AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!

Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!

Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.

Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários…

Então fui dar um passeio pela discoteca e lembrei que sempre gostei – e muito! – de BLUES ROCK! Oh yes, crazy people! Nos 1960/1970, foi moda forte. Boa parte dos rockers que conheci e convivi curtiam e curtem esta inevitável fusão de estilos.

Os ídolos de meus ídolos eram basicamente gente do BLUES. E boa parte de quem foi jovem do final dos anos 1950 em diante, na Inglaterra principalmente, estava sintonizada em R&B, ROCK AND ROLL e BLUES.

Porém, a maioria dos cantores e músicos do BLUES ORIGINAL jamais aceitou que ERIC CLAPTON, STEVE MILLER, ALLMAN BROTHERS e a turma aqui postada, fizessem o autêntico BLUES. E prevaleceu – para o meu encanto e o de legião imensa – o BLUES ROCK, sua eletricidade e energia! Pensando mais além, é de fato um animado tipo de “ROCK DE VERDADE”, sim!

No Brasil quem curte um som mais pesado sempre gostou. Dos anos 1970 em diante, mais ou menos dividiu-se a plateia entre os que apreciavam o HARD ROCK, o PROGRESSIVO e o nascente HEAVY METAL.

Então, vamos à FUSÃO criativa em goles servidos “frascos” que tenho na discoteca:

PAUL BUTTERFIELD BLUES BAND é seminal. Aqui, o primeiro álbum gravado em 1965. Nas guitarras estão MIKE BLOOMENFIELD E ELVIN BISHOP. Está bom para começar?

Certamente!

E que tal ícones da guitarra como STEVIE RAY VAUGHAN, JOHNNY WINTER e ALLMAN BROTHERS BAND? Sim, com DUANE ALLMAN e DICKEY BETTS voando alto!!!

Há, também, ROY BUCHANAN, em show deslumbrante. O único pecado venial no disco é o vocalista sem inspiração, que não acompanha a performance da banda – espetacular!

E que tal LONNIE MACK, ídolo do próprio STEVIE RAY, com quem faz dupla arrasando nesse disco da cult ALLIGATOR RECORDS?

E, por que não a explêndida fusão JAZZ/BLUES/ROCK do GOV´T MULE? WARREN HAYNES, o guitarrista, foi quem substituiu DUANE ALLMAN nos A.B.B! Estão no mesmo nível…

Pulamos para a excelente BONNIE RAITT, quase pioneira entre as mulheres no BLUES contemporâneo; e instigante como sempre!

Vou passo à frente na estante, e dou de cara com a cult CARLA OLSON, que veio do PUNK, tem voz para arrasar quarteirões, e gravou disco de COUNTRY ROCK imperdível com GENE CLARK, ex – BYRDS; e aqui está ao vivo em parceria com MICK TAYLOR, ex- ROLLING STONES. Dois álbuns currículo avançado para quem quiser passar de ano em ROCK’N’ROLL!

Vamos relembrar BOB SEGER, de quem BRUCE SPRINGSTEEN aprendeu o que é ser um ROCKER AMERICANO autêntico, quer dizer algo “loser”…

SEGER fala com vigor das profundezas da alma nesse “BACK IN 72”, escandalosamente bem feito e acompanhado pela nata dos músicos de estúdios do sul dos EUA, A MUSCLE SHOALS BAND! É BLUES ROCK na veia!!!

E que tal mais dois veteranos craques, BARRY GOLDBERG & sua BLUES BAND trazendo CHARLIE MUSSELWHITE na harmônica, e HARVEY MANDEL na guitarra, em disco raro gravado em 1966?

Você conhece a SY KLOOPS BLUES BAND?

Mas TIO SÉRGIO, what porra it’s this?

É o velho STEVIE MILLER com pseudônimo, em disco de gente grande lançado em 94, com as participações de NEAL SCHON, estrela da guitarra, e o prestigiado NORTON BUFFALO, na harmônica.

Aproveitamos para cruzar no caminho com GEORGE THOROGOOD & THE DESTROYERS, em seu melhor e mais divertido disco: HAIR CUT, de 1993! Saímos de lá para encontrar o festeiro, rústico e alternativo THE RED DEVILS fazendo show em boteco de periferia, em1992!

Vamos pausar só um pouco, porque essas coisas nunca encerram, e apresentar um BLUES-ROCKER pra lá de CULT, que possivelmente muitos já ouviram alguma coisa por aí, mas sem conhecer: JOHN CAMPBELL, de cara demoníaca, voz fortíssima e slide-guitarrista exímio. Eu já escutei em várias coletâneas e lugares “DEVIL IN MY CLOSET”, pedrada BLUESY certeira.

Procurem a turma toda pelaí; porque é parte da essência do que escrevi hoje!
The ROCK goes on, forever!

INDEED!
Original 30/ 01/2021

Curtir

Comentar

Compartilhar

Comente…

Online

Sérgio de Moraes compartilhou uma lembrança.

  · 

Compartilhado com Público

Público

Há 3 anos

Veja suas lembranças

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!

Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!

Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.

Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários……

Ver mais

Nenhuma descrição de foto disponível.

Todas as reações:

3Sergio Luiz Simonetti, Carlos Carinha e 1 outra pessoa

Curtir

Comentar

Comente…

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

PULP FICTION, DE TARANTINO, É UM FILME SENSACIONAL!!!
PATÉTICO, HIPERBOLICO, , NON SENSE, ENGRAÇADO!

Todas as reações:

11Nelson Rocha Dos Santos, Gerson Périco e outras 9 pessoas

4 comentário

Curtir

Comentar

Compartilhar

Ver mais comentários

Online

Luiz Carlos Ribeiro

Obra prima !

  • 1 h
  • Curtir
  • Responder

Comente…

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

CHINA FORMA 400 MIL ENGENHEIROS POR ANO. ÍNDIA 300 MIL. BRASIL 30 MIL!!!

3 comentário

Curtir

Comentar

Compartilhar

Ribamar Filho

E desses 30 mil, pelo menos 29 mil são homens. A culpa está na pouca visibilidade que se dá para a matemática no 1° e 2°, e ainda a retirada de outras matérias de cálculo, e isso se reflete, na escolhas dos cursos de exatas, e na permanência, por isso,… 

Ver mais

  • 19 h
  • Curtir
  • Responder

Ribamar Filho respondeu

 ·

2 respostas

Comente…

Online

Sérgio de Moraes

  · 

Compartilhado com Público

Público

RAY CHARLES – PURE GENIUS: ATLANTIC RECORDINGS 1952/1959

Há dúvidas sobre a importância musical e cultural do tio RAY? Claro que não!

RAY CHARLES ROBINSON foi um autêntico gênio. Cego, estudou em escola pública, como era o esperado, e assumiu o “BRAILE” com espontaneidade, entusiasmo mesmo! E aprendeu a ler, escrever, e interpretar textos.

Em oito anos de estudos leu e compreendeu MARK TWAIN, e outros clássicos. Estudou as sonatas de CHOPIN, e a BÍBLIA também. Ele gostava…

Ver mais

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto

Todas as reações:

15Fábio Góis, Gerson Périco e outras 13 pessoas

4 comentário

39 compartilhamentos

Curtir

Comentar

Compartilhar

Ver mais comentários

Cezar Galvão

Um dos orgulhos dos Yankees

  • 19 h
  • Haha
  • Responder
  • AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!
  • Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!
  • Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.
  • Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários…
  • Então fui dar um passeio pela discoteca e lembrei que sempre gostei – e muito! – de BLUES ROCK! Oh yes, crazy people! Nos 1960/1970, foi moda forte. Boa parte dos rockers que conheci e convivi curtiam e curtem esta inevitável fusão de estilos.
  • Os ídolos de meus ídolos eram basicamente gente do BLUES. E boa parte de quem foi jovem do final dos anos 1950 em diante, na Inglaterra principalmente, estava sintonizada em R&B, ROCK AND ROLL e BLUES.
  • Porém, a maioria dos cantores e músicos do BLUES ORIGINAL jamais aceitou que ERIC CLAPTON, STEVE MILLER, ALLMAN BROTHERS e a turma aqui postada, fizessem o autêntico BLUES. E prevaleceu – para o meu encanto e o de legião imensa – o BLUES ROCK, sua eletricidade e energia! Pensando mais além, é de fato um animado tipo de “ROCK DE VERDADE”, sim!
  • No Brasil quem curte um som mais pesado sempre gostou. Dos anos 1970 em diante, mais ou menos dividiu-se a plateia entre os que apreciavam o HARD ROCK, o PROGRESSIVO e o nascente HEAVY METAL.
  • Então, vamos à FUSÃO criativa em goles servidos “frascos” que tenho na discoteca:
  • PAUL BUTTERFIELD BLUES BAND é seminal. Aqui, o primeiro álbum gravado em 1965. Nas guitarras estão MIKE BLOOMENFIELD E ELVIN BISHOP. Está bom para começar?
  • Certamente!
  • E que tal ícones da guitarra como STEVIE RAY VAUGHAN, JOHNNY WINTER e ALLMAN BROTHERS BAND? Sim, com DUANE ALLMAN e DICKEY BETTS voando alto!!!
  • Há, também, ROY BUCHANAN, em show deslumbrante. O único pecado venial no disco é o vocalista sem inspiração, que não acompanha a performance da banda – espetacular!
  • E que tal LONNIE MACK, ídolo do próprio STEVIE RAY, com quem faz dupla arrasando nesse disco da cult ALLIGATOR RECORDS?
  • E, por que não a explêndida fusão JAZZ/BLUES/ROCK do GOV´T MULE? WARREN HAYNES, o guitarrista, foi quem substituiu DUANE ALLMAN nos A.B.B! Estão no mesmo nível…
  • Pulamos para a excelente BONNIE RAITT, quase pioneira entre as mulheres no BLUES contemporâneo; e instigante como sempre!
  • Vou passo à frente na estante, e dou de cara com a cult CARLA OLSON, que veio do PUNK, tem voz para arrasar quarteirões, e gravou disco de COUNTRY ROCK imperdível com GENE CLARK, ex – BYRDS; e aqui está ao vivo em parceria com MICK TAYLOR, ex- ROLLING STONES. Dois álbuns currículo avançado para quem quiser passar de ano em ROCK’N’ROLL!
  • Vamos relembrar BOB SEGER, de quem BRUCE SPRINGSTEEN aprendeu o que é ser um ROCKER AMERICANO autêntico, quer dizer algo “loser”…
  • SEGER fala com vigor das profundezas da alma nesse “BACK IN 72”, escandalosamente bem feito e acompanhado pela nata dos músicos de estúdios do sul dos EUA, A MUSCLE SHOALS BAND! É BLUES ROCK na veia!!!
  • E que tal mais dois veteranos craques, BARRY GOLDBERG & sua BLUES BAND trazendo CHARLIE MUSSELWHITE na harmônica, e HARVEY MANDEL na guitarra, em disco raro gravado em 1966?
  • Você conhece a SY KLOOPS BLUES BAND?
  • Mas TIO SÉRGIO, what porra it’s this?
  • É o velho STEVIE MILLER com pseudônimo, em disco de gente grande lançado em 94, com as participações de NEAL SCHON, estrela da guitarra, e o prestigiado NORTON BUFFALO, na harmônica.
  • Aproveitamos para cruzar no caminho com GEORGE THOROGOOD & THE DESTROYERS, em seu melhor e mais divertido disco: HAIR CUT, de 1993! Saímos de lá para encontrar o festeiro, rústico e alternativo THE RED DEVILS fazendo show em boteco de periferia, em1992!
  • Vamos pausar só um pouco, porque essas coisas nunca encerram, e apresentar um BLUES-ROCKER pra lá de CULT, que possivelmente muitos já ouviram alguma coisa por aí, mas sem conhecer: JOHN CAMPBELL, de cara demoníaca, voz fortíssima e slide-guitarrista exímio. Eu já escutei em várias coletâneas e lugares “DEVIL IN MY CLOSET”, pedrada BLUESY certeira.
  • Procurem a turma toda pelaí; porque é parte da essência do que escrevi hoje!
  • The ROCK goes on, forever!
  • INDEED!
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes compartilhou uma lembrança.
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • Há 3 anos
  • Veja suas lembranças
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • AMERICAN BLUES ROCK – PAIXÃO DE MUITOS!
  • Hoje, acordei com o ATLÂNTICO, o meu vizinho mais poderoso, tão lânguido e preguiçoso que logo intuÍ: é o calor! Não tem jeito! Nem o ZELÃO e sua família apareceram para dar alô!
  • Ah, para os que não sabem, o ZELÃO é um imenso URUBU que faz “SPA” no patamar da minha janela.
  • Acho que ele fica lá cantando “ALL ALONG THE WATCH TOWER”, do JIMI HENDRIX, esperando pra ver se aparece algum peixe pra ele “caçar”! Todo dia aparecem vários……
  • Ver mais
  • Todas as reações:
  • 3Sergio Luiz Simonetti, Carlos Carinha e 1 outra pessoa
  • Curtir
  • Comentar
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • PULP FICTION, DE TARANTINO, É UM FILME SENSACIONAL!!!
  • PATÉTICO, HIPERBOLICO, , NON SENSE, ENGRAÇADO!
  • Todas as reações:
  • 11Nelson Rocha Dos Santos, Gerson Périco e outras 9 pessoas
  • 4 comentário
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Ver mais comentários
  • Online
  • Luiz Carlos Ribeiro
  • Obra prima !
  • 1 h
  • Curtir
  • Responder
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • CHINA FORMA 400 MIL ENGENHEIROS POR ANO. ÍNDIA 300 MIL. BRASIL 30 MIL!!!
  • 3 comentário
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Ribamar Filho
  • E desses 30 mil, pelo menos 29 mil são homens. A culpa está na pouca visibilidade que se dá para a matemática no 1° e 2°, e ainda a retirada de outras matérias de cálculo, e isso se reflete, na escolhas dos cursos de exatas, e na permanência, por isso,… 
  • Ver mais
  • 19 h
  • Curtir
  • Responder
  • Ribamar Filho respondeu
  •  ·
  • 2 respostas
  • Comente…
  • Online
  • Sérgio de Moraes
  •   · 
  • Compartilhado com Público
  • RAY CHARLES – PURE GENIUS: ATLANTIC RECORDINGS 1952/1959
  • Há dúvidas sobre a importância musical e cultural do tio RAY? Claro que não!
  • RAY CHARLES ROBINSON foi um autêntico gênio. Cego, estudou em escola pública, como era o esperado, e assumiu o “BRAILE” com espontaneidade, entusiasmo mesmo! E aprendeu a ler, escrever, e interpretar textos.
  • Em oito anos de estudos leu e compreendeu MARK TWAIN, e outros clássicos. Estudou as sonatas de CHOPIN, e a BÍBLIA também. Ele gostava…
  • Ver mais
  • Todas as reações:
  • 15Fábio Góis, Gerson Périco e outras 13 pessoas
  • 4 comentário
  • 39 compartilhamentos
  • Curtir
  • Comentar
  • Compartilhar
  • Ver mais comentários
  • Cezar Galvão
  • Um dos orgulhos dos Yankees
  • 19 h
  • Haha
  • Responder
  • Comente…

Comente…

RAY CHARLES – PURE GENIUS: ATLANTIC RECORDINGS 1952/1959

Há dúvidas sobre a importância musical e cultural do tio RAY? Claro que não!

RAY CHARLES ROBINSON foi um autêntico gênio. Cego, estudou em escola pública, como era o esperado, e assumiu o “BRAILE” com espontaneidade, entusiasmo mesmo! E aprendeu a ler, escrever, e interpretar textos.

Em oito anos de estudos leu e compreendeu MARK TWAIN, e outros clássicos. Estudou as sonatas de CHOPIN, e a BÍBLIA também. Ele gostava de dicionários, e os consultava.

RAY disse que aprendeu muita coisa na escola; e muita coisa fora dela, como gostar de DUKE ELLINGTON, ELLA FITZGERALD, e JO STTAFORD. Gostava de JAZZ, e de NAT KING COLE.

Sua carreira como artista foi cintilante.

Dizer o quê?

Atuou de 1949 a mais ou menos 2000. Foram 62 ÁLBUNS, 127 SINGLES e incontáveis coletâneas; há vídeos, também. E muitas participações de e com outros artistas. Era ativo e autoconfiante. Foi BANDLEADER competente.

Ele “é um estilista como cantor e pianista”, e tinha voz personalíssima, reconhecível em quaisquer latitudes da Terra.

RAY CHARLES gravou do R&B ao COUNTRY. Cruzou do ROCK ao JAZZ, voou pelo POP mais refinado; e fez sucesso em todas as fases!

Deixou seguidores mundo afora. De GARY BROOKER a STEVIE WINWOOD a GARY WRIGHT, eles todos tecladistas e cantores que emulam o Tio RAY. E muitos mais…Ah, quase esqueço STEVIE WONDER, discípulo dileto! E isto só pra ficar nos anos 1960/1970!

A miscelânea aqui postada, “INSPIRED BY GENIOUS OF”, tem gente de todo tipo. Vai de seus contemporâneos no ROCK and ROLL, EDDIE COCHRAN e JERRY LEE LEWIS; a grupos do BEAT INGLÊS, como ANIMALS e MANFRED MANN. Também cantoras de BLUES, JAZZ e R&B, como BONNIE RAITT, DIANNE REEVES e RUTH BROWN. E tem LOU RAWLS, JOE COCKER e STEVE MILLER…

E, claro, não faltou o maior de todos. PAUL McCARTNEY!

Se encontrar o CD, não titubeie. RAY CHARLES permeou a música contemporânea indelevelmente.

O BOX da foto é magnífico, estupendo; pega sua fase ATLANTIC, e foi lançado pela RHINO RECORDS, em 2005. Traz o fino do R&B em 164 músicas. Tem belo, ótimo e luxuoso livro explicativo com texto, fotos discografia. E, claro, 8 CDs com tudo, tudinho, o que RAY fez na gravadora.

O BOX em si é a reprodução de uma vitrolinha portátil, aquelas dos anos 1950, com um SINGLE do tio RAY no prato. UM MUST para colecionadores!

Coloquei pra ilustrar, mais 5 CDS originais, com capa e tudo, que também estão no repertório do BOX, mas fora dele.

Aqui, temos “apenas” a primeira fase de RAY. Estou à procura, se não custar o meu “TERCEIRO OLHO”, de sua fase mais conhecida, na GRAVADORA A.B.C. Tenho alguns discos, mas poucos….

É por lá que está um clássico estupendo e regravado ao limite, “I CAN´T STOP LOVING YOU” – simbiose inesquecível entre o R&B e a COUNTRY MUSIC, e que todo mundo conhece.

Falar de RAY CHARLES deixa qualquer um inibido. Ele foi maior do que consigo descrever ou elogiar. É reverenciar e curtir. Tempos não muito distantes, fizeram espécie de cinebiografia dele. Muito boa e adequando.

Quem não conhece o RAY CHARLES ROBINSON sequer passa em vestibular para o primeiro grau do POP e do ROCK!

Conosco e os deuses, RAY CHARLES!
ORIGINAL 29/01/2020

ORNETTE COLEMAN, FREE JAZZ, 1961, A MAIS RADICAL EXPERIÊNCIA DA MÚSICA POPULAR ATÉ AQUELA ÉPOCA!

Ontem, acordei com a macaca preta e fui dar uma repassada em alguns discos “relaxantes”. Comecei com MILES DAVIS em “KIND OF BLUE”, disco elegante, mas nervoso como todo o BE-BOP.

Depois, fui direto para o ORNETTE COLEMAN e a mais avassaladora experiência musical

até aqueles tempos, 1961!

Ainda seria?

É curioso; a música popular moderna havia chegado a seu ápice técnico e de bom gosto, com as grandes cantoras e cantores americanos fazendo os ciclos de compositores como GERSHWIN, COLE PORTER e diversos vários. E, quase ao mesmo tempo, o JAZZ instrumental vivia um refinamento estético brilhante; JOHN COLTRANE, MILES, DIZZY, CHARLIE PARKER e infinidade mais.

O interessante é que ao invés de expandir-se e repetir-se houve implosão: a DESCONSTRUÇÃO RADICAL da MELODIA, a SUBVERSÃO DA HARMONIA e RECONCEITUAÇÃO do RITMO.

Pareando, mas sem comparar, foi o equivalente à aparição de STOCKHAUSEN na música clássica moderna, após SCHOEMBERG e DEBUSSY.

Em poucas palavras, o advento do caos após revoluções quase radicais?

COLEMAN teve a ideia libertária e libertadora de propor a IMPROVISAÇÃO TOTAL. E foi além: juntou dois quartetos de formação igual com sax, trompete, baixo e bateria. Os músicos são todos de primeira linha e com recursos técnicos e formação para compreender a VANGUARDA DA ÉPOCA.

No estúdio havia dois gravadores registrando o que estava sendo feito. Combinaram alguns pontos pré-definidos onde todos tocavam ao mesmo tempo. E a”coisa (des) andou” por 38 minutos, em take único. E cada músico tocando no ANDAMENTO, RITMO ou MELODIA que quisesse. Radical mesmo!

Resultado: O caos?

Não!

O que resultou é obra com início, meio e fim. E simplesmente porque, depois de gravada, se consolida um produto que se mantém intacto para a eternidade; portanto lógico, autossuficiente e coeso em si mesmo.

“FREE JAZZ, A COLLECTIVE IMPROVISATION”… é obra revolucionária e libertária ao mesmo tempo. Mas, pronta e acabada para quem vier ouvi-la a qualquer tempo e época!!!!
Imprescindível.
Postagem original: 28/01/2018

RECICLO TUAS TRALHAS: ACEITO DISCOS DE VINIL OU CDS À MINHA ESCOLHA!

PRINCIPALMENTE AQUELAS PORCARIAS ANTIGAS FEITAS NOS ANOS 1950,1960 E 1970, E QUE O TEU PAI, TEU NAMORADO, TUA MÃE, E TIA ODIAVAM.

ACEITO, TAMBÉM, VELHARIAS EM 78 ROTAÇÕES, E MELHOR AINDA SE TIVEREM SIDO GRAVADAS POR GENTE ESTRANHA E POBRE.

SEI LÁ, TEM UM MONTE: ONDE JÁ SE VIU ALGUÉM CHAMAR “BIG JOE TURNER”, “LEADBELLY”, “SONNY BOY WILLIANSOM”, “ROBERT JOHNSON”, “B.B.KING”? É LIXO QUE TAMBÉM RECICLO.

SABE AQUELA COISA HORROROSA, JAZ, DE JAZER? OU SERÁ JAZZ? EU RETIRO E MANDO PRA RECICLAGEM. MÚSICA DE PEDRA (ROCK, ACHO) EU TAMBÉM TE LIVRO DO PROBLEMA. E SE FOREM AQUELES DISQUINHOS PEQUENOS, IMPRESTÁVEIS E QUE, PRA PIORAR, TÊM FOTO DO ARTISTA OU DA BANDA NA CAPA. SÃO BAGULHOS COMPACTOS, SINGLES, ESSA ESTROVENGA TODA. GENTE FEIA E CABELUDA EU DOU CABO PARA VOCÊ MAIS RÁPIDO AINDA. QUANDO EMPUNHAM UMA GUITARRA FICA MAIS FÁCIL AINDA!

E SE NO MONTURO HOUVER ALGUM PRETO OU PRETA, GENTE DE COMUNIDADE, SABE, COM NOME ESTRANHO DO TIPO “CARTOLA”, “MONARCO”, OU “WALTER ALFAIATE ( QUE APELIDO RIDÍCULO!!! ), INCLUSIVE AQUELE MONTE DE CARIOCAS E BAIANOS QUE SÓ JAPONÊS – SEI LÁ POR QUE? – GOSTA! EU TAMBÉM RETIRO E DEPOIS VEJO O QUE FAÇO.

MINHA MULHER DEIXOU EU CONSTRUIR UM DEPÓSITO PARA ESSAS COISAS EM NOSSO APARTAMENTO. DAQUI UNS TRINTA ANOS, DEPOIS DE TODO O CHORUME TER SIDO ESCORRIDO, TALVEZ EU DOE PRA ALGUM ESQUISITO E DESAVISADO.

PARA VOCÊ EU NÃO VOU COBRAR NADA. RETIRO DE GRAÇA.

QUALQUER COISA TRATAR COM O INTRATÁVEL AQUI. E NÃO CHAMEM ANTES OUTROS CARAS POR AÍ, TÁ?

OBRIGADO?

É; EU SOU OBRIGADO A TE LIVRAR DISSO. QUESTÃO DE SOLIDARIEDADE!

COMPOSIÇÕES CLÁSSICAS MODERNAS E CONTEMPORÂNEAS. E ALGUNS DISCOS INSTIGANTES.

Vamos começar pela grande POLÊMICA CULTURAL que assola o mundo da “MÚSICA ERUDITA” faz mais de trinta anos.

No mundo quase inteiro, à exceção do BRASIL e ARGENTINA, – e talvez mais alguns países -, usa-se a expressão MÚSICA CLÁSSICA para definir o que não é MÚSICA POPULAR, geral. E seja JAZZ, MPB, ROCK, BLUES, WORLD MUSIC, o quê se escolher….

Observem as publicações alemãs, americanas, inglesas, especializadas em “MÚSICA DE CONCERTO”: todas usam a expressão “CLASSICAL MUSIC”.

No BRASIL e na ARGENTINA usa-se a expressão MÚSICA ERUDITA em oposição à “MÚSICA POPULAR”.

Isto seria certo? com quem está a razão?

Os dois lados têm argumentos de sobra para justificarem suas escolhas. Muitos dizem que MÚSICA CLÁSSICA SE REFERE AO “PERÍODO CLÁSSICO” DA MÚSICA ERUDITA.

Eu discordaria. Afinal, falamos do “PERÍODO CLÁSSICO”, e não da MÚSICA como um todo. E, para complicar, muita música hoje classificada como ERUDITA, era simplesmente música popular quando foi escrita, ou composta. Exemplo? VIVALDI.

Meu amigo Rodrigo Marques Nogueira quase me convenceu a mudar a minha… ahnnn… convicção.

Eu não decidi, portanto não optei, e continuo incorrendo no erro – quem sabe não tão errado – e chamando “MÚSICA CLÁSSICA” de “MÚSICA CLÁSSICA”.

Então, postei os discos aqui como “CLÁSSICOS MODERNOS e CONTEMPORÂNEOS”.

Quer dizer, Pierre Mignac e outros amigos variados aqui, como CACHORRO VELHO, acho que não aprendi nada. Mas…

Como faz parte das minhas predileções, postei coisas tangenciando ou derivadas do ROCK.

PHILLIP GLASS, maravilhoso compositor minimalista, transformou os temas de três discos de DAVID BOWIE e BRIAN ENO, na fase Berlim, em obras CLÁSSICAS CONTEMPORÂNEAS:

“HEROES”, “LOW” e “LODGER” eram espetaculares como discos de ROCK. Mas, tornaram-se maravilhosos em composições “CLÁSSICAS”.

Há também GLEHN BRANCA, compositor americano, inspiração e professor dos integrantes do grupo de ROCK “SONIC YOUTH”. Sei lá, mas o que ele propõe com as guitarras é no mínimo “REVOLUCIONANTE”. Vai além do SONIC. E deve ser apreciado.

Mas, dá pra gostar? Eu acho que dá para “ADORAR”. Em todo caso…

Talvez, o pioneiro dessa turma toda, TERRY RILLEY e sua composição “IN C”, sejam o marco inicial do CLÁSSICO QUASE ROCK.

Mas, TIO SÉRGIO, dá pra gostar, curtir? Perguntem ao Gerson Périco Eu e ele achamos que não dá pra não ter…

Quando olharem o CD do MAESTRO LEOPOLD STOKOWSKI não foquem em CARMINA BURANA. Mas, em “A PAGAN POEM”, do compositor americano CHARLES MARTIN LOEFFLER, gravada em 1958. É moderna, sem ser experimental, e o tratamento do maestro LEOPOLD STOKOWSKI à orquestração e ao clima exalado pela obra é sensacional! Sutil, romântico e solitário, e tudo simultaneamente: um “CLÁSSICO DE VANGUARDA CONSERVADORA CONTEMPORÃNEA”?

Seria? Existiria?

Tio SÉRGIO, que não é lá essas coisas, sempre volta a esse disco. Tente você, uma vez ao menos….

Há por aqui, também, ANDRE PREVIN executando “RHAPSODY IN BLUE” de GERSHWIN. Para mim, essa é a melhor gravação que ouvi da obra! O alcance do clarinete na introdução é espetáculo à parte. A força e a sonoridade com que a orquestra “toma” a cena é inesquecível.

Curiosamente, eu tive em vinil quando lançada, no início dos anos 1980. Foi editado em 45RPM. Não ouvi gravação em digital com tanto impacto!!!! Colossal!!! IMPERDÍVEL!!!

No mais, outros nada óbvios, de KRONOS QUARTET a ARVO PART, passando por RAUTAVAARA, um finlandês melódico, bucólico. E há LIGETI, NONO e PIERRE BOULEZ. E obras pianísticas de SATIE, com o pianista japonês “RIRI SHIMADA”.

E, claro, não esqueci STOCKHAUSEN para inspirar a turma da MÚSICA ELETRÔNICA, e outros babados influentes no POP contemporâneo. Procurem a nossa gênio solitária, JOCY DE OLIVEIRA, amiga de STRAVINSKY e de STOCKHAUSEN, e que interveio nesse guisado, no final dos 1950 início dos 1960!

Obra dela foi a primeira exibição de MÚSICA ELETROACÚSTICA em qualquer palco brasileiro. A obra da compositora, foi regida no TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, por três dias seguidos, em 1961! “APAGUE MEU SPOTLIGHT” foi sucesso enorme, depois encenado mundo afora….

Eu tive “KARLHEINZ” ( para os íntimos…) também em vinil, na década de 1970. Comprei na BRENO ROSSI, por indicação de um “fogoso senhor”, que buscava discos do meu lado, na loja…

Levei uma cantada e revidei com um olhar “PÁSSARO DE FOGO”!!!! , para não esquecer STRAVINSKY, outro MODERNO CONSERVADOR…

O proponente sumiu na hora. E o TIO SÉRGIO foi tomar chopes na esquina da IPIRANGA COM A AVENIDA SÃO JOÃO….

Coisas de SAMPA, não é CAETANO VELOSO?

Recomendo tudo e todos, polêmicas incluídas!

PAUL BADURA-SKODA e ALFRED BRENDEL, OS DOIS PIANISTAS CLÁSSICOS QUE MAIS GOSTO!

Por óbvio que seja, é impossível saber ou informar-se completamente sobre assunto qualquer. Ninguém sabe tudo, ou de forma efetiva sobre os macro temas da vida.

Se você gosta de música e quer saber um pouco mais, convém não ter ilusões. É recomendável privilegiar entre o CLÁSSICO e o POPULAR e, dentro deles, períodos, estilos ou seja mais o que for.

Ninguém sabe tudo de MPB, ou JAZZ, BLUES, ou ROCK. Esse é vastíssimo, espalhado e tão inconsistente e variado, que é bom ir com calma).

Entendo quase nada sobre a música CLÁSSICA. Há quem prefira o nome música “ERUDITA”. Aliás, no BRASIL é assim denominada. Eu não vejo motivo: no mundo quase inteiro é simplesmente chamada de MÚSICA CLÁSSICA – Veja Europa, EUA….

O que sei a respeito é superficial e foi aprendido por algum objetivo ou gosto transitório. Mesmo assim, mantive discos que aprecio, e para mim, são significativos.

Ando, no entanto, renovando o meu interesse. Voltei a comprar discos.

Gosto de PIANO em suas variações possíveis, do CLÁSSICO ao POPULAR. E os dois cavalheiros aqui postados estão entre os maiores pianistas do século XX . E, mais: são intelectuais da música, estilistas do piano e concertistas magníficos, de obra enorme gravada, prêmios ao redor do universo e tudo o mais a que têm direito.

Ambos são austríacos. E ALFRED BRENDEL, hoje, 2024, continua vivo aos 92 anos.

O que me leva à única percepção mais detida sobre o assunto que consigo comentar. Os pianistas alemães, como WILHEM KAMPF, fazem um ataque mais incisivo ao instrumento. Os dois austríacos não. Seria uma escola? Ou apenas personalíssimas interpretações do mesmo repertório?

Adoro BRENDELL por causa do dedilhado perfeito, onde se ouve nota por nota. Ele controla a música de maneira soberba. Aliás, se identifica como um executor fiel dos objetivos e ideias do compositor.

Seu ciclo de BEETHOVEN, das sonatas aos concertos para piano, a mim parecem supremos. De uma leveza contrastante com o estilo de seus primos alemães…

BADURA-SKODA coleciona pianos e gravou muita coisa usando instrumentos originais. Fez, inclusive, ciclos de obras com instrumentos de épocas diversas, portanto com resultados diferentes.

Para mim, ele retira sonoridade única dos teclados. O TRÍPLICE CONCERTO de BEETHOVEN, na foto, é de beleza ímpar. E a execução do COLLEGIUM AUREUM é espetacular em quaisquer aspectos: compreensão da obra, sentimento e técnica.

Eu incentivo os meus amigos a buscar o vinil original da gravadora alemã “HARMONIA MUNDI”, lançado por aqui em 1974. Ou, quem sabe importá-lo. Talvez não sejam caros demais. Da capa à qualidade técnica e artística da gravação vale muito além do que custa.

E quanto aos CDs?

Esqueçam. O que recentemente vi disponível custa mais de R$ 500,00!!!!

Magia, mestria, refinamento esperam os que ousarem.

BATERISTAS E A MODERNIDADE

 

Entre os meses de outubro de 1958 e agosto de 1959, vieram ao mundo três discos seminais, clássicos absolutos ouvidos de lá em diante por gerações, e reeditados por diversos meios.

Aqui estão obras que influenciaram o futuro; ou se tornaram apenas sucesso de público quase eterno.

Eu falo do primeiro disco de JOÃO GILBERTO, “CHEGA DE SAUDADES”, de outubro de 1958 que, além do violão inovador e a presença de TOM JOBIM, teve a colaboração essencial de um baterista que reorientou o samba para novos rumos, mais próximo ao que faziam os jazzistas de seu tempo: MILTON BANANA.

Sem ele, a tradição não teria sido renovada em formato mais contemporâneo. A BOSSA NOVA passa pelos três em consórcio insubstituível.

No dia dois de março de 1959, foi gravado “SO WHAT?”, a primeira faixa do álbum que simboliza a modernidade no JAZZ, “A KIND OF BLUE”, de MILES DAVIS.

Começa com o baixo de PAUL CHAMBERS. Em seguida, criando caminhos para todos seguirem vem BILL EVANS, o genial pianista, que estrutura a música que virá com a sutiliza e arte que o consagrou.

Eis que a um minuto e trinta e um segundos, desponta para o eterno o BATERISTA JIMMY COBB.

Na caixa acústica ressoa o prato que preenche por completo o ambiente, e libera MILES DAVIS, JOHN COLTRANE e o resto do grupo para criar uma das faixas fundamentais da história do JAZZ.

Ouçam JIMMY COBB sob a perspectiva de um ARAUTO. Um Messias! Eu faço isto frequentemente! É a nave JAZZ singrando o cosmo rumo a sabe-se lá o quê, ou quando!

Para incrementar a discussão, um disco talvez mais fraco, comparativa e artisticamente falando, porém entre os mais vendidos na história da música: “TIME OUT”, gravado por DAVE BRUBECK QUARTET. E a faixa mais popularmente associada ao que seria, humm…JAZZ: “TAKE FIVE”!

Pois, é!

Curiosamente, os que brilham são PAUL DESMOND, no SAX ALTO, e um solo algo comportado do grande BATERISTA JOE MORELLO, porque feito para consolidar a música, marcando antológicos um minuto e cinquenta segundos de apresentação de MORELLO, minuciosamente definidos.

O PIANO de BRUBECK os acompanha com a mestria à beira da música clássica; um dos atrativos para um público branco, mais rico e refinado, que os quatro atingiam. E foi tudo feito em agosto de 1959.

Por favor, jamais suponham que havia racismo. Para os que têm dúvida, procurem outro disco do quarteto de BRUBECK, acompanhando o fantástico BLUES-SHOUTER, JIMMY RUSHING.

Quero argumentar: no espaço de dez meses o mundo da música recompôs rumos! E o JAZZ passou a ganhar mercados.

Mas, o que fazem por aqui, TERJE RYPDAL, um guitarrista inovador; o baixo consagrado de MIROSLAV VITOUS; e JACK DeJOHNETTE, neste sensacional disco da gravadora ECM, de 1979?

É “FUSION à COLD?”

O toque em alto estilo de JACK DeJOHNETTE comandando os pratos da bateria, tornou-se uma das marcas registradas do JAZZ CONTEMPORÂNEO EUROPEU; e neste álbum conduz a incrível e peculiar sonoridade desse “JAZZ POWER TRIO” multinacional.

JACK DeJOHNETTE tem discípulos espalhados pelos discos da gravadora ECM. E pelo mundo… Músicos que, como ele, se recusam a meramente acompanhar, e constroem andamentos, harmonias e melodias com a bateria.

A nova safra de discos da gravadora traz um JAZZ muito peculiar, fincado em música onde o tema central é desconhecido, abrindo espaço para solos e a participação de todos, em um “continuum” que não parece improvisado, ao contrário.

O trio do pianista WOLFERT BREDERODE, neste álbum de 2016, faz música de beleza, sobriedade e sutileza imensas! E abre com aquele som do prato que JACK DeJOHNETTE criou. imperdível!

Você talvez estranhará e perguntará:

Mas, TIO SÉRGIO, e o “LED ZEPPELIN 4”, lançado em 1971, o que faz por aqui?

Ora, a mais esfuziante, “acutilada” e talvez mais conhecida abertura com os pratos da bateria está em “ROCK AND ROLL”.

JOHN BOHNAM, um quase batuqueiro, arrebenta o jogo para sempre, o eterno sempre!

Entenderam?

NEOPSICODÉLICOS E ARREDORES – 1984/2000

Acordei com a impressão de que a minha discoteca tem vários pavilhões organizados de acordo com a periculosidade dos moradores, ou detidos…
Tem espaço para LULUS FOFINHOS e CHIWAWAS IRRITADIÇAS. E locais para LOBOS, LEÕES, TIGRESAS e outros “SUPER FURRY ANIMALS”.
E, também, para bichos movediços, cediços, obscuros e arredios. Talvez boa parte do que publico agora esteja nessa categoria. Claro, importei alguns LOBOS e CHIWAWAS que dão um certo tempero e reduzem o perigo de tédio.
Talvez nunca os sub-estilos nomeados tenham tido expansão tão grande do que a partir do PUNK, cerca de 1975.
O ROCK dos anos 1980/1990 não é minha especialidade e nem predileção. Mas, como todo curioso e xereta do POP, dei minhas mordidas, tomei ferroadas, expulsei alguns bichos e mantive outros; HÁ VÁRIOS DISCOS LEGAIS e INTERESSANTES.
Resolvi focar nos chamados NEOPSICODÉLICOS. Definitivamente, talvez! É possível que alguns a turma não concorde que sejam totalmente PSICODÉLICOS.
Mas, tio Sérgio foi torturado no ROCK AND ROLL HALL OF FAME, confessou e entregou: quando escuto “WISH”, do THE CURE, sinto os ELECTRIC PRUNES escondidos debaixo das saias de ROBERT SMITH. É só levanta-la!
Vá e faça um ultrassom em BECK quando ouvir MUTATIONS. Você encontrará útero engravidado e ouvirá o coração de RAY DAVIES, KINKS, cerca VILLAGE GREEN.
Êpa! Há gêmeos! Tem um SYD BARRETT escondido ali!
Anos atrás – quase muitos! – perguntei ao Fernando Naporano o que achava do “RIDE”. Ele respondeu meio encabulado que não gostava. Porque os moços apareciam nos “Programas do Chacrinha na Inglaterra”, e não eram lá essas coisas. Concordo.
Mas procurem conhecer “CARNIVAL OF LIGHTS”, álbum PSICODÉLICO até o último reduto! Se você não encontrar os BYRDS de 1968/69 por ali, é porque tem bebido errado! É um grande disco!
E há esse BOX DOS CHARLATANS. Até excessivo para mim. No entanto, o mantive porque tem esse TRAVO PSICODÉLICO que a turma do BRITPOP sabia fazer bem.
E o PULP, heim? Nossa, TIO SÉRGIO? Eles?
Sim, disco perfeitamente categorizável como PSICODÉLICO e talvez PROGRESSIVO. E vem com ajuda na produção e orquestrações do SCOTT WALKER, sempre um plus e garantia de não-mesmice! É bom, sim senhor!
As meninas do LUSH eu adoro. E “SPLIT” é um disco lindíssimo, no precipício entre a PSICODELIA e LAIVOS PROGRESSIVOS. Elas não são CHIWAWAS! São LEOAS! Quem encontrar a coletânea delas não se arrependerá! E acho imprescindível que vocês conheçam o disco do SLOWDIVE, NEOPSICODÉLICO nítido e cult!
Há duos pop algo sui-generis nessa parada. Os franceses do AIR, para alguns TECHOPOP CHIC. Eu enxergo nesse disco viagens movidas por alguma química…
E os belgas ( ou holandeses, ou sei lá… ) do DE VISION? Comprei há duas décadas na loja do ALEXANDRE TWIN. Fazem a ponte entre os MOODY BLUES e o DEPECHE MODE!
Mas pode isto, TIO SÉRGIO?
Pode sim; e é bem legal!
Meus ouvidos enxergaram hálitos de ROCK PSICODÉLICO em vários discos do RADIOHEAD, OK COMPUTER, inclusive. E nas “guitarras quase INDUSTRIAL ROCK” do CURVE e MY BLOOD VALENTINE.
Falar o quê dos PIXIES, JESUS & MARY CHAIN, STEREOLAB, RAIN PARADE, COCTEAU TWINS, PLACEBO, SPIRITUALIZED, KULA SHAKER e, principalmente, em “MELLON COLLIE” dos SMASHING PUMPCKINS?
E recomendo o “THIS MORTAL COIL”, neste BOX de 4 CDS, um deles com as versões originais sobre as quais eles fizeram covers! É muito bom e artisticamente estiloso.
Aproveitem se puderem, encontrarem, e optarem pelo excelente e talvez definitivo resumo de todo o BRIT POP. É o caixotão chamado THE BRIT BOX”, que traz em 4 CDS 78 MÚSICAS de todo o mundo e seus amigos: OASIS, BLUR, CATATONIA, e tantos e tontos que é bom vocês pesquisarem. Não é tri-legal, como diziam os gaúchos?
Então, “SANTO DAIME PAZ” – aliás, em matéria de trocadilho infame talvez seja o meu recorde.
Divirtam-se!!!
Publicação original em 24/01/2021

“ARVO PART” E AS FRONTEIRAS DA MODERNIDADE

Sempre a curiosidade. Inimiga da monotonia e da repetição, mas desafiadora do bom senso e da auto-contenção.

Caçando discos no MERCADO LIVRE, pois o CORREIO cassara minha tranquilidade, porque eu sempre fora previamente avisado da chegada de meus … humm… “stuffs”… e, agora não mais… OOOPS…, parece que voltaram a notificar…

Mas, já aconteceu do “MAIL NACIONAL” devolver Europa adentro as compras que fiz. Fiquei surpreso e indignado, mas adequei-me ao novo método da estatal, que mescla vagabundagem com economia porca em prejuízo da clientela. Paciência sem resignação; mas, fazer o quê?

Então, fiz.

Procurando alguns itens de JAZZ e MÚSICA MAIS SOFISTICADA, tentei encontrar discos da GRAVADORA ECM. Achei vários; e nada baratos. Ouvi apenas um deles, que juntei à foto na expectativa de um possível mix artístico-conceitual para um comentário.

Sei lá se consegui…E aqui vai a falta de auto-contenção.

A ECM tem uma série de CLÁSSICOS MODERNOS buscados nas fronteiras da música ocidental. E, como sempre, em nível máximo.

A enorme fama do estoniano ARVO PART foi levantada por MANFRED EICHER e sua turma, que lançou incontáveis obras do, hoje, mais executado compositor contemporâneo.

PART começou “SERIAL – DODECAFÔNICO” e foi nada sutilmente “analisado” por um “COMISSÁRIO-CRÍTICO-CULTURAL” da próspera e desenvolvida Estônia dos anos 1950.

A obra dele foi incluída no “Index” como “ocidental e decadente”. E teve a carreira retardada por aquela gente aberta e progressista…

Em 1980, desentendeu-se de vez com os soviéticos e o governo. Então, saiu do país, instalou-se na SUÍÇA, e de lá foi para o mundo. Ele é cristão e sua arte exala isto…

A música de ARVO PART não é nacionalista; não se inspirou no folclore e raízes de seu país. Ele faz MÚSICA ATEMPORAL, um arco incandescente unindo ideias do presente, passado e o “do futuro”, também!

ARVO foi inspirado pela MÚSICA RENASCENTISTA e no CANTO GREGORIANO. E construiu dentro do MINIMALISMO um estilo que batizou de “TINTINABULI” – algo como “o soar dos sinos”…

Ele trabalha na linha de PHILLIP GLASS, STEVE REICH e GÓRECKI, compositores criativos contemporâneos.

A música de ARVO PART é uma “hipnótica espiral descendente” cuidadosamente construída – se me faço compreender. É de beleza total!

Procurem o disco “TABULA RASA”, lançado pela ECM, em 1984. Escutem a versão com o violinista GIDON KREMER e dois outros músicos. Lá você verá o que é e como se toca e “aplica” um “PIANO PREPARADO”. Emocionante!

Falando de fronteiras e religiosidade; e de estar só num mundo isolado e limítrofe com outras culturas, vamos a um achado instigante e único:

A ARMÊNIA FOI O PRIMEIRO “ESTADO” QUE ADOTOU O CRISTIANISMO COMO RELIGIÃO. Foi no ANO DE 304!

E os armênios foram os primeiros a construir uma linguagem de notações musicais! É isso aí, caras! Há composições do século X que sobreviveram e são executadas até hoje, porque escritas, notadas!

É um povo profundamente religioso, mas isolado dos países cristãos, e muito perto dos muçulmanos. Estão na fronteira cultural OCIDENTE-ORIENTE.

A MÚSICA CLÁSSICA deles abarca elementos de CANTOS GREGORIANOS, e se combina aos folclores local e dos vizinhos. O resultado é sonoridade exótica, e muito particular.

Aqui há dois discos que exploram exatamente isso, lançados pela excepcional gravadora “CELESTIAL HARMONIES”.

E também há outro da ECM, com música do armênio TIGRAN MANSURIAN, gravada pelo ARMENIAN CHAMBER CHOIR cantando poemas desse compatriota moderno.

Aliás, é outro disco que comprei porque não estava caro. Escuta-lo fez – me pensar, e remeteu-me à IMENSA RIQUEZA QUE O MULTICULTURALISMO oferece, em oposição ao nacionalismo rústico e impeditivo.

Em fevereiro de 2020, assisti pela TV a um concerto gravado na Espanha com o maestro sul-coreano “MYUNG – WHUN CHUNG” regendo a “ACADEMIA NAZIONALE DE SANTA CECILIA” (italiana), e tocando adivinhem quem?

ARVO PART.

Somatória multicultural magnífica e instigante!

TIO SÉRGIO recomenda efusivamente!
Publicação original em 23/01/2020

AMY WINEHOUSE e CARLA BRUNI: ICONOCLASTAS DE TALENTO!

Claro, AMY, a garota inglesa, descendente de judeus, magnífica voz CONTRALTO, BOCA SUJA e LETRAS “MELHORES” AINDA, teria tudo para ser das maiores cantoras POP de todos os tempos ( de sua época foi, sem dúvidas ).
A curta discografia da moça, vendeu mais de 40 milhões de cópias. Um feito movimentado por sua morte precoce, aos 27 anos de idade, como JIM MORRISON, BRIAN JONES e JANIS JOPLIN.
Seu disco “BACK TO BLACK” é espetacular, porque conservador, o que lhe deu oportunidade para mostrar o inquestionável talento.
Foi o álbum mais vendido no mundo, em 2007, seis milhões de cópias! E, só no Brasil, foram mais de 500 mil cópias compradas por seus fãs e adjacências!
HIDDEN TREASURES, outro álbum que está na foto é bom, também. Mas, cheira inacabado, e prospecta caminhos complementares ao seu potencial artístico. Expondo alguns porquês do sucesso dela.
AMY JADE WINEHOUSE esteve pouco tempo entre nós, e infelizmente se foi. Levada pelas drogas e suas mazelas correlatas.
Ouçam a menina! Há encantos claros!!!

CARLA GILBERTA BRUNI TEDESCHI, a burguesinha ÍTALO – FRANCO – SUÍÇA, é figura do Grand Monde! Refinada, e um furor em quaisquer ambientes sociais onde pise, e o quê mais se quiser aventar.
Ela e o marido, o ex-presidente francês NICOLAS SARKOZY foram um must, em Brasília, quando aqui estiveram no governo de FHC.
Ahhh, como gastaram o francês, junto à plateia mesmerizada! CARLA deu uma canja, relataram…
O padrasto dela era colecionador de artes, e um dos donos da petroleira italiana ENI, e outros negócios talvez menores. O cara era podre de rico!
CARLA BRUNI foi TOP MODEL internacional!!! No final da década de 1980 faturava 7,5 milhões de dólares por temporada!!!! Fazia dinheiro. Não dependia dele, talvez…
Porém, era moça educada que gostava de música. Como deixam claro os disquinhos por aqui.
E, como “CANTA BEM A FELINA, MON DIEU!”
Tem VOZ ROUCA na medida certa! É afinada, agradável; um quê de FRANÇOISE HARDY ( vovô JAGGER andou por lá, também! ), portanto, um charme à NARA LEÃO cruzado com RITA LEE, e muita personalidade.
Ela faz tudo de propósito, profissionalmente. E sabe controlar suas possíveis deficiências usando técnica e estilo. CARLA canta e fala correntemente francês, inglês e italiano.
O repertório é o chamado eclético seletivo. Várias canções autorais; e musicou poesias de poetas de qualidade, também. Gravou LOU REED, ABBA, AC/DC ( pasmem!!! ) , DEPECHE MODE, os STONES …e quem mais por bem houvesse!
Ahhh, o que ela faz não é baba, mas POP com algo FOLK e aquele charme “à française”.
É legal ouvir, sim!
CARLA BRUNI antes de se tornar ex – primeira dama francesa, “NAVEGOU” homens variados. “Singrou” com MICK JAGGER, ERIC CLAPTON, KEVIN COSTNER, DONALD TRUMP…Discretamente, como requer numa saída à francesa.
Alpinista social? Quem sabe, especulariam o TIO SÉRGIO e o mundo. “ASCENDANT AVEC ÉLÈGANCE”. Afinal, ela sempre esteve por lá…E foi aportar em SARKOZY, onde sossegou…

SIM, MADAMES E SENHORES!!! AMY JADE e CARLA GILBERTA SÃO DUAS ICONOCLASTAS DE TALENTO.