JOHN COLTRANE – “THE HEAVYWEIGHT CHAMPION” – COMPLETE ATLANTIC RECORDS – 1959-1960!

 

A CARREIRA de “JOHN COLTRANE” DECOLA NA FASE “ATLANTIC”. LIDERANDO SEUS GRUPOS, ELE FEZ DISCOS CLÁSSICOS E INOVADORES, ENTRE VÁRIOS, E TODOS DE ALTO NÍVEL, “THE AVANT GARDE”, “GIANT STEPS” & “MY FAVORITE THINGS”.

ESTE BOX COLIGE EM SEIS DISCOS TUDO O QUE FOI RETIRADO DE SESSÕES DE GRAVAÇÃO CONCEBIDAS E REALIZADAS EM APENAS DOIS ANOS.

ESTÃO AÍ, OS ÁLBUNS ORIGINAIS, E OUTROS MONTADOS COM AS SOBRAS. E AS PARTICIPAÇÕES NAS SESSÕES COM OUTROS ARTISTAS – ALIÁS, TRABALHO QUE FEZ AOS MONTES!

“THE HEAVYWEIGHT CHAMPION”, FOI LANÇADO EM 1995, E O SOM É DE PRIMEIRA QUALIDADE, MUITO BEM CAPTADO, E MASTERIZADO. E O PLANEJAMENTO E ACABAMENTO GRÁFICO DO BOX, CAPAS E FOTOS, EM ESTADO DA ARTE: UM OBJETO DO DESEJO. ESPETACULAR!

INCLUSIVE, UM DOS CDS “ENCARTADO” EM CAIXINHA DE TAMANHO REDUZIDO, MAS SEMELHANTE ÀS UTILIZADAS PARA GUARDAR AS FITAS “MASTERS DAS GRAVAÇÕES”!

UM MUST!

VOU CONTAR UMA HISTÓRIA: PRIMEIRO, EU CONSEGUI A PREÇO DE “LEITE DE PATO” ESTE MESMO BOX EM VINIL DE 180G! CADA LONG PLAY COM A CAPA ORIGINAL, E ACABAMENTO SUPERIOR; SIMPLESMENTE FANTÁSTICO!

MAS, FIZ BOBAGEM INACREDITÁVEL: TROQUEI POR ESTA MAGNÍFICA EDIÇÃO EM CDS – EU NÃO TINHA E NEM TENHO PICK UP…

HOJE, NÃO FARIA ISTO NEM SOB TORTURA!

RECOMENDO QUAISQUER DAS VERSÕES. POUCAS OBRAS TÊM TAL ALCANCE E MAGNITUDE. É UMA DAS MELHORES RECUPERALÇÃO DE ACERVO QUE CONHECI.

DESFRUTE!

BRITISH BAROQUE POP E ADJACÊNCIAS CRIATIVAS

Tio SÉRGIO é mantenedor de certas tradições que a velhice permite que tenha observado. Vivido, inclusive.
A cada vez que descubro alguma traquinagem em certas áreas da música, primeiro vou atrás dos “SUSPEITOS DE SEMPRE”. Ajo como espécie de chave de cadeia, delegado do bem, e vou desentocar certos discos na coleção.
Pois, bem:
Ontem, a FADINHA MASTERCARD deixou o CORREIO desovar outro pequeno BOX precioso em meu cafofo!!!!
OOOPSSS, TIO SÉRGIO!!! Nem bem o “seo Messias” foi exilar-se na DISNEYLÂNDIA, você ativou o seu lado “miliciano”? Pô!!!
Sejam magnânimos com o tio SÉRGIO!!!!
É que tenho o hábito de checar certas origens. E coleciono ROCK PSICODÉLICO E SUAS VARIANTES.
Mas, primeiro vou falar desse pequeno BOX, 3 CDS, 80 músicas e quem sabe todas elas retiradas de SINGLES raros, gravados na Grã Bretanha entre 1967 e 1978. É sumo raro de coisas legais!
Claro, nem tudo são joias. Aliás, em miscelâneas como esta é bom trazer pro jogo a visão feminina desses adereços. Joias musicais geralmente já são conhecidas, circulam ou circularam. E são caras, e algumas inacessíveis a custo compensador.
Nessa coleção, há faixas dos STRAWBS, CURVED AIR, THE SEARCHERS, ROCKING BERRIES, BARCLAY JAMES HAVEST, NIRVANA (UK), PROCOL HARUM, DONOVAN, ZOMBIES, THE MOVE, GRAPEFRUIT, SPENCER DAVIS…
Claro, menos conhecidas do que as músicas habituais. E este é o charme da coisa! Porque essa tendência é uma variante do FOLK e do ROCK PSICODÉLICO de lá.
É bem diferente do FOLK PSICODÉLICO AMERICANO, apesar de algumas convergências .
O que significa uma plêiade formada por artistas que se aventuraram no POP BAROQUE, além dos já conhecidos BEATLES, ROLLING STONES, BARCLAY JAMES HARVEST, JETHRO TULL, e quase todas as grandes bandas das terras de sua Majestade.
Vou dar dois exemplos que talvez alguns conheçam, entre o quê se poderia considerar nas adjacências do POP dito BARROCO. Porque relevantes e os donos só liberam em discos do próprio artista: BARRY RYAN, ELOISE, 1969. Grande SINGLE, de autoria de dois irmãos, PAUL E BARRY. Canção longa, cheia de alternativas e mudanças de andamentos e final épico. Orquestração de nível. Tornou-se um clássico, e raramente encontrado fora dos relançamentos dos autores. Jamais vi em coletâneas e miscelâneas…Eu ainda não tenho…
Outra gravação é Mac ARTHUR PARK, de RICHARD HARRIS, também de 1969. Música longa, bela, com orquestração primorosa, e outro grande sucesso da época.
São duas canções que aproveitaram o gosto por orquestração mais sofisticada, em nada lembrando o “MUSAK” ou as soluções dadas por PAUL MAURIAT, RAY CONNIFF e outros.
Entraram na onda dos MOODY BLUES, PROCOL HARUM e, claro, tangenciando o sucesso dos WALKER BROTHERS, e até ROD STEWART, que tiveram arranjos orquestrais não psicodélicos.
Enfim, é dica e tese. Procurem conhecer. 

JOHN COLTRANE – BLUE NOTE YEARS -1957

 

A RIGOR, COLTRANE GRAVOU COMO LÍDER PARA A BLUE NOTE SOMENTE “BLUE TRAIN”.

MAS, PARTICIPOU DE VÁRIOS: “COLTRANE TIME” , POR EXEMPLO. QUE, NA VERDADE, É UM DISCO DE CECYL TAYLOR, PIANISTA DE VANGUARDA.

CLARO, O DISCO FOI RELANÇADO, OPORTUNÍSTICA E MALANDRAMENTE, EM NOME “JOHN COLTRANE”, APÓS A MORTE DELE.

SIGO LAMBUZANDO OS BEIÇOS A CADA VEZ QUE OUÇO!

É ALTAMENTE RECOMENDÁVEL!!!!

JOHN COLTRANE – IMPULSE – 1961/1967

FASE BASTANTE ECLÉTICA . TEM BELEZAS CONVENCIONAIS, FEITO O DISCO IRRESISTÍVEL COM “JOHNNY HARTMAN”, CANTOR E VOZ COMO RARAMENTE APARECEM; E DISCO COMO “BALLADS”.

E HÁ “WORLDJAZZ”, EXPERIMENTAÇÕES, ESPIRITUALIDADE HETERODOXA E O QUE MAIS SE PENSAR EM TERMOS DE PROCURA ESTÉTICA, E DESENVOLVIMENTO DE IDEIAS E TÉCNICAS.

NÃO SEI EXATAMENTE QUANTOS, ENTRE OS 31 DISCOS QUE ACHEI, OU TENHO DESTA FASE, SÃO ORIGINAIS. E QUANTOS SÃO MONTAGENS PÓSTUMAS APROVEITANDO O QUE JÁ HAVIA EM ESTÚDIO E AO VIVO.

NÃO IMPORTA. SÃO, TAMBÉM, CRIAÇÕES DE VULTO! O HOMEM SUPORTANDO O ARTISTA TRABALHOU INSANA, DESTRUIDORA E PRIDUTIVAMENTE POR TRINTA UM ANOS. UM LEGADO EM MÚSICA E ALMA.

COLTRANE MERECE BIOGRAFIA CRÍTICA E COMPREENSIVA SOBRE O HOMEM E A EXTENSA E INTENSAMENTE VIVIDA OBRA.

JOHN COLTRANE É UM GÊNIO AINDA EM ASCENSÃO. NÃO PREVEJO O SEU LIMITE.

JOHN COLTRANE – PRESTIGE RECORDINGS – 1957/58

OUTRA ENXURRADA DE GRAVAÇÕES, MAS POUCOS DISCOS COMO LÍDER DE SEUS PRÓPRIOS GRUPOS.
ENTRE OS AQUI POSTADOS, APENAS “COLTRANE” É DISCO DE CARREIRA. NOS RESTANTES ELE PARTICIPOU.
DESTA FASE, DEZ PODEM SER ATRIBUÍDOS A ELE, MAS FORAM CONFIRMADOS SOMENTE TRÊS.
CLARO, É UM TRABALHO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E ANTROPOLÓGICO LANÇAR TUDO O QUE ELE GRAVOU E PARTICIPOU. O CAPITALISMO INCLUI E ACEITA O OPORTUNISMOS – PARA O BEM E PARA O MAL!
SEJA COMO FOR, JOHN COLTRANE JAMAIS É MENOS DO QUE ÓTIMO.
LAMBUZE-SE E LOCUPLETE-SE! 

EUMIR DEODATO – O ECLÉTICO

 

Quem puder ou souber responda: qual desses dois pianistas tornou-se mais famoso e influente: SÉRGIO MENDES ou EUMIR DEODATO?

Acho que a memória afetiva levaria a SÉRGIO MENDES. Afinal, sua FUSÃO SAMBA/POP nos deixou ver um BRASIL “vitorioso”, de um certo ufanismo por suceder nas paradas de sucesso americanas a TOM JOBIM e JOÃO GILBERTO.

Foi isso?

Se verdade, combina com a luz minguada daqueles tempos, porque estamos falando da segunda metade dos 1960. E todos sabem do clima político e social do BRASI: Ditadura, nacionalismo, a vitória dos nossos “ensinando” aos gringos, e vasto etc…

Mas, não que SÉRGIO MENDES tivesse qualquer culpa daquilo! Ao contrário, certamente.

Só que em termos de realizações, DEODATO foi além.

Produziu ou participou em mais de 500 DISCOS e, acima de sua própria obra, conseguiu um feito POP EXTRAORDINÁRIO:

Chama-se PRELUDE, seu disco de “JAZZ-POP-whatever-FUSION”, de 1972. Aquele do HIPER-HIT “ALSO SPRACH ZARATHUSTRA” que, em versão clássica, iluminou o filme ” “2001 UMA ODISSEIA NO ESPAÇO”!

Do you se lembra?

Pois bem, o disco sucessor, DEODATO 2, lançado seis meses depois, em 1973, foi um fracasso retumbante de vendas e levou a gravadora CTI à falência! Mas, isso é outra e mais complexa história. E tem pouco a ver com o artista.

EUMIR DEODATO sempre foi músico requisitado e competente. Seus discos instrumentais, na década de 1960, com os “CATEDRÁTICOS”, são de SAMBA-JAZZ-BOSSA-POP, e excelentes!

Isto o levou para fora do Brasil, e depois consolidou sua carreira como ARRRANJADOR e PRODUTOR.

EUMIR DEODATO arranjou ou produziu discos de SINATRA a BJORK; passando por KOOL AND THE GANG. E fez sucesso produzindo incontáveis gravações e artistas.

É incomparável entre os brasileiros em termos de efetividade e, principalmente, produtividade e criatividade.

Ouçam e saibam sobre EUMIR DEODATO. É um artista completo e complexo.

 

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Todas as reações:

5Fábio Góis, Gerson Périco e outras 3 pessoas

PINK FLOYD – “VARIATIONS ON A THEME OF ABSENSE” – 1994 – BOOTLEG DE ALTÍSSIMO NIVEL! E BREVE NARRATIVA SOBRE BOOTLEGS E A PIRATARIA

 

Vocês talvez nem imaginem!

Mas, antes da sórdida pirataria tomar conta do mercado musical brasileiro com seus objetos mal feitos, houve disseminação de miscelâneas de sucessos variados e da hora.

CDs fabricados quase profissionalmente, que eram distribuídos por “vendedores alternativos” – tambem cúmplices de bandidos, claro – e vendidos quase livremente em lojas normais.

Esta profusão da incúria ajudou na destruição do mercado musical, principalmente no segundo e terceiro mundos.

Os CDs, nos 1990, eram caríssimos. Como sempre, por causa da corrupção, ganância e desprezo das gravadoras tradicionais. Mal administradas, irrealista e imediatistas.

O consumidor se vingava comprando esses discos não tão clandestinos. A pirataria e a falsificação grotesca acabaram com a INDÚSTRIA CULTURAL DA MÚSICA como a conhecíamos…

Os “BOOTLEGS” também eram discos ilícitos, mas diferentes. Geralmente gravados em shows ao redor do mundo, foram sendo aprimorados, e chegaram ao cúmulo de provirem das próprias mesas de gravação das bandas! Há shows espetaculares editados em BOOTLEGS!!!

Eu mantenho alguns.

Durante a década de 1990, fui dono de três lojas de CDS. A última delas encerrei em 2002. Não aguentei a concorrência da pirataria e a ganância das gravadoras.

A decisão final foi depois de ter abastecido a loja pela última vez, Paguei, na época em um grande distribuidor, R$ 34,50 por um disco nacional do ERIC CLAPTON, o RAPTILE.

Inconcebível!! Por quanto deveria eu vender o artefato, vinte anos atrás? Foi o prego final no caixão do meu negócio.

Por volta de 1996, eu visitei uma grande distribuidora de “BOOTLEGS”, no ABCD paulista. Era estocada com a fina flor da produção “alternativa” mundial!

Vi BOX com 10 CDS do LED ZEPPELIN, esmerado, com ensaios, shows e o quê o “tinhoso” dispusesse!

Vi CDS dos BEATLES de todos os jeitos!

Eu mesmo mantenho em minha coleção coisas do PINK FLOYD, entre elas um BOX japonês, revestido em seda, numerado, ultra bem acabado, com shows gravados ao vivo!

Tenho, também, um concerto raro e fabuloso de DAVID SYLVIAN. E outro precioso dele com ROBERT FRIPP. Guardei um show espetacular do DAVID BOWIE com o NINE INCH NAILS. E tive outro sensacional do “LIVING COLOUR”, entre os poucos e variados, mas de qualidade superior que achei valer a pena ficarem na minha discoteca.

Consegui algumas reproduções esmeradas, e à época inéditas de CDs históricos da gravadora VERTIGO, tudo em alto nível. E BOOTLEG!!!

Vi, por aí, naqueles tempos, os famosos: “OLHO DE PEIXE”, de LENINE; e o “OUTRO OLHO”, DE TOMZÉ. Discos raros e preciosos, mas que as gravadoras não se interessaram em “repor”…

A fofoca terminal foi que BRUCE DICKINSON recusou-se a lançar no BRASIL o sensacional disco ao vivo gravado aqui, “SCREAM FOR ME SÃO PAULO, por causa da pirataria.

Não adiantou. Foi lançado em edição exata como a original, e vendeu aos milhares nas rotas do ROCK pelo Brasil e América Latina…

E todos “EXTRAOFICIALMENTE”…

Isto foi sendo eliminado lá fora. É o justo e o correto. Era usurpação; e hoje viraram peças raras para colecionadores!

Quando artistas e gravadoras começaram a liberar seus arquivos, a curiosidade mudou de foco, porque vieram trabalhos mais profissionais e bem feitos. E esse tipo de “contravenção” deixou de ser interessante.

Os BOXES de “IMERSÃO” total nos discos, talvez sejam decorrentes dessa demanda do mercado por algo que as gravadoras não pretendiam liberar. BOOTLEGS E PIRATARIAS forçaram a barra e aí estão…

O PINK FLOYD foi, talvez, a banda mais pirateada do planeta. Vi dezenas e dezenas de shows, roubos escancarados; bandidagem explícita. E, como todo crime, eram e são predatórios e antissociais.

O BOX postado aqui eu o mantenho há 28 anos. É uma grande CAIXA DE PIZZA feita em madeira e papelão, com 8 CDS de shows variados e sobras de estúdio. É tudo razoavelmente bem gravado.

Há na caixa um vídeo K7 filmado no “MADISON SQUARE GARDEN”, em Nova York, em 1987. E, também, livro com muito texto e fotos. A camiseta que acompanhava o set sumiu! Quem sabe um dia eu consiga outra…

Esta é uma curiosa raridade que vai deixar os “floydianos” babando. É muito difícil consegui-la hoje em dia. Mas, os conteúdos estão disponíveis nas séries de BOXES lançados oficialmente pela banda.

Só pra recordar, sei lá quantos atrás o PEARL JAM lançou oficialmente uma série de CDS gravados ao vivo em vários shows.

Foram feitos para conter a pirataria.

13TH FLOOR ELEVATOR & THE SEEDS 1966/67:

MÚSICA PARA INCOMODAR GENTE GRANDE

Meu pai tinha voz de baixo – barítono, fortíssima! E quando gritava para eu fazer os TROGGS e o BLUE CHEER pararem de berrar, os pombos nas vizinhanças fugiam apavorados!

Os velhos já haviam absorvido estoica, mas não calmamente, os BEATLES, os BYRDS e outros suportáveis.

Mas, os citados acima, mais

THE SEEDS e outros menos votados, ultrapassavam o razoável. Eu protestava e acolhia Era melhor do que desafia-lo a recorrer a métodos menos “liberais”!

Depois, quando ele não estava eu aumentava a berraria novamente.

Tenho um catálogo de regras da “BOA MÚSICA POP”. Uma delas é encher, irritar, tirar os mais velhos do sério. Minha geração não foi educada por meio da “compreensão politicamente correta”. Os pais saíam pro pau metaforicamente; e, às vezes, de verdade.

Assim, tornei – me um liberal em comportamentos, artes, e até em economia.

Posso detestar FUNK CARIOCA, SERTANEJO UNIVERSITÁRIO, RAP, e escrotidões variadas. Mas, suporto porque minha tolerância é expandida para dimensões galácticas. Talvez seja um ranço de culpa pelos desmandos que pratiquei; e há quem diga que ainda pratico!!!!!Toquem BATTORY, JOÃO GORDO, e até PABLO VITTAR; eu aguento e discuto…

Escrevi tudo isso para falar de duas bandas bandalhas. Ícones menores da minha adolescência, mas que influenciaram gerações de rockers!

Você quer entender aquela voz de bezerro desmamado de BILLY CORGAN, dos SMASHING PUMPKINS? Então, escute SKY SEXON, dos SEEDS.

Gosta do PRIMAL SCREAM, THE CURE, JESUS & MARY CHAIN? e até do ZZ TOP? Então, ouça o 13th FLOOR ELEVATOR… E há mais, muito mais inter-relações e ecos por todo o POP…

Os ELEVATORS são pessimamente produzidos e gravados. Esse BOX postado é uma “CAIXA de LÁPIS de CORES” com os CDs dentro. Muito legal! O som é o GARAGEM explícito, cru, berrado, inexplicável. Cult até o fundo da vida; insuportavelmente COOL! Aliás, eu gosto mais do ROCKY ERICKSON, o vocalista dos ELEVATORS, do que de SKY SAXON – em minha opinião, cantor chatinho, meio fanho na linha DYLAN com gripe. O DAVID BOWIE também preferia…

Os SEEDS são repetitivos, cantam variações do clássico “PUSHING TOO HARD” em todas as faixas, e em todos os discos.

Mas, fizeram um PASTICHE PSICODÉLICO ultra colecionável em “FUTURE”, disco de 1967, com arranjos “quase-orquestrais”, música hindu, e algo tangenciando o LOVE, e os BEACH BOYS, cerca PET SOUNDS.

O disco é “legal”, um ótimo adjetivo para o quê se gosta, mas não é lá essas coisas, artisticamente falando. Há pouco talento e muita vontade.

As duas bandas estão algo fora de meu universo atual. Porém, são autênticas, porque PUNKS e GARAGEIRAS.

Fiz essa postagem para confirmar que não sou WHISKY QUE SE BEBA. Elas não podem faltar para os colecionadores da época.

Aposte.

DONOVAN – E O FIM DE UMA ERA

Entre 1966 e 1968, o mundo POP brilhou e parte dele apagou-se como um buraco negro.

Pensem em DYLAN e sua poesia pós-beatnik; sua viagem do FOLK à PSICODELIA, olhando com atenção para a vida do americano em suas raízes; para o país profundo e suas mediocridades, grandezas, absurdos e inconsistências…

Do ponto de vista musical, DYLAN ajustou-se, com o tempo, ao que a turma do colecionismo identifica como “AMERICANA” – sonoridade consistentemente feita “IN USA”.

BOB DYLAN passou pelo ROCK URBANO, com as letras elaboradas e influentes, uma de suas marcas definidoras. Vem construindo obra atemporal, mas de certa maneira contra o esteticamente estabelecido.

DYLAN jamais cantou bem. E parece que, intencionalmente, passou a cantar pior e com a voz gutural do dissabor. Ele constrói uma “literatura” ainda não totalmente desvendada. Um caminho truncado, e totalmente pessoal, mas rumo a quê?

Não importa; ele maior e mais completo do que quaisquer rótulos ou intenções a ele imputados. Um NOBEL DE LITERATURA já conquistou. Merecidamente, quase todos concordam. Seu texto apurado, criativo, personalíssimo fala de tudo o que a vida moderna e algo atemporal oferece. Sofrido, único e, mais interessante ainda, em grande parte musicado – o grande veículo para a poesia e literatura desses tempos. Portanto, um NOBEL PARA UM “LÍTEROMÚSICO”, mais vanguarda é difícil encontrar.

Mas, seria?

Em 1967, surgiu LOU REED, com o VELVET UNDERGROUND & NICO. No início, talvez o anti – DYLAN. O realismo explícito, a vida como ela é, sem autocompaixão, sem ilusões. Mas, de certa forma caminhando de encontro ao âmago do que talvez DYLAN tenha se apercebido antes.

REED vem palmilhando através dos anos, expondo veredas e feridas à sua maneira. Os dois são muito diferentes; mas, são americanos de olhar profundo para o país e a vida lá.

LOU REED também não cantava bem – em minha opinião. A América em carne viva canta mal. Que sinais daí emanariam da imperfeição?

Do outro lado do Atlântico surgiu um HEDONISTA PERSISTENTE, bom cantor de voz agradável.

DONOVAN propôs-se, em 1965, como um sonhador algo melífluo, influenciado pelos que orientaram o gosto de BOB DYLAN. Os mesmos WOODY GUTHRIE e RAMBLIN JACK ELLIOT, mas essencialmente sorveu de BOB DYLAN, já dominante sobre o POP daqueles tempos.

DONOVAN entrou com tudo na hipótese de que uma sociedade alternativa, mais humanitária e integral, estava em processo de construção. Suas letras, sempre metáforas de fuga de nosso mundo habitual, apontam para outras formas diversas de existir e viver.

Trouxe culturas também acessíveis para um britânico, como se quisesse agregar ao repertório dos indivíduos saída possível e até fácil, porque “ali ao lado”.

DONOVAN LEITCH é um dos criadores do FOLK PSICODÉLICO de tinturas orientais. O SITAR e outros instrumentos indianos estão na maioria de seus discos, lançados pela EPIC, nos anos 1960.

Na dialética da política, o imperialismo britânico na Ásia, aproximou da metrópole a Índia, sua música, existência e cultura milenares.

Talvez tenha sido mais fácil para DONOVAN permanecer um “alternativo” ao longo de décadas. Os discos, aqui, pegam o auge da carreira dele. São melodicamente lindos e literariamente impecáveis e originais. Recomendo todos.

Mas se você quiser escolher comece por MELLOW YELLOW, 1966, um susto pop que tirou a atenção do tio Sérgio do jogo de botões; vá para SUNSHINE SUPERMAN, também de 1966 – disco lindíssimo.

DONOVAN era íntimo dos BEATLES. Esteve na ÍNDIA com eles para “cursar meditação transcendental e outros babados”, digamos, com o MAHARISH MAHESH. E foi a primeira estrela pop a ser presa com drogas. Casou-se com Linda Lawrence, ex de BRIAN JONES, dos ROLLING STONES, e assumiu o filho dos dois. Trajetória pra lá de marcante!

E continuou ascendente. Derive, então, para a “FUSION ABRANGENTE” de HURDY GURDY MAN, que saiu em 1968.

E, se quiser colecionar, mesmo, procure a versão inglesa em vinil de A GIFT FROM A FLOWER TO A GARDEN, também de 1968, um álbum duplo em caixa belíssima e preciosa!

Em todos eles, o fino do fino do ROCK INGLÊS da época. Participaram os suspeitos de sempre: JIMMY PAGE, JOHN PAUL JONES, ALLAN HOLDSWORTH, BIG JIM SULLIVAN, JACK BRUCE… para ficar em alguns.

DONOVAN suspeita que a inspiração suprema para a formação do LED ZEPPELIN foi a gravação do disco HURDY GURDY MAN, 1968. Porque também estavam lá JOHN BOHNAN e ROBERT PLANT…para ajudar nessa obra complexa e impecável do ROCK PSICODÉLICO + FUSION “ORIENTAL” feita na Inglaterra!!!!

E, provando que era parte relevante do auge da época, do LP BARABAJAGAL, 1969, participa o JEFF BECK GROUP, em duas faixas.

DONOVAN é “Cult” e imperdível. Tem, inclusive, um DOUTORADO HONORIS CAUSA PELA UNIVERSIDADE HARTFORDSHIRE, conseguido em 2003, pelo conjunto de sua obra relevante, esquisita, única e original. Seguiu passos que DYLAN, depois, confirmou com o PRÊMIO NOBEL.

Em 2012, DONOVAN entrou para o ROCK AND ROLL HALL OF FAME. O discurso de indicação foi feito por JOHN MELLENCAMP, cantor de COUNTRY ROCK PESADO, primo irmão do SOUTHERN ROCK.

A fala é obra de arte em retórica, sentimento, profundidade e veemência. Procurem no YOUTUBE, é instrutivo e imperdível!

E quando vocês lerem que os PRETTY THINGS gravaram três discos com o nome ELECTRIC BANANA, fiquem sabendo que é uma frase da música MELLOW YELLOW, e se refere ao um “vibrador” amarelo da cor do açafrão! Ele deve ter usado, vai saber…

DONOVAN fez parte daqueles artistas dos 1960, que apagou-se no buraco negro, mesmo continuando firme gravando e se apresentando.

Dia desses o canal 620 passou um show dele, em 2015, na Alemanha. Plateia cheia. DONOVAN LEITCH continua violonista de nível alto, e cantando bem. Mesmo com as limitações que a idade e a poliomielite lhe trouxeram.

É um diferenciado imprescindível! Vital!

Resgate-o!

HOT TUNA – IN A CAN – EDIÇÃO LIMITADA

 

BOX E COLECIONÁVEL, COM CINCO MIL CÓPIAS NUMERADAS. A EMBALAGEM REPRODUZ A CONHECIDA MARMITA DE ALUMÍNIO. É INSTIGANTE; BONITA?

E TRAZ CINCO DISCOS DA BANDA, EM CDS: HOT TUNA; FIRST PULL UP; BURGERS; AMERICA´S CHOICE e HOPPKORV.

O HOT TUNA FOI FORMADO PARA MANTER EM ATIVIDADE “JORMA KAUKONEN”, GUITARRISTA; E “JACK CASSIDY”, BAIXISTA, NOS RECESSOS DO JEFFERSON AIRPLANE – A EXCELENTE E ICÔNICA BANDA AMERICANA DE ROCK PSICODÉLICO.

EM 1973, OS DOIS SAÍRAM DO GRUPO E SEGUIRAM COM O HOT TUNA ENTRE ALTOS E BAIXOS ARTÍSTICOS E COMERCIAIS. FAZIAM UM BLEND ENTRE FOLK, BLUES E PSICODELIA, QUE VARIAVA DO MUITO BOM AO TREMENDAMENTE CHATO.

CASSIDY E KAUKONEN SÃO MÚSICOS EXCELENTES, E GRAVARAM E PRODUZIRAM MUITO. MAS, OUÇAM ANTES DE COMPRAR. NÃO É PARA TODO GOSTO.