas faixas com a orquestra de PERCY FAITH: a estreia, em 1952, foi “BECAUSE OF YOU”, um clássico “VINTAGE”, romântico e insalubremente adocicado, desses que os mais jovens não conhecem e não lhes faz falta. E, “JUST IN TIME”, 1957.
Aliás, quem quiser descer à cova iluminada do POP AMERICANO feito entre 1942 e 1959, deve buscar os 4 CDS que compõem o box “SENTIMENTAL JOURNEY”, lançado pela RHYNO RECORDS em 1993.
A maioria são cantores brancos. Estão lá, entre vários diversos, a geração dos grandes cantores descendentes de italianos: SINATRA, VIC DAMONE, DEAN MARTIN, AL MARTINO e ANTHONY DOMINIC BENEDETTO, oops!!!!! o nosso TONY. Os que assistiram ao “O PODEROSO CHEFÃO” entenderão as possíveis conexões com a MÁFIA, e outros fatos políticos e culturais.
O HIT mais reconhecido e apreciado de TONY BENNETT, foi gravado em 1962. “I LEFT MY HEART IN SAN FRANCISCO” é considerado JAZZ por alguns! – Sei lá, Seria? – Curiosamente, TONY jamais viveu na CALIFÓRNIA. Era da costa leste, NOVA YORK e vizinhanças.
Na década de 1950, BENNETT foi aconselhado a fugir do “MAINSTREAM” do POP romântico habitual, e “trasfegar” o seu talento para proximidades do JAZZ e do POP mais contemporâneo.
Ele fez.
No decorrer da carreira, gravou com BILL EVANS, COUNT BASIE, e outros mais identificados com o JAZZ. Modificou, e aprimorou a forma de cantar. Deixou o meloso habitual da sua geração por um canto mais firme, algo rústico, vizinho da “BLACK MUSIC”;
BLUESY? talvez!
BENNETT assumiu um jeito mais contemporâneo de fazer os “STANDARDS” de grandes compositores do “AMERICAN SONGBOOK”, gente em nível de COLE PORTER, GERSHWIN, BERLIN, etc… E também do POP de épocas subsequentes, o que lhe rendeu fãs no decorrer dos tempos.
TONY gravou com AMY WINEHOUSE, DIANA KRALL, e incontáveis da modernidade. Convidou ROBERTO CARLOS para dueto em seus “discos – tributos”. Não rolou por causa de agenda. Então, foi de ANA CAROLINA e MARIA GADU, mesmo…
BENNETT era artista de muitos talentos: pintava e muito bem! Tem obras espalhadas por museus e coleções pelaí. Todos gostavam pessoalmente dele. Era um sujeito legal, simpático e acessível. TONY fez discos de muito sucesso com LADY GAGA, e os dois saíram em concerto pelo mundo. Aliás, foi a última turnê dele.
Não consegui contar quantos discos gravou. Li que fez mais de 70 LONG PLAYS, em mais de 70 anos de atividade! Eu não apurei a quantidade real; difícil de fazer devido aos percalços de sua carreira longa, etc…TONY vendeu mais de 60 milhões de discos.
Eu não sei exatamente porque não tenho álbuns dele! Talvez suas características como intérprete não me tenham feito notá-lo melhor… É uma falha, admito. Mas, em tempo para ser corrigida.
BENNETT é um grande ícone POP, e foi cantor de primeiro time.
Para se viver bem e com equanimidade, é preciso ser justo e reconhecer os talentos, mesmo gostando mais de outros artistas contemporâneos a ele.
Eu prefiro FRANK SINATRA
Pode ser uma imagem de 1 pessoa, toca-discos e texto
POSTAGEM ORIGINAL AGORA REDEFINIDA: 21/07/2023

CHET BAKER – O PARADIGMA DO CANTO POP MODERNO

FALAR BEM DO CHET É FÁCIL: MODELO PARA GÊNIOS COMO CAETANO E JOÃO GILBERTO, E INCENTIVO PARA QUALQUER UM COM VOZ DE PEQUENA EXTENSÃO CANTAR.
CHET LIBEROU “EXISTENCIAL E CONCEITUALMENTE” PARA GENTE TIPO ERIC CLAPTON, NARA LEÃO, E UMA CORDILHEIRA DE OUTROS TALENTOSOS QUE SERIAM POSTOS DE LADO, POR CAUSA DAS VOZES LIMITADAS.
BAKER ERA UM CARA BONITO. MAS, O CONSUMO DE DROGAS INJETÁVEIS DESTRUIU E TORNOU SUA CARA MAIS VINCADA DO QUE A DO KEITH RICHARDS!UM DIA, DESPENCOU DA JANELA DE UM HOTEL, E “REALIZOU” SUA MORTE QUE “SEMPRE OCORRERA”.
POBRE E SENSÍVEL CHARLES BAKER!
CRÍTICAS LHES SOBRAVAM: AUTO-DESTRUTIVO, ERRÁTICO, E O MONTE DE ADJETIVOS E MALEDICÊNCIAS QUE SE POSSA LEMBRAR, OU LHE IMPUTAR. PORTANTO, SER JUSTO COM CHET TRANSCENDE A DECÊNCIA E A NECESSÁRIA EMPATIA E COMPAIXÃO:
ELE ERA MUITO ALÉM DO TALENTOSO. FOI TROMPETISTA CLASSE MUNDIAL, TOCAVA O FINO E COM ESTILO, ALÉM DE COMPROVADO PARADIGMA DE MODERNIDADE NO CANTO.
CHET BAKER ERA MUITO PRODUTIVO, APESAR DE SEUS NOTÓRIOS PROBLEMAS. GRAVOU BASTANTE; LEGOU BELEZAS INDISCUTÍVEIS.
NA FOTO, PARTE DOS DISCOS QUE TENHO EM MINHA COLEÇÃO. ELE VAI VAI SOBREVIVER A TODOS NÓS. ESCUTÁ-LO É CONTATAR O DIVINO! É DISTINGUIR UM GÊNIO NA TORMENTA, EM SUA VIAGEM INTERMINÁVEL AO SOFRIMENTO. É PARTE DA CONTÍNUA REDENÇÃO QUE OUTRAS GERAÇÕES CERTAMENTE VERÃO.
CHET BAKER É IMPRESCINDÍVEL!
Nenhuma descrição de foto disponível.
POSTAGEM ORIGINAL: 20/07/2017
Todas as reações:

Elvio Paiva Moreira, Rodrigo Marques Nogueira e outras 19 pessoas

RARIDADES, COLECIONADORES, CÃES E GATOS

TRÊS ANIMAIS DE INSTINTOS AGUÇADOS: SENTEM CHEIROS, E VÃO ATRÁS DAS CAÇAS. OS GATOS, OUVI DE UMA VETERINÁRIA, DEIXAM TUDO E PERSEGUEM UM CHEIRO QUALQUER QUE LHES INTERESSOU POR QUILÔMETROS, DIAS…E OS CÃES FAREJAM, ENCONTRAM, APONTAM…E OS COLECIONADORES FAZEM MAIS OU MENOS A MESMA COISA: CORREM ATRÁS OBSESSIVAMENTE DE UMA IDEIA, UM SOM, UM LIVRO, UM SEI LÁ O QUÊ…POR DÉCADAS… NO MEU CASO, CISMO COM DETERMINADA MÚSICA MUITAS VEZES OUVIDA POR AÍ TRINTA, QUARENTA, CINQUENTA ANOS ATRÁS…
OS DISCOS DA POSTAGEM SÃO EIVADOS POR CANÇÕES MEMORÁVEIS – AO MENOS PARA MIM… E ILUSTRAM O TEXTO.
ESCUTEI AO LONGO DA VIDA INCONTÁVEIS MELODIAS, E NÃO ESQUECI. EU NÃO SABIA QUEM ERAM OS ARTISTAS, ONDE ESTAVAM AS GRAVAÇÕES, MAS FUI BUSCAR, TENTAR CONSEGUIR. DESDE CRIANÇA, ALGUMAS IMPREGNAM MINH’ALMA, SE INSTALAM NA CABEÇA, E TOCAM DURANTE ANOS DENTRO DO CÉREBRO. SÃO “COISAS” QUE, “ACHO, TENHO CERTEZA”, DE CERTA MANEIRA EU OUVI…
ANTES DA INTERNET ERA MUITO DIFÍCIL ENCONTRAR OS DISCOS. EU EXERCITAVA UM JOGO DE MEMÓRIA E COMPARAÇÕES PARA TENTAR CONCLUIR QUEM ESTARIA CANTANDO, TOCANDO… ESSAS COISAS.
NO FINAL DOS ANOS 1960, COMPREI POR PREÇO EXTORSIVO TRÊS “FITAS K7”, GRAVADAS POR UM SUJEITO QUE TINHA GRANA E ACESSO A DISCOS E TAPES. SEI LÁ COMO CHEGUEI ATÉ O CARA! JOAQUIM ERA UM “PLAYBOY” CURTIDOR DA NOITE E POSSUÍA UM AMONTOADO DE COMPACTOS E TAPES IMPORTADOS, E OS TOCAVA EM BOATES DA MODA – LUGARES ONDE JAMAIS ESTIVE -, E DEPOIS SE PERDERAM NA CACHOEIRA DOS TEMPOS.
AS MÚSICAS FORAM CAPTADAS ESSENCIALMENTE DA PARADA AMERICANA, EM ALGUM MOMENTO DETERMINADO DAQUELES TEMPOS. COISAS ESCONDIDAS, ESCORREGADAS NO PICK-UP DE UM D.J. ANÕNIMO, EM RECANTO QUALQUER DA AMÉRICA, E QUE MAL ATINGIAM A PARADA NACIONAL!!! AMONTOADOS DE LIXOS E PRECIOSIDADES CONVIVENDO LADO A LADO, E JOGADAS PELAÍ.
ERAM TEMPOS E ACESSOS DÍFICEIS; E, COMO SEMPRE, IMPERMANENTES, SURPREENDENTES, COALHADOS POR DISCOS LEGAIS QUE NINGUÉM CONHECIA. E A IMENSA MAIORIA PERMANECEU NO LIMBO.
POIS BEM, COMPREI MUITA COISA POSTERIORMENTE, E OUTRAS NÃO ME INTERESSARAM. PORÉM, ALGUMAS PASSEI DÉCADAS PROCURANDO, E FUI DESCOLANDO AOS POUCOS.
CERTO DIA, UNS VINTE E POUCOS ANOS ATRÁS, LENDO MATÉRIA NA “RECORD COLLECTOR” SOBRE UM PRODUTOR DOS ANOS 1960, “CURT BOETTCHER”, O JORNALISTA CITAVA O HIPOTÉTICO NOME DA MÚSICA… “MRS. BLUE BIRD”…
ERA UMA DE MINHAS MEMÓRIAS! FUI ATRÁS, ESCUTEI E COMPREI O CD DOS “ETERNITY´S CHILDREN”, DELICIOSO SUNSHINE POP PARA QUEM APRECIA “MAMAS & THE PAPAS”, VIU@Antonio MolitorClaudio Finzi Foá
DESCOBRI, TAMBÉM, CERTA MÚSICA NO PRIMEIRO LP DO “BLOOD SWEAT & TEARS”, “CHILD IS A FATHER TO THE MAN”: “MORNING GLORY” É UM ENCANTO. ENCONTREI MAIS UMA COM O “VANILLA FUDGE”, “SOME VELVET MORNING”; OUTRA COM O GRUPO “OHIO EXPRESS”, “BEG BORROW & STEAL” (SENSACIONAL!); E UM LADO B ESPETACULAR, “I SEE THE LIGHT”, DA BANDA “GARAGE-FAKE” “THE MUSIC EXPLOSION”; ENTRE DIVERSAS, SURGINDO FEITO ESPINHA NA CARA DE ADOLESCENTE…
PROCUREM CONHECER “THE GOODEES”, TRIO DE MULHERES BRANCAS, QUE GRAVOU UM “PSICHEDELIC SOUL” MATADOR CHAMADO “CONDITION RED” , NA LINHA DE “NATHAN JOHN”, EXCELENTE E QUASE SUCESSO DAS “SUPREMES”. PEGUEI, TAMBÉM!
FALTARAM UMAS TRÊS OU QUATRO NAQUELAS FITAS QUE JAMAIS DESCOLEI; E, CONFESSO, TENHO “RETROGOSTO AUDITIVO” – HUMMM!!! – APENAS DE UMA; E NÃO FAÇO IDEIA DO QUE SEJA, ERA VIOLENTÍSSIMA PARA 1968!
NO MAIS, CACEI E COMPREI O QUE APARECEU NA MINHA FRENTE. TENHO COLETÂNEAS MIL DE “NUGGETS” E “BANDAS DE GARAGEM”.
NO ENTANTO, HOUVE COISAS ESCUTADAS SEI LÁ ONDE, E QUE FAZEM PARTE DO REPERTÓRIO DE BANDAS COMO “SOUTHWEST FOB”, “FORUM QUORUM”, “THE GOODEES”, “THE HOBBITS”, “NEW COLONY SIX”, “BEAU BRUMMELS”…, ENCONTRADAS NO CHEIRO E NA RAÇA, EM DÉCADAS DE CHUTES, CARPINAGENS POR SEBOS, LIVROS, ACASOS E O VASTO ETC… QUE VIDA PROPORCIONA.
FAZ MAIS DE UMA DÉCADA QUE DESCOBRI OUTRA CANÇÃO QUE ME TORTURAVA DESDE 1971… OUVI EM UM FILME BANAL NA T.V., E IMPREGNOU A IMAGINAÇÃO… DESCANSANDO CERTA NOITE, A MÚSICA INVADIU MEU CÉREBRO, E TIVE A IDEIA DE POSTAR NO GOOGLE UM TRECHO DA LETRA QUE RECORDEI. INFORMEI APROXIMADAMENTE A ÉPOCA, E QUE PODERIA ESTAR EM ALGUMA TRILHA SONORA. E – VÁ LÁ – BINGO!!!
ENCONTREI! É UM FILME FRANCÊS CHAMADO “UN BEAU MONSTRE”, A MÚSICA SE CHAMA “STAY”, E FOI GRAVADA POR UM GRUPO “POP/PROGRESSIVO” BELGA QUASE FAMOSO NA ÉPOCA: “WALLACE COLLECTION”. A MÚSICA É BABA PURA E HOJE PARECE-ME UM TANTO ÓBVIA… MAS, O QUE IMPORTA, NÃO É MESMO? DESCOBRI, E ESTÁ GUARDADINHA EM MINHA DISCOTECA!
OS QUE APRECIAM O POP DAQUELES TEMPOS VÃO GOSTAR MUITO. MAS, CUIDADO COM O DIABETES, O EXCESSO DE AÇÚCAR PODE MATAR…
POSTAGEM ORIGINAL: 20/07/2022Pode ser uma imagem de 5 pessoas

JOÃO DONATO E A DANÇÁVEL E SOFISTICADA FUSION LATIN-JAZZ, BOSSA NOVA, MPB, FUNK, etc…

Vou começar por uma historinha meio cafajeste.
Até uns 15 anos atrás, alguma conversa imprópria era admissível em rodas masculinas. Vez por outra, confissão de ousadias, ou meros comentários sem fundamentos apareciam após ingestão excessiva de álcool.
Numa dessas, a moça chegou e cumprimentou geral; beijou alguém no grupo, e foi embora.
O incerto alguém comentou olhando o rastro do rabo do cometa que partira; “pois, é: era linda! Hoje, virou nome possível pra música do JOÃO DONATO: “EMBARANGÔ”!!!
Alguns risos, e sei lá se alguém compreendeu a “metonímia sórdido-sofisticada”: O DONATO tem música chamada “EMORIÔ”, o nome sonoro de um de seus clássicos, e que nada tem com o
neologismo criado pelo colega.
Embarangar, viria de baranga… uma ofensa injustificável sob qualquer pretexto…
Voltando à parte séria do meu discurso, postei aqui os discos que tenho dele. Talvez insuficientes para forjar uma ideia mais clara da produção artística do JOÃO. Mas, vou tentar..
Talvez seja adequado dizer que os dois pianistas mais importantes da MPB contemporânea tenham sido TOM JOBIM com suas harmonias. E JOÃO DONATO e sua visão alargada, e capacidade de criar ritmos e andamentos através do instrumento.
Assim como os violonistas JOÃO GILBERTO e ROBERTO MENESCAL pela paternidade e difusão da moderna MPB.
JOÃO DONATO era um músico superdotado.
Mas, não gostava de poesia, da mesma forma que o poeta JOÃO CABRAL DE MELO NETO não ligava para música. CABRAL era indivíduo sério, escrevia seco e pungente.
DONATO era musical, intuitivo, leve e solto. E teve diversos parceiros de escrita. Alguns geniais como CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, VINÍCIUS DE MORAES e CHICO BURQUE de HOLANDA.
O que faltava para DONATO sobrava em seus parceiros, e vice-versa. E a ponto de CAETANO ter feito música citando veladamente, em versos precisos, os dois “JOÃOS”.
O dom da palavra conjugado à constante e inevitável presença da música é essencial para os brasileiros.
Porém, JOÃO DONATO não canta bem. Jamais cantou. Tem voz inexpressiva, inadequada; o que também não importa – é só minha opinião. O seu forte foi a composição e os arranjos musicais que fez. Ele intuía melodias e ritmos.
No 39 DISCOS de série que gravou, ele canta em diversos. O primeiro deles é “QUEM É QUEM”, gravado em sua volta ao Brasil, em 1973.
DONATO é caso único de artista brasileiro que iniciou sua carreira nos EUA tocando LATIN JAZZ. Foi no grupo de “MONGO SANTAMARIA”, em 1965. Quando saiu foi substituído por ninguém menos do que CHICK COREA!
JOÃO já gravara no Brasil acompanhando outros artistas. Porém, o início de sua carreira solo foi em 1962, com o “JOÃO DONATO e seu TRIO”, formado por dois excelentes e históricos músicos: o baterista MILTON BANANA, e o baixista TIÃO NETO; talvez a mais eficiente “cozinha” que o SAMBA-JAZZ produziu!
“MUITO À VONTADE”, 1962; e “A BOSSA MUITO MODERNA DE JOÃO DONATO”, 1963; foram captados na mesma sessão de gravação, antes da partida de JOÃO para a América, e aproveitar o BOOM aberto pela BOSSA NOVA. São dois artefatos CULTS da BOSSA INSTRUMENTAL.
Nos Estados Unidos, ele gravou um clássico da BOSSA-JAZZ, “BUD SCHANK e JOÃO DONATO”. E, também em 1965 fez um de seus discos mais conhecido: “THE NEW SOUND OF BRAZIL, PIANO OF JOÃO DONATO”, com a participação do guitarrista LUIZ BONFÁ, outro CRAQUE de sucesso na AMÉRICA.
O LP. veio na cola do grande sucesso conseguido por “ANTONIO CARLOS JOBIM, THE COMPOSER OF DESAFINADO PLAYS” , 1963, disco de BOSSA – LOUNGE, com TOM ao piano e violão.
Os dois discos seguem modelo semelhante, e são acompanhados por orquestra regida pelo famoso maestro e arranjador CLAUS OGERMAN, de extensa carreira em gravações de SINATRA a DIANA KRALL…
JOÃO comentou que OGERMAN ligou de madrugada pra ele no Hotel. E fez algumas consultas sobre as músicas que entrariam no disco a ser gravado no dia seguinte. Ainda faltavam quatro arranjos!
Então, DONATO pergunta: “Mas CLAUS, os arranjos ainda não estão prontos? É daqui a algumas horas!!! Como é que você vai fazer”?
E o MAESTRO responde: “Fica tranquilo, é fácil”. “Eu sempre escrevo a primeira ideia que me vem à cabeça…”
JOÃO DONATO, que era um intuitivo antenado e perspicaz, concluiu para a vida: Pra conseguir isso “É PRECISO ESTAR PENSANDO BEM O TEMPO INTEIRO”…
E este era o segredo dele para as coisas darem certo “espontaneamente”, e com leveza… JOÃO DONATO PENSAVA BEM O TEMPO TODO!
DONATO era curioso, aberto a experimentações e passeios pela vanguarda. Mas sempre mantendo seu estilo imediatamente reconhecível, aprimorado ao longo de anos em busca da eficiência, do ritmo e do andamento adequado; e de maneira inventiva, e talvez única!
É argumentável que DONATO tenha criado um híbrido original. Um tipo de FUSION mais ampla, abarcando o JAZZ MODERNO, o LATIN JAZZ e a BOSSA NOVA; com de algo FUNK, dançável, e pitadas de SOUL e música AFRO-CUBANA. Um “COMBO” ao alcance de poucos.
O uso de metais era essencial, e ajudou a introduzir DONATO em vários cenários, em épocas diferentes, à partir de meados da década de 1960, até pouco antes de morrer.
Seu personalíssimo teclar no piano se manteve intacto. O jeito de trabalhar com o silêncio e os espaços entre notas e acordes, e de relacionar-se com outros músicos e instrumentos da banda permaneceram modernos, inconfundíveis!
A música que ele faz é dançável desde sempre, e seu balanço é contagiante, e alto astral. DONATO mesmo sendo bossanovista de primeira hora, caminhou fora de certa melancolia que a BOSSA NOVA nos inculca.
Ele é um levantador de festas sofisticado e imprescindível! O banquinho e o violão ficaram para o outro JOÃO, o GILBERTO, amigo dele.
JOÃO DONATO há décadas veio desenvolvendo a prática em diversas modalidades de teclados eletrônicos, como FENDER RHODES, FARFIZA, o CLAVINET… e o que mais viesse.
Sob esse aspecto, nos lembra seu contemporâneo ao longo dos tempos, HERBIE HANCOCK, que também surfou em todos os mares e ondas com proficiência, originalidade e qualidade.
EM 1970, foi lançado “BAD DONATO”. Em 1973, fez LP em parceria com EUMIR DEODATO – músico de enorme sucesso internacional naquele ano. Ambos são discos de FUSION JAZZ, o gênero em franca ascensão, que DONATO já vinha moldando, assimilando e fazendo à sua maneira. Esteve na primeira hora de várias coisas!!!
A originalidade da música de JOÃO DONATO atraiu artistas importantes e a realização de muitas parcerias. Para citar algumas, trabalhou com MENESCAL, JOYCE, WANDA de SÁ, PAULO MOURA, CARLOS LYRA, MARCOS VALLE, JORGE BEN, TOQUINHO e até JARDS MACALÉ. Ele gravou bastante nos últimos 40 anos. É artisticamente um dos artistas mais influente da história musical brasileira.
O disco ao vivo LEILÍADAS, 1986, é um exemplo de FUSION moderna, com metais e, observado mais de perto, talvez seja possível considera-lo álbum “CONCEITUAL”. É muito bonito!
De meados para o final da década de 1980, a BOSSA NOVA teve retomada forte, principalmente na EUROPA, e D.JS redescobriram o óbvio: que REMIXAR, SAMPLEAR, FUNDIR e RETRABALHAR o que fizeram seus principais criadores poria a turma para dançar.
O trabalho dos D.Js. trouxe JOÃO DONATO aos PICK-UPS em festas, clubes, e a validação para o JAZZ e outras fusões já testadas.
Ele foi muito sampleado. E coligido em miscelâneas como essas da foto. Existem mais, muito mais, ressuscitando artistas esquecidos.
Já em discos como “PAULA MORELEMBAUM & JOÃO DONATO”, 2010; e “DONATO ELÉTRICO”, 2015, ele tocou à vontade com os participantes mais jovens, tipo seu filho DONATINHO, e os grupos “PARAPHERNALIA”, “BossaCucaNova”, e gente que acompanha as cantoras CÉU, TULIPA RUIZ e ANELIS ASSUMPÇÃO.
Todos são fãs e o admiram; conhecem os discos, os experimentos, e principalmente a capacidade de JOÃO DONATO em traduzir suas ousadias para um estilo de linguagem musical brasileira, mesmo que eivada por outras latinidades e seu gosto pelo JAZZ. É a FUSION com roupagens contemporânea garantindo a perenidade.
E, dali em frente, até o seu último disco, lançado em 2022, aos 88 anos, ele continua festejante: um “latino-brasileiro” da gema!
JOÃO DONATO encerrou sua permanência entre nós talvez no ápice da vanguarda jovem atual.
Ahhhh, EMORIÔ não é palavra, e sim uma frase, que significa “EU VEJO” : “E MORI O” , em IORUBÁ é uma referência a OXALÁ, a divindade relacionada com a criação do mundo e da espécie humana.
É frase existencial e poeticamente muito delicada e perceptiva.
EMORIÔ! JOÃO DONATO fazendo muita falta.
POSTAGEM ORIGINAL: 18/07/2023
Pode ser uma imagem de 6 pessoas e texto

DENNIS WILSON – O ÚNICO DOS “BEACH BOYS” QUE SABIA SURFAR!!! PACIFIC OCEAN BLUE – 1977

Certa vez eu comentei com um excelente crítico e jornalista musical marcante, meu amigo até hoje, sobre certo disco que ele havia resenhado. Eu só recordo que alguém tocava um “guitarron”…
Eu disse ao Fernando Naporano que não havia gostado. E ele não muito surpreendentemente respondeu: “sabe o que é, vez por outra a gente precisa escolher naquele monte de lançamentos medíocres ao menos um que seja algo criativo… Foi o que fiz. Eu preciso seguir a pauta e trabalhar…É difícil.”
Anos depois, lá por 1994, outro amigo, também jornalista e crítico musical muito bom, apareceu na CITY RECORDS, a minha ex-loja de discos, na Avenida Paulista.
Ele pôs no balcão uma edição especial de “O CHAMADO” de MARINA LIMA. E disse: “Arrasei esse disco chato em uma crítica na FOLHA de SÃO PAULO. Ela ficou enfurecida e ligou pra mim na redação xingando, dizendo que eu não sabia nada de música, e mandou eu “entubar uma brachola”. “Deu um puta bafafá…”
Dias depois, em um churrasco na minha casa ouvindo CHARLIE PARKER, eu disse a ele que, infelizmente já morreu:
“JEAN YVES ( de NEUFVILLE ), talvez você tenha se precipitado. Eu achei o disco baixo-astral, sim! Mas, é bonito e delicado. Talvez fora do “moody” que ela costuma assumir, mas ruim não é não”…
Ele se defendeu: “Porra, Sérgio, eu realmente não gostei. Mas, tem hora que a gente pede apenas que nos enviem um “disquinho POP, ou sei lá, algo mais razoável”. Aparece uma enxurrada de mediocridades, e à vezes a gente perde a paciência”.
Dois caras gabaritados, anos de diferença, e o mesmo diagnóstico!
Fiz este baita “intróito” para dizer que a observação das coisas me deixou mais cético e cauteloso. Eu não bato mais de frente.
O disco de DENNIS WILSON foi lançado há mais de 45 anos. Foi meio desprezado na época, mas com o tempo foi conquistando fãs. A revista RECORD COLLECTOR o considera disco muito bom, cult; um pequeno clássico.
Dia desses, fiz um rolo com amigo e peguei o álbum, agora duplo, em edição japonesa, remasterizado e produzido cuidadosamente, como os “brothers” do oriente sempre fazem.
Ao disco original foi acrescida uma segunda parte; outro álbum, que não saiu à época. É bem diferente do que fizeram os BEACH BOYS. Eu diria que é um FOLK MODERNIZADO, talvez a caminho do que hoje se considera um disco “PROG”.
DENNIS era o baterista dos BEACH BOYS, e como seu outro irmão, CARL WILSON, também ofuscado pela fama de BRIAN… AHHH, não vou citar os sobrenome!
Ele era parte dos backing vocals famosos, que juntaram o DOO-WOP à SURF MUSIC. E “autor” supremo do uso da palavra SURF nas canções do grupo. DENNIS funcionava bem na estrutura da banda. Esteve em todos os discos do início até o final.
DENNIS era o único dos cinco que surfava; os restantes…FLOP! E tornou-se ícone depois de morrer afogado em 1983, aos 39 anos. Ele era casado com a ex – de ROBERT LAMM, o líder do CHICAGO.
WILSON andou com CHARLES MANSON, o líder de seita e psicopata assassino, que perpetrou aquele “suicídio coletivo” famoso, e onde estava a atriz SHARON TATE.
MANSON também compunha, e os BEACH BOYS gravaram música dele: “NEVER LEARN TO DIE”. Para não falar mal da escolha, o GUNS & ROSES também gravou; E o “plasmático” MARILYN MANSON tirou seu nome do psycho referido!
DENNIS fez um álbum nostálgico, bonito, e nada empolgante; discreto. Talvez tenha acontecido de ele sacar o que percebeu DAVID BOWIE, em “SPACE ODDITY”: que a palavra BLUE é ambivalente, tem potencial poético, e também pode significar triste. Aqui parece o caso.
O disco emana ecos daqueles tempos, década de 1960 e resquícios da produção nos anos 1970, dos BEACH BOYS.
Porém, dá pra identificar certa sonoridade dos DOOBIE BROTHERS; o jeito de fazer “a la” THE BAND; um travo à LEON RUSSELL. E irrefreável influência GOSPEL permeando a transição musical do fim dos 1970: alguma reincidência “light” do ROCK PROGRESSIVO…
PACIFIC OCEAN BLUE é criação de um americano branco, que assume um “sofrimento” BLUESY em direção de TOM WAITS, que também não é pretão.
DENNIS WILSON não nega de onde veio.
Seria?
Eu recordei os dilemas de meus amigos jornalistas, porque talvez em 1977 eu não comprasse o disco de WILSON. A minha perspectiva mudou muito de lá para hoje. Ouvi o disco e gostei.
Da mesma forma que aprecio o disco da MARINA, desde 1994. Aquela edição especial permanece comigo.
POSTAGEM ORIGINAL: 15/07/2023
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto

CHICO BUARQUE, PAULINHO DA VIOLA E MARINA LIMA, CDS EM EDIÇÕES LIMITADAS

“PAULINHO DA VIOLA”, COLETÂNEA PROMOCIONAL, EM CAIXA DE MADEIRA IMITANDO ESTOJO PARA GUARDAR INSTRUMENTOS DE CARPINTARIA”, E “CHICO BUARQUE”, AS CIDADES. DUAS OBRAS DA MELHOR MÚSICA POPULAR BRASILEIRA, NA VERTENTE MAIS TRADICIONAL.
QUER DIZER: NINGUÉM PRECISA SER VANGUARDA PARA SER MODERNO E RELEVANTE!
“MARINA LIMA”, O CHAMADO, EM BOX PARA DIVULGAÇÃO, TRAZ UMA DAS MELHORES CANTORAS DA MÚSICA POP BRASILEIRA, EM DISCO ALGO TRISTE E POLÊMICO.
SÃO TRÊS EDIÇÕES EM CDS DIFÍCEIS DE SEREM ENCONTRADAS.
POSTAGEM ORIGINAL: 11/07/2017
Nenhuma descrição de foto disponível.

MÚSICA NÃO COMERCIAL E INDEPENDENTE – A PECULIAR GRAVADORA DO SESC, O CAPITALISMO CIVILIZADO, E O “RADICALISMO EMBURRECENTE”!

TIO SÉRGIO!!!
Você enlouqueceu em público novamente?
Aquilo acima é título que se proponha para um “texto” em busca de relevância mínima? Ou à procura de ridículo aceitável? “What porra it’ s that”?
Peço calma aos sobrinhos, Tá legal: mas, ainda está longe da dissertação que o PATO DONALD e o TIO PATINHAS tiveram de escrever para passar no vestibular para a UNIVERSIDADE DE PATÓPOLIS: “Faça uma comparação entre a CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA PRIMITIVA, e a estrutura contemporânea do CARNAVAL ALEMÃO!!!!
Mas, é o seguinte:
Tempos atrás, o Nelson Rocha Dos Santos, dileto amigo, contou que fez compras sensacionais na lojinha do SESC. ( e fez, mesmo! ).
Aliás, como entusiastas, colecionadores e conservadores de culturas mal vistas ou não amadas; e parte da minoria esfuziante que liga pra essas coisas, sabemos perfeitamente que desperdício é não aproveitar oportunidades, ou ficar reclamando hipocritamente de certas iniciativas.
Eu, ele e tantos e tantos mais, mergulhamos direto em busca do peixe grande e insólito; do não óbvio navegando abaixo da linha d’água. E tá cheio pelaí!
TIO SÉRGIO é consumista quase acrítico de discos e periferias tecnológicas conexas. Não aguentei e fui, mais uma vez, perscrutar o que é que artistas brasileiros e outros doidos têm; ou fizeram, ou sei lá…
Tá legal: comprei 25 CDs “sets” – porque alguns têm mais do que único CD – por cerca de R$ 280,00!!! Paguei-os em 6 vezes; alguns custaram o indignante preço de $ 1,00 ( um Biden ); cerca de R$ 5,00 mandacarus!!!!!!!!!!!!!!!!!
O SESC é mantido pela enorme quantidade de lojas e empresas comerciais; por seus usuários e associados. Não recebe qualquer subvenção estatal. É INSTITUIÇÃO espalhada pelo BRASIL, e investe em locais ultra aprazíveis e convidativos; promove shows; esporte e muitas e muitas atividades que honram uma associação sem fim lucrativo; mas que oferece “aos seus” associados, e ao público em geral, muito mais do que o sindicalismo puro e simples poderia propor.
E propicia à sociedade brasileira contrapartida inestimável! Faz muito, mas muito além mesmo, do que qualquer governo consegue propiciar: O SESC É UMA INSTITUIÇÃO GERADA NO SEIO DO CAPITALISMO COMERCIAL BRASILEIRO. É socialmente relevante e administrado de maneira profissional por gente competente em áreas diversas.
A INSTITUIÇÃO não explora o POPULISMO DELETÉRIO de quê Prefeituras, prefeitos, governadores, presidentes, e políticos em geral se utilizam, quando trazem para suas bases shows de artistas populares e popularescos, todos muito bem pagos, e com explícita motivação político-eleitorais. Mas que contribuem nada em termos de formação, educação, criação, e variedade para a população local, e a sociedade brasileira.
Do acervo do SESC eu adquiri alguns discos e obras nada óbvias, como “Ópera das Pedras”, de DENISE MILAN; QUARTETO CARLOS GOMES; QUARTETOS DE CORDAS DE VILLA- LOBOS, HERMETO PASCOAL; o maestro OLIVIER TONI; obras dos eruditos modernos GYORGY LIGETI; LUCIANO BERIO; JOHN CAGE; GILBERTO MENDES; CAMERATA ABERTA, do SAXOFONISTA de JAZZ alternativo, ANTHONY BRAXTON, e muitos e muitos outros.
São obras relevantes, indisponíveis em lojas normais, mas imprescindíveis para os que transcendem o cotidiano. Tudo isso, acreditem, ajudam ao TIO SÉRGIO aqui, e a outros também, a cometerem suas postagens!
No Brasil, temos gravadoras profissionais (poucas) que acessam e promovem artistas e obras de qualidade. Por exemplo a “BISCOITO FINO”. Empresa culturalmente relevante, com acervo espetacular, e criação de KATI ALMEIDA BRAGA, milionária herdeira de banqueiro e dono de seguradora.
Ela se uniu à cantora OLIVIA HIME, conhecedora de música brasileira como poucos. E ambas tocam projeto de quase mecenato, mas equivalente cultural à GRAVADORAS como VERVE, BLUE NOTE, ECM. Não é pouca coisa!
Muitos dirão que empresas precisam viabilizarem-se por conta própria. Gerar lucro; e foi o caso da BISCOITO FINO. Porém, além da iniciativa privada que tenta enfrentar o mercado, é possível e muito necessário contar com INSTITUIÇÕES como o SESC.
E, por que não?
Alguns reclamarão que um liberal democrata, como eu, propondo essas coisas não está sendo franco e nem fiel a um ideário.
Estou, sim!
O verdadeiro LIBERALISMO não se constrói em cima de iniquidades sociais. Tornar o indivíduo o instrumento de sua própria política só é possível com incentivo ao mérito; o que não prescinde de uma sociedade equânime, vibrante, organizada, educada, e mais justa e para que seja viabilizado.
O apoio coletivo, o incentivo localizado, claro e objetivo têm papel preponderante no financiamento e desenvolvimento para “artes mais difíceis e de resultados menos imediatistas”. É o caso das obras musicais que citei…
Esse monte de discos adquiridos, e mostro a reduzida parte, talvez se irradie, e incentive a outros interessados, que acessarão o SESC e impulsionarão um nicho de mercado sempre necessitado de promoção e ajuda.
O mercado estrito senso visa o lucro. Porém, a grande arte, as grandes descobertas, reflexões, teatro, literatura ou ensaios, nem sempre são lucrativos. Ao menos de imediato. E se formos simplesmente UTILITARISTAS e FINANCIALISTAS, espaços imprescindíveis serão negados para inovações agregadoras de civilidade e progresso.
É preciso cuidado: apoiar ou propagar certos RADICALISMOS CONCEITUAIS, OU POLÍTICOS, AJUDA A FOMENTAR A “EMBURRECÊNCIA REGRESSISTA”, que toda sociedade contém. E não há nada mais degradante socialmente.
Então, viva o inusitado, o estranho e o não comercial.
POSTAGEM ORIGINAL: 14/07/2022
Nenhuma descrição de foto disponível.

TURTLE RECORDS STORY – JAZZ DE VANGUARDA INGLÊS

MAIS UM MILAGRE DA FADINHA MASTERCARD!
UM BOX DA “TURTLE RECORDS”, PEQUENA GRAVADORA INGLESA DE VANGUARDA, QUE LANÇOU 20 DISCOS BASTANTE DIFÍCEIS DE OUVIR E ENCONTRAR, PRODUZIDOS POR PETER EDEN, NOS ANOS 1970.
SÃO COLECIONÁVEIS “NO ÚRTIMO” FURO DA CINTA!
AQUI ESTÃO TRÊS DISCOS DE PIANISTAS LIGADOS À MÚSICA EXPERIMENTAL: “MIKE OSBORNE”, “HOWARD RILEY” E “JOHN TAYLOR”. ESTÃO ACOMPANHADOS POR UM MONTE DE CRAQUES. E SÃO OBRAS “PÓS FREE-JAZZ” E A CAMINHO DO “FUSION”.
SE VOCÊ ACHA QUE “SUJEITO A GUINCHO” É A TUA DISCOTECA E NÃO O TEU CARRO; SE FOR CURIOSO POR SONORIDADES NÃO CONVENCIONAIS; OU ATÉ VELHINHO DA FUZARCA FEITO TIO SERGIO, ENTÃO VAI GOSTAR.
HÁ METAIS EM PROFUSÃO, E PASSA A ANOS-LUZ DO “KENNY G”, POR EXEMPLO.
ESTÁ MAIS PARA “CHARLIE PARKER” DO QUE PARA “JOHN COLTRANE”…
EU RECOMENDO RINDO POR DENTRO. TESTEM A SENSIBILIDADE E O FARO DE PERDIGUEIRO! CACEM OS DISCOS, E PROCUREM OUVIR ESSES CARAS
DESVIANTES!
POSTAGEM ORIGINAL: 14/07/2017
Nenhuma descrição de foto disponível.